Informativo Diocesanos

Informativo Diocesano Semanal - 09 de junho de 2024
07/06/2024


ASSESSORIA DIOCESANA DE COMUNICAÇÃO

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ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO

Ano 28 – nº. 1.451– 09 de junho de 2024


Falece o padre mais idoso da Diocese de Erexim: Neste tempo litúrgico das solenidades da Santíssima Trindade (26/5), Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo (30/5) e Sagrado Coração de Jesus (07/6), aos 93 anos e 6 meses, no Hospital de Caridade de Erechim, às 02h de quarta-feira, dia 5, faleceu Pe. Geraldo Paschoal Moro, o padre mais idoso da Diocese. Em março deste ano, no Hospital São Vicente de Paulo de Passo Fundo, havia sido submetido a cirurgia de alto risco do coração para desobstrução de uma válvula. Desde o dia 31 de maio, estava internado no Hospital de Caridade de Erechim por complicações estomacais e respiratórias. Seu atestado de obtido registra broncopneumonia, insuficiência cardíaca e respiratória. O velório foi na Catedral São José bem como a missa de corpo presente, presidida por Dom Adimir Antonio Mazali e concelebrada por 28 padres, com a participação de 3 diáconos permanentes e o cerimoniário Pe. Lucas Stein.  Seu sepultamento foi no Cemitério Municipal Pio 12 de Erechim. 

A homilia de Dom Adimir: Iniciou destacando que a missa de corpo presente do Pe. Geraldo era celebração do Deus da vida, Senhor do tempo. Referiu-se às leituras e ao evangelho que proclamavam a ressurreição de Cristo, constituído juiz dos vivos e dos mortos, o ministério sacerdotal e a missão de Cristo de anunciar a Boa Nova da salvação pela ação do Espírito Santo. Registrou que a estola com que o corpo do Pe. Geraldo estava trazia a inscrição “Tu és sacerdote eternamente”. Ressaltou que ele viveu a missão de Cristo. Desejou que o testemunho dele, no contexto da Diocese de Erexim, seja estímulo para muitos jovens assumirem a vocação ao sacerdócio. Teceu considerações a partir da lembrança de falecimento que o próprio Pe. Geraldo já havia imprimido. Nela colocou a imagem de N. Sra. com os dizeres “Bênção Mãe”, a imagem do terço com a oração do Anjo do Senhor, da cruz com o refrão “vitória tu reminarás”, do bom pastor com o refrão “ó morte onde está tua vitória”. Na lembrança, manifestou também agradecimento a Deus por tê-lo chamado à vida para exercer o sacerdócio, por lhe ter dado Maria como Mãe, o Anjo da Guarda, por chamá-lo para eternidade e a prestar contas. Colocou ainda seu lema “eis aqui o servo do Senhor”, pedido de perdão a Deus por seus pecados e à Igreja por suas falhas. No final da missa, o Bispo agradeceu às cuidadoras do Pe. Geraldo recentemente e à funcionária dos serviços domésticos na residência paroquial em São Valentim e que continuo com ele em Erechim. Assegurou-lhe que as cuidadoras continuarão com ela.

Dados biográficos do Pe. Geraldo: Vigário paroquial de Três Arroios, em 1957 e 1958; promotor vocacional da Diocese de Passo Fundo e vigário paroquial da Paróquia São José de Erechim, no ano de 1959; pároco de São Valentim do Guaporé, no ano de 1960; vigário paroquial da Catedral de Passo Fundo, em 1961; primeiro pároco da Paróquia Santo Antonio, Bairro Petrópolis, Passo Fundo, de 1962 a 1965; Pároco de São Valentim na atual Diocese de Erexim de 1966 até 19 de fevereiro de 1994. Deixando a Paróquia de São Valentim, foi liberado para um tempo “sabático”, isto é, para estudo, descanso, revitalização, residindo em Erechim. De 1995 em diante, esteve à disposição para auxílio em diversas paróquias da Diocese, permanecendo em Erechim, sem função eclesial determinada. Como pároco de São Valentim, foi administrador paroquial de Entre Rios do Sul e Benjamim Constant do Sul. Depois que se estabeleceu em Erechim, por algum tempo, foi administrador paroquial de Paulo Bento e Mariano Moro. Em São Valentim, exerceu também o magistério em escola pública.

Falecimento de ex-pároco da Paróquia São Pedro de Erechim: A Província dos missionários saletinos da Imaculada Conceição com sede em Curitiba comunicou o falecimento do Padre Anacleto Ortigara, ocorrido quarta-feira, dia 05, às seis horas, no Hospital das Nações, daquela cidade. Pe. Anacleto tinha noventa e nove anos e residia na Casa Nossa Senhora Reconciliadora, na capital paranaense, onde estava hospitalizado, vindo a falecer, retornando para junto do Pai, a quem serviu durante toda a sua vida terrena. Os Missionários de Nossa Senhora da Salette no Brasil agradecem imensamente ao Senhor da História pela vida, vocação e missão do Pe. Anacleto a serviço de Cristo e da Igreja. Ele completaria 70 anos de ordenação presbiteral em 08 de dezembro deste ano. Foi autor de diversos subsídios pastorais, como Romeiro da Salette, Reconciliação e outros. Foi pároco da Paróquia São Pedro de Erechim. Trabalhou no Seminário e Santuário da Salette de Marcelino Ramos e na Revista Salette.

Nossa Senhora Medianeira de todas as graças é declarada Rainha e Protetora do Povo Gaúcho: Dom Leomar Brustolin, Presidente do Regional Sul 3 da CNBB, comunicou, dia 31 de maio, o recebimento do Decreto de Consagração do Estado do Rio Grande do Sul à Virgem Maria, Medianeira de Todas as Graças. O documento foi enviado pelo Dicastério do Culto Divino da Santa Sé e propõe a Coroação Pontifícia da imagem da Medianeira de Todas as Graças como Rainha e Protetora do Povo Gaúcho. Ao fazer o anúncio, o Arcebispo de Santa Maria ressaltou que a coroação e o reconhecimento da Medianeira de Todas as Graças é um sinal de esperança e fortalecimento da espiritualidade mariana no Rio Grande do Sul, especialmente considerando a dificuldade que vive o povo gaúcho a partir da catástrofe ambiental que se abateu sobre o Estado no mês de maio. Dom Leomar deseja que a Virgem Rainha do Povo Gaúcho continue sendo refúgio e consolação para todos! A coroação da imagem da Medianeira acontecerá na basílica dedicada a ela, em Santa Maria (RS), às 19h do dia 15 de agosto, solenidade da Assunção de Nossa Senhora e aniversário da basílica. Segundo o Arcebispo, a partir de agora, anualmente, haverá novena em honra a Nossa Senhora Medianeira durante o mês de maio, que será finalizada no dia 31, data da festa litúrgica da padroeira do Rio Grande do Sul.

A devoção a N. Sra. Medianeira em Santa Maria: Foi incentivada pelo pe. jesuíta Ignacio Rafael Valle a partir de 1928. Em 5 de setembro de 1930, 23 mulheres prepararam uma romaria a Nossa Senhora Medianeira para pedir proteção para a cidade que era ameaçada pela Revolução de 1930. Suas preces foram ouvidas e dias depois a revolução terminou de forma pacífica. Em 15 de agosto de 1935, o então bispo de Santa Maria, dom Antônio Reis começou a construção do santuário dedicado a Nossa Senhora Medianeira. Ela foi declarada padroeira do Rio Grande do Sul em 25 de outubro de 1942 pelo então arcebispo de Porto Alegre, dom João Becker, e os outros bispos do Estado. Ela também foi proclamada padroeira da Província Eclesiástica de Santa Maria (RS) em 17 de março de 2022. Em 12 de dezembro de 1943, dom Antônio Reis realizou a primeira romaria estadual a Nossa Senhora Medianeira. Atualmente, a peregrinação acontece no segundo domingo do mês de novembro, e com a participação de em torno de 300 mil pessoas. 

Papa anuncia novo documento sobre o Sagrado Coração de Jesus: No final da audiência pública de quarta-feira, dia 5, Francisco informou que está preparando um documento reunindo as preciosas reflexões de textos magisteriais anteriores e uma longa história que remonta às Sagradas Escrituras, para propor novamente, hoje, a toda a Igreja, este culto carregado de beleza espiritual, num mundo que parece sem coração. O documento será promulgado em setembro. A iconografia, forma de linguagem visual, retrata o Sagrado Coração de Jesus com Cristo coroado de espinhos na cruz e ferido pela lança, como uma eterna lembrança do maior gesto que Ele fez por nós: sacrificar sua própria vida pela salvação da humanidade. Está também cercado por chamas que simbolizam o ardor misericordioso de Cristo pelos pecadores. A devoção ao Coração de Jesus teve grande florescimento com Santa Margarida Maria Alacoque (1647 a 1690) e São João Eudes (1601 a 1680) ambos da França. Mas foi somente em 1856, com Pio IX, que a solenidade foi estendida a toda a Igreja e incluída no calendário litúrgico.   

Campanha Junho Verde para a conscientização e a proteção do meio ambiente: No mês de junho a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) convoca a todos a voltarem a atenção para a Campanha Junho Verde, um período dedicado à conscientização sobre a importância da preservação dos ecossistemas naturais e de todos os seres vivos. A Campanha, motivada pela CNBB, foi estabelecida por lei promulgada recentemente. Ela altera a Política Nacional de Educação Ambiental e institui a celebração do mês temático como parte das atividades educativas na relação com o meio ambiente. O Junho Verde acontece também no âmbito das comemorações do Dia Mundial do Meio Ambiente, celebrado em 5 deste mês. E durante todo o mês são desenvolvidas atividades de incentivo à conscientização e à proteção da Casa Comum. A CNBB avança nas ações de sustentabilidade, traduzindo em práticas efetivas as indicações da Campanha Junho Verde. Painéis fotovoltáicos, redução no uso de descartáveis e horta orgânica são algumas das ações que vão além do debate e contribuem para o cuidado da Casa Comum.

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Informações da semana

Do dia 06/06/2024

A solidariedade vinda do exterior para com os gaúchos 

A Comunidade polonesa mobilizada para auxiliar o Rio Grande do Sul. A Capela Nossa Senhora do Monte Claro, no bairro São Geraldo, foi inundada pelas águas no início do mês de maio. O pároco Pe. Zdzislaw (Dislau) Malczewski, precisou ser resgatado de barco, pois estava abrigado na casa paroquial, no segundo andar. 

A congregação religiosa a qual pertence, com sede na Polônia, está se mobilizando para arrecadar doações para reconstrução da capela e ajuda a população gaúcha. Movimento semelhante ocorre na Universidade São João Paulo II, em Lublin, que também está organizando o envio de doações ao Estado. 

“Há poucas semanas aquela universidade assinou convênio de cooperação acadêmica e científica com PUCRS criando aqui em Porto Alegre, o Centro João Paulo II de estudos de cultura, literatura e língua polonesa. Os poloneses sendo povo solidário vão nos ajudar para socorrermos aqueles gaúchos que mais precisam de ajuda, além da reforma da nossa igreja”, contou Pe.  Malczewski.

HUNGRIA

A Conferência Episcopal Húngara fez uma doação à Paróquia São Martinho, localizada no Bairro Cristal, zona sul de Porto Alegre, construída em 1968 pelo sacerdote húngaro Pe. Ladislau Molnar, no valor  de US$ 14.035,88 (aproximadamente R$ 70 mil). A comunidade tem uma casa de retiros com 22 quartos que acolhe mulheres e crianças desabrigadas pelas inundações no Rio Grande do Sul, em uma parceria com o poder público.

O episcopado recorda na nota que a paróquia foi fundada em 1968 pelo sacerdote húngaro Pe. Ladislau Molnar (László Molnár, em húngaro), hoje com 93 anos, que chegou ao Brasil em 1956 após fugir do comunismo e da repressão em seu país. O pároco atual é o Pe. Miguel Martins Costa.

COMUNHÃO À DISTÂNCIA

O padre Edilon Rosales de Lima, atualmente residindo em Roma onde está em período de estudos, viu o bairro em que cresceu e a paróquia onde foi ordenado sacerdote ser tomado pelas águas. 

“Sou natural de Porto Alegre, cresci na cidade de Canoas, no bairro Rio Branco, que foi diretamente atingido pela enchente. A casa onde eu cresci, o terreno onde eu cresci, a paróquia onde eu fui batizado, recebi todos os sacramentos de iniciação e também onde fui ordenado sacerdote, toda essa parte da minha infância, da minha adolescência, ficaram debaixo d'água. As escolas onde estudei, as ruas por onde cresci. E estando agora tão distante, sofrendo junto com meu povo, é interessante ver a reação dos meus colegas de estudo aqui em Roma, a sua maioria sacerdotes. A reação que eles têm, sobretudo, de não poder conceber a grandeza do nosso território. Imaginaram o Estado Rio Grande do Sul e mais outras partes vizinhas, que é um território que se equiparou, houve um momento em que a inundação foi equiparada a todo o território da própria Itália inundada”, contou o presbítero da Arquidiocese de Porto Alegre.  

A Itália sofre algumas vezes com inundações e outros fenômenos da natureza, terremotos e tudo mais, até vulcão, mas quando eles escutam que um território equivalente ao tamanho da Itália está sob água realmente, debaixo d'água, realmente dá pra ver a expressão no rosto deles. E de ver tanta gente sofrendo, então a minha visão de fora, de alguém que está distante, não posso dizer que eu estou distante, apesar de que estou distante fisicamente. Mas não mentalmente, porque realmente sofro com a minha gente, com a minha família própria que está sem casa, meu irmão, minha mãe, minha tia, minha madrinha, todos estão abrigados na casa dos seus irmãos”, relatou.  

Padre Edilon concluiu o seu depoimento com uma mensagem de esperança. “Mas hoje vemos a situação e sabemos que sempre tem algo de tudo isso que certamente Deus nosso vai nos permitir tirar coisas maiores de tudo isso. É interessante ver a caridade das pessoas, né? O povo que está se entra ajudando, né? A comunidade humana, a fraternidade humana, que certamente tem sua base. No amor de Deus, mesmo aqueles que não professam fé e os que não creem, todos eles estão dentro do querer da criação, ligados ao querer do amor de Deus. Então é um pouco esse sentimento, não é nem esse sentimento de impotência, mas agora é alguém que sabe que a providência nunca para de agir.”

Há quatro anos trabalhando na Sessão de Língua Portuguesa da Secretaria de Estado do Vaticano, o Pe. Antônio Hofmeister, do clero da Arquidiocese, também se manifestou sobre a situação enfrentada no Rio Grande do Sul.

“Desde o início das chuvas, no início do mês de maio, tenho acompanhado com muita tristeza toda a situação do nosso Estado, tenho seguido as notícias e rezado, que é o que eu posso fazer daqui de onde eu estou, rezando muito pelas vítimas, em primeiro lugar, por aqueles que perderam a vida nessa tragédia, pelos seus familiares, por todas as famílias que estão desabrigadas, que perderam suas casas, que perderam os seus móveis, que perderam talvez as economias de uma vida toda,  que terão que recomeçar a vida praticamente do zero, tenho rezado muito por elas. Tenho rezado muito por aqueles que também, nesse momento de dificuldade, têm sido verdadeiros heróis, seja das forças públicas, seja da sociedade civil, nos resgates, nas doações, na ajuda às famílias, e rezo ao Senhor para que essa situação termine logo e para que a reconstrução do nosso estado seja efetiva e com atenção, sobretudo, às famílias mais atingidas pelas enchentes e que as autoridades públicas.” 

O sacerdote recordou também o desafio do enfrentamento às mudanças climáticas.  “Que possam encontrar soluções, sabendo que as mudanças climáticas fazem com que essas situações sejam cada vez mais frequentes, para que as autoridades públicas possam encontrar soluções e para que não se repita uma tragédia de tamanho escala, de tão graves consequências, que possam encontrar soluções para que o volume de água no Rio Guaíba seja escoado de uma outra maneira e nos demais vales que possam encontrar soluções, respeitando é claro o meio ambiente, a natureza, que possam encontrar soluções para mitigar as consequências dessas tragédias no futuro. Como esses, com mais frequência devido às mudanças climáticas. Então rezo também para que as autoridades públicas tenham bom senso, tenham a visão de futuro para prever e sanar esses problemas.” 

Foto tirada no dia 4 de maio de 2024 – Capela Nossa Senhora do Monte Claro – Porto Alegre

Com informações do portal Vatican News

Fonte: Arquidiocese de Porto Alegre 

Observação: diversos outros países também manifestaram sua solidariedade com o Estado do Rio Grande do Sul

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Comissão Sociotransformadora da CNBB promove formação para bispos

A Ecologia integral como um caminho de vida e de cura para um planeta doente foi o tema do primeiro dia de encontro formativo para os bispos referenciais das Pastorais Sociais e da Ação Sociotransformadora dos Regionais da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). O encontro ocorre em Brasília (DF), nos dias 5 e 6 de junho de 2024, e é promovido pela Comissão Episcopal para a Ação Sociotransformadora da CNBB.

O bispo da diocese de Livramento de Nossa Senhora (BA) e presidente da Comissão para a Ecologia Integral e Mineração da CNBB, dom Vicente de Paula Ferreira, trouxe sua contribuição ao primeiro dia de assessoria, ao destacar os conteúdos da encíclica do Papa Francisco “Laudato Si'” que fala sobre o cuidado da Casa Comum e da exortação apostólica “Laudate Deum”, do Santo Padre sobre a crise climática.

Estiveram presentes no início da formação o núncio apostólico no Brasil, dom Giambattista Diquattro, e o secretário-geral da CNBB e bispo auxiliar de Brasília, dom Ricardo Hoepers. Dom Giambattista ressaltou a realidade dos eventos climáticos extremos no Rio Grande do Sul e a solidariedade da Igreja em ajudar as pessoas atingidas pela catástrofe das inundações que têm se tornado frequentes no cenário de mudanças climáticas.

O secretário-geral da CNBB, dom Ricardo, agradeceu a presença dos bispos no encontro e destacou o trabalho realizado pela Comissão Sociotransformadora em pautas imprescindíveis como a da ecologia integral. “É urgente que nos mobilizemos para o tema da Campanha da Fraternidade do ano que vem, para que se torne um tema de todos, em todo o Brasil”, enfatizou. No próximo ano, será refletido o tema “Fraternidade e Ecologia Integral”, com o lema “Deus viu que tudo era muito bom” (Gn 1, 31).

Lucro máximo e menor custo

Em seguida, dom Vicente Ferreira começou a formação refletindo sobre a situação atual, destacando o crescente paradigma tecnocrata que busca o lucro máximo com o menor custo. Trata-se de um modelo disfarçado de racionalidade, progresso e promessas ilusórias. Ele fez referência ao Papa Francisco na encíclica Laudato Si’, nº 31, enfatizando que “os próprios pobres, confusos e iludidos pelas promessas de tantos falsos profetas, caem na armadilha de um mundo que não foi feito para eles”.

O bispo lembrou que o planeta Terra é um organismo vivo, no qual tudo sobrevive em interdependência. “Por isso, para os problemas globais, as soluções têm de ser globais”, sugeriu. Convidou a “contemplar as feridas da terra e da gente como senhas pascais”. E reforçou o convite à conversão ecológica, eclesial e social. Essas, provocações do Papa Francisco.

Lembrou que a Ecologia Integral é paradigma que unifica e inspira a ação Sociotransformadora. Convidou a uma posição política diante das diversas situações de desrespeito aos direitos dos povos e da natureza, considerando a profecia da Igreja e a importância da participação cidadã em vista das eleições municipais. A partir de uma “espiritualidade ecológica: de simplicidade e poesia; nova aliança entre o ser humano e a terra; é preciso considerar a criação como sacramento do amor de Deus, primeiro livro no qual ele escreve seus misteriosos afetos por nós”.

Por fim, convidou os bispos ao trabalho em grupos para refletirem a partir da exigência de uma urgente conversão ecológica, sobretudo tendo em vistas agendas como a Campanha da Fraternidade 2025 e a 30ª Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP30). Os participantes trouxeram sugestões para trabalhar a Ecologia Integral como eixo transversal no ministério episcopal, na evangelização com o povo e nas incidências políticas nacionais e internacionais. Fonte: CNBB

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Bispos e mais de 20 influenciadores e cantores católicos do Brasil participam de programa especial pelo povo gaúchos

Nesta sexta-feira, dia 7 de junho, às 21h, como uma ação especial da Campanha É Tempo de Cuidar do Rio Grande do Sul, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e a Signis Brasil realizam o programa especial em favor dos atingidos pelas enchentes no estado.

O especial será transmitido, ao vivo, nos estúdios da Rede Vida, em São Paulo, e retransmitido pelas TVs Imaculada, Evangelizar, Canção Nova, Pai Eterno, Nazaré, Fé e Luz, Bom Jesus, Rede Século 21, Horizonte e Aparecida e também no canal do Youtube da CNBB: @cnbbnacional que contará com tradução para a Linguagem Brasileira de Sinais com interpretes da Pastoral dos Surdos.

Também mais de 90 emissoras de rádio do Brasil farão a transmissão do programa. O especial contará com a participação do presidente da CNBB, dom Jaime Spengler; do secretário-geral da CNBB, dom Ricardo Hoepers, além de mais de 20 cantores, artistas e influenciadores católicos do país.

O programa será dividido em 5 blocos e irá trazer testemunhos e incentivar a solidariedade e o apoio mútuo. Contará com as apresentações de representantes de cada uma das emissoras de inspiração católica confirmadas. São eles: Dunga e Padre Juarez (Rede Vida); Willian Teixeira (TV Evangelizar); Marcelo Chaves (TV Canção Nova); Nathália Silva (TV Imaculada); Alan Ribeiro (TV Pai Eterno); Padre Wagner Maria (TV Nazaré); Padre Samuel Fidélis Donatos (TV Horizonte); Joel Dornelas (WebTV e Luz); Padre Camilo Júnior (TV Aparecida) e Maria do Rosário (TV Século 21).

É Tempo de Cuidar do RS

A campanha “É Tempo de Cuidar do Rio Grande do Sul” foi lançada pela CNBB no último 21 de maio e tem como mote “Nossa oração e nossa doação geram esperança”.

A identidade visual resgata a campanha “É tempo de cuidar”, que aconteceu durante a pandemia de Covid-19 e tornou-se um grande momento de envolvimento da Igreja no Brasil na oração e na solidariedade. Agora leva as cores do Rio Grande do Sul.  O desenho de uma pessoa com o coração representa um coração que é sempre repleto da caridade de Cristo.

O  bispo auxiliar de Brasília e secretário-geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Ricardo Hoepers, no vídeo, abaixo, apresenta a Campanha e faz um apelo para a Igreja no Brasil se unir no cuidado ao Rio Grande do Sul. (Assista aqui).

A Assessoria de Comunicação da CNBB lançou um hot site É tempo de cuidar do RS – CNBB. A  ferramenta se propõe a ser uma ferramenta de integração e divulgação da campanha na crença de que a oração, a solidariedade e a informação corretas  possam gerar Esperança para quem, neste momento, encontra-se marcado pela dor e desalento. Fonte: CNBB

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Ações de sustentabilidade marcam envolvimento da CNBB com preservação do meio ambiente

A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) avança nas ações de sustentabilidade, traduzindo em práticas efetivas as indicações da Campanha Junho Verde, que visa desenvolver o entendimento da população sobre a importância de preservar o meio ambiente. Painéis fotovoltáicos, redução no uso de descartáveis e horta orgânica são algumas das ações que vão além do debate e contribuem para o cuidado da Casa Comum.

Junho Verde

O bispo auxiliar de Brasília (DF) e secretário-geral da CNBB, dom Ricardo Hoepers, conta que a Presidência da Conferência enviou uma carta aos bispos motivando as iniciativas para celebrar o Junho Verde nos municípios, de modo a fortalecer “essa grande batalha de cuidar da nossa casa comum e evitar os prejuízos que já estão aí nos mostrando, na natureza, a ação do homem quando é irresponsável”.

Na quarta-feira, 5 de junho, quando foi celebrado o Dia Mundial do Meio Ambiente, dom Ricardo afirmou ser ocasião para refletir as propostas do Papa Francisco na encíclica Laudato Si’: o cuidado da Casa Comum, a Ecologia Integral, a responsabilidade humana sobre o planeta.

    “Deus nos deu todos esses dons, tudo era muito bom, como nos diz no Gênesis. E nós precisamos cuidar e zelar. É responsabilidade humana de grande importância, começando pela consciência pessoal, onde as pessoas têm que cuidar na sua casa, no seu jardim, nas suas vidas; depois as responsabilidades eclesiais – como a Igreja se compromete com o meio ambiente, a Casa Comum; e as responsabilidades sociais, que entram aí que os municípios, os estados e próprio país. Por isso veio a lei Junho Verde que foi proposta pela CNBB”, lembrou dom Ricardo.

A Campanha Junho Verde foi estabelecida pela Lei n. 14.393/2022, a qual insere a campanha no âmbito da Política Nacional de Educação Ambiental. A CNBB ajudou na proposição do texto, por meio de dom Walmor Oliveira de Azevedo, então presidente da Conferência.

Energia solar

Uma das ações de cuidado com o meio ambiente promovida pela CNBB foi a instalação de painéis fotovoltaicos para produção de energia solar no prédio sede, no Setor de Embaixadas Sul, e nos prédios da Casa dom Luciano e do Centro Cultural Missionário (CCM), na Asa Norte, todos em Brasília. A iniciativa tem gerado expressiva economia de recursos para a instituição e redução na emissão de dióxido de carbono na atmosfera.

Sob a responsabilidade da empresa Strom Brasil e supervisão do Departamento de Manutenção da CNBB, o projeto instalou 175 placas de geração de energia solar na sede da Conferência, e 413 placas nos prédios da Asa Norte.

Na sede, a potência instalada é de 97,6 kWp (Quilowatt de potência de pico) e a produção média mensal registrada é de 10.502Mwh (Megawatt-hora). Esse valor corresponde a 24 árvores plantadas e 43,63 toneladas de dióxido de carbono (CO²) que deixam de ser emitidos na atmosfera, evitando os desequilíbrios do efeito estufa do planeta Terra.

Já a instalação Casa Dom Luciano e no CCM tem potência instalada de 229,7 kWp e a produção média/mensal é de 1.935 Mwh. Essa geração de energia elétrica equivale, na redução de emissão de gases que causam o efeito estufa, a 10,75 árvores plantadas e a 19,35 toneladas de CO² que deixam de ser jogados no meio ambiente.

“A energia elétrica da CNBB já é toda fotovoltaica, é uma energia limpa, e isso é muito importante, acolhendo as indicações do Papa Francisco”, avaliou o subsecretário adjunto geral da CNBB, padre Patriky Samuel Batista.

Redução de resíduos

“E vivendo o Junho Verde, demos esse passo de eliminar o uso de todos os descartáveis na sede da CNBB. Cada colaborador ganhou uma garrafinha e, em contrapartida, cada um vai trazer sua xícara para o café”, anunciou padre Patriky, revelando a conclusão de um processo de eliminação do uso de copos descartáveis no prédio da matriz.

    “Tudo isso é um passo importante para a gente crescer na ecologia integral. O que o Papa Francisco nos diz na Laudato Si’: ele equipara a degradação do meio ambiente à degradação do ser humano. Então, quanto mais a gente vai perdendo em humanidade, em capacidade de convívio e relação, o meio ambiente também sofre essas consequências. Cuidar do meio ambiente é cuidar do ser humano que vive nesse meio ambiente”, disse.

Durante a 61ª Assembleia Geral da CNBB, houve expressiva redução de cópias e impressões com a utilização de uma plataforma on-line, onde os bispos puderam acessar os textos de estudo e debate do encontro.

Transição ecológica

Voltando à sede da CNBB, há uma pequena experiência de cadeia produtiva orgânica. O debate sobre a transição ecológica dessas produções é uma das indicações da Lei do Junho Verde.

A horta orgânica cuidada pela equipe do jardim tem uma escala pequena, mas dá apoio à cozinha na preparação das refeições, especialmente aos finais de semana, atendendo os residentes. São produzidas hortaliças, como alface, cheiro-verde, salsinha, cebolinha e coentro, e legumes e vegetais, como beterraba, cenoura, mandioca, quiabo, jiló e berinjela.

