Cardeal Sérgio e Dom Dirceu compartilham experiências do
Sínodo
Escrito
por Redação A12
Durante
a assembleia do Conselho da Regional
Nordeste 3 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), o
arcebispo de Salvador, Primaz do Brasil, Cardeal Sergio da Rocha, e o bispo de Camaçari, dom Dirceu de Oliveira Medeiros
refletiram a respeito das experiências vividas durante a segunda sessão
ordinária do Sínodo dos Bispos,
ocorrida de 2 a 27 de outubro, em Roma.
“O tema do Sínodo foi muito tranquilo, sem muitos embates, muito sereno entre nós.
Um dos motivos dessa serenidade foi o fato de o Papa ter separado 10 temas.
Outro
motivo foi que o Sínodo foi orante, com momentos de silêncio. Isso o Papa nos
ensina sempre e nós devemos levar para as nossas dioceses: tempo de silêncio de três, cinco e dez
minutos.
Além
disso, tivemos dois retiros, inclusive
no dia de entregar o texto. O Papa nos ensina a pensar, a discernir
questões mais ríspidas em um clima de silêncio. Isso é muito importante, cria um clima de serenidade”, disse o
Cardeal Sérgio.
Na
grande reunião estavam prelados,
sacerdotes, religiosos e leigos de todo o mundo, era perceptível a diferença
entre as realidades e as expectativas de cada grupo. Dom Sérgio também
falou da diversidade de contextos socioculturais durante o encontro.
“O
que se percebe desse Sínodo? Uma
descentralização da Igreja da Europa para a África e a América Latina. O
Sínodo teve que lidar com a pluralidade de contextos sociais, culturais e
eclesiais, e aqui se fala dessa Igreja múltipla, multifacetada, mas limitada. Nesse sentido, envolve a comunhão e a
vivência da comunhão. O Papa deu a liberdade de votar a todos os que estavam
presentes, inclusive os leigos. Apenas os membros do Conselho do Sínodo
não poderão votar no texto final”.
Dom Dirceu ressaltou sobre o coração da
sinodalidade, a conversão de diálogos, o discernimento eclesial, além da
formação integral que abrange todo o povo de Deus. “O Sínodo é uma voz profética no mundo onde as pessoas perderam a
capacidade de conversar. O Sínodo é um lugar profético! No mundo que
está em conflitos e guerras, o Papa se
reúne com os diferentes para colocá-los em diálogo: aqui está uma tarefa
importante que é fazer crescer a autoestima e a dignidade batismal. O
Papa não quer omitir as tensões, mas trabalhá-las na perspectiva espiritual”,
disse.
Sobre
o Documento Final da Assembleia do Sínodo o Cardeal Primaz do Brasil testemunha que o texto desenvolve muito bem
sobre a participação, a comunhão e a missão.
“É
uma Igreja Sinodal que caminha unida, que
leva as pessoas a participarem também do processo de decisão. Nós não podemos
reduzir as temáticas do Sínodo a questões internas da Igreja. O meu
desejo é que essa sinodalidade seja contemplada por nós na realidade que
estamos vivendo. Nós temos que descer
um pouco mais à missão. O espírito missionário tinha que ter percorrido mais o
Sínodo. O que está aqui é muito importante, mas faltou, a meu ver, uma
abordagem mais missionária”.
Fonte:
A12.com