Comitê Ampliado da REPAM se reúne no
Equador: tecendo vida e esperança
De
6 a 8 de novembro, representantes de vários países da região Pan-Amazônica se
reúnem em Puyo, na Amazônia equatoriana, para refletir sobre os desafios e
avanços da missão eclesial na região, renovando seu compromisso com a justiça
socioambiental, a defesa dos direitos humanos e a construção de uma Igreja com
rosto amazônico.
Julio
Caldeira, IMC
“Amazônia:
fonte de vida no coração da Igreja”. Esse lema, que acompanha a Rede Eclesial
Pan-Amazônica (REPAM) em seus primeiros dez anos de caminho, é também a
inspiração fundamental para o décimo Comitê Ampliado da Rede, que está sendo
realizado de 6 a 8 de novembro na cidade de Puyo, na Amazônia equatoriana.
Representantes
das Redes Nacionais da Bolívia, Brasil, Colômbia, Equador, Guiana Francesa,
Peru e Venezuela participam dessa Assembleia Geral, juntamente com membros dos
Núcleos Temáticos e instituições irmãs da Europa. Justamente em Puyo, em 2013,
foi lançada a semente que daria origem à REPAM um ano depois, em Brasília.
De volta às raízes
para fortalecer o caminho
“Hoje
queremos dar-lhes boas-vindas a Puyo. Estar aqui hoje é voltar às origens desta
Rede REPAM, voltar às raízes que foram fortalecendo-se com os diferentes
encontros em nossos países irmãos da Pan-Amazônia. Estamos felizes em
recebê-los onde plantamos a semente que nasceu há dez anos em Brasília, cuja
comemoração celebramos no dia 12 de setembro deste ano”, disse o presidente da
Rede e bispo de Puyo, Dom Rafael Cob.
Em
seu discurso, Dom Rafael destacou o compromisso da Igreja com a Amazônia e seus
povos, destacando a importância de avançar para uma conversão integral: “Este
encontro é uma oportunidade para continuar tecendo nossos sonhos: aqueles que
trabalhamos no Sínodo da Amazônia, com o espírito de conversão que o Papa
Francisco nos pediu na Querida Amazônia; e os sonhos de nossos povos que
devemos colocar em prática, respondendo ao clamor da terra e dos povos”.
O
bispo também lembrou a urgência de levantar nossas vozes diante das injustiças
que assolam a região: “Diante da devastação de nossa selva e da dolorosa
realidade dos territórios que sofrem as consequências da exploração, continuamos
levantando nossa voz profética contra aqueles que são responsáveis por
administrar e cumprir a justiça. A Igreja deve ser uma mão solidária e
samaritana para os povos que caminham e vivem em nossa selva”.
Sinal de vida e
esperança
Irmã
Carmelita da Conceição, salesiana e vice-presidenta da REPAM, compartilha a
alegria de poder reunir novamente os povos amazônicos para continuar tecendo
vida e esperança: “Este encontro é uma oportunidade para celebrar o dom que
Deus nos deu: uma instituição que busca a unidade, que se organiza para
encontrar soluções para os grandes desafios que enfrentam nossos povos
amazônicos. Assim, a REPAM é um sinal de vida e esperança em meio às adversidades”.
“O
outro grande objetivo desta reunião”, continuou irmã Carmelita, “é sonhar e
planejar o futuro. Queremos organizar nossas ações para os próximos cinco anos,
tomando como base os frutos que colhemos nestes primeiros dez anos, e lançar
novas sementes que tornarão nossa missão na Amazônia mais concreta e eficaz”.
A Rede Eclesial
Pan-Amazônica
Fundada
em 2014, a REPAM é uma rede eclesial a serviço da vida nos territórios da
região Pan-Amazônica, com o propósito de visibilizar, articular e fortalecer os
processos dos povos e organizações eclesiais da região. É uma plataforma de
intercâmbio de experiências e serviços para responder às necessidades dos oito
países e um território ultramarino que compõem a Pan-Amazônia: Bolívia, Brasil,
Colômbia, Equador, Guiana, Guiana Francesa, Peru, Suriname e Venezuela.
Todos
os anos, a REPAM se reúne em seu Comitê Ampliado para monitorar e avaliar as
ações realizadas e definir prioridades no marco de seu Plano de Ação Pastoral.
A
agenda dessa reunião inclui espaços de diálogo e reflexão sobre temas de
direitos humanos, ações de enfrentamento, bem como propostas para continuar
fortalecendo a “Igreja com rosto amazônico”. Também será apresentado um balanço
dos três anos do Plano Pastoral, serão abordadas as urgências pastorais em
direitos humanos, a reestruturação dos Núcleos Temáticos, a promoção da Justiça
Socioambiental e o Bem Viver. Além disso, será discutida a relação com a
Conferência Eclesial da Amazônia – CEAMA, as articulações diante da COP16 e
COP30, e outras iniciativas fundamentais para o futuro da região. Por fim,
busca-se fortalecer a articulação interna e externa da Rede, com propostas
concretas para avançar nas grandes urgências da Amazônia.
Fonte:
Vatican News