Fonte: CNBB

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Francisco: o sacerdote não caminha sozinho, deve tecer uma forte rede de relações fraternas

Na audiência com os participantes na Plenária do Dicastério para o Clero, o Papa sublinhou três aspectos: a formação, a atenção às vocações e o ministério do diaconato permanente sobre cuja identidade está em curso uma reflexão: "Permanecer atentos aos sinais do Espírito, amadurecer na dimensão humana e espiritual, encontrar as linguagens adequadas para evangelização".

Adriana Masotti/Mariangela Jaguraba – Vatican News

O Papa Francisco recebeu em audiência, nesta quinta-feira (06/06), na Sala Clementina, no Vaticano, os participantes da plenária do Dicastério para o Clero, centrada em três aspectos: a formação permanente dos sacerdotes, a promoção das vocações e o diaconato permanente. No seu discurso, o Pontífice sublinhou a importância de os sacerdotes viverem numa rede de relações fraternas porque “o caminho não se faz sozinho” e recomendou a criatividade e a escuta do Espírito para enfrentar os desafios do presente.

A gratidão do Papa

O Papa saúdou com afeto os participantes da audiência, aproveitando a ocasião para expressar a sua gratidão aos sacerdotes e diáconos de todo o mundo:

Muitas vezes alertei contra os riscos do clericalismo e da mundanidade espiritual, mas sei bem que a grande maioria dos sacerdotes faz o possível com tanta generosidade e espírito de fé para o bem do povo santo de Deus, carregando o peso de muitos esforços e enfrentando desafios pastorais e espirituais que às vezes não são fáceis.

A formação recebida no Seminário não é suficiente

Francisco disse uma palavra sobre cada um dos três temas sobre os quais se desenvolveu o trabalho da Plenária, começando pelo tema central da formação dos sacerdotes. Uma formação que, sublinhou, deve ser permanente, ainda mais num mundo em constante mudança como o atual. Portanto, não é possível pensar que a formação recebida no Seminário seja suficiente.

Em vez disso, somos chamados a consolidar, fortalecer e desenvolver o que temos no Seminário, num caminho que nos ajude a amadurecer na dimensão humana, a crescer espiritualmente, a encontrar as linguagens adequadas para a evangelização, a aprofundar o que precisamos para enfrentar adequadamente as novas questões do nosso tempo.

Muitos sacerdotes estão muito sozinhos

A questão da solidão que muitas vezes é vivida pelos sacerdotes é fundamental para Francisco. "O caminho não se faz sozinho", afirmou, notando quantos sacerdotes não podem contar com a "graça do acompanhamento" e com o "salva-vidas" representado pelo "sentimento de pertença".

Tecer uma forte rede de relações fraternas é uma tarefa prioritária da formação permanente: o bispo, os sacerdotes entre si, as comunidades com os seus pastores, os religiosos e as religiosas, as associações, os movimentos: é indispensável que os sacerdotes se sintam "em casa". Vocês, como Dicastério, já começaram a tecer uma rede global: recomendo que façam tudo o que puderem para garantir que esta onda continue e dê frutos em todo o mundo.

Não se resignar com a queda das vocações

A queda das vocações sacerdotais e da vida consagrada é “um dos grandes desafios do Povo de Deus”, observou o Papa, mas a crise diz respeito também às vocações para o matrimônio. Por isso, explicou, nas últimas mensagens para o Dia Mundial de Oração pelas Vocações, o olhar se voltou para “todas as vocações cristãs”, em particular para a “vocação fundamental que é o discipulado” que une todos os batizados. O Pontífice advertiu:

Não podemos nos resignar ao fato de que para muitos jovens a hipótese de uma oferta radical de vida tenha desaparecido do horizonte. Em vez disso, devemos refletir juntos e permanecer atentos aos sinais do Espírito e esta tarefa também vocês podem realizar graças à Pontifícia Obra para as Vocações Sacerdotais. Convido-os a reativar esta realidade, de uma maneira adequada aos nossos tempos.

A contribuição para a reflexão sobre o diaconato permanente

Em seguida, o Papa abordou o terceiro tema da assembleia plenária: o diaconato permanente, cuja “identidade específica” é frequentemente questionada hoje. O convite é para contribuir com a reflexão sobre esse ministério, conforme recomendado pelo Relatório de Síntese da Primeira Sessão da Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos, em outubro passado, concentrando-se na “diaconia da caridade e do serviço aos pobres”. 

Acompanhar essas reflexões e desenvolvimentos é uma tarefa muito importante de seu Dicastério. Eu os encorajo a trabalhar para isso e a empregar todas as forças necessárias.

Por fim, Francisco convidou a trabalhar sempre “para que o povo de Deus tenha pastores segundo o coração de Cristo”, acompanhados por Maria, “modelo de toda vocação”.

Fonte: Vatican News

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O Papa: essencial é o amor a Deus e ao próximo, com generosidade e liberdade

As estruturas não são a substância, elas são apenas um meio. A substância é o amor a Deus e ao próximo, exercido com generosidade e liberdade: disse Francisco às Irmãs de São Félix de Cantalice e às Filhas de Nossa Senhora da Misericórdia, participantes de seus respectivos capítulos gerais, ao recebê-las em audiência na manhã desta quinta-feira (06/06), no Vaticano

Raimundo de Lima – Vatican News

O Santo Padre recebeu em audiência na manhã desta quinta-feira (06/06) na Sala do Consistório, no Vaticano, Irmãs de São Félix de Cantalice e as Filhas de Nossa Senhora da Misericórdia, que participam de seus respectivos capítulos gerais. Um grupo, ao todo, de 110 religiosas às quais Francisco deu as boas-vindas, saudando particularmente as madres gerais e agradecendo por terem vindo encontrar o Sucessor de Pedro para reafirmar o compromisso com o serviço de Deus e da Igreja. “O serviço - observou - é certamente um elemento que une vossas fundações, que ocorreram, embora em circunstâncias diferentes, no mesmo período histórico: o século XIX”.

Irmãs de São Félix de Cantalice

Em seguida, Francisco deteve-se brevemente sobre a vida e obra das respectivas congregações religiosas, suas origens, ressaltando o apostolado junto aos mais necessitados.

Naquela época, Sofia Camilla Truszkowska, mais tarde irmã Angela Maria, fundou as Irmãs de São Félix de Cantalice, em Varsóvia, em uma Polônia conturbada pela guerra, servindo crianças, pessoas com deficiência e jovens em situação de risco. É marcante, desde esse início, o episódio em que, diante da escalada do conflito armado, ela e as irmãs decidiram cuidar de todos os feridos, independentemente do lado a que pertencessem. Por isso, foram acusadas de traição e o trabalho foi suprimido pelas autoridades civis. Foi a Providência que, algum tempo depois, o fez ressugir, talvez também graças ao seu corajoso sacrifício, e o espalhou ainda mais, atravessando o oceano, para a América, novamente sob o impulso do serviço, dessa vez para ajudar os imigrantes poloneses. E, desde então, em muitas outras partes do mundo.

O Papa frisou ser este um sinal importante para elas, especialmente no momento em que celebram o Capítulo: “um sinal que vos convida a não ter medo de perder a segurança das estruturas e instituições, a fim de permanecerem fiéis à caridade! E será bom ter isso em mente, em vossas reuniões, para lembrar-vos de que as estruturas não são a substância: elas são apenas um meio. A substância é o amor a Deus e ao próximo, exercido com generosidade e liberdade”.

Filhas de Nossa Senhora da Misericórdia

Em seguida, o Pontífice observou que no mesmo período, na Itália, em Savona, outra jovem, Benedetta Rossello, mais tarde irmã Maria Giuseppa, iniciou, sob a orientação de seu bispo, outra obra, também a serviço dos pobres, das crianças e das jovens.

Trata-se das Filhas de Nossa Senhora da Misericórdia. Benedetta também era uma jovem determinada que, apesar de ser indigente, renunciou à perspectiva de uma rica herança para seguir o chamado à consagração, escolhendo o lema “Coração para Deus, mãos à obra!”. Ela se lançou na nova aventura do amor com meios pobres, mas poderosos: “um crucifixo, uma estatueta de Nossa Senhora Mater Misericordiae e cinco liras de capital”, sempre pronta para ser a primeira a prestar qualquer tipo de serviço.

Recordação do Papa ligada à sua infância em Buenos Aires

E neste ponto, Francisco quis compartilhar com as Filhas de Nossa Senhora da Misericórdia uma lembrança pessoal ligada à sua infância:

“De fato, foi em uma de vossas escolas, em Buenos Aires, no bairro de Flores, que há muitos anos recebi os Sacramentos da iniciação cristã. Como esquecer a querida Hermana Dolores, com quem aprendi tanto e a quem continuei visitando por tanto tempo? Por isso, agradeço ao Senhor e a vós todas, porque meu serviço atual à Igreja também é fruto do bem que recebi, desde cedo, de vossa família religiosa.”

O Papa concluiu encorajando-as a renovar a adesão à vontade de Deus, em fidelidade aos votos que professaram e em docilidade à ação do Espírito, exortando-as abandonarem-se a Ele e dar tudo, sempre, com generosidade. Fonte: Vatican News

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O Papa: preocupa a hipótese de um novo conflito mundial, os povos desejam a paz

Há 80 anos, as tropas aliadas desembarcaram na Normandia, acelerando o fim da Alemanha nazista e da Segunda Guerra Mundial. Em uma mensagem ao bispo de Bayeux por ocasião do aniversário, Francisco afirma que “a recordação dos erros do passado sustentou a firme vontade de fazer todo o possível para evitar a eclosão de um novo conflito mundial aberto”. Hoje, escreve o Pontífice, os homens “têm memória curta”.

Michele Raviart – Vatican News

Para o Papa Francisco, são os milhares de túmulos de soldados alinhados nos imensos cemitérios da Normandia que são a lembrança mais tangível do “colossal e impressionante esforço coletivo e militar feito para obter o retorno à liberdade” que foi o desembarque dos Aliados. Oitenta anos depois, o Pontífice envia uma mensagem a dom Jacques Habert, bispo de Bayeux, em cuja catedral as autoridades civis, religiosas e militares se reuniram para comemorar o evento histórico que, em 6 de junho de 1944, contribuiu decisivamente para o fim da Segunda Guerra Mundial e a restauração da paz.

 “Guerra nunca mais!”

Além dos soldados “em sua maioria muito jovens e muitos que vieram de longe e heroicamente deram suas vidas”, Francisco lembra as inúmeras vítimas civis inocentes e todos aqueles que sofreram os terríveis bombardeios que atingiram tantas cidades, como Caen, La Havre e Rouen. O desembarque na Normandia, acrescenta, evoca “o desastre representado por aquele terrível conflito mundial, no qual tantos homens, mulheres e crianças sofreram, tantas famílias foram dilaceradas, tantas ruínas foram causadas” e “seria inútil e hipócrita recordá-lo sem condená-lo e rejeitá-lo definitivamente”, em nome daquele “Nunca mais a guerra!” pronunciado por São Paulo VI na ONU em 1965.

Os povos desejam a paz

“Se, por várias décadas, a memória dos erros do passado sustentou a firme vontade de fazer todo o possível para evitar a eclosão de um novo conflito mundial aberto”, enfatiza o Papa, “hoje não é mais assim”. Os homens, escreve, “têm memória curta” e “é preocupante que a hipótese de um conflito generalizado esteja às vezes sendo seriamente considerada novamente” e “que os povos estejam lentamente se acostumando a essa eventualidade inaceitável”. “Os povos”, continua o Papa, “desejam a paz! Desejam condições de estabilidade, de segurança e de prosperidade, nas quais cada um possa cumprir serenamente o seu dever e o seu destino", diz Francisco, ‘arruinar esta nobre ordem de coisas por ambições ideológicas, nacionalistas, econômicas é uma falta grave diante dos homens e diante da história, um pecado diante de Deus’.

Deus ilumine os corações daqueles que desejam a guerra

A oração de Francisco se dirige, então, “aos homens que desejam as guerras, àqueles que as desencadeiam, as alimentam sem sentido, as prolongam inutilmente e lucram cinicamente com elas”, para que “Deus ilumine seus corações” e “coloque diante de seus olhos a procissão de desgraças que eles provocam”. “Desejar a paz não é covardia”, mas requer a coragem de saber renunciar a algo, continua o Papa, rezando pelos pacificadores com a esperança de que “opondo-se à implacável e obstinada lógica do confronto, saibam abrir caminhos pacíficos de encontro e diálogo”. Finalmente, uma oração por todas as vítimas das guerras do passado e do presente: os pobres, os fracos, os idosos, as mulheres e as crianças, reiterou Francisco, são sempre as primeiras vítimas dessas tragédias.

Fonte: Vatican News

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Irmã Geneviève e pessoas trans e homossexuais encontram o Papa: com ele nos sentimos acolhidos

Há 56 anos irmã Geneviève vive num trailer com as pessoas que trabalham no Luna Park de Ostia Lido. Ela esteve na Audiência Geral na última quarta-feira, na Praça São Pedro, e cumprimentou o Papa e fez com ele se encontrasse com um grupo de pessoas com as quais realiza o seu trabalho pastoral: “Encontraram finalmente uma Igreja que foi ao encontro delas”.

Salvatore Cernuzio – Vatican News

Irmã Geneviève Jeanningros, uma irmãzinha de Jesus, de 81 anos, vive há 56 anos em meio às comunidades LGBTQ+ e as pessoas que trabalham no Luna Park em Ostia Lido, com as quais compartilha sua vida, vivendo num trailer junto com a irmã Anna Amelia.

A religiosa da Fraternidade das Irmãzinhas de Jesus encontrou-se com o Papa Francisco, na Audiência Geral da última quarta-feira (05/06), junto com um “grupo misto”: homossexuais, transexuais, um casal de catequistas, uma jovem engajada na Pastoral Carcerária entre os transgêneros do Cárcere de Rebibbia. Na verdade, ela não os conhece pessoalmente, nem pergunta quem são ou qual é a orientação sexual deles: “Não, eu não pergunto”. O que importa para a irmã Geneviève é “ir aonde a Igreja tem mais dificuldade de ir”, conforme desejava Charles de Foucauld, de quem as Irmãzinhas de Jesus herdaram o carisma.

Muitos tipos de humanidade

Francisco para por alguns minutos para cumprimentar, entrega um rosário a Ada, que comemorava o aniversário: “Este é um presente do Papa”, depois aperta as mãos, faz uma piada, dá uma bênção. Com a irmã Geneviève, algumas palavras e um sorriso rápido; é a retribuição a uma amiga que se vê com frequência. Afinal, a religiosa nascida na França está presente no encontro na Praça São Pedro todas as quartas-feiras para cumprimentar o Pontífice e fazê-lo encontrar alguns grupos de pessoas.

São muitos os que passaram por lá nos últimos anos: nômades, ciganos, circenses, transgêneros, homossexuais, casais de vários tipos. “Nestes mundos vemos passar pessoas de todos os tipos e o coração se abre, somos pessoas humanas, não se pode ter um julgamento restrito”, afirma irmã Geneviève, relembrando também o encontro com os familiares (mãe, pai, irmãs, companheiro) de um médico americano homossexual que morreu de Covid devido ao seu compromisso “nas trincheiras” durante a pandemia, mas cujo funeral na igreja foi recusado por ser homossexual. “O pai dele disse: 'Não acredito mais nesta Igreja'. Através de uma irmã dos EUA, os fizemos vir a Roma e saudaram o Papa que os abençoou... E eles recomeçaram, em todos os sentidos”.

Contatos durante a Covid

A religiosa conheceu o Papa há algum tempo; ela escreveu para ele logo depois da eleição, relembrando a história de uma tia missionária na Argentina desapareceu durante a “Guerra Suja”. A correspondência nunca parou e Francisco, em uma audiência com artistas de rua, chegou a desejar a ela um feliz aniversário. “Sim, nos queremos bem”, sorri.

Em plena pandemia do coronavírus, enquanto as pessoas viviam “o drama” de ficarem sem trabalho, sem o que comer e com uma pesada carga de contas, junto com o pároco da Bem-aventurada Virgem Imaculada de Tor Vaianica, padre Andrea Conocchia, pensou em bater à porta daquela “igreja hospital de campanha” sempre pregada por Jorge Mario Bergoglio. O primeiro contato foi “pe. Corrado”, o cardeal esmoleiro Konrad Krajewski: “Pedimos ajuda e ele veio com uma van cheia de coisas. Se vocês também precisam de ajuda para pagar as contas, nos tragam, nos disse. Pe. Andrea fez isso pelos amigos do Luna Park, pela comunidade trans: cerca de 40/50, muitos sul-americanos, mais de um argentino."

Depois desta primeira emergência, os médicos “os da colunata” foram a Tor Vaianica e Ostia e trataram estas pessoas que estavam doentes. “Eles até as levaram para tomar a vacina.” “As mulheres – diz irmã Geneviève – disseram então: queremos agradecer ao Papa Francisco! Dissemos a nós mesmos: mas como serão acolhidos? Eu não tinha dúvidas sobre o Papa, mas em geral... Você sabe, há alguns preconceitos. Eu os entendo, né. Eu também os tive quando era jovem, mas depois você conhece as pessoas e vê a sensibilidade delas. Chore e ri com elas."

Os primeiros encontros

Em suma, Irmã Geneviève, fazendo malabarismos com mensagens de WhatsApp e e-mails ("Sim, sei usá-los, mas às vezes esqueço-me das coisas... tenho 81 anos"), conseguiu escrever diretamente ao Papa. Sem resposta, mas diretamente alguns bilhetes para a audiência. Numa quarta-feira ela acompanhou Claudia, que foi uma das primeiras, depois Marcella, e muitas outras: “Até uma que foi morta pouco depois. O Papa a conheceu. Tiraram uma foto, eu levei para ele e ele rezou por ela”, disse a religiosa.

Um relacionamento sincero

“O Papa nos acolheu. Nem sei como descrever isso!”, recorda a religiosa. A partir daí surgiu todo um fluxo de bilhetes, cartas e até empanadas preparadas pelas argentinas e muito apreciadas por Francisco. “Elas querem muito bem a ele porque é a primeira vez que pessoas trans e gays são acolhidas por um Papa. Agradeceram-lhe porque finalmente encontraram uma Igreja que foi ao encontro delas”. A relação que agora se estabeleceu é sincera, sem oportunismo, mas feita de benevolência e gratidão. É uma relação que nem sequer foi afetada pela recente polêmica sobre as expressões que o Papa teria proferido num encontro à portas fechadas: “Talvez no início tenha havido um pouco de sofrimento, mas olhando para trás riram e disseram: na realidade não é assim. O Papa ama os pequenos, certamente não os joga fora”.

Na próxima quarta-feira, Geneviève Jeanningros estará novamente na Audiência Geral: “Acompanho dez pessoas, sete homossexuais. Eles vêm de Milão e de outras partes para reiterar seu carinho pelo Papa”.

Fonte: Vatican News

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Fábrica de São Pedro, ex-funcionário preso por tentativa de extorsão

A base da acusação era um manuscrito de Bernini que havia desaparecido dos arquivos: “uma negociação” havia sido iniciada com a Basílica para sua devolução. Após a investigação do Promotor de Justiça, o homem foi preso em 27 de maio, depois que o volume foi trocado por uma quantia em dinheiro no Vaticano. Uma decisão sobre a acusação será tomada na próxima semana.

Vatican News

No final de maio, um ex-funcionário da Fábrica de São Pedro foi preso sob a acusação de tentativa de extorsão. O anúncio foi feito pela Promotoria de Justiça após a publicação da notícia no jornal italiano Domani.

Na base da acusação está um manuscrito de 18 páginas de Bernini, com miniaturas douradas, que, segundo os estudiosos, descrevia as primeiras especificações para o douramento dos frisos do baldaquino da Basílica de São Pedro, que havia desaparecido dos arquivos da Fábrica. O manuscrito reapareceu em um texto publicado em 2021, com uma cópia fotostática anexada. O editor do volume, um ex-funcionário da Fábrica, havia posteriormente iniciado negociações com a Basílica para a devolução do volume.

Após uma denúncia da Fábrica, o escritório do Promotor de Justiça iniciou a investigação e acompanhou as etapas da negociação até sua fase final em 27 de maio, quando, após o volume ter sido trocado por uma quantia em dinheiro no Vaticano, a pessoa em questão foi presa.

O acusado está atualmente sob custódia da Gendarmeria do Estado da Cidade do Vaticano. Nos últimos dias, ele foi submetido a dois interrogatórios e, na próxima semana, em acordo com o juiz de instrução, o Promotor de Justiça tomará uma decisão sobre a acusação.

Fonte: Vatican News

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Sínodo, iniciam-se os trabalhos para o Instrumentum laboris 2

Cerca de vinte teólogos de todo o mundo chegaram a Roma para dar início ao trabalho do Instrumentum laboris da Segunda Sessão da XVI Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos

Vatican News

Com o documento Rumo a outubro de 2024, enviado em dezembro do ano passado a todos os bispos do mundo, a Secretaria Geral do Sínodo pediu às Igrejas locais e aos grupos de Igrejas que aprofundassem alguns aspectos do Relatório Síntese que são fundamentais para o tema do Sínodo, partindo de uma pergunta orientadora de todo o processo sinodal: «COMO ser uma Igreja sinodal em missão?» Nos últimos meses, as Igrejas locais individuais realizaram seu trabalho enviando suas contribuições por meio das Conferências Episcopais, das Igrejas Católicas Orientais e das Reuniões Internacionais das Conferências Episcopais.

Grech: Igreja sinodal realidade viva

“Estou particularmente impressionado ao ver o envolvimento de toda a comunidade da Igreja nesse longo processo de discernimento”, disse o cardeal Mario Grech, secretário geral da Secretaria Geral do Sínodo. “Além das reflexões decorrentes do trabalho sobre o Relatório Síntese da Primeira Sessão, o material recebido frequentemente acrescenta verdadeiros testemunhos sobre como as Igrejas particulares não apenas entendem a sinodalidade, mas já a estão colocando em prática. A Igreja sinodal não é um sonho a ser realizado, mas já é uma realidade viva que gera criatividade e novos modelos relacionais dentro da mesma comunidade local ou entre diferentes Igrejas ou grupos de Igrejas”.

Contribuições de USG e UISG e dos párocos

A Secretaria Geral do Sínodo também recebeu contribuições da USG-UISG e um número congruente de comentários de realidades internacionais, faculdades universitárias, associações de fiéis ou de comunidades singulares e indivíduos. Outra fonte significativa de reflexão serão as reflexões apresentadas pelos párocos durante a sessão de trabalho de três dias da recente reunião dos Párocos para o Sínodo.

A partir de terça-feira, 4 de junho de 2024, o grupo de teólogos, especialistas de várias disciplinas (dogmática, eclesiologia, teologia pastoral, direito canônico, etc.), analisará todo esse material. “Não estamos deixando nada ao acaso. Cada documento será lido cuidadosamente com o objetivo de propor um texto no final do processo que reflita o trabalho, as perguntas e as intuições recebidas das bases”, diz o cardeal Grech.

Análise inicial

Por sua vez, o padre Giacomo Costa, secretário especial da XVI Assembleia, especifica: “Ainda não se trata de redigir o Instrumentum laboris para a Segunda Sessão do Sínodo sobre a Sinodalidade, mas sim de realizar uma análise inicial dos relatórios e das boas práticas implementadas pelas comunidades locais, e um discernimento em comum sobre as questões e as reflexões teológicas, a fim de preparar o caminho para a redação do Instrumentum laboris”.

O trabalho dessa equipe internacional, que está sendo realizado a portas fechadas, começou com um retiro espiritual de meio dia e continuará até o próximo dia 13 de junho. Os dias serão marcados por diferentes momentos de trabalho (individual, em sessão plenária e em grupos). A celebração diária da Eucaristia e os momentos de oração pessoal garantirão que o trabalho ocorra na atmosfera necessária para o discernimento.

Próximas etapas

O processo de redação do Instrumentum Laboris continuará em outras etapas: uma vez que a estrutura do futuro documento tenha sido identificada por meio da articulação do material recebido pelos teólogos, o Conselho Ordinário realizará um discernimento inicial do que foi redigido. Em seguida, haverá as etapas de redação do documento propriamente dito e um sistema de verificação abrangente até a aprovação pelo Conselho Ordinário do documento a ser apresentado ao Santo Padre para aprovação final.

Espera-se que o texto seja publicado nos primeiros dez dias de julho. Informações sobre isso serão fornecidas em tempo oportuno.

Fonte: Vatican News

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Florença: a boa agricultura do Brasil pode ser aliada no combate às mudanças climáticas

As mudanças climáticas têm criado novos desafios na relação entre o homem e o solo do planeta, já que as escolhas podem minimizar ou exacerbar os eventos extremos. "Estamos vendo com mais frequência secas prolongadas, estações com chuvas mais volumosas. Mas também temos boas práticas de manejo, por exemplo, sistemas integrados, plantio direto, insumos biológicos, para nos aliar ao combate às mudanças climáticas", explica Alberto Bernardi, da Empraba, na Itália para evento sobre ciência do solo.

Andressa Collet - Vatican News

O Rio Grande do Sul vive hoje as consequências da maior tragédia climática da sua história recente com enchentes que devastaram cidades há cerca de um mês. O último boletim oficial da Defesa Civil de Porto Alegre, desta quarta-feira (06/06), confirma as 172 mortes e 41 desaparecidos, além das 30.442 pessoas acolhidas em abrigos diante de uma catástrofe que atingiu 90% do estado.

As relações entre o uso da terra e as mudanças climáticas

O mundo todo tem analisado eventos extremos como esse, assim como aconteceu num congresso comemorativo ao aniversário de 100 anos da ciência do solo, realizado em Florença, na Itália, no final de maio ("100 years of soil science"), promovido pela União Internacional das Ciências do Solo. Em entrevista a Francesca Merlo, do Vatican News, Alberto Carlos de Campos Bernardi, pesquisador da Embrapa Pecuária Sudeste, contou que levou ao evento internacional alternativas para o uso sustentável do solo - um grande reservatório de carbono na forma de matéria orgânica que tem grande impacto tanto nas atividades humanas como no meio ambiente:

"Nós estamos vendo os eventos climáticos extremos se tornarem mais frequentes: secas mais prolongadas, estações com chuvas mais volumosas, mais frequentes. Mas nós também entendemos que temos boas práticas de manejo que podem contribuir para retirar esse carbono da atmosfera e devolver ao solo. Então, por exemplo, sistemas integrados, no qual a gente tem cultivo de culturas anuais, pastagens e eventualmente com árvores, sistema bastante complexo, nós estamos conseguindo retirar carbono da atmosfera, devolvendo ao solo na forma de matéria orgânica e aumentar bastante a produtividade; aumentar o estoque de carbono da biomassa. Essa é uma aposta do Brasil. Essas são iniciativas do Brasil de utilizar, por exemplo, sistemas integrados, plantio direto, insumos biológicos para nos aliar ao combate às mudanças climáticas."

As mudanças climáticas, assim, têm criado novos desafios na difícil relação entre o homem e o solo do planeta, já que as escolhas podem minimizar ou exacerbar os eventos extremos. O doutor em Agronomia tem experiência em Fertilidade do Solo e Adubação e atua nos temas de boas práticas de manejo e tecnologias. Ele explica a importância do uso de novas e adequadas tecnologias, como para se fazer o mapeamento digital do solo, como ferramentas para uma análise e atuação mais rápida, eficiente e barata:

"Os solos do Brasil são solos muito antigos, solos de fertilidade naturalmente baixa e que exigem aplicação de calcário e fertilizantes para que nós consigamos altas produtividades. Então, as práticas de manejo do solo, especialmente voltadas para manejo da fertilidade, tornando mais eficiente o uso desses nutrientes, é muito importante, porque nós consumimos muito fertilizantes e precisamos usá-los bem. Então, os nossos estudos estão sempre focados em sistemas de produção e as melhores práticas de uso desses insumos."

