No processo de atualização das Diretrizes Diocesanas dos Sacramentos, na terceira reunião deste ano das Áreas Pastorais da Diocese de Erexim, Pe. Jair Carlesso, coordenador diocesano da ação evangelizadora, conduz reflexão sobre o sacramento da Unção dos Enfermos.
A Área Pastoral de Erechim realizou sua reunião na noite do dia 18, no Auditório São José, com quase 70 participantes.
Na reflexão, Pe. Jair, com texto entregue aos participantes de cada reunião, aborda “o cuidado do doente como um modo-de-ser-essencial”, conforme o teólogo Leonardo Boff.
Na introdução ao texto, ele destaca: Uma das grandes buscas do ser humano é a cura dos males, físicos ou de outra ordem. Jesus curou muitos doentes e o Apóstolo Paulo dizia: “Cuidai de vós mesmos e de todo o rebanho…” (At 20,28). Cuidar e ser cuidado são duas questões fundamentais de nossa existência humana. É da essência humana “a vontade de cuidar e a necessidade de ser cuidado” (Boff, 2012, 30). Trata-se de uma responsabilidade, que é pessoal, familiar, social, pública, eclesial! A Igreja tem dois sacramentos relacionados à cura: a Reconciliação e a Unção dos Enfermos.
No primeiro item da reflexão, aborda a saúde e a doença na vida humana. A vida é o maior dom dado por Deus. Deve ser vivida como dom sagrado com dignidade intrínseca. Viver saudavelmente é aspiração de toda pessoa e deve ser favorecida e garantida pelas estruturas sociais.
No segundo ponto, Pe. Jair apresenta a atenção de Jesus aos doentes. Doença e cura fazem parte da pedagogia divina pra o ser humano adquirir a adequada compreensão de si mesmo. É inquestionável a dedicação preferencial de Jesus aos doentes e a todos os marginalizados. Deviam ser os primeiros a experimentar a misericórdia divina. Nele, os enfermos experimentavam uma relação nova com Deus que os ajudava a viver com dignidade e confiança. A cura realizada por Jesus ia além da simples cura física.
O terceiro aspecto do texto trata do cuidado do doente como missão de todos. A atenção de Jesus à saúde é também a missão da Igreja. Cuidar da vida toda e da vida de todos é princípio decorrente do ensinamento de Jesus. O cuidado de todos ajuda imensamente o doente. A ele devem ser garantidos os cuidados necessários para sua recuperação ou, na situação da impossibilidade dela, viver com esperança. De forma nenhuma se pode colaborar para a eutanásia ou o suicídio assistido. O incurável não é incuidável.
No quarto e último ponto, Pe. Jair expõe a natureza do sacramento da Unção dos Enfermos, que conforta quem passa pela provação da enfermidade. Seus efeitos, conforme o Catecismo da Igreja Católica, são: “a união do doente com a paixão de Cristo”; “reconforto, paz e coragem para suportar cristãmente os sofrimentos”; “perdão dos pecados”; “restabelecimento da saúde, se isso convier à salvação espiritual”; “a preparação para a passagem para a vida eterna”. O autor observa que a Unção dos Enfermos não é a única forma de assistência ao doente, há as visitas dos irmãos e da pastoral da saúde, a oração com ele, a bênção da saúde, a comunhão eucarística e a própria missa.


