O legado do
Sínodo da Sinodalidade será ‘implementar o Concílio Vaticano II’, diz cardeal
jesuíta
Por
Kristina Millare
O
prefeito do Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral,
cardeal Michael Czerny, espera que o legado do Sínodo da Sinodalidade convocado
pelo papa Francisco, seja “uma Igreja mais sinodal” que encontre o modo de
melhor desempenhar “sua função através da história”.
“Descobrimos
que o modo de fazer isso é basicamente implementar o [Concílio] Vaticano II”,
disse o cardeal jesuíta canadense a Catherine Hadro e Matthew Bunson,
apresentadores da EWTN News.
“A
percepção central do Vaticano II é que todos nós desfrutamos da mesma dignidade
como cristãos por meio do nosso batismo”, disse Czerny. “É como o povo de Deus
que caminhamos juntos — os que somos ordenados, ou temos autoridade, ou ambos —
que estão a serviço do povo de Deus”, disse o cardeal Czerny. “Esse tipo de
serviço precisa ser renovado e, em certo sentido, atualizado.”
Para
responder “de forma mais eficaz, mais flexível, mais generosa” à “grande fome e
sede” das pessoas, dom Czerny disse que a sinodalidade tem o objetivo de
confirmar a autoridade e a tradição da Igreja.
“Se
quiser resumir o sínodo, estamos buscando maneiras e meios de assegurar esse
tipo de autoridade para que a Igreja seja capaz de cumprir sua missão e não
seja prejudicada ou distraída por pecados e erros que, de fato, consomem e
erradicam a autoridade”, disse o cardeal à EWTN News.
Sobre
o tema da participação das mulheres na Igreja, o cardeal disse que os
diferentes ministérios das mulheres podem ser melhor “integrados” dentro das
estruturas da Igreja, de modo a proporcionar melhor “reconhecimento,
autoridade, formação [e] recompensa” pelo trabalho que fazem a serviço de Deus
e dos outros.
Apesar
dos “enormes desafios dos nossos tempos” — como a migração forçada ou os
conflitos — dom Czerny diz que muitos dos fiéis católicos que vivem
marginalizados ou nas periferias são testemunhas de uma “Igreja esperançosa” e,
portanto, são um exemplo para os outros.
“Os
migrantes não são apenas nossa profunda preocupação em termos de solidariedade,
apoio e evangelização. Mas eles também são um sinal da mobilidade e da coragem
de que a Igreja precisa”, disse dom Czerny.
“Não
lhes falta esperança, não lhes falta engenhosidade e não lhes falta
criatividade missionária. Então eu diria que, tanto quanto eles ganham nossa
preocupação e simpatia, eles também ganham nossa admiração”, disse o cardeal.
Segundo
o cardeal, o impacto e o legado da sinodalidade vão se estender além da Igreja
e alcançar o mundo secular.
“Acredito
que muitos de nós estamos reconhecendo e vivenciando que a sinodalidade
contribuiria muito para tornar este mundo mais pacífico, mais humano, mais
justo e, finalmente, mais cristão”, disse dom Czerny.
“Isso
nos encoraja. Não estamos apenas fazendo limpeza interna da Igreja. Na verdade,
estamos preparando propostas efetivas e importantes para a comunidade mundial”.
Fonte:
ACIDigital