A boa agricultura que ajuda os povos originários

Além do aumento na produtividade, também se busca aumentar a matéria orgânica no solo, comenta o engenheiro agrônomo, "o que é muito importante para o bom manejo dos solos tropicais", o que também demanda anos de trabalho. Segundo ele, intensificando essas práticas com a aplicação da boa agricultura, acaba por diminuir a pressão por abertura de novas áreas que venham prejudicar os povos originários:

"Eu acho que as boas tecnologias, além de contribuir com boas produtividades, também podem ser ambientalmente corretas: a boa agricultura pode ser uma grande aliada da conservação ambiental e logicamente diminuindo a pressão para a abertura de novas áreas, preservando essas comunidades tradicionais."

100 anos de ciência do solo

O evento em Florença procurou fortalecer as conexões com diferentes disciplinas, políticas, instituições e associações para atender efetivamente às necessidades da sociedade civil em agricultura, silvicultura, meio ambiente, planejamento urbano, energia, educação e outras questões sociais. Cientistas do solo e especialistas de outras áreas do mundo inteiro participaram de sessões científicas, com tecnologias de ponta, com foco em conquistas passadas e desafios futuros. Fonte: Vatican News

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Jubileu 2025: Papa encontrou-se com famílias dos subúrbios de Roma, em nova etapa da «Escola de Oração»

«Uma paróquia onde as crianças não são escutadas e os idosos são apagados não é uma verdadeira comunidade cristã», alertou Francisco

O Papa encontrou-se hoje com cerca de 30 famílias de um bairro dos subúrbios da zona ocidental de Roma, para a terceira etapa da ‘Escola de Oração’, que prepara o Jubileu 2025.

“Uma paróquia onde as crianças não são escutadas e os idosos são apagados não é uma verdadeira comunidade cristã”, referiu Francisco, numa intervenção divulgada pelo Dicastério para a Evangelização (Santa Sé), em nota enviada à Agência ECCLESIA.

Este foi o terceiro encontro do género, num ano especial que o Papa decidiu dedicar à oração, como forma de preparar o 27.º jubileu ordinário na história da Igreja.

A conversa decorreu num espaço contíguo a um bloco de apartamentos, nesta zona residencial da capital italiana, onde Francisco apelou ao diálogo entre gerações: “Não se esqueçam, os velhos são a memória e as crianças são a promessa”.

“A Igreja começa a fazer-se na comunidade”, sublinhou.

A visita foi acompanhada pelo pró-prefeito do Dicastério para a Evangelização, D. Rino Fisichella, e contou com a participação de jovens, famílias com crianças, idosos e avós, junto a garagens e com paredes ainda por terminar.

“Defendamos a família, que é o oxigénio para a educação dos filhos”, defendeu o Papa, que voltou a recomendar aos casais que procurem resolver sempre os desentendimentos no próprio dia, “porque a guerra fria no dia seguinte é terrível”.

“Os filhos devem poder sentir que o pai e a mãe se amam”, observou, recomendando o diálogo constante, para que, na família, se possa “falar sobre tudo”.

Respondendo a jovens que lhe perguntaram como aumentar a sua fé, Francisco respondeu que “a única maneira é o testemunho”.

“Uma das coisas mais bonitas nos jovens é que eles se levantam. Todos nós caímos na vida, mas o importante é não permanecer por terra quando acontece”, acrescentou.

Num bairro com menos igrejas do que noutras zonas de Roma, uma das participantes confessou a sua emoção ao ver o Papa “em frente a um muro inacabado de tijolo”.

Antes de regressar ao Vaticano, Francisco ofereceu às famílias alguns terços e entregou-lhes um quadro da Virgem Maria com o Menino Jesus, que será conservado no edifício como recordação do encontro com a comunidade paroquial de Santa Brígida da Suécia. Fonte: Agência Ecclesia

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Fernando Haddad se encontra com o papa Francisco no Vaticano

Por Nathália Queiroz 

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, foi recebido hoje (6) pelo papa Francisco em audiência privada.

Durante o encontro, houve uma troca de presentes entre o ministro da Fazenda e o papa, disse o Instagram de Vatican News, serviço oficial de informação da Santa Sé.  O encontro seguiu o protocolo de encontros entre representantes de governo e a Santa Sé.

Haddad participou ontem (5) do workshop promovido pela Pontifícia Academia das Ciências, com o tema: “Como lidar com a crise da dívida no Sul Global”. O objetivo do evento foi estabelecer um diálogo sobre a implementação de políticas que ajudem a solucionar o problema da dívida que compromete muitos países do hemisfério sul, e que afeta milhões de famílias e pessoas no mundo. 

No workshop, Haddad falou sobre as “Propostas de reformas da dívida internacional e tributária para financiamento sustentável e reformas domésticas para reduzir a frequência, duração e custos das crises da dívida soberana.”

Antes da Audiência Geral de ontem (5), o papa Francisco teve uma audiência com os participantes do workshop. Em seu discurso, ele disse que os princípios de justiça e solidariedade são os meios para encontrar pistas de solução para a crise da dívida.

Segundo o papa, é necessária “a criação de um mecanismo multinacional, baseado na solidariedade e na harmonia dos povos, que leve em conta o sentido global do problema e suas implicações econômicas, financeiras e sociais”. “Devemos pensar em uma nova arquitetura financeira internacional que seja audaz e criativa”, concluiu. Fonte: ACIDigital

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Papa Francisco fará pausa de oito semanas na agenda litúrgica

Por Courtney Mares 

O papa Francisco está desacelerando um pouco sua agenda litúrgica no período em que é verão na Itália, enquanto se prepara para participar da viagem internacional mais longa de seu pontificado, em setembro.

O papa, de 87 anos, não tem missas públicas em sua agenda por oito semanas em julho e agosto, segundo a agenda oficial do mestre de cerimônias litúrgicas papais publicada nesta semana.

O calendário atual do papa prevê que ele faça uma pausa nas liturgias públicas de 8 de julho a 1º de setembro. Antes disso, ele deve celebrar pelo menos três eventos de sua agenda litúrgica.

Ao longo de seu pontificado, o papa Francisco optou por uma agenda de verão mais movimentada do que seus antecessores, fazendo viagens internacionais, criando novos cardeais, estabelecendo novas celebrações da Igreja e renunciando ao tradicional retiro de verão na residência papal em Castel Gandolfo.

No entanto, Francisco manteve a tradição de tirar o mês de julho de suas audiências públicas (com exceção do ângelus dominical), algo que nos últimos anos lhe deu a chance de se recuperar de cirurgias médicas em junho de 2023 e julho de 2021.

O papa Francisco ainda não fez nenhuma viagem internacional até agora em 2024, mas tem duas em sua agenda no outono - incluindo uma ambiciosa turnê de duas semanas pelo sudeste asiático e Oceania, com paradas na Indonésia, Papua Nova Guiné, Timor-Leste e Singapura.

Agenda de verão do papa Francisco

O papa Francisco vai celebrar a missa pela solenidade de são Pedro e são Paulo, copadroeiros da cidade de Roma, na basílica de São Pedro, em 29 de junho, durante a qual vai abençoar os tradicionais pálios, ou estolas de lã, dados aos novos arcebispos metropolitanos instalados no último ano.

Em 1º de julho, o papa vai convocar um consistório de cardeais sobre a próxima canonização de novos santos. Segundo o dicastério para as Causas dos Santos, as canonizações a serem discutidas incluem a de Carlo Acutis, Giuseppe Allamano, Marie-Léonie Paradis e Elena Guerra, bem como os "Mártires de Damasco" mortos por ódio à fé em 1860.

A Santa Sé anunciou que o papa também fará outra visita pastoral na Itália antes de fazer uma pausa nas viagens. Francisco vai viajar para a cidade de Trieste, no norte da Itália, para uma viagem de um dia em 7 de julho.

O papa também deve participar da cúpula do G7 em junho para falar sobre a ética da inteligência artificial, embora a Santa Sé não tenha divulgado detalhes sobre a natureza da participação do papa no evento, que deve acontecer na região da Puglia, no sul da Itália, de 13 a 15 de junho.

O papa Francisco não fará suas habituais audiências de quarta-feira na praça de São Pedro durante todo o mês de julho, mas os visitantes de Roma que esperam ter um vislumbre do papa ainda poderão vê-lo todos os domingos, ao meio-dia, quando ele aparece na janela do Palácio Apostólico para a oração do Ângelus.

Fonte: ACIDigital

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Bomba da Segunda Guerra Mundial é encontrada nas proximidades de mosteiro cisterciense 

Uma bomba não detonada da Segunda Guerra Mundial foi descoberta nas proximidades do mosteiro cisterciense de São Marienthal, na Alemanha

Uma bomba da Segunda Guerra Mundial foi encontrada durante as obras na rodovia federal 99, na Saxônia, perto da fronteira com a Polônia. O artefato pesa cerca de 100 quilos e não tinha sido detonado.

Os trabalhos foram imediatamente suspensos e as forças policiais foram acionadas. Um perímetro de segurança de 600 metros foi posto em ação, e todos os moradores tiveram que deixar suas casas temporariamente até a desativação da bomba. Também houve evacuação na parte polonesa.

Foram igualmente evacuadas as religiosas do mosteiro de São Marienthal, o mais antigo mosteiro cisterciense em atividade na Alemanha. Fundado no século XIII, o mosteiro abriga uma valiosa coleção de manuscritos.

A operação para desativamento da bomba começou por volta das 18h15 e durou cerca de meia hora. Após o trabalho dos peritos, os moradores da região puderam retornar às suas casas. (FM)

Fonte: Gaudium Press

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Laos: futuro da Igreja Católica local está nas mãos dos entusiasmados fiéis 

Os fiéis da pequena comunidade católica no Laos têm um fervoroso espírito missionário. Para realizar o seu trabalho pastoral, a Igreja Católica no Laos depende em grande parte dos leigos.

 O Pe. Paul Chatsirey Roeung, cambojano do Vicariato Apostólico de Phnom Penh, diretor das Pontifícias Obras Missionárias do Laos e do Camboja, disse à agência de notícias Fides que, embora pequena e pobre, a Igreja Católica no Laos está entusiasmada com suas atividades para anunciar o Evangelho.

A República Democrática Popular do Laos é um Estado socialista. Seus 7,5 milhões de habitantes são predominantemente budistas. No entanto, o país tem 60 mil católicos.

Para realizar o seu trabalho pastoral, a Igreja Católica no Laos depende em grande parte dos leigos. Segundo o Pe. Roeung, a razão pela qual os fiéis têm zelo missionário é porque o futuro da Igreja local está em suas mãos. De fato, de acordo com as regulamentações estaduais, os missionários estrangeiros só podem permanecer no país por um curto período de tempo. Por isso, é importante cuidar bem das vocações nativas, dos sacerdotes, da vida consagrada, dos leigos e dos catequistas.

“Os catequistas acompanham os sacerdotes que percorrem as aldeias e administram os Sacramentos. De acordo com a necessidade, são os catequistas-missionários que visitam as aldeias sozinhos, dando um testemunho de fé, levando o Evangelho e, às vezes, batizando”.

A vida pastoral transcorre pacificamente. Para grandes reuniões ou iniciativas especiais, é necessária a permissão das autoridades. E apesar de muitas dificuldades, a pequena comunidade católica é alimentada por uma grande esperança e atrai os jovens. Hoje o seminário conta com 50 seminaristas laocianos, o que dá esperança para o futuro.

Fonte: Gaudium Press

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Do dia 05/06/2024

Falecimento de ex-pároco da Paróquia São Pedro de Erechim

A Província dos missionários saletinos da Imaculada Conceição comunicou o falecimento do Padre Anacleto Ortigara, ocorrido nesta quarta-feira, dia 05, às seis horas, no Hospital das Nações, em Curitiba (PR).

O Padre Anacleto tinha noventa e nove anos e residia na Casa Nossa Senhora Reconciliadora, na capital paranaense, onde estava hospitalizado, vindo a falecer, retornando para junto do Pai, a quem serviu durante toda a sua vida terrena.

Os Missionários de Nossa Senhora da Salette no Brasil agradecem imensamente ao Senhor da História pela vida, vocação e missão do Padre Anacleto doados a serviço de Cristo e da Igreja.

Pe. Anacleto completaria 70 anos de ordenação presbiteral em 08 de dezembro deste ano. Foi autor de diversos subsídios pastorais, como Romeiro da Salette, Reconciliação, O Romeiro da Salette e outros.

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Comissão para a Cultura e a Educação da CNBB incentiva escolas católicas a promover iniciativas do Junho Verde

O Papa Francisco, em sua encíclica Laudato si’, que em maio deste ano completou 9 anos, destaca a importância da conexão do ser humano com a natureza e o meio ambiente, chegando a mencionar uma relação de irmandade. No número 53 da Lautado Si’, o Santo Padre afirma que exploração e a falta de cuidado com a Casa Comum e os pobres “provocam os gemidos da irmã terra, que se unem aos gemidos dos abandonados do mundo, com um lamento que reclama de nós outro rumo. Somos chamados a tornar-nos os instrumentos de Deus Pai para que o nosso planeta seja o que Ele sonhou ao criá-lo e corresponda ao seu projeto de paz, beleza e plenitude”.

No Brasil, uma das iniciativas que ampliam as repercussões da Laudato si’ é a Lei nº 14.393/2022 que instituiu a Campanha Junho Verde. O texto foi sancionado no dia 4 de julho de 2022. A iniciativa estabeleceu a celebração de um mês temático como parte das atividades educativas sobre o meio ambiente. A proposta originou-se de uma proposta da presidência da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).

O Junho Verde acontece também no âmbito das comemorações do Dia Mundial do Meio Ambiente, celebrado neste dia 5 de junho. Durante todo o mês são trabalhadas atividades de incentivo à conscientização e à proteção do meio ambiente.

O artigo segundo, no parágrafo primeiro da Lei, destaca que o objetivo do Junho Verde é desenvolver o entendimento da população acerca da importância da conservação dos ecossistemas naturais e de todos os seres vivos e do controle da poluição e da degradação dos recursos naturais, para as presentes e futuras gerações.

Junho Verde nas escolas católicas

Nesse contexto, a Comissão Episcopal para Cultura e Educação da CNBB, através da Pastoral da Educação enviou, neste ano, uma carta às diretorias e educadores, incentivando a mobilização da comunidade escolar no processo de conscientização ambiental dos alunos por meio do projeto educativo Junho Verde. “A mobilização em pequenos grupos de pessoas que acreditam e sonham com uma humanidade capaz de cuidar da nossa grande e bela casa comum é um passo importante”, ressalta um trecho da carta.

 No Colégio Dom Cabral em Belo Horizonte (MG) está sendo desenvolvido o projeto Guardiães do Meio Ambiente. A coordenadora pedagógica, Naiara Costa afirma que o projeto está em comunhão com as propostas do Junho Verde.

    “O projeto propõe mobilizar alunos e familiares, com ações pedagógicas de conscientização e conservação da nossa Casa Comum. Trabalharemos os temas da Ecologia Integral através de ações envolvendo os alunos como atores principais do cuidado e preservação da escola, casa, natureza e comunidade em geral. Somos guardiões da Casa Comum!”.

O assessor do Setor Educação da Comissão Episcopal para a Cultura e a Educação da CNBB, padre Júlio Resende, defende que a educação ambiental é um importante elemento do processo de ensino-aprendizagem. “Ajuda os estudantes a despertarem para a consciência que toda a vida humana está inserida no meio ambiente’.

De acordo com o padre, o Junho Verde tem sido um importante instrumento para aprimorar a consciência educativa-formativa. “As gerações precisam repensar os modelos que temos usado de relacionamento com a nossa Casa Comum – a natureza -, com o uso dos recursos naturais, em vista da sustentabilidade da vida futura no planeta”.

Sugestões pedagógicas para escolas

Por fim, na carta, a Pastoral da Educação indicou sugestões pedagógicas para aprofundar a questão ambiental e da Casa Comum nos espaços escolares:

Fonte: CNBB

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Rio de Janeiro recebe IX Simpósio Teológico; foco é refletir sobre a catequese a serviço de uma Igreja Sinodal

Entre os dias 5 e 7 de junho, no Rio de Janeiro, acontece o IX Simpósio Teológico sobre a Catequese a Serviço de uma Igreja Sinodal. A iniciativa  é uma parceria da Comissão para a Animação Bíblico-Catequética da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), a Sociedade Brasileira de Catequese (SBCat) e a Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio).

O Simpósio, que reúne catequistas, catequetas, teólogos e demais estudantes, busca refletir a importância da sinodalidade na missão evangelizadora e a catequese como dimensão constitutiva da igreja. Visa também fortalecer os vínculos entre as duas dimensões, integrando novas metodologias e recursos que colocam uma Igreja em saída.

Padre Wagner Carvalho, assessor da Comissão para a Animação Bíblico-Catequética da CNBB, enfatizou a relevância dessa colaboração.

    “A catequese é um pilar fundamental para a construção de uma Igreja sinodal. Com a expertise acadêmica da PUC-Rio e o compromisso da SBCat, estamos dando um passo significativo na reflexão sobre essas duas temáticas importantes.

O Congresso tem como palestrante principal Luciano Meddi, teólogo italiano, especialista em catequética e professor da universidade salesiana e urbaniana em Roma.

Com essa iniciativa, a CNBB, a SBCat e a PUC-Rio reafirmam seu compromisso com uma Igreja que caminha junta, ouvindo e envolvendo todos os fiéis em um processo contínuo de conversão e crescimento na fé.

Fonte: CNBB

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“Deus caminha com o seu povo” é o tema da mensagem do Papa para o 110º Dia Mundial do Migrante

Foi divulgada, na segunda-feira, 3 de junho, a mensagem do Papa Francisco para o 110º Dia Mundial do Migrante e do Refugiado que será celebrado em 29 de setembro sobre o tema “Deus caminha com o seu povo”.

O Pontífice recorda no texto que, em 29 de outubro de 2023, terminou a primeira Sessão da XVI Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos, na qual foi aprofundada a “sinodalidade vista como vocação originária da Igreja”.

Dimensão sinodal

    “A ênfase posta na sua dimensão sinodal permite à Igreja descobrir a sua natureza itinerante de povo de Deus em caminho na história, peregrinante – poderíamos dizer migrante – rumo ao Reino dos Céus”, escreve o Papa, recordando “a narração bíblica do êxodo, que apresenta o povo de Israel a caminho da Terra Prometida: uma longa viagem da escravidão para a liberdade, que prefigura a da Igreja rumo ao encontro final com o Senhor. Da mesma forma, é possível ver nos migrantes do nosso tempo, como aliás nos de todas as épocas, uma imagem viva do povo de Deus em caminho rumo à Pátria eterna. As suas viagens de esperança lembram-nos que «a cidade a que pertencemos está nos céus, de onde certamente esperamos o Salvador, o Senhor Jesus Cristo”.

Na mensagem, o Papa salienta que as duas imagens – a do êxodo bíblico e a dos migrantes – apresentam diversas analogias. “Como o povo de Israel no tempo de Moisés, frequentemente os migrantes fogem de situações de opressão e abuso, de insegurança e discriminação, de falta de perspetivas de progresso. Como os hebreus no deserto, os migrantes encontram muitos obstáculos no seu caminho: são provados pela sede e a fome; ficam exaustos pelo cansaço e as doenças; sentem-se tentados pelo desespero”, ressalta o Papa.

Deus acompanha o caminho do seu povo

    “Mas a realidade fundamental do êxodo, de qualquer êxodo, é que Deus precede e acompanha o caminho do seu povo, dos seus filhos de todo o tempo e lugar. A presença de Deus no meio do povo é uma certeza da história da salvação. Para o povo saído do Egito, tal presença manifesta-se de diversas formas: uma coluna de nuvem e de fogo indica e ilumina o caminho; a tenda da reunião, que guarda a arca da aliança, torna palpável a proximidade de Deus; a haste com a serpente de bronze assegura a proteção divina; o maná e a água são os dons de Deus para o povo faminto e sedento. A tenda é uma forma de presença particularmente querida ao Senhor. Durante o reinado de David, Deus recusa-se a ser encerrado num templo preferindo continuar a viver numa tenda e poder assim caminhar com o seu povo «de tenda em tenda, de morada em morada”.

Deus como companheiro de viagem

    “Muitos migrantes fazem experiência de Deus companheiro de viagem, guia e âncora de salvação. Confiam-se a Ele antes de partir, e recorrem a Ele em situações de necessidade. N’Ele procuram consolação nos momentos de desânimo. Graças a Ele, há bons samaritanos ao longo da estrada. Na oração, confiam a Ele as suas esperanças. Quantas bíblias, evangelhos, livros de orações e terços acompanham os migrantes nas suas viagens através dos desertos, rios e mares e das fronteiras de cada continente”, escreve ainda Francisco.

O Pontífice recorda na mensagem que “Deus caminha não só com o seu povo, mas também no seu povo, enquanto Se identifica com os homens e as mulheres que caminham na história – particularmente com os últimos, os pobres, os marginalizados –, prolongando de certo modo o mistério da Encarnação”.

O encontro com o migrante é encontro com Cristo

Segundo o Papa, “o encontro com o migrante, bem como com cada irmão e irmã que passa necessidade, «é também encontro com Cristo. Foi o que Ele mesmo disse. É Ele –faminto, sedento, estrangeiro, nu, doente, preso – que bate à nossa porta, pedindo para ser acolhido e assistido». Então cada encontro ao longo do caminho constitui uma oportunidade para encontrar o Senhor, revelando-se uma ocasião rica de salvação, porque na irmã ou irmão necessitado da nossa ajuda está presente Jesus. Neste sentido, os pobres nos salvam, porque nos permitem encontrar o rosto do Senhor”.

    “Queridos irmãos e irmãs, neste Dia dedicado aos migrantes e refugiados, unamo-nos em oração por todos aqueles que tiveram de abandonar a sua terra à procura de condições de vida dignas. Sintamo-nos em caminho juntamente com eles, façamos «sínodo» juntos e os confiemos todos, bem como a próxima Assembleia Sinodal, «à intercessão da Bem-Aventurada Virgem Maria, sinal de segura esperança e de consolação no caminho do Povo fiel de Deus”.

A mensagem do Papa conclui-se com a seguinte oração:

    Deus, Pai omnipotente,

    somos a vossa Igreja peregrina

    a caminho do Reino dos Céus.

    Habitamos, cada qual, na própria pátria

    mas como se fôssemos estrangeiros.

    Cada região estrangeira é a nossa pátria

    e contudo cada pátria é, para nós, terra estrangeira.

    Vivemos na terra,

    mas temos a nossa cidadania no Céu.

    Não nos deixeis tornar patrões

    da porção do mundo

    que nos destes como habitação temporária.

    Ajudai-nos a não cessar jamais de caminhar,

    juntamente com os nossos irmãos e irmãs migrantes,

    rumo à habitação eterna que Vós nos preparastes.

    Abri os nossos olhos e o nosso coração

    para que cada encontro com quem está necessitado,

    se torne um encontro com Jesus, vosso Filho e nosso Senhor.

    Amém

Fonte: CNBB

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Secretário-geral da CNBB recebe representantes da Associação de Apoio e Assistência aos Condenados

Os representantes da Associação de Apoio e Assistência aos Condenados (Apac) e Fraternidade Brasileira de Assistência aos Condenados (Fbac), Valdeci Antônio Ferreira e Tatiana Faria, foram recebidos pelo secretário-geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e bispo auxiliar em Brasília, dom Ricardo Hoepers, nesta terça-feira, 5 de junho, na sede da Conferência.

De acordo com Tatiana Feria, a CNBB é uma parceira histórica do projeto da Associação de Apoio e Assistência aos Condenados desde o nascedouro. “Todas as vezes que elegemos novos gestores a gente os apresenta à CNBB, apresenta a atual conjuntura do projeto para fortalecer esta parceria e continuar contando com a Conferência para a expansão das APACs em todo o país, incluindo o Distrito Federal”, disse.

A APAC se apresenta com uma proposta de alternativa mais eficiente em relação ao sistema prisional brasileiro. Segundo Tatiana o momento é opoturno por conta do julgamento da Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) nº 347 no Supremo Tribunal Federal. Na ação de controle de constitucionalidade foi reconhecido o “estado de coisas inconstitucional” da situação do sistema carcerário brasileiro. Todas as autoridades do país estão discutido alternativas para vencer este estado de coisas.

História e atuação

A APAC nasceu em 1972 em São José dos Campos (SP) sob a liderança de doutor Mário Otobone. De lá para cá se passaram mais de cinco décadas de um trabalho ativo feito pelas comunidades que permitem hoje o funcionamento de 70 APACs em nove estados da federação.

As APACs trabalham na recuperação dos presos, na proteção da sociedade, no socorro às vítimas e na promoção da justiça restaurativa. Para que estes objetivos sejam alcançados, é usada uma metodologia com 12 passos fundamentais que quando aplicados de modo harmônico produzem bons resultados. Um exemplo é a reincidência. Nos presídios do Brasil, o índice está em torno de 80% e nos presídios geridos pelas APACs está torno de 15%.

Diretor do Centro Internacional de Estudos do Método APAC, Valdeci Antônio Ferreira, informou que as APACs são administradas sem o concurso da polícia civil, militar ou agentes penais. “Trabalhamos dentro de um modelo de mútua recuperação no qual os próprios recuperandos ficam com as chaves dos presídios. Hoje entregamos o livro ‘APAC – a revolução de nosso sistema penitenciário’ ao secretário-geral da CNBB”, disse. Fonte: CNBB

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Papa: arruinar a paz é uma culpa perante a história, um pecado perante Deus

Há 80 anos, as tropas aliadas desembarcavam na Normandia, acelerando o fim da Alemanha nazista e da Segunda Guerra Mundial. O Papa enviou uma mensagem ao bispo de Bayeux para a comemoração. "A lembrança dos erros do passado sustentou a firme vontade de fazer tudo o possível para evitar que estourasse um novo conflito mundial aberto”, sublinhou Francisco, enquanto hoje os homens “têm a memória curta".

Vatican News 

Nesta quinta-feira, 06/06, recorda-se o Dia D, quando cerca de 156.000 homens, principalmente americanos, britânicos e canadenses, participaram da operação "Netuno", desembarcando nas praias da Normandia, abrindo um novo front a oeste contra as tropas alemãs e permitindo a libertação da França e da Europa.

Para o Papa Francisco, são os milhares de tumbas de soldados alinhadas nos imensos cemitérios da Normandia que recordam o mais tangível daquele “colossal e impressionante esforço coletivo e militar realizado para obter o retorno à liberdade” que foi o desembarque aliado. Passados 80 anos, o Pontífice enviou uma mensagem a dom Jacques Habert, bispo de Bayeux, reunido com autoridades civis, religiosas e militares para comemorar o histórico evento que, em 6 de junho de 1944, contribuiu decisivamente para o fim da Segunda Guerra Mundial e para o restabelecimento da paz.

"Nunca mais a guerra!"

Além dos soldados “em sua maioria muito jovens e muitos vindos de longe que heroicamente deram suas vidas”, Francisco lembrou as inúmeras vítimas civis inocentes e todos aqueles que sofreram os terríveis bombardeios que atingiram tantas cidades como Caen, Le Havre e Rouen. O desembarque na Normandia, acrescentou o Papa, evoca “o desastre representado por aquele terrível conflito mundial em que tantos homens, mulheres e crianças sofreram, tantas famílias foram dilaceradas, tantas ruínas foram provocadas” e “seria inútil e hipócrita lembrá-lo sem condená-lo e rejeitá-lo definitivamente”, em nome daquele “Nunca mais a guerra!” pronunciado por São Paulo VI na ONU em 1965.

Os povos querem a paz

“Se, por várias décadas, a lembrança dos erros do passado sustentou a firme vontade de fazer tudo o possível para evitar que estourasse um novo conflito mundial aberto”, sublinhou Francisco com tristeza, “hoje não é mais assim”. Os homens, de fato, “têm a memória curta” e “é preocupante que a hipótese de um conflito generalizado seja, às vezes, novamente levada a sério” e “que os povos estejam gradualmente se acostumando a essa eventualidade inaceitável”. “Os povos querem a paz! Querem condições de estabilidade, de segurança e de prosperidade, nas quais cada um possa cumprir serenamente seu dever e seu destino e arruinar esta nobre ordem das coisas por ambições ideológicas, nacionalistas, econômicas é uma grave culpa diante dos homens e diante da história, um pecado diante de Deus", afirmou o Santo Padre.

Rezar pelas vítimas das guerras

A oração de Francisco foi, então, “pelos homens que querem as guerras, por aqueles que as desencadeiam, as alimentam de maneira insensata”, as prolongam inutilmente e tiram proveito cínico delas”, para que “Deus ilumine seus corações”, e “coloque diante de seus olhos o cortejo de desgraças que provocam”.

“Querer a paz não é covardia”, mas exige a coragem de saber renunciar a algo, enfatizou o Papa, ao afirmar rezar continuamente pelos operadores da paz com a esperança de que, “opondo-se às lógicas implacáveis e obstinadas do confronto, saibam abrir caminhos pacíficos de encontro e diálogo”. Por fim, a oração de Francisco dirige-se a todas as vítimas das guerras passadas e presentes: "os pobres, os fracos, os idosos, as mulheres e as crianças são sempre as primeiras vítimas dessas tragédias".

Fonte: Vatican News

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O Papa: o Espírito é um vento que não pode ser “engarrafado”, Ele cria e torna livres

A “liberdade não é fazer o que se quer” e se expressa “no que parece ser o seu oposto, o serviço”, foi o que disse Francisco em sua catequese na Audiência Geral, na Praça São Pedro, dedicada ao nome “Ruach”, pelo qual o Espírito de Deus é originalmente chamado na Bíblia. O Espírito não pode ser “institucionalizado”. Na verdade, Ele distribui seus dons como quer.

Mariangela Jaguraba – Vatican News

"O vento sopra onde quer. Onde há o Espírito de Deus, há liberdade" foi o tema da catequese do Papa Francisco na Audiência Geral, desta quarta-feira (05/06), realizada na Praça São Pedro.

Francisco refletiu sobre o nome pelo qual o Espírito Santo é chamado na Bíblia. "A terceira pessoa da Trindade tem um nome: chama-se Espírito Santo. Contudo, “Espírito” é a versão latinizada. O nome do Espírito, aquele pelo qual o conheceram os primeiros destinatários da revelação, com o qual o invocaram os profetas, os salmistas, Maria, Jesus e os Apóstolos, é Ruach, que significa sopro, vento, respiro", disse o Papa.

A imagem do vento expressa o poder do Espírito Santo

"Na Bíblia o nome é tão importante que quase se identifica com a própria pessoa. Santificar o nome de Deus é santificar e honrar o próprio Deus. Não é nunca um nome meramente convencional: sempre diz algo sobre a pessoa, a sua origem ou a sua missão. O mesmo se aplica ao nome Ruach. Ele contém a primeira revelação fundamental sobre a pessoa e a função do Espírito Santo", sublinhou Francisco.

“Foi justamente observando o vento e suas manifestações que os escritores bíblicos foram guiados por Deus para descobrir um “vento” de natureza diferente. Não é por acaso que no Pentecostes o Espírito Santo desceu sobre os Apóstolos acompanhado pelo “ruído de uma forte rajada de vento”. Era como se o Espírito Santo quisesse assinar o que estava acontecendo.”

"A imagem do vento serve antes de tudo para expressar o poder do Espírito Santo. “Espírito e poder”, ou “poder do Espírito” é um binômio recorrente em toda a Bíblia. Com efeito, o vento é uma força avassaladora e indomável. É capaz até de mover os oceanos", disse o Papa.

O Espírito cria e anima as instituições

"Para descobrir o sentido pleno das realidades da Bíblia, não devemos parar no Antigo Testamento, mas chegar a Jesus. Ao lado do poder, Jesus destacará outra característica do vento, a da sua liberdade."

“O vento é a única coisa que absolutamente não pode ser contida, não pode ser “engarrafado” ou encaixotado. Tentamos “engarrafar” ou encaixotar o vento, mas não é possível: é livre. Pretender encerrar o Espírito Santo em conceitos, definições, teses ou tratados, como o racionalismo moderno às vezes tentou fazer, significa perdê-lo, anulá-lo ou reduzi-lo ao espírito puramente humano, um espírito simples.”

Segundo o Papa, "existe uma tentação semelhante também no campo eclesiástico, que é a de querer encerrar o Espírito Santo em cânones, instituições ou definições. O Espírito cria e anima as instituições, mas Ele mesmo não pode ser “institucionalizado”. O vento sopra “onde quer”, por isso o Espírito distribui os seus dons “conforme lhe apraz”".

Liberdade é fazer o que Deus quer

São Paulo fará de tudo isso a lei fundamental da ação cristã: “[...] onde está o Espírito do Senhor, há liberdade” (2Cor 3,17), diz ele. "Uma pessoa livre, um cristão livre, é aquele que tem o Espírito do Senhor", ressaltou o Papa.

Esta é uma liberdade muito especial, muito diferente do que comumente se entende. Não é liberdade para fazer o que quiser, mas liberdade para fazer livremente o que Deus quer! Não liberdade para fazer o bem ou o mal, mas liberdade para fazer o bem e fazê-lo livremente, isto é, por atração, não por coerção. Em outras palavras, liberdade como filhos, não como escravos. 

Liberdade que se expressa no serviço

"Esta é uma liberdade que se expressa no que parece ser o seu oposto, se expressa no serviço, e no serviço existe a verdadeira liberdade", disse ainda Francisco, ressaltando que nós "sabemos bem quando esta liberdade se torna um “pretexto para a carne”". Paulo faz uma lista sempre atual: “promiscuidade, impureza, devassidão, idolatria, bruxaria, inimizades, discórdia, ciúme, fúrias, ambições egoístas, facções, divisões, invejas, bebedeiras, orgias e coisas semelhantes a estas”. "O mesmo acontece com a liberdade que permite aos ricos explorar os pobres, é uma liberdade ruim aquela que permite aos fortes explorar os fracos e a todos explorar o ambiente impunemente. Esta é uma liberdade ruim, não é a liberdade do Espírito", sublinhou.

"Peçamos a Jesus que nos torne, através do seu Espírito Santo, homens e mulheres verdadeiramente livres. Livres para servir, no amor e na alegria", concluiu o Papa.

Fonte: Vatican News

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O Papa: um documento sobre o Sagrado Coração de Jesus, para um mundo que parece sem coração

No final da Audiência Geral, o Papa anunciou que em setembro próximo publicará um texto magisterial sobre “esse culto carregado de beleza espiritual”, para que ilumine o caminho de renovação da Igreja e da humanidade.

Alessandro Di Bussolo – Vatican News

Um novo documento sobre o culto ao Sagrado Coração de Jesus, para meditar sobre os aspectos “do amor do Senhor que podem iluminar o caminho da renovação eclesial; mas também dizer algo significativo a um mundo que parece ter perdido o coração”.

Foi o que o Papa Francisco anunciou no final da Audiência Geral, desta quarta-feira (05/06), em suas saudações aos fiéis italianos, e manifestou sua intenção de torná-lo público em setembro, enquanto estão em andamento as celebrações para o 350º aniversário da primeira manifestação do Sagrado Coração de Jesus a Santa Margarida Maria Alacoque, em 1673. As celebrações foram abertas em 27 de dezembro de 2023 e serão encerradas em 27 de junho de 2025.

Estou feliz por preparar um documento que reúne as preciosas reflexões de textos magisteriais anteriores e uma longa história que remonta às Sagradas Escrituras, para propor novamente hoje, a toda a Igreja, este culto carregado de beleza espiritual.

Saudações em árabe e alemão

Dirigindo-se aos fiéis de língua árabe, o Pontífice saudou as pessoas que vieram do Iraque da Catedral Caldeia de São José, em Ankawa, e recordou que “assim como o vento move as folhas, também o Espírito Santo move as nossas almas, guiando-nos em direção à luz". Saudando os fiéis de língua alemã, o Pontífice recordou que hoje a Igreja celebra a festa de São Bonifácio, apóstolo da Alemanha. “Gratos pela longa e fecunda história de fé em suas terras – é a sua oração – invocamos o Espírito Santo para que mantenha sempre viva em vocês a fé, a esperança e a caridade”.

As origens da devoção ao Sagrado Coração de Jesus

A iconografia retrata o Sagrado Coração de Jesus com Cristo coroado de espinhos, na cruz e ferido pela lança, como uma eterna lembrança do maior gesto que Ele fez por nós: sacrificar sua própria vida pela salvação da humanidade. Por fim, cercado por chamas que simbolizam o ardor misericordioso que Cristo sente pelos pecadores. Os primeiros vestígios de devoção ao Sagrado Coração de Jesus podem ser encontrados já na Idade Média, no pensamento de místicos alemães como Matilde de Magdeburg, Matilde de Hackeborn e Gertrude de Helfta e o beato dominicano Henrique Suso. Entretanto, esse culto só alcançou grande florescimento no século XV por meio do trabalho de Santa Margarida Alacoque e São João Eudes, o primeiro a quem o bispo de Rennes concedeu permissão para celebrar uma festa em honra ao Coração de Jesus em sua comunidade em 1672. Em 1765, Clemente XIII concedeu à Polônia e à Arquiconfraria Romana do Sagrado Coração a possibilidade de celebrar a festa do Sagrado Coração de Jesus e foi nesse século que se desenvolveu um debate acalorado. A Congregação dos Ritos, de fato, afirma que o objeto desse culto é o coração de carne de Jesus, símbolo de seu amor, mas os jansenistas interpretam isso como um ato de idolatria. Foi somente em 1856, com Pio IX, que a solenidade foi estendida à Igreja universal e incluída no calendário litúrgico.       

Santa Margarida Alacoque: mensageira do Coração de Jesus

Margarida Alacoque é uma religiosa da Ordem da Visitação de Santa Maria que viveu no convento francês de Paray-le-Monial, no Loire, desde 1671. Ela já tinha fama de ser uma grande mística quando, em 27 de dezembro de 1673, recebeu a primeira visita de Jesus, que a convidou para ocupar o lugar de João, o apóstolo que fisicamente descansou a cabeça no peito de Jesus, na Última Ceia. “O meu coração divino está tão apaixonado pelo amor à humanidade que, como não pode mais conter dentro de si as chamas de sua ardente caridade, precisa espalhá-las. Eu a escolhi para esse grande plano", diz ele a ela. No ano seguinte, Margarida tem mais duas visões: na primeira, há o coração de Jesus em um trono de chamas, mais brilhante do que o sol e mais transparente do que o cristal, cercado por uma coroa de espinhos; na outra, ela vê Cristo resplandecente de glória, com o peito de onde saem chamas por todos os lados, de tal forma que parece uma fornalha. Nesse momento, Jesus pede que ela comungue toda primeira sexta-feira por nove meses consecutivos e que se prostre no chão por uma hora na noite entre quinta e sexta-feira. Assim nasceram as práticas das nove sextas-feiras e a Hora Santa de Adoração. Depois, em uma quarta visão, Cristo pede a instituição de uma festa para honrar o seu Coração e reparar, por meio da oração, as ofensas que recebeu. Fonte: Vatican News

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Papa: paz para Oriente Médio, Ucrânia, Mianmar. Mundo não sofra tanto com as guerras

Na audiência geral desta quarta-feira (05/06), Francisco confia à intercessão de Nossa Senhora o dom da paz e pede ao Senhor que o mundo não sofra tanto com as guerras. que provocam em seus respectivos povos tanta dor e sofrimento, provocando imanes tragédias. Mais uma vez, o Papa pede pela Ucrânia, Palestina, Israel e Mianmar

Raimundo de Lima – Vatican News

Ao término da audiência geral desta quarta-feira (05/06), realizada na Praça São Pedro, o Santo Padre fez um enésimo apelo em favor da paz no mundo, lançando um olhar para as várias situações de conflitos que provocam em seus respectivos povos tanta dor e sofrimento, provocando imanes tragédias. Francisco lembrou particularmente a Ucrânia, Palestina, Israel e Mianmar e exortou-nos a rezar pela paz, pedindo a intercessão de Nossa Senhora por esta paz da qual o mundo tanto precisa:

“Pedimos ao Senhor, por intercessão de Sua Mãe, pela paz. Paz na atormentada Ucrânia, paz na Palestina, em Israel, paz em Mianmar... Oremos para que o Senhor nos dê o dom da paz e para que o mundo não sofra tanto com as guerras. Que o Senhor abençoe a todos nós!”

Ainda não há acordo para uma trégua em Gaza

Na frente médio-oriental, ainda não há progresso em um acordo de trégua em Gaza entre Israel e o Hamas. O limite de tempo continua a ser o maior obstáculo que divide os dois lados. Pressionado pela direita religiosa, que ameaça deixar o governo no caso de um acordo, o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu, depois de reiterar ao Knesset que a trégua será funcional para a libertação de reféns e que a duração do cessar-fogo será de apenas seis semanas, também acrescentou que entre os principais objetivos da guerra está “a eliminação do Hamas”.

Também da facção islâmica, após as declarações de segunda-feira do ministro egípcio das Relações Exteriores, nas quais ele falou sobre a aceitação do acordo proposto, veio um esclarecimento que freou as esperanças. Fontes do Hamas, citadas pelo 'Haaretz', informaram que as declarações do ministro do Cairo “não são a resposta oficial” da facção islâmica, explicando que a decisão final sobre as possíveis propostas cabe aos líderes em Gaza, Yahya Sinwar e Mohammed Deif, que devem aplicar os detalhes do acordo.

No momento, portanto, tudo ainda está parado. E a facção palestina - disseram as mesmas fontes - quer uma garantia oficial dos EUA de que Israel implementará todas as condições do acordo, ressaltando, em especial, a necessidade de que a trégua seja duradoura.

Fonte: Vatican News

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Papa Francisco busca soluções para a crise da dívida no sul global

Antes da Audiência Geral desta quarta-feira (05/06), o Papa Francisco se reuniu com os participantes do workshop promovido pela Pontifícia Academia das Ciências, focado em buscar soluções para a crise da dívida no Sul Global. O Pontífice destacou a importância de gestos de boa vontade, como o perdão de dívidas, e convocou todos a construir uma casa comum baseada na responsabilidade e na inclusão social. 

Thulio Fonseca - Vatican News

O primeiro compromisso do Papa Francisco na manhã desta quarta-feira, 05 de junho, foi uma audiência com os participantes do workshop promovido pela Pontifícia Academia das Ciências, com o tema: “Como lidar com a crise da dívida no Sul Global”, que se propõe a estabelecer um diálogo sobre a implementação de políticas que ajudem a solucionar o problema da dívida que compromete muitos países do hemisfério sul, e que afeta milhões de famílias e pessoas no mundo. Entre os convidados do evento está o Ministro da Fazenda do Brasil, Fernando Haddad.

Solidariedade e harmonia dos povos

Em seu discurso, o Pontífice sublinhou que "depois de uma globalização mal administrada, depois da pandemia e das guerras, nos encontramos diante de uma crise de dívidas que afeta principalmente os países do sul do mundo, gerando miséria e angústia, e privando milhões de pessoas da possibilidade de um futuro digno". Consequentemente, ressaltou Francisco, nenhum governo pode exigir moralmente de seu povo que sofra privações incompatíveis com a dignidade humana:

"Para tentar romper o círculo financiamento-dívida seria necessária a criação de um mecanismo multinacional, baseado na solidariedade e na harmonia dos povos, que leve em conta o sentido global do problema e suas implicações econômicas, financeiras e sociais. A ausência deste mecanismo favorece o “salve-se quem puder”, onde perdem sempre os mais fracos."

Economia audaz e criativa

O Papa reiterou, em sintonia com o magistério dos seus antecessores, que os princípios de justiça e solidariedade são os meios que levarão a encontrar pistas de solução. Segundo o Santo Padre, "nesse caminho é indispensável agir de boa fé e com verdade, seguindo um código de conduta internacional com normas de valor ético que tutelam as negociações", e completou: "devemos pensar em uma nova arquitetura financeira internacional que seja audaz e criativa".

Gesto profético

Ao recordar o Jubileu do ano 2000, o Papa trouxe o exemplo deixado por São João Paulo II, quando, durante a Audiência Geral de 3 de novembro de 1999,  considerou que o tema da dívida externa "não é apenas de índole econômica, mas que afeta os princípios éticos fundamentais e é preciso que encontre espaço no direito internacional". O Pontífice polonês, recordou Francisco, reconhecia que "o jubileu pode constituir uma ocasião propícia para gestos de boa vontade, de perdoar as dívidas, ou pelo menos reduzi-las  em função do bem comum", e em seguida fez um apelo:

"Gostaria de fazer eco desse chamado profético, hoje mais urgente do que nunca, tendo em mente que a dívida ecológica e a dívida externa são duas faces de uma mesma moeda que hipotecam o futuro. Por isso, queridos amigos, o Ano Santo de 2025 ao qual nos encaminhamos nos chama a abrir a mente e o coração para sermos capazes de desatar os nós desses laços que estrangulam o presente, sem esquecer que somos apenas guardiões e administradores, e não proprietários."

Pecado humano e social 

Por fim, o convite do Santo Padre a "sonharmos e agirmos juntos na construção responsável da nossa casa comum; ninguém pode habitá-la com tranquilidade de consciência quando sabe que ao seu redor há uma multidão de irmãos e irmãs famintos e também mergulhados na exclusão social e na vulnerabilidade". Deixar passar isso é pecado, pecado humano, mesmo que a pessoa não tenha fé, é um pecado social. "O que vocês estão fazendo aqui é importante, rezo por vocês", concluiu Francisco. 

Fonte: Vatican News – na imagem, Na vastidão ressequida do Quênia, onde a seca persistente agrava a pobreza, as aldeias lutam pela sobrevivência em meio à terra rachada e aos poços quase secos.

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Francisco: ser jogador de futebol vai além do esporte, é ser modelo de vida

Ao receber os jogadores da Croácia, Papa pediu que não se esqueçam da torcida, especialmente dos jovens, que se espelham neles. O papel do jogador de futebol “vai além do âmbito esportivo e se torna modelo de vida bem-sucedida e de sucesso. Portanto, é importante para vocês cultivar as qualidades espirituais e humanas para poderem ser um bom exemplo”.

Vatican News

Entre os inúmeros compromissos esta quarta-feira, o Papa recebeu os dirigentes e jogadores da seleção da Croácia.

Em sua breve saudação, Francisco os parabenizou pela terceira colocação na última Copa. Este evento, afirmou, não obstante muitas críticas, confirmou que o futebol é um fenômeno global capaz de envolver um grande número de pessoas, suscitando emoções e sentimentos coletivos. “Disso sou testemunha, disse Francisco, que venho de um país onde tudo isso é vivido ao máximo.”   

O Papa ressaltou um aspecto para ele muito importante do esporte, a capacidade de formar equipe, já que é uma metáfora da vida social. “As ações individuais são importantes, a fantasia, a criatividade… Mas se prevalece o individualismo, então toda a dinâmica se arruína e não se alcança o objetivo.”

O Pontífice mencionou outros valores “em jogo”, como a honra, a amizade, a fraternidade, a lealdade e o autocontrole e pediu que os jogadores não se esqueçam da torcida, especialmente dos jovens, que se espelham neles. O papel do jogador de futebol “vai além do âmbito esportivo e se torna modelo de vida bem-sucedida e de sucesso. Portanto, é importante para vocês cultivar as qualidades espirituais e humanas para poderem ser um bom exemplo”.

Francisco concluiu a audiência agradecendo pela visita e fazendo votos de todo bem para a atividade esportiva e social. Fonte: Vatican News

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A ação da Igreja para salvar a Amazônia dos muitos “projetos de morte"

Na sede da FAO, em Roma, foi realizada a apresentação dos Atos do Sínodo para a Amazônia, realizado em 2019. A Declaração Final da Assembleia Especial dos Bispos indica as linhas de ação para a missão da Igreja na região, para promover a dignidade e os direitos dos seus povos e proteger seus territórios. Um chamado ao qual responde o compromisso das redes eclesiais Repam e Ceama, entidades recebidas pelo Papa na terça (04/06).

Adriana Masotti - Vatican News

Depois de oferecer ao Papa, que foi encontrado nesta segunda-feira (03/06) no Vaticano, os progressos realizados nos últimos anos desde o Sínodo sobre a Região Pan-Amazônica, há cinco anos, na tarde desta terça-feira (04/06) foram apresentados os Atos da Assembleia Especial dos Bispos dedicados à Amazônia na sede da FAO, a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura, em Roma. O documento é intitulado “Novos caminhos para a Igreja e por uma ecologia integral”.

A mesa dos relatores

A conferência foi aberta com as palavras do cardeal Mario Grech, secretário geral do Sínodo. Com ele falaram, entre outros, o cardeal Michael Czerny, prefeito do Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral; o cardeal Pedro Ricardo Barreto Jimeno, presidente da Conferência Eclesial da Amazônia (Ceama); Monsenhor Fernando Chica Arellano, observador permanente da Santa Sé junto à FAO; Yésica Patiachi e Irmã Laura Vicuña, vice-presidentes da REPAM e da Ceama, respectivamente. As saudações do anfitrião, o diretor geral da FAO, Qu Dongyu, introduziram as várias contribuições, confirmando “o compromisso das Nações Unidas com os povos indígenas para erradicar a fome, mas denunciando a persistência, apesar do progresso alcançado, da grande insegurança alimentar na região”.

Grech: no Sínodo, a voz dos povos indígenas

Para o cardeal Mario Grech, a iniciativa na FAO é “ainda mais significativa hoje que a Igreja Católica está celebrando um Sínodo sobre a sinodalidade” e, portanto, refletindo “sobre seu modo de ser Igreja, colocando novamente no centro do seu ser e agir a igual dignidade de seus fiéis, chamados a ser corresponsáveis na missão da Igreja”. Missão da qual, segundo ele, pode-se ver claramente “uma antecipação” na Assembleia Especial para a Região do Panamá, que iniciou um processo, ainda em andamento, de ouvir a realidade e os pedidos do seu povo.

O cardeal explica que, mais do que dar respostas, naquele Sínodo a Igreja pretendia oferecer um método, um modo de fazer as coisas “que parte do reconhecimento do ser humano como sujeito ativo, protagonista do seu próprio futuro”. Grech enfatiza que “esse é o aspecto realmente importante: não tomar o lugar das pessoas e das comunidades que vivem um determinado problema, porque são elas que têm o conhecimento real do que estão vivendo”.

Atuar em conjunto em uma “perspectiva integral"

“Ouvindo as pessoas, especialmente o santo povo de Deus”, continua Grech, “os bispos e o Papa procuraram entender o que o Espírito Santo está inspirando as Igrejas locais dessa região em seu compromisso inabalável de defender a centralidade da pessoa, o bem comum, a solidariedade e a administração responsável da criação em sua missão. Como seria importante implementar a verdadeira escuta também na política internacional, diz o secretário geral do Sínodo, que destaca mais dois elementos: um diz respeito à “perspectiva integral”, ou seja, à consciência da interconexão entre todas as “crises morais, sociais, econômicas e políticas que estamos vivendo”. Esse foi o caso dos projetos elaborados para a região do Panamá, onde o cuidado com o meio ambiente, a justiça para os pobres e a defesa da dignidade humana estão ligados e, em última análise, afetam a todos nós.

Portanto, “somente agindo em conjunto é possível encontrar uma solução justa e digna”. O cardeal Grech usa uma palavra repetida com frequência pelo Papa Francisco: “desborde”. Esse é o terceiro aspecto: significa a “superação de normas, regras e interesses de cada um em favor de uma superabundância de compromisso por parte de todos”.

A Amazônia, conclui ele, “realmente precisa de uma superabundância de compromisso”, dada “a superabundância de violência que ainda está experimentando hoje”. Um desafio que o cardeal espera que a comunidade internacional seja capaz de acolher. 

Czerny: reveja nossas escolhas

Por sua vez, o cardeal Michael Czerny enfatiza o compromisso da Santa Sé com o desenvolvimento humano integral de toda a comunidade amazônica. Ele recorda ter tido “a feliz oportunidade de testemunhar a criação da Rede Eclesial Pan-Amazônica (Repam)”, tão necessária para “um diálogo e uma colaboração eficazes” na região, porque integra “bispos, clero, religiosos, diversas ações pastorais junto às próprias populações”. O objetivo é ouvir as “populações do território para ajudá-las a usufruir dos seus direitos, defender seus territórios, cuidar da casa comum”.

Pensando pessoalmente no Sínodo sobre a Amazônia desejado pelo Papa Francisco, o cardeal Czerny diz que “o que permanece na vanguarda da minha mente são as vozes dos povos amazônicos” e como suas palavras foram recebidas e seu pedido à Igreja para continuar o caminho junto com eles. Czerny continua: “esse encontro e esse compromisso mútuo constituem um esforço grande, sincero e transparente para ler os sinais dos tempos, para discernir honestamente o que esses sinais significam e para abraçar a vontade de Deus para a Amazônia e para o mundo inteiro”, uma vontade muitas vezes oposta à atual. 

“As escolhas que as pessoas estão fazendo em todo o mundo sobre o que consumimos, o que investimos, como ganhamos, quais objetivos almejamos, muitas vezes estão em contradição destrutiva com a própria sobrevivência e florescimento da Amazônia e dos seus povos.”

Um chamado ao compromisso hoje

Um fruto muito significativo do processo sinodal, diz Czerny, é a criação da Conferência Eclesial Amazônica (Ceama), com a participação dos povos amazônicos, das comunidades e da Igreja, que está dando origem a muitas novas iniciativas “para buscar formas sustentáveis de agricultura e pecuária, para o uso de energia limpa e recursos sem destruir o meio ambiente e as culturas”. O prefeito do Dicastério para o Desenvolvimento Humano Integral observa que “a Amazônia é um lugar privilegiado onde a vida se expressa e onde o próprio Deus faz sentir sua presença” e constitui “um chamado ao compromisso e uma expressão eloquente de esperança para o futuro do mundo”.  O chamado para todos é para a conversão, hoje, porque, conclui ele, “mais tarde será tarde demais”.

Barreto Jimeno: o trabalho da Ceama

O cardeal Pedro Barreto Jimeno, relembra a preparação para o Sínodo para a Região Amazônica em outubro de 2019, que, segundo ele, contou com 70 assembleias territoriais, 25 fóruns temáticos, seminários com a participação de mais de 80 mil pessoas, boa parte delas indígenas amazônicos, e como a Ceama, da qual é presidente, foi criada em 2020 como resposta direta às recomendações do Sínodo e foi encarregada de implementar as propostas do Documento Final e delinear um plano pastoral.

“O processo sinodal da Igreja na Amazônia continua hoje com mais evidências de problemas sociais e ambientais”, diz ele, e explica como a Repam e a Ceama se complementam para um melhor serviço à Amazônia, que se expressa em: defender os direitos indígenas, promover a ecologia integral, fortalecer a pastoral amazônica e buscar soluções para o desmatamento e a degradação ambiental causada pela mineração e atividades comerciais. Os esforços também têm como objetivo fortalecer a Igreja local, incentivando uma maior participação e liderança dos leigos, especialmente das mulheres e dos jovens. Entretanto, “os desafios continuam significativos e exigem esforços constantes e coordenados”. 

Patiachi: unidos salvaremos a Amazônia e o planeta

Um apelo para a conversão de nossos estilos de vida é feito por Yésica Patiachi, uma indígena da região amazônica, peruana do grupo étnico Harakbut e vice-presidente da Repam. “Os povos indígenas estão em risco”, diz ela, “porque a terra está ficando doente. Seus territórios não estão sendo protegidos, pessoas que são consideradas 'guardiões da floresta' estão sendo mortas. No passado", continua ela, "costumávamos nos perguntar o que a Igreja faz, agora podemos dizer que a Repam e a Ceama são uma resposta para a Amazônia que está sangrando".

Agora a Igreja está lá, diz ela, o Papa veio pessoalmente para ver como nossa floresta e nossos territórios estão sendo saqueados de acordo com modelos que não podem ser chamados de modelos de desenvolvimento porque, enfatiza ela, colocam em risco a vida. E ela traz o exemplo da mineração de mercúrio que contamina os alimentos e o óleo de palma que as indústrias europeias querem tanto que valorizam mais o óleo de palma do que a vida das pessoas.

Em seguida, ela conta sobre o encontro de segunda-feira (03/06) com o Papa Francisco, a quem os nativos chamam respeitosamente de “vovô”. "Agradecemos a ele por seu acompanhamento", diz Patiachi, ”ele nos disse que não há como voltar atrás e isso nos dá esperança. O que vamos fazer, o que podemos fazer juntos? Ao unirmos todos os povos indígenas, conseguimos plantar uma árvore que salvará a humanidade. Tudo na floresta está conectado, nossas vidas dependem das florestas e nossas vidas garantem as florestas das quais depende a segurança alimentar. Trabalhando juntos e com uma atitude proativa", conclui ela, "seguiremos em frente".

Irmã Vicuña: muitos 'projetos de morte' aos quais se opor

Antes do debate com os presentes na conferência e de ouvir outros breves discursos de representantes da FAO e do FIDA, o Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola, as palavras da Irmã Laura Vicuña, vice-presidente da Ceama. “A Amazônia nunca esteve tão ameaçada como hoje”, disse Francisco no início do Sínodo há cinco anos, lembra a religiosa, “e agora estamos percorrendo um longo caminho de presença evangelizadora da Igreja na região, tentando responder à evangelização integral, onde a vida está no centro”.

Vicuña então lista os muitos “projetos de morte” na Amazônia: “usinas hidrelétricas, minas, monoculturas que destroem e poluem a terra, o ar e a água, destruindo a biodiversidade e os sistemas necessários para a vida de todo o planeta, bem como os próprios modos de vida dos povos amazônicos e nativos, muitos dos quais”, enfatiza, “são obrigados a se deslocar para as periferias das cidades, sem nenhuma segurança do ponto de vista do acesso aos alimentos e às políticas públicas, com total ausência do Estado e presença do crime organizado”.

Em meio a tudo isso está o compromisso da Igreja na Amazônia, para o qual as mulheres, segundo ela, dão uma contribuição “enorme”. Para a Irmã Laura, também é essencial uma conversão sinodal e ecológica, o crescimento de uma “cultura do diálogo, do encontro e da riqueza da unidade na diversidade, essa ‘harmonia pluriforme’, que requer inovação e criatividade de nossa parte”.

Chica Arellano: juntos de acordo com o espírito do Sínodo

A conclusão foi confiada ao monsenhor Fernando Chica Arellano. Em nome de todos, ele agradeceu à FAO, da qual é observador permanente, e ao FIDA, e a todos aqueles que, de várias formas, colaboraram e permitiram a realização do encontro. “Vimos a preocupação comum pelo ‘pulmão do mundo’, hoje comprometido”, diz ele, “e nossas consciências devem se sentir chamadas à ação para compartilhar, como diz o Papa, o afeto por esta terra, reconhecendo-a como um ‘mistério sagrado’. A Igreja não é indiferente ao seu destino e ao de seus povos”. É necessário caminhar de mãos dadas na missão de preservar o planeta e a dignidade da pessoa. “Nesta tarde, enfatizamos a necessidade de trabalhar ‘juntos’. A palavra 'juntos'", conclui monsenhor Chica Arellano, ”reflete um estilo de ação que deve ser consolidado. Esse é o espírito do Sínodo”.

Fonte: Vatican News

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Veneza, morre o capelão da prisão: ele havia recebido o Papa na Giudecca

Padre Antonio Biancotto faleceu aos 66 anos de idade. Há duas semanas ele estava internado no Hospital Civil devido ao agravamento da doença incurável que o acometera há algum tempo

Vatican News

Padre Antonio Biancotto, capelão da prisão que recebeu o Papa Francisco no instituto penitenciário feminino da Giudecca, o primeiro compromisso de sua visita a Veneza em 28 de abril, faleceu na noite desta segunda-feira, 3 de junho. O sacerdote tinha 66 anos e estava internado no Hospital Civil de Veneza há duas semanas devido ao agravamento de uma doença incurável que o acometera há algum tempo. Originário de Portegrandi, em Quarto d'Altino (Veneza), ele era padre há quase 43 anos, tendo sido ordenado pelo então patriarca Marco Cè em 1981, na Basílica da Saúde, em Veneza.

Pároco em Mestre e depois no centro histórico da cidade, ele estava em Rialto desde 2005. Seu compromisso como capelão da prisão masculina de Santa Maria Maior e, mais recentemente, da prisão feminina da Giudecca, remonta a 1997. Desde 2017, ele era o coordenador do Triveneto de capelães prisionais e se dedicou à recuperação de vítimas de tráfico e prostituição nas ruas de Marghera. As exéquias serão celebradas pelo patriarca Francesco Moraglia na segunda-feira (10/06), às 11h, na igreja de São Silvestre, em Veneza. Em seguida, o corpo do padre Biancotto será sepultado no cemitério de Portegrandi.

Em uma entrevista à Radio Vaticano - Vatican News antes da chegada do Papa Francisco, o padre Biancotto se alegrou com a decisão de instalar o pavilhão da Santa Sé para a Bienal de Veneza dentro da Giudecca: “Para as detentas, isso significou uma atenção a mais à condição delas - disse ele -, que é a daqueles que estão passando por essa experiência de prisão porque caíram no erro, mas também é a condição daqueles que são pobres, marginalizados por nascimento ou por causa do contexto em que vivem”.

“As detentas são gratas ao Papa por esta visita, que interpretam como uma gentileza para com elas por parte de um Pontífice que sempre se mostrou sensível ao mundo carcerário e com uma predileção pelos últimos”, acrescentara o capelão, comentando a chegada de Francisco a Veneza. “Elas estão muito atentas a esses gestos de humanidade e esse em particular, do Papa vindo visitá-las, faz com que se sintam parte dessa humanidade em seu próprio direito. A esperança é que então, talvez, as portas da prisão também possam ser abertas para algumas delas, temos em mente o Jubileu do próximo ano, como já aconteceu com o Jubileu dos Prisioneiros em 2016, quando foi obtido um indulto após o pedido do Papa por um ato de clemência para com os detentos”.

Fonte: Vatican News

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Irmã Nabila: Gaza, onde a fé é mais forte do que as bombas

Na terça-feira, no Centro PIME de Milão, o testemunho da religiosa que viveu a brutalidade da Faixa de Gaza por seis meses. Uma guerra “repentina”, de uma violência maior do que as do passado, que fez “cair o véu dos direitos humanos”. As vítimas cristãs, a destruição da escola das Irmãs do Rosário. O desafio de encontrar crianças que, em suas vidas, só vivenciaram conflitos e desenvolveram forte agressividade

Vatican News

A fé e a esperança “nunca falharam”, mesmo nos “dias terríveis” em que o exército israelense “bombardeava perto de nós”, nas proximidades da paróquia da Sagrada Família, com pessoas da comunidade “feridas por estilhaços” que não puderam ser tratadas “porque havia falta de hospitais e remédios”. É o que conta à AsiaNews a irmã Nabila Saleh, uma religiosa de origem egípcia das Irmãs do Rosário, que vivenciou em primeira pessoa o conflito entre o Estado judeu e o Hamas em Gaza, e só no início de abril conseguiu deixar a Faixa com um grupo de paroquianos. Momentos terríveis como o ataque à igreja greco-ortodoxa de São Porfírio: “Imediatamente corremos para ver como eles estavam - lembra ela -, porque todos nós nos conhecemos entre os cristãos. E novamente, quando eles (atiradores israelenses) mataram as duas mulheres diante de nossos olhos... eu mesma ajudei a nora a recuperar o corpo da mulher idosa, depois esperamos do meio-dia às quatro da tarde para podermos recuperar o segundo corpo também”.

Diferentemente de outras guerras anteriores na Faixa de Gaza, que ocorreram em um período de tempo mais curto e com menos intensidade, desta vez “foi repentina, nada a prenunciava, e nenhum lugar podia ser considerado seguro. Desta vez - conta a religiosa -, eles atacaram em todos os lugares”. A liderança israelense “sabia que nós, cristãos, éramos deslocados dentro das igrejas e foi um choque” perceber que não estávamos imunes aos ataques, às bombas: “Não acreditávamos que isso aconteceria, como quando eles entraram com tanques em Zeitoun (bairro onde fica a paróquia latina) e, atrás deles, havia franco-atiradores atacando deliberadamente”.

A irmã Nabila Saleh viveu 13 anos em Gaza e vivenciou na própria pele a violência do conflito israelense-palestino, embora a intensidade da guerra desencadeada pelo ataque do Hamas em 7 de outubro não tenha igual no passado. A religiosa passou mais de seis meses como refugiada na Igreja da Sagrada Família, juntamente com mais de 650 cristãos deslocados, sob as bombas e em condições humanitárias desesperadoras, cuidando dos mais frágeis. Na noite de terça-feira, ela falou sobre sua experiência no Centro PIME em Milão, juntamente com algumas coirmãs, incluindo irmã Bertilla Murj e irmã Martina Bader, jordanianas, que trabalharam por muito tempo no passado na Faixa. Na manhã desta quarta-feira - em um encontro privado - ela também recebeu do arcebispo de Milão, dom Mario Delpini, o prêmio “Fogo dentro” promovido pela Igreja Ambrosiana para “Mulheres e homens que mudam o mundo”.

A “fé” demonstrada por todos foi “a fonte de nossa esperança: durante os bombardeios, íamos à igreja e rezávamos o terço, com pessoas gritando, chorando e rezando”, sem saber se sobreviveriam. “Para mim - continua - foram meses muito difíceis”, nos quais aprendi que “nada no mundo vale a pena, somente o Senhor. Nem riquezas, bens dos quais nada resta. Para eles, tentei representar a fé que vem do Senhor, ter esperança, embora eu mesma tivesse medo e chorasse”. O valor da vida é ainda maior “quando você vê ao seu redor cadáveres e devastação por toda parte, pessoas enterradas, outras morrendo por falta de assistência”, mesmo para doenças que poderiam ser facilmente curadas em outro lugar.

Entre os que sofrem estão, em primeiro lugar, as crianças, conforme confirmado pela religiosa cuja ordem fundou uma escola em Gaza apreciada em toda a comunidade, frequentada principalmente por famílias muçulmanas nas quais os próprios líderes do Hamas matricularam seus filhos. “As crianças passaram por cinco guerras em poucos anos e carregam as consequências. Pense em uma criança de 10 anos - diz a irmã Nabila - que só conheceu a violência. Encontramos muita agressividade na escola, e é por isso que iniciamos programas educacionais para tentar lidar com esse problema. Durante esses meses de guerra, tentamos fazê-los brincar, apesar dos horrores”. A própria escola das Irmãs do Rosário sofreu sérios danos nos bombardeios, pelo menos três milhões de dólares serão necessários apenas para consertar as paredes, entre as 37.000 vítimas do conflito estão três professores e vários alunos da escola. “Na paróquia, tentamos organizar aulas, mas foi impossível devido à intensidade dos ataques. Que futuro - a irmã Nabila se pergunta - podemos imaginar para essas crianças?”

A religiosa deixou a Faixa de Gaza no início de abril, junto com um grupo de cristãos, viajando da Cidade de Gaza até a passagem de Rafah, não sem riscos e perigos para sua própria segurança. “Foram meses muito difíceis, no início apenas o rei da Jordânia havia enviado alguma ajuda do céu e nossos jovens estavam arriscando suas vidas para recuperá-la”. Entre os poucos momentos de alegria e consolo destacam-se a visita do patriarca Pierbattista Pizzaballa e o retorno do pároco, padre Gabriel Romanelli, em meados de maio, embora “o vice-pároco, padre Yousef Asad, tenha feito um ótimo trabalho”. “Certamente, a presença do cardeal - enfatizou a religiosa - foi muito importante, porque ver que o chefe da Igreja, mesmo nestes tempos difíceis, tem a coragem de visitá-los é uma fonte de graça e infunde coragem onde prevalece o desejo de fugir”.

Perguntada sobre as exigências feitas hoje pelo povo de Gaza, irmã Nabila afirma com convicção: “Paz!”. “É muito difícil viver sempre em guerra. Sentimos a falta das vozes que realmente trabalham pela paz”. O Papa Francisco “sempre pede por ela, mas os poderosos não o fizeram. Todos os habitantes de Gaza dizem que, com essa guerra, o véu dos direitos humanos caiu. Ambos os povos têm o direito de viver em paz” e a esperança é de que ”esta guerra feche o livro de todas as guerras. As pessoas - conclui a religiosa - hoje não estão pensando no Hamas ou no Fatah. Elas pensam em como estar vivas amanhã, em como alimentar seus filhos”.

(DS - AsiaNews)

Fonte: Vatican News

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URPAO debate intolerância e instrumentalização religiosa na África Subsaariana

Decorre em Bissau (Guiné-Bissau) a Xª Conferência da União Regional dos Padres da África Ocidental (URPAO), com o Tema 'O Papel Profético dos Padres Diante da Intolerância e da Instrumentalização Étnico-Religiosa na África Subsaariana'

Casimiro Jorge Cajucam – Rádio Sol Mansi, Bissau

O evento, que decorre de 3 a 9 de junho, foi inaugurado pelo Bispo da Diocese de Bissau, Dom José Lampra Cá, que incentivou os Padres a trabalharem na conversão dos corações para uma maior abertura e contribuição para a convivência pacífica entre os diferentes grupos étnicos e religiosos.

Dom José Lampra Cá reconheceu os esforços dos Padres na valorização da vida e dignidade humana, especialmente num momento delicado para a África Subsaariana. Ele destacou a importância da diversificação de iniciativas sacerdotais para enfrentar situações adversas.

“Como família URPAO, temos o compromisso de promover uma cultura de abertura e tolerância, incentivando a aceitação mútua e o respeito pelas diferenças. Reconhecemos a importância de cada indivíduo exercer sua liberdade e assumir suas responsabilidades pessoais. Nesse sentido, buscamos que cada um contribua generosamente para o bem-estar dos outros, criando assim condições para uma convivência pacífica entre diferentes grupos étnicos e religiosos.

Expressamos nossa profunda gratidão aos Padres desta organização, que demonstraram uma firme determinação e uma consciente defesa dos valores da vida e da dignidade humana. Em um momento particularmente desafiador na região da África Subsaariana, eles se têm destacado pelo seu compromisso inabalável, colocando os interesses humanos acima de quaisquer outras considerações”, disse Lampra Cá.

Representando o Presidente da República, o Ministro das Finanças, Ilídio Vieira Té, ressaltou a necessidade de paz no País e convidou o Bispo de Bissau a servir como ponte entre os políticos, promovendo o diálogo e a reconciliação.

“O que realmente precisamos é cultivar a paz, a harmonia e evitar radicalismos, enquanto nos solidarizamos com as dificuldades dos outros. Portanto, é essencial que o País respire tranquilidade e encontre na união comunitária, incluindo a contribuição da Igreja, o caminho para vivermos em harmonia. Nesse sentido, gostaria de convidar o Bispo Lampra Cá para ser a ponte que une todos os políticos e promove o entendimento mútuo", enfatizou.

O presidente da URPAO, o Padre senegalês Aloyse Sene, que também discursou na conferência, abordou a interdependência entre a liberdade de religião e a liberdade de expressão. Ele criticou a discriminação baseada em etnia e religião e destacou a importância do diálogo inter-religioso e intercultural para a promoção dos direitos humanos. Além disso, ele alertou sobre o uso da difamação religiosa e retórica xenófoba em debates sociopolíticos, que podem levar a erupções de violência.

Padre Augusto Mutna Tamba, presidente da comissão organizadora da conferência, também falou sobre a crescente onda de conflitos étnico-religiosos na África Ocidental. "Nem sempre conseguimos ser agentes eficazes da paz, reconciliação e unidade. Cada vez que denunciamos a injustiça, a fome, o elevado preço dos produtos essenciais, os sequestros e as agressões, somos acusados de fazer política ou militância partidária", lamentou.

Durante os quatro dias de conferência, serão abordadas questões cruciais relacionadas à intolerância e à instrumentalização étnico-religiosa na região. Entre os tópicos de discussão estão: O papel profético dos Padres na promoção da justiça, da verdade e da paz, tomando como referência os profetas da Bíblia; A situação da sociedade contemporânea diante da intolerância étnico-religiosa e as estratégias para prevenir o extremismo étnico-religioso; Os desafios enfrentados pelos Estados da África Subsaariana nesse contexto. A questão do extremismo violento e a importância do diálogo inter-religioso no mundo contemporâneo, com uma análise dos mestres fundadores das religiões.

O papel dos media na prevenção de conflitos, com destaque para o exemplo da Rádio Sol Mansi será ou tópico em debate, destacando como os media podem ser utilizados para promover a paz e evitar conflitos, usando como exemplo a Rádio Sol Mansi, entre outros.

Estão presentes na conferência representantes de vários países da região, com a exceção de Cabo Verde, Gana, Libéria e Nigéria.

Fonte: Vatican News

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Dia Mundial do Meio Ambiente: a Igreja e o zelo pela casa comum

A Igreja entende que a natureza é um dom sagrado, e seu cuidado é uma expressão de nossa responsabilidade espiritual. Neste Dia Mundial do Meio Ambiente, celebrado em 5 de junho, a inspiração a agir com urgência e compaixão em defesa da casa comum que vem, por exemplo, da encíclica Laudato si' do Papa Francisco.

Renan Dantas - Diocese de Juína - MT

O Dia Mundial do Meio Ambiente, celebrado em 5 de junho, é mais do que uma data no calendário, é um lembrete crucial de nossa responsabilidade para com a casa comum que compartilhamos: o planeta Terra. Enquanto a comunidade internacional se une em ações e reflexões, é notável como a Igreja Católica tem se destacado em seu compromisso com a preservação ambiental e a justiça social.

Louvor ao Criador

Desde os Salmos de Louvor até as palavras de Jesus no Evangelho, a reverência pela criação é evidente nas Escrituras. A Igreja entende que a natureza é um dom sagrado, e seu cuidado é uma expressão de nossa responsabilidade espiritual.

Na encíclica Laudato si', o Papa Francisco enfatiza a ligação intrínseca entre a questão ambiental e a questão social. A Igreja vê os pobres como os mais afetados pelas mudanças climáticas e outros danos ambientais, e insta à ação coletiva para proteger os mais vulneráveis. A encíclica também destaca a importância da educação e do diálogo interdisciplinar na busca por soluções para os desafios ambientais.

A ecologia integral e o compromisso da Igreja

A ideia de "ecologia integral" promovida pela Igreja destaca a interconexão entre todas as formas de vida e a importância de uma abordagem holística para a proteção do meio ambiente. Reconhece-se que a degradação ambiental prejudica não apenas a natureza, mas também a humanidade. A Igreja tem grupos, movimentos e meios de comunicação dedicados a promover a conscientização e a ação em defesa da Terra e das mudanças climáticas.

Ao longo dos anos, os Papas têm chamado a atenção para as questões ambientais, especialmente em regiões como a Amazônia, onde os desafios são particularmente prementes. Desde São João Paulo II até o Papa Francisco, líderes da Igreja têm defendido os direitos das populações indígenas e instado os governantes a protegerem os recursos naturais. Movimentos como a Campanha da Fraternidade, no Brasil, e grupos como a Rede Eclesial Pan-Amazônica (Repam), têm trabalhado para promover a conscientização e ações concretas em defesa do meio ambiente.

As ameaças que são desafios

Apesar dos esforços da Igreja e da comunidade global, os desafios ambientais persistem. O desmatamento, a poluição e as mudanças climáticas continuam a ameaçar o equilíbrio ecológico do nosso planeta. No entanto, com ações coletivas e uma maior conscientização, ainda podemos proteger e preservar a casa comum que compartilhamos.

Neste Dia Mundial do Meio Ambiente, que possamos renovar nosso compromisso com a preservação da natureza e com a justiça para todas as formas de vida. Como nos lembra a encíclica Laudato si', "a água potável e limpa constitui uma questão de primordial importância, porque é indispensável para a vida humana e para sustentar os ecossistemas terrestres e aquáticos. (…) Enquanto a qualidade da água disponível piora constantemente, em alguns lugares cresce a tendência para se privatizar este recurso escas¬so, tornando-se uma mercadoria sujeita às leis do mercado. Na realidade, o acesso à água potável e segura é um direito humano essencial, fundamental e universal, porque determina a sobrevivência das pessoas e, portanto, é condição para o exercício dos outros direitos humanos. Este mundo tem uma grave dívida social para com os pobres que não têm acesso à água potável, porque isto é negar-lhes o direito à vida radicado na sua dignidade inalienável". Que esse lembrete nos inspire a agir com urgência e compaixão em defesa do nosso precioso lar planetário.

Fonte: Vatican News

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O Impacto do Uso das Redes Sociais na Família

É fundamental compreender o papel das redes sociais no contexto familiar. Essas plataformas digitais possibilitam uma conexão instantânea entre familiares, mesmo que distantes geograficamente, facilitando a comunicação, a partilha de momentos e a manutenção de laços afetivos.

Padre Lício de Araújo Vale – Diocese São Miguel Paulista

No mundo contemporâneo, as redes sociais tornaram-se uma parte integral da vida de muitas pessoas, redefinindo a forma como nos comunicamos, interagimos e compartilhamos informações. Contudo, à medida que a tecnologia avança e se integra cada vez mais em nosso cotidiano, surge a necessidade de analisarmos de forma crítica o impacto dessa presença digital nas relações familiares.

Primeiramente, é fundamental compreender o papel das redes sociais no contexto familiar. Essas plataformas digitais possibilitam uma conexão instantânea entre familiares, mesmo que distantes geograficamente, facilitando a comunicação, a partilha de momentos e a manutenção de laços afetivos. Por meio de fotos, vídeos, mensagens e vídeo chamadas, as redes sociais permitem que os membros da família estejam presentes na vida uns dos outros, independentemente da distância física.

O uso das redes sociais na família pode trazer diversos benefícios. Uma das vantagens significativas é a possibilidade de manter contato com parentes distantes, superando barreiras geográficas e permitindo uma comunicação mais frequente e próxima. Isso é especialmente importante em um mundo globalizado, onde as famílias muitas vezes estão separadas por vastas distâncias.

Outro aspecto positivo do uso das redes sociais na família é a oportunidade de compartilhar momentos significativos e construir memórias coletivas. Além delas poderem ser espaços de evangelização, possibilidade de documentar e compartilhar fotos e vídeos de momentos especiais, como festas de família, viagens e conquistas pessoais, pode fortalecer os laços afetivos e criar um sentido de pertencimento e identidade familiar compartilhada.

Apesar dos benefícios evidentes, o uso excessivo ou inadequado das redes sociais na família pode ter efeitos negativos significativos. Um dos principais desafios é a possibilidade de que as redes sociais acabem por substituir a comunicação face a face e as interações pessoais, diminuindo a qualidade das relações familiares e aprofundando sentimentos de isolamento e desconexão emocional.

Além disso, as redes sociais podem contribuir para o surgimento de conflitos familiares, especialmente quando questões como privacidade, compartilhamento de informações pessoais e exposição de conflitos internos não são adequadamente geridas. A falta de limites claros no uso das redes sociais pode levar a situações de tensão, ciúmes e desconfiança entre os membros da família, minando a confiança e a intimidade entre eles.

Outra questão preocupante é o impacto do uso excessivo das redes sociais na saúde mental e emocional dos membros da família. Estudos têm apontado para uma correlação entre o uso intensivo das redes sociais e problemas como ansiedade, depressão, baixa autoestima e dependência tecnológica, afetando negativamente o bem-estar psicológico e emocional dos indivíduos e, por consequência, das relações familiares

Diante dos desafios apresentados, é essencial desenvolver estratégias eficazes para mitigar os efeitos negativos do uso das redes sociais na família. Uma abordagem equilibrada e consciente do uso das tecnologias digitais pode contribuir para promover relações saudáveis e construtivas no seio familiar. Algumas medidas que podem ser adotadas incluem:

1. Estabelecer limites claros no uso das redes sociais, tanto em termos de tempo de uso quanto de conteúdo compartilhado, de modo a preservar a privacidade e a intimidade familiar.

2. Priorizar a comunicação face a face e as interações presenciais, reservando momentos sem dispositivos eletrônicos para fortalecer os vínculos familiares e promover uma conexão mais autêntica.

3. Educar os membros da família sobre os riscos e benefícios das redes sociais, incentivando uma utilização consciente, segura e responsável dessas plataformas.

4. Promover atividades em conjunto que incentivem a convivência familiar e a partilha de experiências off-line, reduzindo a dependência excessiva das redes sociais como única forma de interação social.

Embora as redes sociais possam ser uma ferramenta poderosa para fortalecer os laços familiares e promover a conexão entre seus membros, é fundamental estarmos atentos aos possíveis efeitos negativos decorrentes de um uso inadequado ou excessivo dessas plataformas.

Ao refletirmos sobre a importância da comunicação, da transparência e do respeito mútuo no seio familiar, podemos desenvolver estratégias para termos relacionamentos familiares mais saudáveis e mais verdadeiramente cristãos. Fonte: Vatican News

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Rezar pela santificação dos sacerdotes

 D. Vitorino Soares, de Portugal, escreveu nota pastoral a assinalar Dia Mundial de Oração da Santificação dos Sacerdotes, celebrado a 7 de junho

A Comissão Episcopal Vocações e Ministérios (CEVM) de Portugal convidou à oração pela “santificação dos sacerdotes”, cujo Dia Mundial se assinala a 7 de junho, solenidade litúrgica do Coração de Jesus.

“Comunidades, famílias, paróquias, rezemos todos pela santificação dos sacerdotes, pois estamos a rezar pela santificação de todo o rebanho”, pode ler-se na mensagem assinada pelo presidente da CEVM, D. Vitorino Soares.

Na nota pastoral, a Comissão Episcopal Vocações e Ministérios assinala que a oração há de ajudar fiéis “a permanecer no Senhor” e a libertarem-se “da tentação de perseguir obstinadamente os êxitos pastorais, uma vez que na vida de Jesus estes iam diminuindo à medida que Ele caminhava para a cruz, este sim, sinal universal da esperança que não engana”.

Na mensagem para esta data, D. Vitorino Soares evoca o “grande Jubileu de 2025, o Jubileu da Esperança”.

“O Papa Francisco sugere-nos a centralidade da oração individual e comunitária ‘para recuperar o desejo de estar na presença do Senhor, de O escutar e de O adorar’”, assinala o bispo auxiliar do Porto.

“Trata-se de uma atitude, não centrada sobre nós próprios, mas aberta a Deus e aos outros, através da oração que não nos fecha, mas que nos dispõe a acolher a surpresa e a novidade da Esperança de Deus que Se fez humano há 2025 anos”, completa a CEVM.

D. Vitorino Soares ressalta que a oração pela santificação dos sacerdotes, aviva a “vocação de cristãos em chave missionária”.

“Fomos chamados não para nós próprios, não para os nossos amigos ou familiares, não para os nossos preferidos, mas para um serviço a todos. É esta visão que nos mantém próximos e pertença do povo a quem somos enviados. Não como superiores ou proprietários dos outros, mas como membros do mesmo rebanho, com quem caminhamos juntos e todos seguidores do Único Pastor, que é Jesus Cristo.”

“A santificação do sacerdote e do pastor passa muito por este sentido, de nos reconhecermos também como ovelhas pela graça batismal, que não nos afasta, mas que nos permite resistir às seguranças mundanas e à tentação do poder”, indica D. Vitorino Soares, que acrescenta que rezar leva à aproximação de Jesus, “modelo de pastor e da santificação”.

O presidente da Comissão Episcopal Vocações e Ministérios escreve que “é na cruz que se renova a santidade e é da cruz que brota a força para” todos seguirem “pelo caminho da santidade, que se alcança no dia a dia e não de uma vez para sempre”.

“Esta é uma luta que nunca está vencida nesta terra. A esperança cristã, a fecundidade da Igreja e a vitalidade do sacerdócio vêm da cruz. Estejamos todos perto da cruz de Jesus, o nosso Senhor, não para brilhar, mas para nos deixarmos incendiar pelo fogo do amor que sempre abre o caminho para a santidade”, conclui a nota pastoral. Fonte: Agência  Ecclesia

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Teólogos fazem reunião a portas fechadas em Roma sobre documento de orientação para o sínodo de outubro

Por Hannah Brockhaus 

Cerca de 20 teólogos estão em Roma para dez dias de trabalho preparatório que antecedem a elaboração do documento que orienta a próxima assembleia do Sínodo da Sinodalidade.

 Reunião a portas fechadas de 4 a 13 de junho de especialistas em teologia, eclesiologia e direito canônico está acontecendo na cúria geral dos jesuítas perto do Vaticano. A Secretaria do Sínodo espera divulgar um documento sobre a reunião de junho no início de julho.

Este texto inicial vai "preparar o caminho" para a elaboração do documento - chamado de "Instrumentum Laboris 2" - que vai guiar os trabalhos da segunda sessão do Sínodo da Sinodalidade, em outubro, disse o padre jesuíta Giacomo Costa em comunicado hoje (5) à imprensa.

Costa, que é secretário especial do Sínodo da Sinodalidade, disse que o grupo de teólogos está reunido para realizar "uma primeira análise" dos relatórios das comunidades locais e discernir sobre suas "questões e reflexões teológicas".

A assembleia sinodal de outubro é uma continuação do sínodo plurianual da sinodalidade, que começou em outubro de 2021 e incluiu etapas de discernimento e discussão em vários níveis da Igreja. A primeira sessão da assembleia sobre sinodalidade no Vaticano aconteceu em outubro do ano passado.

Teólogos e outros especialistas da Igreja estão lendo e discutindo novos relatórios das Igrejas locais na reunião ao refletir sobre o relatório de síntese de 41 páginas divulgado no final da reunião de outubro do ano passado. Os participantes também estão considerando a questão "como ser uma Igreja sinodal em missão".

Os especialistas internacionais também estão lendo e refletindo sobre material compartilhado por ordens religiosas femininas, faculdades universitárias, associações religiosas e outros, bem como relatórios de uma sessão de escuta com 300 párocos que aconteceu perto de Roma, na cidade de Sacrobano, de 28 de abril a 2 de maio.

"O material recebido muitas vezes acrescenta testemunhos reais sobre como as Igrejas particulares não apenas entendem a sinodalidade, mas também como já estão colocando esse estilo em prática", disse o secretário-geral do sínodo, cardeal Mario Grech, em comunicado à imprensa.

"Não estamos deixando nada ao acaso. Cada documento deve ser lido com atenção com o objetivo de que, ao final deste encontro, o grupo apresente um texto que reflita o trabalho, as perguntas e os insights recebidos das bases", disse Grech.

Segundo o escritório do sínodo, o encontro de teólogos começou com um retiro espiritual que dura a metade de um dia e também inclui missa diária e tempo para oração pessoal.

Fonte: ACIDigital

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Melinda Gates vai doar milhões de dólares para financiar o aborto em todo o mundo

O alto financiamento de Melinda Gates ao aborto em todo o mundo oferece o que líderes pró-vida dizem ser um “lembrete sombrio” do que defensores pró-vida enfrentam na sua luta pelos nascituros.

Gates, que escreveu com carinho sobre a sua educação católica, disse na semana passada que fará doações multimilionárias a grupos de apoio ao aborto. Uma das pessoas mais ricas do mundo, ela supostamente tem um patrimônio líquido de cerca de US$ 11 bilhões (R$ 5,29 bilhões).

A filantropa, casada com o bilionário Bill Gates de 1994 a 2021, financia inúmeras campanhas e causas através da Pivotal Ventures, organização fundada por ela em 2015. Segundo informações, ela vai investir dezenas de milhões de dólares na Pivotal para promover o aborto em todo o mundo.

Um porta-voz da fundação disse ao jornal National Catholic Register, do grupo EWTN, a que pertence ACI Digital, que a Pivotal “já financia organizações que trabalham em toda a continuidade da saúde reprodutiva, e esse novo compromisso vai incluir grupos que trabalham em direitos reprodutivos”.

No entanto, líderes pró-vida criticaram a nova promessa de Gates sobre o aborto, considerando-a um sinal do amplo alcance e influência do lobby pró-aborto.

“Melinda French Gates poderia fazer muito para ajudar as mulheres e os seus filhos nascituros em nível nacional – e até internacional –, mas ela decidiu, em vez disso, investir dinheiro na indústria do aborto que já ganha milhares de milhões de dólares tirando a vida de crianças não-nascidas inocentes”, disse a presidente do Comitê Nacional pelo Direito à Vida, Carol Tobias, ao Register.

“Tragicamente, este tipo de 'ajuda' destrói vidas e prejudica as mulheres”, disse Tobias.

A presidente da Students for Life of America e da Students for Life Action, Kristan Hawkins, disse ao Register que o moderno movimento pró-vida regularmente “revive a história de Davi e Golias, à medida que somos superados em todo o lado pelos gigantes financeiros”.

“Por exemplo, considere que os quase 700 milhões de dólares (3,7 bilhões de reais) que o nosso governo federal desperdiça na Planned Parenthood permite que se promovam a mais mulheres e promovam uma cultura de morte através do aborto intencional”, disse Hawkins.

Fonte: ACIDigital

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Catequese completa do papa Francisco sobre o Espírito Santo e a liberdade

O papa Francisco continuou na Audiência geral de hoje (5) com seu ciclo de catequeses sobre “O Espírito e a esposa” e refletiu sobre o Espírito de Deus e a liberdade.

Estimados irmãos e irmãs, bom dia!

Na catequese de hoje, gostaria de refletir convosco sobre o nome com que o Espírito Santo é chamado na Bíblia.

O primeiro aspeto que conhecemos de uma pessoa é o nome. É com ele que a chamamos, que a distinguimos e a recordamos. A terceira pessoa da Trindade também tem um nome: chama-se Espírito Santo. Mas “Espírito” é a versão latinizada. O nome do Espírito, aquele com que os primeiros destinatários da revelação o conheceram, com que os profetas, os salmistas, Maria, Jesus e os Apóstolos o invocaram, é Ruach, que significa sopro, vento, respiro.

Na Bíblia, o nome é tão importante que quase se identifica com a própria pessoa. Santificar o nome de Deus significa santificar e honrar o próprio Deus. Nunca é uma designação meramente convencional: diz sempre algo sobre a pessoa, a sua origem, a sua missão. Assim é também no caso do nome Ruach. Ele contém a primeira revelação fundamental sobre a pessoa e a função do Espírito Santo.

Foi precisamente observando o vento e as suas manifestações que os escritores bíblicos foram orientados por Deus a descobrir um “vento” de natureza diferente. Não foi por acaso que, no Pentecostes, o Espírito Santo desceu sobre os Apóstolos acompanhado pelo “ruído de um vento impetuoso” (cf. At 2, 2). Era como se o Espírito Santo quisesse assinar o que acontecia.

Então, o que nos diz o seu nome Ruach sobre o Espírito Santo? A imagem do vento serve sobretudo para manifestar o poder do Espírito Santo. “Espírito e poder”, ou “poder do Espírito” é um binómio frequente em toda a Bíblia. Com efeito, o vento é uma força impetuosa, uma força indomável, capaz de mover até os oceanos.

Mas também neste caso, para descobrir o sentido pleno das realidades da Bíblia, não podemos limitar-nos ao Antigo Testamento, mas devemos chegar a Jesus. Além do poder, Jesus colocará em evidência outra caraterística do vento, a da sua liberdade. A Nicodemos, que o visita à noite, Jesus diz solenemente: «O vento sopra onde quer, e ouves a sua voz, mas não sabes de onde vem, nem para onde vai; assim é todo aquele que nasceu do Espírito» (Jo 3, 8).

O vento é a única coisa que não pode absolutamente ser limitada, que não pode ser “engarrafada”, nem encaixotada. Procuremos “engarrafar” ou encaixotar o vento: não é possível, ele é livre! Procurar encerrar o Espírito Santo em conceitos, definições, teses ou tratados, como às vezes o racionalismo moderno procurou fazer, significa perdê-lo, anulá-lo ou reduzi-lo a um espírito puramente humano, a um simples espírito. Há, porém, uma tentação semelhante também no campo eclesiástico, que consiste em desejar encerrar o Espírito Santo em cânones, instituições, definições. O Espírito cria e anima as instituições, mas ele próprio não pode ser “institucionalizado”, “coisificado”. O vento sopra “onde quer”, assim o Espírito distribui os seus dons “como quer” (1 Cor 12, 11).

São Paulo fará de tudo isto a lei fundamental do agir cristão: «Onde está o Espírito do Senhor, aí está a liberdade» (2 Cor 3, 17), diz. Uma pessoa livre, um cristão livre, é aquele que tem o Espírito do Senhor. Trata-se de uma liberdade muito especial, deveras diferente da que é geralmente entendida. Não é a liberdade de fazer o que se quer, mas a liberdade de fazer livremente o que Deus quer! Não é a liberdade de praticar o bem ou o mal, mas a liberdade de praticar o bem e de o fazer livremente, isto é, por atração, não por obrigação. Em síntese, liberdade de filhos, não de escravos!

São Paulo está bem consciente do abuso ou da incompreensão que se pode ter desta liberdade; aos Gálatas, escreve: «Vós, irmãos, fostes chamados à liberdade. Mas que esta liberdade não se torne um pretexto para a carne; através do amor, colocai-vos ao serviço uns dos outros» (Gl 5, 13). Trata-se de uma liberdade que se manifesta naquilo que parece ser o seu contrário, exprime-se no serviço, pois é no serviço que há a verdadeira liberdade.

Sabemos bem quando esta liberdade se torna um “pretexto para a carne”. Paulo apresenta uma lista, sempre atual: «Fornicação, impureza, devassidão, idolatria, feitiçaria, inimizade, discórdia, ciúme, dissensões, divisões, fações, invejas, bebedeiras, orgias e coisas semelhantes» (Gl 5, 19-21). Mas assim é a liberdade que permite aos ricos explorarem os pobres, é uma liberdade negativa, que permite aos fortes explorarem os fracos e a todos explorarem impunemente o meio ambiente. Trata-se de uma liberdade negativa, não é a liberdade do Espírito!

Irmãos e irmãs, onde encontramos esta liberdade do Espírito, tão contrária à liberdade do egoísmo? A resposta está nas palavras que, um dia, Jesus dirigiu aos seus ouvintes: «Se o Filho vos libertar, sereis verdadeiramente livres» (Jo 8, 36). Esta é liberdade que Jesus nos concede. Peçamos a Jesus que, mediante o seu Espírito Santo, faça de nós homens e mulheres verdadeiramente livres. Livres para servir, no amor e na alegria. Obrigado!

Fonte: Vatican News

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Do dia 04/06/2024

Comitê Emergencial indica propostas de aplicação dos recursos da Campanha em favor das vítimas das chuvas no RS 

O povo gaúcho segue sofrendo as consequências das fortes chuvas que atingiram o Estado em maio. Algumas regiões já conseguiram se reorganizar frente à destruição, enquanto outras têm apenas agora a possibilidade de voltar para suas casas e enfrentar a realidade desoladora deixada pelas enchentes. Por outro lado, no Sul do Estado, os municípios que ficam à margem da Laguna dos Patos ainda sofrem com as águas invadindo ruas e residências.

Este contexto de sofrimentos diversos em todo o Rio Grande do Sul foi o principal motivador para que os bispos do Estado decidissem pela criação do Comitê Emergencial de Recursos e Ações. O grupo tem como principal objetivo indicar formas de aplicação dos recursos arrecadados pela Campanha lançada pela CNBB Sul 3 em favor das vítimas das chuvas.

A primeira reunião do comitê aconteceu na noite de segunda-feira (03), em modalidade online, e contou com a presença do Presidente do Regional Sul 3, dom Leomar Brustolin; do Presidente da CNBB, dom Jaime Spengler; do bispo auxiliar de Porto Alegre, dom Odair Gonsalves dos Santos; e do Pe. Rogério Ferraz de Andrade, Secretário Executivo do Regional Sul 3. Além deles, foram convidados para compor o grupo o Diretor da Cáritas da Arquidiocese de Porto Alegre, Luiz Carlos Campos; a Decana da Escola de Saúde da Unisinos, profª Denise Zaffari; o professor do Programa de Pós-Graduação em Psicologia na PUCRS, profº Christian Haag Kristensen; e o Chefe do Estado-Maior do Comando Militar do Sul, o Gen. Adilson Akira Torigoe.

Abatidos, mas não destruídos

Dom Leomar Brustolin iniciou o encontro com as palavras de São Paulo aos Coríntios: “Somos afligidos de todos os lados, mas não vencidos pela angústia; postos entre os maiores apuros, mas sem perder a esperança; perseguidos, mas não desamparados; derrubados, mas não aniquilados (4, 8-9)”. Segundo o Presidente do Regional, a 2ª Leitura do último domingo traduz o pensamento do povo gaúcho neste momento que ergue a cabeça, olha para frente e diz com firmeza: ‘vamos recomeçar’.

Durante a reunião, os participantes foram convidados a refletir sobre a realidade atual da população gaúcha e, neste contexto, indicar quais seriam as melhores formas de aplicar os recursos arrecadados pela Campanha.

O professor Christian Haag Kristensen dedica sua carreira de pesquisador aos estudos de transtornos de estresse pós-traumático e iniciou o debate pontuando justamente a necessidade do cuidado com a saúde mental das pessoas afetadas. “Já vemos e logo teremos ainda mais o aumento dos transtornos de depressão e ansiedade, além dos traumas que estas pessoas carregam. Especialmente a médio e longo prazo isto se tornará ainda mais preocupante”, alertou Christian.

Na ativa desde o início da tragédia que afetou o RS e comandando as forças militares – marinha, exército e aeronáutica – o General Akira ressaltou o que tem visto na região metropolitana: “O que estamos vendo nas ruas é que as pessoas estão voltando para casa e fazendo a limpeza do jeito que dá, ou seja, sem equipamento de proteção individual”. Este relato reforçou a decisão prévia dos bispos em reunião na última semana para a aquisição equipamentos de proteção individual como primeira aplicação dos recursos arrecadados. Apesar da dificuldade em adquirir estes materiais no momento, a CNBB Sul 3 seguirá buscando fornecedores que possam efetivar a entrega enquanto ainda há a necessidade destes produtos.

O General ainda explicou que a escassez de água e de roupas já foi superada e que estas não são demandas no Rio Grande do Sul neste momento, que agora também precisa de móveis, eletrodomésticos e insumos para readequar suas casas. “Não há como nivelar uma necessidade geral para todo o Estado”, pontuou. Por fim, valorizou a capilaridade da Igreja e sustentou que as “paróquias são bons e importantes instrumentos de medida de necessidade da população”.

Fidelidade aos que contribuíram: uma ação organizada

Ao ouvir a exposição de todos, dom Leomar sintetizou: “Concordamos que precisamos trabalhar sobre a saúde mental e também olhar para a emergência das famílias nos diversos momentos”.

Para o Arcebispo de Santa Maria e Presidente do Regional, é preciso ter cuidado para não fazer o que muitos outros já fazem e descuidar de aspectos que não são vistos por estes agentes:

“Existem muitas forças se organizando neste momento e não queremos um retrabalho. Não nos parece ser uma solidariedade organizada e pensada fazer um trabalho que outros já estão fazendo. Não queremos e não podemos comprar produtos e estocá-los, mas precisamos garantir a fidelidade da ação com aqueles que doaram”, afirmou dom Leomar.

Por fim, o grupo concordou que o investimento dos recursos deve ser realizado em 3 etapas: Imediato – Equipamentos de Proteção Individuais; Curto Prazo – Móveis e eletrodomésticos para as famílias atingidas; Médio Prazo – Buscar formas de incidir no cuidado com a saúde mental.

Para garantir que estas ajudas sejam oferecidas a quem realmente precisa, a CNBB Sul 3 contará com a capilaridade, a organização e incidências das paróquias situadas nas regiões mais atingidas.

Na noite da próxima quinta-feira está marcada mais um reunião do episcopado gaúcho, a fim de seguir monitorando a realidade do Estado e definir encaminhamentos concretos a partir das sugestões indicadas por este Comitê Emergencial de Recursos e Ações.

Fonte: CNBB Sul 3

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AJUDA RS, apoiado pela Campanha “É Tempo de Cuidar do RS”, orienta as formas de doações às dioceses gaúchas

Diante das adversidades climáticas que atingiram o Estado do Rio Grande do Sul em maio de 2024, a iniciativa AJUDA RS, liderada por inúmeros voluntários, compõe a rede de ações da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). Desenvolvido em parceria com a Pastoral da Comunicação do Rio Grande do Sul e com o apoio da CNBB, o projeto AJUDA RS reforça a solidariedade promovida pela Campanha “É Tempo de Cuidar”.

Uma Resposta à Urgência

O site ajudars.com.br foi criado com o objetivo de centralizar informações confiáveis e de fácil acesso para o recebimento de ajuda durante a calamidade climática. Inicialmente focado no cadastro de locais necessitados, permitindo que doadores e voluntários atuassem de forma eficaz e rápida, a plataforma logo expandiu sua missão. Hoje, ela é uma ponte que conecta aqueles que querem ajudar com aqueles que mais precisam.

Parcerias que Fazem a Diferença

Desde o seu início, o AJUDA RS conta com a valiosa colaboração de empresas de diversas áreas que se voluntariaram para apoiar a causa. Estas empresas, movidas por um espírito de solidariedade e responsabilidade social, estão fornecendo recursos, serviços e expertise para fortalecer a iniciativa.

Além das empresas, instituições sem fins lucrativos se uniram ao AJUDA RS, criando uma comunidade coesa e empenhada em oferecer assistência àqueles afetados pela tragédia. Essa rede de apoio, formada por entidades religiosas e civis, reflete a unidade e a cooperação essenciais em momentos de crise.

O envolvimento da CNBB tem sido crucial para o desenvolvimento e a ampliação do projeto. Através da Campanha “É Tempo de Cuidar”, a CNBB reforça o compromisso da Igreja com a caridade, a solidariedade e o acolhimento, pilares fundamentais em tempos de necessidade.

A PASCOM RS, por sua vez, desempenha um papel vital na comunicação e na disseminação de informações, garantindo que a mensagem de ajuda e solidariedade chegue ao maior número possível de pessoas. A colaboração estreita entre PASCOM RS e AJUDA RS tem sido determinante para a eficácia e o alcance das ações realizadas.

A Casa de Escuta Santa Maria Madalena, que oferece gratuitamente apoio emocional e aconselhamento em situações de luto ou perdas há mais de dez anos, disponibiliza uma versão de atendimento via WhatsApp, graças aos parceiros da área de tecnologia. Este serviço voluntário de escuta e suporte é essencial para aqueles que enfrentam desafios emocionais e psicológicos, proporcionando um espaço seguro para compartilhar e buscar orientação.

Novidades e Expansão

Uma nova versão do site AJUDA RS será lançada nos próximos dias de junho. Uma equipe dedicada trabalha intensamente para garantir que o projeto alcance todos que precisam e construa pontes em diversos setores. Entre as novidades da próxima versão está a criação de um painel de voluntários dispostos a colaborar ativamente, nas mais diversas necessidades de reconstrução do nosso estado.

A nova versão do site também contará com um marketplace para promover empresas gaúchas que foram afetadas direta ou indiretamente pela calamidade. Este marketplace visa não apenas apoiar a recuperação econômica, mas também fortalecer a comunidade local.

Junte-se ao AJUDA RS

Em um momento em que a solidariedade é mais necessária do que nunca, a AJUDA RS convida todos a se unir a esta causa. Empresas, voluntários e instituições podem fazer a diferença na vida daqueles que foram impactados pela calamidade. Para mais informações sobre como participar e contribuir, visite ajudars.com.br.

A Campanha “É Tempo de Cuidar” é um sinal de esperança, dando visibilidade às ações desenvolvidas em prol da reconstrução do Rio Grande do Sul. O AJUDA RS tem o objetivo de criar pontes e reconstruir histórias, reafirmando seu compromisso com todo povo gaúcho. Através desta campanha, a CNBB, em conjunto com a PASCOM RS e todos os parceiros da AJUDA RS, continuam firmes em seu propósito de ser um instrumentos de amor e de cuidado.

Fonte: CNBB

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Ações na Amazônia celebram Semana do Meio Ambiente e mobilizam dioceses para a Campanha Junho Verde

A Comissão Especial para a Amazônia da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) divulgou uma série de atividades que serão realizadas durante a Semana do Meio Ambiente, no contexto das iniciativas do Junho Verde. Durante todo o mês de junho, a sociedade brasileira é chamada a entender a importância da conservação dos ecossistemas naturais e de todos os seres vivos e do controle da poluição e da degradação dos recursos naturais.

Regional Norte 1

No dia 5 de junho, várias entidades, como a Rede Eclesial Pan-Amazônica (REPAM) e a Comissão da Ecologia Integral da arquidiocese de Manaus (AM), promovem uma Noite ecológica em alusão ao Dia do Meio Ambiente, com o tema “Povos originários e territorialidade amazônica” no Espaço Loyola, em Manaus.

No mesmo dia, as Pastorais Sociais da arquidiocese de Manaus celebram o Dia do Meio Ambiente durante sua assembleia, e fazem memória também dos 10 anos da REPAM.

Regional Norte 2

No Regional Norte 2, que compreende o Pará e o Amapá, a diocese de Marabá (PA) realizou a Romaria dos Mártires da Floresta, entre o dia 31 de maio e 2 de junho.

Em Óbidos, as Pastorais Social e da Ecologia da Paróquia Santo Antônio de Alenquer (PA) realizam, desde o dia 1º de junho, as atividades da Semana Mundial do Meio Ambiente. Uma das atividades foi o Círio Limpo 2024: menos plástico e mais consciência.

No Dia do Meio Ambiente, o Comitê Repam de Marabá realiza um encontro para apoiar as ações da Campanha Junho Verde. Na arquidiocese de Santarém (PA), ocorre o I Seminário sobre o Meio Ambiente e Ecologia Integral, com o tema “Nossa Casa Comum: por uma Ecologia Integral”.

Ainda neste mês, na diocese de Castanhal, ocorre de 20 a 23 de junho o Encontro das Águas. O evento é organizado pela diocese de Castanhal, a Repam-Brasil, a Comissão para a Amazônia, o Regional Norte 2 da CNBB e a Articulação Repam COP 30.

Regional Nordeste 5

No Maranhão, ocorre de 7 a 9 de junho, o Seminário Regional da XIV Romaria da Terra e das Águas, em São Luís (MA). O evento é organizado pelo Comitê de Articulação das Pastorais Sociais e pela REPAM Maranhão, com apoio da Comissão para a Amazônia.

Essa atividade culminará com a Romaria da Terra e das Águas, entre os dias 2 e 3 de agosto, na diocese de Viana (MA), com o tema “Territórios Livres das Cercas, dos Trilhos e do Agronegócio” e o lema “Vou plantá-los no seu chão de modo que nunca mais sejam arrancados de sua terra” (Am 9, 15).

Fonte: CNBB

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CCM está com inscrições abertas para cursos em missiologia: pós-graduação e seminário nacional

O Centro Cultural Missionário (CCM) continua com inscrições abertas para os cursos de Pós-Graduação em Missiologia e o segundo Seminário Nacional de Missiologia, evento que busca qualificar a contribuição dos estudos missiológicos para a caminhada da Igreja no Brasil e nas Américas.

Pós-Graduação em Missiologia

A pós-graduação lato sensu em Missiologia é oferecida em parceria com a Faculdade de Teologia da arquidiocese de Brasília (FATEO). O curso tem como público-alvo cristãos leigos(as), seminaristas, consagrados(as), ministros ordenados, especialmente membros dos Conselhos Missionários e das Pontifícias Obras Missionárias, Institutos seculares, associações, congregações, novas comunidades e agentes de pastoral das Igrejas particulares que tenham diploma de graduação, em qualquer área do conhecimento, reconhecido pelo MEC, ou, se estrangeiro, ser portador de diploma de curso superior emitido no exterior sem reconhecimento no Brasil, exclusivamente para fins de estudo.

A pós é dividida em 3 módulos presenciais. O primeiro sobre a dimensão antropológica-cultural, de 15 a 27 de julho. O segundo sobre dimensão bíblica-teológica de 20 de janeiro a 1º de fevereiro de 2025. E o terceiro sobre dimensão metodológica-pastoral, de 14 a 26 de julho de 2025.

Seminário Nacional de Missiologia

O Seminário é uma parceria com a Comissão Episcopal para a Ação Missionária e Cooperação Intereclesial da CNBB, a Conferência dos Religiosos do Brasil (CRB) e as Pontifícias Obras Missionárias (POM).

São convocados missiólogos/as do Brasil para participarem desse importante evento eclesial que acontecerá entre os dias 29 de julho e 02 de agosto de 2024, na sede do CCM, em Brasília (DF).

O evento terá como tema central “Ecclesia reformata semper reformanda: Qual Igreja para qual missão?” e busca ampliar e qualificar a contribuição dos estudos missiológicos para caminhada da Igreja no Brasil e nas Américas, no contexto dos 60 anos da conclusão do Concílio Vaticano II.

Além disso, o evento é uma continuidade do primeiro Seminário, realizado em 2019, que buscou acolher interpelações, resgates e perspectivas advindas do magistério e, mais especificamente, da eclesiologia do Papa Francisco.

Fonte: CNBB

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Arquidiocese de Porto Alegre e Cáritas criam kits solidários para vítimas das enchentes

O arcebispo de Porto Alegre e também presidente da CNBB, dom Jaime Spengler, tem atualizado a situação na capital gaúcha após a tragédia das enchentes que já completou um mês. Na madrugada desta segunda-feira, 3 de de junho, voltou a chover forte e “alguns lugares foram sendo tomados novamente pelas águas, não tanto pelo volume de chuva, mas pelo vento sul que represa a Lagoa dos Patos e consequentemente o Guaíba”:

    “Então, os bueiros começam a verter água para fora e vão invadindo ruas que já estavam secas. Uma situação bem delicada. Outra coisa que eu destacaria é o processo de limpeza que estava sendo feito ou que está sendo feito… é uma tragédia! Estive hoje visitando e passando por algumas regiões, e as montanhas de lixo, de móveis, de tudo que nós podemos imaginar, é uma coisa impressionante. Por outro lado, o cheiro forte, o odor de podre de água parada, de esgoto, é uma coisa impressionante, chega a fazer mal.”

A preocupação maior agora, comentou ainda dom Jaime, além da segurança dos abrigos e das ruas, e os pontos de acúmulo de lixo, é com o surgimento de doenças, entre elas, aquelas provenientes “da contaminação que vem do contato com a água das enchentes”:

    “Alguém me dizia que isso deve permanecer no tempo, porque depois a própria poeira que fica, conserva vírus, bactérias e etc. Tiveram ilhas aqui da região do Guaíba onde os bancos de areia chegaram a um metro e meio, quase 2 metros de altura.”

A solidariedade em doações e voluntariado

Segundo dados divulgados nesta terça-feira, 4 de junho, pela Rede Hidrometeorológica Nacional, o nível da água do Guaíba, na capital gaúcha, apresentou recuo de 10 centímetros na madrugada, ficando a 3m48cm, abaixo da cota de inundação na estação Usina do Gasômetro.

Já foram confirmadas 172 mortes em razão das enchentes no Rio Grande do Sul. O boletim atualizado da Defesa Civil desta segunda-feira, 3 de junho, ainda contabiliza 806 feridos, 42 desaparecidos, 37.154 pessoas em abrigos, 579.457 desalojados, com mais de 2 milhões de afetados em 475 dos 497 municípios gaúchos.

O arcebispo de Porto Alegre comentou que, em meio à tragédia climática, a solidariedade em termos de doações que chegam do Brasil e de fora do país tem se destacado “talvez como uma experiência ainda não vista na nossa história recente, tamanha a solidariedade de todos”. Além disso, dom Jaime enaltece a atuação massiva de voluntários:

“Depois o voluntariado também, embora agora, depois de um mês, os voluntários estão cansando. Então isso também está se tornando um desafio para nós, nas nossas comunidades, igrejas e espaços onde flagelados estão sendo acolhidos, onde muitos estavam sendo atendidos por voluntários.”

A distribuição de kits às famílias necessitadas

As doações que têm chegado à Arquidiocese de Porto Alegre, vindas de dioceses, paróquias e entidades, estão sendo encaminhadas para a Cáritas que dá o destino final. Eles trabalham com 90 funcionários que direcionam um trabalho também de promoção humana e social:

“Eles recolhem habitualmente doações da cidade, como eletrodomésticos que as pessoas se desfazem e móveis. Ali eles possuem oficinas que tentam recuperar o que pode ser recuperado e depois é revendido por um preço módico, a quem busca esses eletrodomésticos e esses móveis. E as pessoas que trabalham nessas oficinas são aprendizes, liderados por um técnico.”

A próxima iniciativa será a criação de kits que serão distribuídos conforme a necessidade das famílias e comunidades afetadas. Um dos kits, por exemplo, será composto por lava-jato, botas, luvas, rodos, água sanitária. Outro será pensado para a cozinha e formado por panelas, talheres e itens do gênero. Um terceiro kit poderá conter um pequeno guarda-roupa, colchão e talvez cama.

“E estamos tentando buscar fundos para subsidiar isso em favor da população. É um trabalho meticuloso, muito bem conduzido e que realmente merece todo nosso reconhecimento. É um trabalho sério e não faltam desafios. A situação vai perdurar no tempo, sem dúvida nenhuma, nós teremos ainda não só semanas, mas meses difíceis pela frente.”

Fonte: CNBB

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O Papa: muitos conflitos abertos, não ceder à lógica das armas

Francisco divulgou uma carta por ocasião dos 80 anos do voto de Pio XII e da cidade de Roma a Maria Salus Populi Romani durante a II Guerra Mundial. O Pontífice pede que o aniversário seja uma oportunidade para “meditar em torno do terrível flagelo da guerra”. Olhando para a Ucrânia, Oriente Médio, Sudão e Mianmar, exorta a ouvir os “gritos de terror e de sofrimento” que questionam a consciência de todos e a “trabalhar pela paz na Europa e no mundo”.

Mariangela Jaguraba- Vatican News

O Papa Francisco enviou uma carta ao vice-gerente da Diocese de Roma, dom Baldassarre Reina, por ocasião dos 80 anos do voto de Pio XII e da cidade de Roma ao ícone de Nossa Senhora conhecido como "Salus Populi Romani" durante a II Guerra Mundial.

O Pontífice une-se espiritualmente a toda a comunidade diocesana que celebra pela primeira vez a memória litúrgica da Salus Populi Romani, e recorda o voto que o povo de Roma e seu Pastor, Papa Pio XII, fez a Nossa Senhora em 4 de junho de 1944 para implorar a salvação da cidade, quando o confronto direto entre o exército alemão e os aliados anglo-americanos estava prestes a acontecer", escreve o Papa no texto.

"A devoção ao antigo ícone conservado na Basílica de Santa Maria Maior está viva há séculos no coração dos romanos, que recorriam a ele para fazer súplicas e invocações, especialmente durante pragas, desastres naturais e guerras", escreve ainda Francisco. "Os eventos marcantes da vida religiosa e civil de Roma eram registrados em frente a essa imagem. Portanto, não é de surpreender que o povo romano desejou confiar-se mais uma vez a Maria Salus Populi Romani enquanto a Urbe vivia o pesadelo da devastação nazista", ressalta ainda o Papa.

Não ceder à lógica das armas

De acordo com Francisco, "oitenta anos depois, a lembrança desse acontecimento tão cheio de significado quer ser uma ocasião para rezar por aqueles que perderam a vida na II Guerra Mundial e para fazer uma meditação renovada sobre o tremendo flagelo da guerra".

Muitos conflitos em diferentes partes do mundo ainda estão abertos hoje. Penso em particular na martirizada Ucrânia, na Palestina e Israel, no Sudão e Mianmar, onde as armas ainda fazem barulho e mais sangue humano continua sendo derramado.

“Esses são dramas que afetam inúmeras vítimas inocentes, cujos gritos de terror e sofrimento questionam a consciência de todos: não podemos e não devemos ceder à lógica das armas!”

O apelo de Paulo VI à ONU

O Pontífice recorda que "vinte anos após o fim da II Guerra Mundial, em 1965, o Papa São Paulo VI, falando na ONU, perguntou: 'Será que o mundo chegará a mudar a mentalidade particularista e bélica que até agora teceu grande parte de sua história?'" Segundo Francisco, "essa pergunta, que ainda aguarda uma resposta, estimula todos a trabalhar concretamente pela paz na Europa e em todo o mundo".

“A paz é um dom de Deus que também deve encontrar hoje corações dispostos a acolhê-lo e trabalhar para serem construtores da reconciliação e testemunhas da esperança.”

Ser construtor de paz

Francisco espera "que as iniciativas promovidas para comemorar o voto popular à Mãe de Deus, nos quatro lugares que foram protagonistas daquele acontecimento, possam reavivar nos romanos a intenção de serem construtores de uma verdadeira paz em todos os lugares, relançando a fraternidade como condição essencial para recompor conflitos e hostilidade". "Pode ser construtor de paz", ressalta o Papa, "quem a possui dentro de si e, com coragem e mansidão, se compromete em criar vínculos, em estabelecer relações entre as pessoas, em apaziguar as tensões na família, no trabalho, na escola, entre os amigos".

O Pontífice conclui a carta, pedindo a Nossa Senhora Medianeira para que "obtenha para toda a humanidade o dom da concórdia e da paz" e confia "todos os habitantes de Roma, especialmente os idosos, os doentes, as pessoas sozinhas e em dificuldade, à intercessão materna da Salus Populi Romani".

Fonte: Vatican News

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CEAMA e REPAM encontram o Papa: convite a novos caminhos para a Igreja na Amazônia

O cardeal peruano Pedro Barreto, presidente da Conferência Eclesial Amazônica, junto com os outros membros dos dois organismos, foram recebidos na manhã desta segunda-feira, 3 de junho, pelo Papa Francisco, com quem compartilharam os frutos do caminho sinodal amazônico: “estamos vivendo um kairos eclesial”.

Johan Pacheco e Alessandro Di Bussolo – Vatican News

“A Amazônia reconhece o Papa Francisco como o ‘avô’. É assim que eles o chamam, o avô, e para os povos nativos, o avô é a pessoa sábia, a pessoa que guia, a pessoa que não tem outro interesse a não ser poder servir e encorajar a vida", explica o cardeal peruano Pedro Ricardo Barreto Jimeno, presidente da Conferência Eclesial Amazônica (CEAMA), em entrevista à Rádio Vaticano - Vatican News, após seu encontro com o Pontífice na manhã desta segunda-feira, 3 de junho. A audiência contou com a presença de membros da CEAMA e da Rede Eclesial Pan-Amazônica (REPAM).

CEAMA o fruto maduro do Sínodo sobre a Amazônia

“Oferecemos ao Papa os progressos que fizemos nos últimos anos, após o Sínodo sobre a Região Pan-Amazônica que foi realizado há cinco anos, em 2019”, enfatizou Barreto, “e vimos como a Conferência Eclesial Amazônica seja um fruto maduro desse processo sinodal que se desenvolveu em toda a região”. Durante o encontro, os participantes puderam expressar ao Papa sua preocupação com o assassinato de defensores do meio ambiente e a exploração dos recursos naturais: “a mineração ilegal”, disseram eles, “torna a situação cada vez mais dramática, devido aos efeitos das mudanças climáticas”.

 “Nossa experiência sinodal é um modelo para a Igreja universal”

O presidente da CEAMA conta que o Papa Francisco lhes agradeceu “pelo trabalho que a Igreja está fazendo no contexto vital da Amazônia e nos disse para continuar trabalhando juntos, comprometendo-nos para que a experiência sinodal na Amazônia se torne uma experiência modelo do que pode ser a vida na Igreja universal”. Estamos vivendo um kairos eclesial, continuou o cardeal peruano, “um momento propício para a renovação da Igreja na Amazônia e, a partir da Amazônia, também estamos oferecendo à Igreja universal um novo caminho, como foi solicitado no Sínodo da Amazônia: novos caminhos para a Igreja”.

O Jubileu 2025 também está ligado à espiritualidade sinodal

Todos juntos, todos os batizados e batizadas “fazem parte do povo de Deus que está peregrinando na história com as consolações e carícias de Deus, mas também com as angústias e lágrimas de tantos irmãos e irmãs”, enfatiza o cardeal, olhando para o futuro do trabalho missionário e sinodal na Amazônia. E olhando para o Jubileu de 2025, o cardeal Barreto esclarece que “o Jubileu da Esperança também está intimamente ligado a essa espiritualidade sinodal. Já há um início de sinais de entusiasmo e esse entusiasmo está se transformando em esperança. Mas a esperança está sendo traduzida em ação, em ação comum”.

Apresentação dos Atos do Sínodo Pan-Amazônico na FAO

Nesta, terça-feira, 4 de junho, no Centro Sheikh Zayed da sede da FAO em Roma, serão apresentados os Atos da Assembleia Especial do Sínodo dos Bispos para a Região Pan-Amazônica, intitulados “Novos caminhos para a Igreja e para uma ecologia integral”. E na sexta-feira, 7 de junho, a Pontifícia Universidade Gregoriana sediará uma conferência sobre o caminho sinodal da Igreja na Amazônia, promovida pela REPAM e pelo CEAMA.

Fonte: Vatican News

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A obra da Irmã Rosa Roccuzzo e das Irmãs Ursulinas em favor dos últimos

A história das Irmãs Ursulinas da Sagrada Família começou através do trabalho da Irmã Rosa Roccuzzo, de dedicação total e humilde aos mais necessitados. Órfã, da sua dor nasceu um amor capaz de acolher todos. Hoje, as Irmãs continuam a sua missão, respondendo aos apelos da sociedade atual, segundo o carisma fundacional, inclusive com atuação no Brasil.

Ir. Marzia de Lima

Rosa Roccuzzo nasceu em Monterosso Almo em 1882, na então província e diocese de Siracusa, hoje Ragusa. Ficou órfã de mãe aos 14 anos, mas não se retraiu na sua dor, conta Giuseppa Inzinga, uma das suas companheiras. Perante a solidão em que se encontrava, pensou imediatamente em dedicar-se aos mais necessitados. Rosa foi para o meio do povo porque queria ver com os seus próprios olhos as necessidades das pessoas da sua aldeia. Começou imediatamente a trabalhar com a firme decisão de procurar dar a todos algum alívio no corpo e na alma.

Ir. Rosa, cuja fé inabalável tornou fecunda a sua solidão

Assim, a partir de 1896, Monterosso Almo viu-se com uma jovenzinha que ia aos casebres da aldeia para cuidar das crianças e dos idosos doentes e abandonados. De manhã cedo, ia ao rio para lavar a roupa deles e, enquanto trabalhava, convidava as outras mulheres que iam lavar a roupa da família para rezar. Quando visitava os pobres e os doentes, dava, consoante as necessidades, lençóis e roupa confecionados com o pano que a sua mãe tinha tecido e guardado para o enxoval da filha.

De uma pequena mulher, um grande amor pelos mais necessitados

Uma pequena mulher que, numa Sicília dilacerada pela fome, pela pobreza e pela peste, dedicou toda a sua vida a cuidar dos doentes, dos idosos abandonados e dos órfãos, vendo, naqueles olhares marcados pela dor e pelo sofrimento, o rosto de Cristo. Com muita coragem e grande fé, esta menina conseguiu entusiasmar e envolver outras jovens em heroicas obras de bem, dando assim início ao que é hoje a Congregação das Irmãs Ursulinas da Sagrada Família, onde viveu até o fim dos seus dias, com grande humildade e escondimento. Por onde passou, Rosa deixou a sua marca de serviço humilde e corajoso em favor dos últimos. Faleceu em 1956.

A missão da Irmã Rosa é viva ainda hoje

Na fidelidade ao seu carisma fundacional - hoje, como no início da sua história - a Congregação das Irmãs Ursulinas da Sagrada Família é chamada a prestar o seu serviço apostólico na evangelização e promoção integral da pessoa humana, através de atividades educativas, formativas e sociais que visam a valorização da vida em todos os seus aspetos e a construção de uma sociedade mais justa e fraterna. Atualmente, a Congregação está presente na Itália, no Brasil e na França.

A presença no Brasil

Desde 1967, as Irmãs Ursulinas da Sagrada Família no Brasil constroem a sua história juntamente com a sociedade, sustentadas pela confiança e credibilidade do povo. As Irmãs trabalham nas áreas mais pobres da cidade para promover a plena integração dos mais desfavorecidos na sociedade.

Desde há cerca de 20 anos, com a inauguração do centro social hoje denominado Nascente de Vida, em Santo Ângelo, bairro de Mogi das Cruzes, as Irmãs acompanham crianças e adolescentes dos 7 aos 17 anos, com déficit escolar, priorizando quantos vivem em situação de risco social. Ao mesmo tempo, procuram despertar nas famílias dessas crianças e adolescentes a responsabilidade de colaborar no cuidado dos seus filhos, incentivando-as a participar em momentos de formação para os tornar cidadãos participativos e conscientes, integrando-os na comunidade local em que vivem, tornando-se, por sua vez, operadores das atividades e dos conhecimentos adquiridos. Para ajudar essas famílias, as Irmãs realizam diversos cursos de aperfeiçoamento, como alimentação alternativa, corte e costura, artesanato, produtos de higiene e limpeza, manicure e também alfabetização de adultos, com o objetivo de criar oportunidades de ganho e melhorar a qualidade de vida da família.

Continuando a vocação da Irmã Rosa

O carisma da Irmã Rosa Roccuzzo, caracterizado por uma intensa vida interior e um serviço incansável e heroico aos pobres, continua hoje na Igreja com a Congregação das Irmãs Ursulinas da Sagrada Família. No dia a dia de uma vida de serviço ao próximo, de forma simples e humilde, cada Irmã Ursulina da Sagrada Família tem dentro de si a vocação da Irmã Rosa, que no seu período histórico «dirigindo o olhar para toda a aldeia, via as crianças sem instrução cristã, os pobres sem o necessário, os doentes sem assistência: todas as manhãs ia à Missa e rezava ao Senhor para que viesse em seu auxílio e pudesse fazer algum bem».

Fonte: Vatican News

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Mais de 100 casos anuais de abuso infantil são tratados pelo Hospital Bambino Gesù

Nesta terça-feira, 04 de junho, Dia Internacional das Crianças Inocentes Vítimas de Agressão, o Hospital Pediátrico da Santa Sé destaca a experiência de mais de quatro décadas no tratamento de crianças e adolescentes vítimas de violência.

Thulio Fonseca - Vatican News

O Hospital Pediátrico Bambino Gesù, em Roma, trata anualmente mais de 100 novos casos de abuso e maltrato infantil. Em reconhecimento ao Dia Internacional das Crianças Inocentes Vítimas de Agressão, celebrado nesta terça-feira, 4 de junho, a instituição do Vaticano compartilha sua vasta experiência de mais de 40 anos cuidando de menores vítimas de violência, inclusive aqueles vindos de zonas de guerra. Desde 2009, o hospital implementou um procedimento específico de triagem para identificar situações de risco entre os pacientes, registrando mais de 3.000 casos nos últimos 15 anos. A maioria dos abusos detectados envolve negligência ou excesso de cuidado, com uma idade média das vítimas em torno de 12 anos.

Formas de abuso e iniciativas de proteção

Os tipos de violência infantil abrangem maus-tratos físicos e psicológicos, "patologia dos cuidados" (negligência e excesso de cuidados), violência testemunhada (quando a criança presencia violência contra pessoas de referência) e abuso sexual. A triagem inicial é realizada durante qualquer forma de atendimento no hospital, seja emergência, internação ou consulta ambulatorial. Casos suspeitos ativam um protocolo clínico específico, onde uma equipe multidisciplinar avalia e define o tratamento adequado.

Desde 2009, o Bambino Gesù adota um protocolo baseado em uma série de indicadores para detectar abusos infantis. A maioria dos casos de abuso é detectada no pronto-socorro, com uma média anual de 80 casos, complementados por outros identificados em consultas ambulatoriais ou internações. O tratamento especializado é oferecido pela Neuropsiquiatria do Bambino Gesù, em um percurso hospitalar dedicado a vítimas de violência (“Child Care”), onde são encaminhados tanto casos internos quanto referenciados por outras instituições.

Dados do Bambino Gesù

Em mais de 40 anos, o Bambino Gesù tratou mais de 5.000 casos de abuso infantil, sendo 60% nos últimos 15 anos. Entre 2008 e 2022, 3.200 crianças e adolescentes foram atendidos pelo setor neuropsiquiátrico, com uma média anual de 200 casos. A maioria das vítimas sofre de "patologia dos cuidados", seguido de violência testemunhada, abuso sexual e maus-tratos físicos e psicológicos. Mais de 80% dos abusos ocorrem dentro da família, com uma incidência de abuso sexual três vezes maior entre meninas de 7 a 18 anos.

Prevenção e suporte

Além do atendimento clínico, o hospital desenvolve ferramentas de apoio a pacientes e famílias, visando a prevenção. Conteúdos informativos estão disponíveis no portal do hospital para ajudar jovens a reconhecer situações de risco e orientar os pais sobre sinais de alerta. O serviço de assistência telefônica "Helpline Lucy" oferece apoio gratuito 24 horas por dia, atendido por psicólogos especializados.

No campo da pesquisa, o Bambino Gesù promove estudos sobre o impacto do abuso infantil na saúde mental e desenvolve programas terapêuticos adequados. Projetos em andamento incluem suporte a crianças expostas à violência doméstica durante a pandemia de COVID-19 e intervenções psicoeducativas sobre violência, bullying e cyberbullying nas escolas.

‘Sorria no Escuro’: desenhos que retratam a violência

Um projeto criativo envolvendo crianças de 8 a 12 anos atendidas pela Neuropsiquiatria do Bambino Gesù permitiu que expressassem suas experiências de violência através de desenhos. As ilustrações revelam emoções profundas, como um rosto sorridente cercado de escuridão, um crocodilo devorando um coração e figuras assustadoras. A dra. Paola De Rose, neuropsiquiatra do hospital, destaca a importância de oferecer às crianças a chance de mudar o rumo de suas vidas e curar as feridas deixadas pela violência. O Bambino Gesù continua comprometido em proporcionar cuidados e suporte para que essas jovens vidas possam recuperar sua saúde e dignidade.

Fonte: Vatican News

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Prêmio Zayed, inscrições abertas para a edição de 2025

As inscrições podem ser feitas até 1º de outubro, no site do prêmio instituído após a assinatura do Documento de Abu Dhabi pelo Papa e pelo Grão Imame de Al Azhar, em 2019. Em memória do xeique fundador dos Emirados Árabes Unidos, são premiados indivíduos e organizações comprometidos com o progresso da fraternidade humana e da solidariedade no mundo. Entre os homenageados anteriores estão o secretário-geral da ONU, Guterres, a Comunidade de Santo Egídio e a religiosa chilena Nelly Leòn.

Alessandro Di Bussolo – Vatican News

Começou oficialmente a busca pelos próximos vencedores do Prêmio Zayed para a Fraternidade Humana, que celebrará sua sexta edição em 2025. Em 3 de junho, Abu Dhabi, capital dos Emirados Árabes Unidos, abriu as inscrições para o prêmio independente que homenageia indivíduos e organizações que trabalham para promover a fraternidade humana e a solidariedade em todo o mundo. As indicações, que podem incluir membros de governos, chefes de organizações não governamentais (ONGs), acadêmicos, líderes espirituais e outras figuras influentes, podem ser enviadas por meio do site oficial do Prêmio Zayed para a Fraternidade Humana, até 1º de outubro de 2024.

Um prêmio para quem trabalha pela solidariedade e pela paz

Levando o nome do falecido xeique Zayed bin Sultan Al Nahyan, fundador dos Emirados Árabes Unidos, para celebrar o seu legado, a sua liderança e os seus esforços humanitários que continuam a impactar o mundo hoje, o Prêmio Zayed para a Fraternidade Humana, recordam os organizadores, "reconhecem pessoas e entidades – de qualquer origem, em qualquer lugar do mundo – que trabalham para promover a solidariedade, a integridade, a equidade e o otimismo e criar passos em direção à coexistência pacífica". Desde 2019, o prêmio foi entregue a representantes de 11 países, apoiando os seus esforços humanitários numa série de setores, incluindo cuidados de saúde, educação, desenvolvimento comunitário, reinserção de refugiados e empoderamento de mulheres e jovens. Os vencedores recebem um prêmio de 1 milhão de dólares.

Iniciativa ligada ao Documento da Fraternidade Humana

O Prêmio Zayed é administrado pelo Alto Comitê para a Fraternidade Humana e é concedido anualmente por volta de 4 de fevereiro, Dia Internacional dedicado a esse tema. Os vencedores são premiados numa cerimônia, em Abu Dhabi, no Memorial do Fundador. O Prêmio foi criado em 2019 após o histórico encontro, em Abu Dhabi, entre o Papa Francisco e o Grão Imame de Al-Azhar, Ahmed Al-Tayeb, durante a qual os dois líderes assinaram o Documento sobre a Fraternidade Humana. Os valores que o prêmio celebra refletem a dedicação do xeique Zayed em trabalhar em estreita colaboração com pessoas de todas as origens, o seu legado moral, humanitário, o respeito pelos outros e ajudá-los independentemente da religião, gênero, raça ou nacionalidade.

O júri que examinará as indicações

Uma comissão independente, formada por especialistas em construção da paz e coexistência, que sempre inclui um alto representante da Santa Sé, examinará as indicações e selecionará os premiados, que serão homenageados em fevereiro de 2025, coincidindo com o Dia Internacional para a Fraternidade Humana, instituído em dezembro de 2020 pelas Nações Unidas, que marca o aniversário da assinatura do Documento de Abu Dhabi.

Os premiados das cinco primeiras edições

Desde a criação do Prêmio, líderes, ativistas e organizações humanitárias de todo o mundo foram homenageados, incluindo o Papa Francisco e o Grão Imame de Al-Azhar, Ahmed Al-Tayeb, vencedores honorários, o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, a ativista contra o extremismo Latifa Ibn Ziaten, o Rei Abdullah II bin Al Hussein e a Rainha Rania Al Abdullah do Reino Hachemita da Jordânia, a organização humanitária haitiana Fundação para o Conhecimento e a Liberdade (Fokal), a Comunidade de Santo Egídio, a construtora de paz queniana Shamsa Abubakar Fadhil, as organizações beneficentes indonésias Nahdlatul Ulama e Muhammadiyah, o cirurgião cardíaco de fama mundial dr. Magdi Yacoub e a fundadora de uma ONG chilena de apoio e reintegração de mulheres presas, irmã Nelly Leon Correa.

Fonte: Vatican News – na imagem, Os premiados da edição de 2024 do Prêmio Zayed para a Fraternidade Humana, durante a cerimônia no Memorial do Fundador em Abu Dhabi

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Indonésia. Ilha de Flores ainda é uma “terra prometida” de vocações

“Em junho e julho estão programadas várias ordenações diaconais entre os vários institutos missionários. No domingo, 2 de junho, 48 foram ordenados diáconos Verbitas, que serão seguidos por outros 8 diáconos Carmelitas no dia 7 de junho, e 27 interdiocesanos (Dioceses de Maumere, Ende, Ruteng, Larantuka e Denpasar) no domingo, 9 de junho. A esses se seguirão as ordenações de cinco diáconos Camilianos no próximo dia 14 de julho, na festa de nosso fundador, São Camilo de Lellis”, conta Pe. Galvani

Vatican News

 “Nesta época de final de ano letivo, estamos obtendo bons resultados vocacionais. Nós, Camilianos, tentamos nos manter em forma tanto quanto possível com muitas pequenas coisas boas para fazer, não apenas no campo vocacional, mas também com nossas iniciativas sociais e de caridade.”

É o que conta à agência missionária Fides o padre Luigi Galvani, pioneiro na Diocese de Maumere, na Indonésia, onde os Missionários Camilianos estão presentes em três dioceses com 4 seminários, dois centros sociais onde coordenam um programa de nutrição para 160 crianças pobres, apoio à distância para cerca de 20 estudantes merecedores, um projeto de “casas especiais” para libertar os doentes mentais de situações de opressão e, por fim, um modesto projeto de produção de água mineral e do sorvete “São Camilo”.

Ordenações diaconais entre os vários institutos missionários

“Em junho e julho - explica ele - estão programadas várias ordenações diaconais entre os vários institutos missionários. No domingo, 2 de junho, 48 foram ordenados diáconos Verbitas, que serão seguidos por outros 8 diáconos Carmelitas no dia 7 de junho, e 27 interdiocesanos (Dioceses de Maumere, Ende, Ruteng, Larantuka e Denpasar) no domingo, 9 de junho. A esses se seguirão as ordenações de cinco diáconos Camilianos no próximo dia 14 de julho, na festa de nosso fundador, São Camilo de Lellis”.

A mais católica das 17.000 ilhas do arquipélago indonésio

 “Nos próximos meses, haverá também as profissões religiosas de numerosos noviços e noviças dos vários institutos masculinos e femininos presentes na Diocese de Maumere, que, no momento, atingiram o número de 62 comunidades religiosas”.

“Todos esses resultados vocacionais encorajadores - conclui o missionário - certamente recompensam o empenho dos vários promotores, mas também são um testemunho da fé e do espírito missionário de centenas e centenas de famílias na ilha de Flores, que continua sendo a mais católica das 17.000 ilhas do arquipélago indonésio. Talvez seja também por isso que Flores é chamada de “terra prometida” de vocações.(com Fides) Fonte: Vatican News

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Cabo Verde - "Escola de Campo" sobre arquelogia aquática

Profissionais de arqueologia aquática de oito países do Continente africano estão a participar numa "Escola de Campo" sobre a materia a decorrer na ilha de Santiago. É promovida pelo Governo.

Rádio Nova de Maria - Cabo Verde

Em Cabo Verde, o Instituto do Património Cultural (IPC) iniciou esta segunda feira, 03 de Junho, na Cidade Velha, ilha de Santiago, uma formação em arqueologia subaquática “Chantier-École Internacional - Santiago 24” para reforçar a capacidade do Estado em relação ao trabalho da protecção e valorização do património.

Em declarações à Agência Nacional de Notícias, a presidente do IPC, Ana Samira Baessa, revelou que esta acção de formação surge no quadro dos projectos de implementação da convenção de 2001 que Cabo Verde é parte desde 2008 e que se afigura como uma Escola de Campo que junta profissionais de arqueologia subaquática, explicou Baessa.

Esta capacitação, coordenada pela UNESCO, envolve mergulhadores "experts" de 7 países mais Cabo Verde e vai decorrer até ao dia 14 do corrente mês, numa componente prática.

Os participantes já iniciaram o mergulho para levantamento no ancoradouro da Cidade Velha, ao qual se segue no ilhéu de Santa Maria, onde se encontra uma fragata naufragada em 1809 com a missão de proceder ao registo e o mapeamento destes sítios e se complementam com uma visita de estudo ao Museu de Arqueologia da Praia, ilha de Santiago. Fonte: Vatican News

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JMJ 2023: Fundação apresentou relatório e contas ao presidente da Câmara Municipal de Lisboa

D. Américo Aguiar e Carlos Moedas debateram ainda impacto económico do evento, avaliado em pelo menos 370 milhões de euros

 O presidente cessante da Fundação JMJ Lisboa 2023, D. Américo Aguiar, apresentou hoje ao presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Carlos Moedas, as contas da Jornada Mundial da Juventude.

Em declarações aos jornalistas, no final do encontro, o cardeal deixou o seu agradecimento à autarquia e à cidade de Lisboa, vincando que “o resultado final positivo só foi possível graças ao empenho, à dedicação e à entrega e à parceria da Câmara de Lisboa e de tantas outras entidades”.

“A transparência ajuda a que possamos assumir, com toda a naturalidade, aquilo que são as fragilidades, as coisas boas. Neste caso correu bem, foi um sucesso, deu lucro”, acrescentou.

D. Américo Aguiar reforçou o compromisso de que o montante resultante da JMJ Lisboa 2023 vai ser “aplicado em apoio a projetos ligados aos jovens”, prioritariamente nos Municípios de Lisboa e de Loures, admitindo que se alarguem a outras localidades.

Questionado sobre o que futuras organizações de edições internacionais da JMJ podem aprender com Lisboa, o responsável católico sublinhou a importância do “trabalho em conjunto”, entre Igreja Católica, instituições públicas e privadas.

Carlos Moedas, por sua vez, destacou que todo o investimento na organização da JMJ 2023 “valeu mesmo muito a pena”, sublinhando que o montante investido pelo município se multiplicou em “pelo menos 10 vezes”, na região, num resultado que superou o “ceticismo” de alguns setores da sociedade portuguesa.

A Fundação JMJ Lisboa 2023 apresentou em conferência de imprensa, na última sexta-feira, as contas relativas à organização do evento, com um saldo positivo de 35,37 milhões de euros no final do último ano.

“O valor angariado com o encontro será, posteriormente, aplicado no desenvolvimento de projetos de apoio a jovens, a implementar nos concelhos de Lisboa e Loures”, refere a Fundação, em comunicado enviado à Agência ECCLESIA.

O relatório da auditoria, elaborado pela Deloitte, identifica um total de 74 milhões de euros em contribuições, inscrições e doações; 58% desse valor foi aplicado em pagamentos a fornecedores, serviços externos e pessoal.

O balanço em 31 de dezembro de 2023 evidencia um ativo total superior a 36 milhões de Euros e fundos patrimoniais de 35,9 milhões de euros.

O resultado positivo de 31,357 milhões de euros no final de 2023 soma-se aos 4,39 milhões de euros em caixa e bancos, com que se iniciou esse ano.

“Este valor acima do previsto tem em conta a forte afluência do número de peregrinos que participou no maior encontro de jovens com o Papa em Lisboa, entre 1 e 6 de agosto de 2023, e que atingiu mais de 1,5 milhões de pessoas”, indica o comunicado da Fundação JMJ.

A JMJ Lisboa 2023 ultrapassou os 400 mil peregrinos inscritos, incluindo voluntários e clero, provenientes da quase totalidade dos países do mundo – a única ausência foram as Maldivas.

Durante 2023 foram obtidos rendimentos de 74,266 milhões de euros, mais 13,7% que o orçamentado e foram realizados gastos no valor de 43,075 milhões de euros.

Em 2023, os rendimentos operacionais da Fundação JMJ Lisboa 2023 somaram 74,552 milhões euros resultantes de contribuições/inscrições de peregrinos.

Na conferência de imprensa, que decorreu no Pavilhão Carlos Lopes, foi também apresentado o estudo de impacto económico da JMJ 2023, realizado pelo ISEG – Instituto Superior de Economia e Gestão.

O documento destaca um aumento, a curto prazo, do nível da atividade económica, “avaliado em pelo menos 370 milhões de euros”, um concentrado no ano de 2023 (310 milhões de euros) e na região de Lisboa (290 milhões de euros).

Fonte: Agência Ecclesia

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Salesianos convocam jovens de todo o mundo para um sínodo da juventude

O reitor-mor dos salesianos e décimo sucessor de Dom Bosco, o cardeal Ángel Fernández Artime, com jovens do mundo inteiro. | ANS - Salesianos

A Pastoral Juvenil Salesiana convocou cerca de 300 jovens de todo o mundo para participar do Sínodo Salesiano dos Jovens por ocasião dos 200 anos do primeiro sonho profético de Dom Bosco, que acontecerá nos lugares onde o santo viveu.

Segundo a Agência de Notícias Salesiana (ANS, na sigla em italiano), o evento vai acontecer de 11 a 16 de agosto, data em que se celebra o nascimento de são João Bosco. As atividades serão em Valdocco, Itália, onde o santo iniciou sua obra, e no Colle Don Bosco, onde são João Bosco nasceu.

“Trata-se de um processo já iniciado há algum tempo nas Inspetorias [Salesianas], com um convite aos jovens para caminharem juntos, ouvindo, falando e rezando com o objetivo de discernir juntos o seu futuro e o da Igreja”, dizem os salesianos.

Segundo a ANS, os jovens terão um protagonismo tão grande que foi criado o Core Group (Secretaria do Sínodo), formado por 14 jovens que estão na organização. Além disso, dos 373 convocados, apenas 293 jovens têm direito a voto, incluindo os do Core Group e 22 pré-noviços (formandos que se preparam para o noviciado).

O reitor-mor dos salesianos e décimo sucessor de Dom Bosco, o cardeal Ángel Fernández Artime, 41 salesianos, 18 filhas de Maria Auxiliadora, 15 músicos e cinco técnicos leigos não poderão votar.

Como acontece no Sínodo dos Bispos no Vaticano, os participantes serão agrupados em círculos menores estabelecidos por idioma, para que os jovens possam expressar livremente as suas opiniões e consensos. Cada grupo terá um moderador para orientar as discussões e um relator que vai resumir o que for dito.

O Instrumentum Laboris ou documento de trabalho, que é a base da discussão sinodal, foi elaborado por sacerdotes, religiosos e leigos da Família Salesiana, com contribuições enviadas pelas Inspetorias.

Os convocados vêm de 83 países. A maioria são mulheres com 187 e os homens com 185. Entre as línguas que falam estão inglês, espanhol, italiano, francês, português, hindi, árabe, cantonês, bielorrusso, nepalês etc.

Os salesianos concluem ao dizer que querem realizar este Sínodo dos Jovens deixando-se “desafiar pela situação concreta das casas salesianas, dos jovens e do mundo de hoje e pensando no futuro, abertos e confiantes na ação do Senhor, conscientes de que é Ele quem nos guia e sustenta”.

Fonte: ACIDigital

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Do dia 03/06/2024

Nossa Senhora da Medianeira é declarada Rainha e Protetora do Povo Gaúcho 

Dom Leomar Brustolin, Presidente do Regional Sul 3 da CNBB, comunicou nesta sexta-feira, 31 de maio, o recebimento do Decreto de Consagração do Estado do Rio Grande do Sul à Virgem Maria, Medianeira de Todas as Graças. O documento foi enviado pelo Dicastério do Culto Divino, do Vaticano, e propõe a Coroação Pontifícia de Nossa Senhora Medianeira de Todas as Graças como Rainha e Protetora do Povo Gaúcho

Durante o anúncio, o Arcebispo de Santa Maria ressaltou que a coroação e o reconhecimento da Medianeira de Todas as Graças é um sinal de esperança e fortalecimento da espiritualidade mariana no Rio Grande do Sul, especialmente considerando a dificuldade que vive o povo gaúcho a partir da catástrofe ambiental que se abateu sobre o Estado no mês de maio.

“Que a Virgem Rainha do Povo Gaúcho continue sendo refúgio e consolação para todos nós!”, roga dom Leomar. Fonte: CNBB Sul 3

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Santa Sé declara Nossa Senhora Medianeira “Rainha do Povo Gaúcho”

Nossa Senhora Medianeira é abençoada por dom Leomar Brustolin

Pintura de Nossa Senhora Medianeira é abençoada por dom Leomar Brustolin no dia 31 de maio, data da festa litúrgica da padroeira do Rio Grande do Sul | Instagram/Basílica Nossa Senhora Medianeira

Nossa Senhora Medianeira de Todas as Graças foi declarada “Rainha do Povo Gaúcho”, disse o arcebispo de Santa Maria (RS), dom Leomar Antônio Brustolin, presidente do regional Sul 3 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), em missa na basílica de Nossa Senhora Medianeira, na sexta-feira (31), dia da padroeira do Rio Grande do Sul.

Segundo dom Leomar, “o Decreto de Consagração do Estado do Rio Grande do Sul à Virgem Maria, Medianeira de Todas as Graças” veio do Dicastério para o Culto Divino e foi propício “neste tempo de provação devido à catástrofe das chuvas que se abateu” sobre o Sul do Brasil.

“Essa Coroação Pontifícia colabora para fortalecer a espiritualidade mariana em todo o Estado e renovar a esperança num futuro que exige empenho de todos para a reconstrução da vida”, disse o arcebispo.

 “O Decreto propõe a Coroação Pontifícia da imagem da Bem-Aventurada Virgem Maria, Medianeira de Todas as Graças e que ela seja invocada como ‘Rainha do Povo Gaúcho’”, disse dom Leomar.

A coroação da imagem da Medianeira acontecerá na basílica dedicada à santa, em Santa Maria (RS), no dia 15 de agosto, solenidade da Assunção de Nossa Senhora e aniversário da basílica, às 19h.

Segundo dom Leomar, a partir de agora, haverá anualmente uma novena em honra a Nossa Senhora Medianeira durante o mês de maio, que será finalizada no dia 31 de maio, data da festa litúrgica da padroeira do Rio Grande do Sul.

Devoção a Nossa Senhora Medianeira

A devoção a Nossa Senhora Medianeira em Santa Maria (RS) foi iniciada em 1928, através dos incentivos do padre Ignácio Rafael Valle, mas se popularizou a partir de 1929, quando o então papa Pio XI concedeu à diocese de Santa Maria a honra de celebrar Nossa Senhora Medianeira com festa própria.

Em 5 de setembro de 1930, 23 mulheres prepararam uma romaria à Nossa Senhora Medianeira para pedir proteção para a cidade de Santa Maria, que era ameaçada pela Revolução de 1930. Suas preces foram ouvidas e dias depois a revolução terminou de forma pacífica.

Em 15 de agosto de 1935, o então bispo de Santa Maria, dom Antônio Reis começou a construção do santuário dedicado à Nossa Senhora Medianeira.

Nossa Senhora Medianeira foi declarada padroeira do Rio Grande do Sul em 25 de outubro de 1942, pelo então arcebispo de Porto Alegre, dom João Becker, e os demais bispos do Estado. Ela também foi proclamada padroeira da Província Eclesiástica de Santa Maria (RS), em 17 de março de 2022.

Em 12 de dezembro de 1943, dom Antônio Reis realizou a primeira romaria estadual a Nossa Senhora Medianeira. Atualmente, a peregrinação acontece no segundo domingo do mês de novembro, e atrai mais de 300 mil pessoas. Fonte: ACI Digital

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Laudato Si: A tragédia no RS exemplifica os efeitos das mudanças climáticas e a falta de prevenção 

Em entrevista, o professor Telmo Pedro Vieira relaciona a Encíclica publicada há 9 anos com os desastres climáticos ocorridos no Rio Grande do Sul durante este mês e ressalta a importância de uma mudança de comportamento no cuidado com a Casa Comum.

A encíclica Laudato Si, publicada pelo Papa Francisco em 2015, representa um chamado urgente para a proteção do meio ambiente e a promoção da justiça social. O documento apresenta a preocupação do Papa com os desafios globais enfrentados pela humanidade, incluindo a crise climática, a degradação ambiental e a desigualdade socioeconômica. Francisco destaca a interconexão entre todas as formas de vida e enfatiza a responsabilidade de cuidar da casa comum. Além disso, a encíclica incentiva uma reflexão profunda sobre os estilos de vida consumistas e a necessidade de uma conversão ecológica que promova um modelo de desenvolvimento sustentável baseado na solidariedade e na justiça.

Na Laudato Si, o Papa destaca que a crise ambiental é uma crise moral e espiritual, exigindo uma mudança na maneira como entendemos e nos relacionamos com o mundo. Além de oferecer uma crítica à visão utilitarista da natureza, a encíclica convoca indivíduos, comunidades e instituições a adotarem uma abordagem que promova a ecologia integral.

Neste mês de maio, que marca o nono aniversário da Laudato Si, a jornalista e assessora de comunicação da Arquidiocese de Florianópolis, Fabiola Goulart, entrevistou o professor e coordenador do Capítulo de Santa Catarina do Movimento Internacional Laudato Si, Telmo Pedro Vieira. Na conversa, ele destaca pontos cruciais para compreender a crise climática que vivemos – manifestada de modo especial neste tempo no Rio Grande do Sul – e reafirma: “a transformação depende de todos nós”.

1) A Encíclica Laudato Si é um texto que pode nos ajudar diante dos desastres naturais que vemos nos últimos anos, especialmente o de agora no RS? De que maneira?

Sim, a encíclica do Papa Francisco nos ajuda a entender nossa responsabilidade diante das mudanças climáticas e desastres naturais. Ela enfatiza que a crise climática é causada pelas ações humanas e que temos o dever de cuidar da “casa comum”. A encíclica apela para uma conversão ecológica pessoal, mudando estilos de vida, combatendo o consumismo e a cultura do descartável. Destaca a urgência de reduzir nossa pegada ecológica e adotar uma vida mais simples. A tragédia no Rio Grande do Sul exemplifica os efeitos das mudanças climáticas e a falta de prevenção. Precisamos reconhecer e agir contra a destruição do ecossistema, a perda de biodiversidade e o uso de combustíveis fósseis. A mudança de comportamento e a gestão pública eficaz são cruciais para enfrentar esses desafios e prevenir futuras catástrofes.

2) Segundo o documento, como viver a virtude da esperança diante das tragédias da natureza e os distintos problemas atuais relacionados a ela?

Devemos viver como São Francisco, adotando uma vida simples e mantendo o “esperançar” – um compromisso ativo de buscar soluções e ser sinodal, em movimento e colaboração. A conversão deve ser tanto pessoal quanto coletiva, onde desempenhamos nosso papel profético de denunciar e alertar sobre os gritos da terra. A encíclica nos convida a reconhecer nossa responsabilidade com a criação e agir juntos para corrigir seu rumo, promovendo vida digna. Ela é um chamado à ação imediata, não ao desespero, enfatizando que, unidos, podemos trazer esperança e mudança.

3) Como uma ecologia integral, como sugerida na Laudato Si, pode ajudar?

A ecologia integral proposta pelo Papa Francisco abrange vários aspectos: ecologia natural, ecologia humana, ecologia econômica, ecologia cultural, ecologia do cotidiano e ecologia intergeracional. Ela enfatiza a administração responsável dos recursos, a valorização dos conhecimentos dos povos originários e a necessidade de preservar o meio ambiente. A ecologia do cotidiano chama a atenção para o cuidado com as cidades, o saneamento básico e o planejamento urbano. A ecologia intergeracional nos lembra da responsabilidade de deixar um planeta saudável para as futuras gerações. Essa abordagem buscando a totalidade das coisas, onde tudo está interligado, promove um cuidado abrangente e sustentável com a criação, unindo diferentes dimensões ecológicas para enfrentar os desafios ambientais de maneira completa e eficaz.

4) O capítulo 5 fala de “Linhas de orientação e ação”. Que pontos seriam aplicados nesse contexto que estamos vivendo com a tragédia no RS?

O Papa Francisco sugere ações práticas como a separação do lixo, a redução do uso de plásticos descartáveis, a compostagem doméstica e o uso consciente de água e energia. Ele defende uma vida mais simples, fora da lógica consumista, para garantir um futuro sustentável. No contexto do Rio Grande do Sul, é essencial prevenir enchentes com infraestrutura adequada, retirar casas de áreas de risco e recuperar matas ciliares. As cidades precisam ser redesenhadas para permitir a infiltração da água no solo. A tragédia no RS deve servir de reflexão para adaptar nossas cidades e políticas públicas às mudanças climáticas, que continuarão a provocar eventos extremos. Preservar a vida humana requer cuidar do planeta, pois nossa sobrevivência depende da saúde do ambiente natural.

5) Que grande mensagem de esperança ou de luz podemos tirar da Laudato Si neste momento, ainda em meio à crise?

A mensagem central da Laudato Si é de esperança, ou “esperançar”. Isso implica sermos sinodais, ou seja, estarmos em movimento e agirmos em prol da recuperação da nossa casa comum, a Terra. Apesar do tempo escasso, ainda há oportunidade para evitar o pior das mudanças climáticas, como o aumento excessivo da temperatura global. A crise atual, como a tragédia no Rio Grande do Sul, deve servir de alerta para a necessidade de ação imediata e coletiva. A mensagem é clara: a transformação depende de todos nós, independentemente de religião, ideologia ou status social. Devemos unir esforços e buscar soluções para proteger e preservar nosso planeta. 

Fonte: CNBB Sul 3

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CRB 70 anos: religiosos e religiosas de mãos dadas no espírito de intercongracionalidade, com carismas fortalecidos

A Conferência dos Religiosos do Brasil (CRB) celebrou seus 70 anos num congresso que reuniu cerca de 800 religiosos e religiosas de todo o país, em Fortaleza (CE), entre os dias 30 de maio e 2 de junho. A temática escolhida para aprofundamento foi “Memória, Mística, Profecia e Esperança”. O evento foi encerrado com a missa presidida pelo bispo auxiliar de Brasília (DF) e secretário-geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Ricardo Hoepers.

Em sua homilia, ele destacou que a memória agradecida feita durante o encontro permitiu “relembrar as maravilhas da ação de Deus na história da CRB”; que a “mística reavivada” deu alento e fortaleceu a fé; e que a “profecia resgatada nos impulsionou para a beleza da loucura da cruz”.

Para ele, o que expressou mais forte no encontro foi “a necessidade de que todos os religiosos e religiosas consagrados possam se dar as mãos neste espírito de intercongracionalidade, e voltem para suas comunidades com seus carismas fortalecidos pelo bem de toda a Igreja, Corpo místico de Cristo”.

 Levanta-te, vem para o meio

Dom Ricardo refletiu sobre o Evangelho do 9º Domingo do Tempo Comum (Mc 2, 23-3,6) a partir de três frases de Jesus: “Levanta-te e fica aqui no meio!”, “É permitido no sábado fazer o bem ou o mal? Salvar uma vida ou deixa-la morrer?” e “Estende a mão”.

A primeira, significa o chamado de Deus, o resgate da dignidade, o revigoramento da vocação e a recuperação da história e recentralização do sentido da vida.

Em seguida, o questionamento frente à dureza do coração: “Na exigência do sábado Jesus nos lembra o quanto podemos desvirtuar as leis de Deus, o quanto podemos engessar nossas regras e estatutos e o quanto podemos esfriar nossas relações em na defesa das nossas estruturas”.

A terceira frase, é a resposta para desconstruir a dureza de coração, as estruturas desumanizantes. “Estender a mão… o pecado pessoal e o egoísmo, as estruturas de pecado e o individualismo exacerbado ressequiram a mão humana que recebeu de Deus tantos dons”.

“Estender a mão é recuperar a missão de trazer a humanidade para o sonho de Deus, é o sinal e o testemunho de esperança que a vida religiosa e consagrada pode recuperar para a humanidade”, disse dom Ricardo.

Dom Ricardo motivou os religiosos a seguirem com perseverança:

“Queridos religiosos e religiosas: tenham as mãos de vocês segurando as mãos de Cristo, e perseverarem sem soltar das mãos d’Ele, e assim poderão resgatar os sonhos de Deus, recuperando no chronos o sinais e os vestígios do kairós divino que recompõe e religa a humanidade e toda a natureza criada”.

“Que suas mãos erguidas e estendidas sejam sempre para ajudar o outro, sejam o sinal do Corpo de Cristo, que gera a vida e não perde nenhum dos que vos foram confiados a vocês”, destacou.

Destaques do Congresso

O Congresso começou com uma Celebração Eucarística, presidida pelo arcebispo de Fortaleza e presidente da Comissão Episcopal para a Cultura e Educação da CNBB, dom Gregório Paixão, e concelebrada por 21 sacerdotes de diferentes estados do país. Marcou também o início do evento a mensagem do Papa Francisco para os religiosos e religiosas que estão a serviço da Igreja no Brasil.

Ainda na cerimônia de abertura, houve a apresentação de tapetes confeccionados pelas 20 regionais da CRB Nacional, que narraram a história da conferência, retratando a diversidade e a realidade da instituição.

O primeiro dia do Congresso dos 70 anos, contou também com a exibição de um documentário com a participação de ex-presidentes da Conferência dos Religiosos, além de músicas, fotos e vídeos com as marcas das sete décadas de “mística, profecia e esperança”.

No segundo dia, os religiosos fizeram uma peregrinação ao Santuário São Francisco das Chagas de Canindé.

Já no terceiro dia, a profecia ganhou destaque com um momento celebrativo com aqueles que doaram a vida pela causa do Evangelho. Foram lembrados: irmã Dorothy, irmã Genoveva, dom Pedro Casaldáliga, dom Tomás Balduíno, padre Ezequiel Ramin, Chico Mendes, padre Josimo Morales, dom Oscar Romero, entre outros.

Na homilia da missa, o bispo auxiliar de São Paulo (SP) e presidente da Comissão Episcopal para os Ministérios Ordenados e a Vida Consagrada da CNBB, dom Ângelo Mezzari, afirmou que a autoridade da Vida Religiosa está na fidelidade ao projeto de Jesus: “É em nome de Jesus Cristo que vivemos, planejamos, sofremos e damos a vida. Esse é o fundamento da nossa autoridade”.

O terceiro dia também foi oportunidade de os participantes interagirem em quinze oficinas temáticas. Também houve partilha em coletiva de imprensa com a presidente da CRB, irmã Eliane Cordeiro; dom Ângelo Mezzari; e a secretária executiva da Confederação Latino-Americana de Religiosos e Religiosas (CLAR), irmã Daniela Cannavina. O final do dia foi de celebração festiva e cultural.

Fonte: CNBB

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Campanha Junho Verde é dedicada à conscientização e à proteção do meio ambiente

No mês de junho a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) convoca a todos a voltarem à atenção para a Campanha Junho Verde, um período dedicado à conscientização sobre a importância da preservação dos ecossistemas naturais e de todos os seres vivos.

A Campanha, de motivação da CNBB, foi estabelecida pela Lei 14.393/2022, que altera a Política Nacional de Educação Ambiental e institui a celebração do mês temático como parte das atividades educativas na relação com o meio ambiente. O texto foi sancionado no dia 4 de julho.

O Junho Verde acontece também no âmbito das comemorações do Dia Mundial do Meio Ambiente, celebrado em 5 de junho. E durante todo o mês são trabalhadas atividades de incentivo à conscientização e à proteção do meio ambiente.

O arcebispo de Belo Horizonte (MG) e ex-presidente da CNBB, dom Walmor Oliveira de Azevedo, um dos idealizadores da proposta da Campanha, concedeu entrevista ao portal da CNBB e avaliou como o Junho Verde tem incentivado a realização de ações práticas e educativas para o cuidado com a Casa Comum, na perspectiva da ecologia integral.

Íntegra da entrevista

Como o senhor avalia o Junho Verde após este tempo da Lei em vigor?

Dom Walmor Oliveira de Azevedo, arcebispo de Belo Horizonte (MG)

A Campanha Junho Verde é uma vitória da sociedade brasileira, alcançada com o dedicado trabalho de nossa Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). Uma conquista a ser comemorada, mas que exige, permanentemente, avanços, pois a Campanha é permanente interpelação: todos – o poder público, escolas, igrejas, empreendedores, sociedade civil – são chamados a reconhecer a própria responsabilidade na necessária mudança de rumo para salvar o planeta. A humanidade precisa adotar novo estilo de vida, mais coerente com os princípios da ecologia integral, capaz de garantir o desenvolvimento econômico sustentável. Para isso, deve ser amadurecida a consciência sobre a interdependência entre todos os elementos que integram o planeta. De iniciativas simples às mais complexas, que envolvem grande parcela da população, o Junho Verde precisa inspirar uma reação educativa capaz de debelar insensibilidades diante da responsabilidade humana nos desastres climáticos e nas tragédias socioambientais.

O que ainda é necessário fazer para tirar a lei do papel?

A Lei vai se tornar cada vez mais eficaz quando os cidadãos exigirem de seus governantes mais compromisso com a salvaguarda dos bens naturais. Para isso, cada pessoa deve avançar na compreensão de que os recursos naturais devem ser adequadamente cuidados, bem geridos, nunca explorados predatoriamente. Não se deve esperar apenas das instâncias do poder ações capazes de incentivar o compromisso cidadão com o meio ambiente. Igrejas, escolas e outras instituições da sociedade civil têm papel relevante na formação educativa que inspire adequado exercício da cidadania diante das crises socioambientais. Quando a cidadania é qualificadamente exercida, o poder público é interpelado a agir de modo mais célere, oferecendo respostas essenciais às demandas mais urgentes da sociedade.

A partir dessa perspectiva, nossa arquidiocese de Belo Horizonte promove, constantemente, um conjunto de iniciativas para sensibilizar as pessoas sobre a importância do cuidado com o semelhante e o planeta. Desde 2020, organizamos Romarias pela Ecologia Integral, peregrinando a Brumadinho, cidade que, em 2019, ficou marcada pelo rompimento da barragem com rejeitos de mineração. As Romarias também são vividas em junho, no horizonte do Junho Verde, sempre em um lugar que inspira mais cuidados para a manutenção do equilíbrio socioambiental. Outra iniciativa em nossa Arquidiocese foi a instituição da Casa de Francisco, em uma área de rica biodiversidade. A Casa recebe alunos de escolas públicas para uma programação educativa que partilha saberes relacionados à defesa do meio ambiente.

Qual a relação desta lei com o magistério da Igreja/Papa Francisco?

A Campanha Junho Verde tem fundamento essencial no magistério do Papa Francisco, que magistralmente ensina, à luz da fé: a Criação de Deus deve coabitar o planeta em harmonia. Portanto, tudo que está em desarmonia com o equilíbrio da Criação está na contramão da vontade de Deus. A Carta Encíclica Laudato Si’ – sobre o cuidado com a casa comum e, posteriormente, a Exortação Apostólica Laudate Deum oferecem uma profunda compreensão a respeito da grave crise que a casa comum atravessa, possibilitando a cada um enxergar que não é possível existir humanidade saudável em um planeta adoecido. O Papa Francisco sempre ressalta que as crises ambiental e social, com tantas pessoas sofrendo, são indissociáveis, tornando mais adequado compreendê-las como um mesmo desafio socioambiental. Com simplicidade, nosso amado Pontífice revela, assim, a complexidade do momento que atravessamos, ensinando que o cuidado com o planeta é exigência cidadã e, ao mesmo tempo, compromisso de fé daqueles que creem no Deus-Criador.

Fonte: CNBB

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Junho Verde: tempo de novas relações com a Casa Comum

“Nem tudo está perdido, porque os seres humanos, capazes de tocar o fundo da degradação,

podem também superar-se, voltar a escolher o bem e regenerar-se”.

Por padre Dário Bossi, assessor das Comissões Sociotransformadora e Ecologia Integral e

Mineração da CNBB

Vivenciamos, no país inteiro, um sentimento de angústia, compaixão,

solidariedade e impotência, acompanhando dia após dia a terrível tragédia que

afeta as pessoas e todas as outras vidas, no Rio Grande do Sul.

À dor pela perda de amigos e parentes e pela devastação de casas e territórios,

soma-se a insegurança sobre o presente e o futuro, além do desafio enorme da

reconstrução e da prevenção de novos impactos.

Mas tudo o que está acontecendo não é fruto do acaso, e sim

consequência direta de escolhas políticas e opções econômicas, ao nível local,

nacional e mundial, bem como do modelo de sociedade que escolhemos e

ainda não conseguimos transformar. Uma nota recente da Comissão para

Ecologia Integral e Mineração da CNBB aprofunda esta análise; uma live que

será realizada no final no dia 28 de maio, às 19h, por esta Comissão e pela

Comissão para a Ação Sociotransformadora escutará vozes das comunidades

impactadas e voltará a refletir sobre o tema.

O negacionismo climático continua determinando as decisões políticas,

mesmo se de forma mais sutil: não se nega nem se esconde a gravidade da

crise, mas as prioridades e as decisões tomadas são incoerentes ou

insuficientes, respondendo a perspectivas eleitorais de curto prazo e aos

interesses econômicos do grande capital.

Por isso é tão importante, hoje, a educação ambiental. Uma educação

ambiental que dialogue com o fazer político e que provoque compromissos

efetivos para o bem comum.

Foi neste espírito que, em 2022, a Presidência da CNBB apresentou

uma proposta de alteração da Política Nacional de Educação Ambiental. O

objetivo era “enfatizar o compromisso pela conservação dos ecossistemas

naturais e de todos os seres vivos, bem como o controle da poluição e da

degradação dos bens naturais, que são dons de Deus e obras da Criação”. 

A Lei do Junho Verde – Naquele mesmo ano, foi sancionada a Lei

14.393/2022, conhecida como Lei do Junho Verde, instituindo a celebração

deste mês temático, durante o qual aprofundar este debate e criar novas

iniciativas de educação e compromisso ambiental.

A Lei estimula iniciativas do poder público em parceria com escolas,

universidades, empresas públicas e privadas, igrejas, comércio, entidades da

sociedade civil, comunidades tradicionais e populações indígenas, etc. 

Papa Francisco ensina, na encíclica Laudato Si’, que “a educação

ambiental (...) agora tende a incluir uma crítica dos «mitos» da modernidade,

baseados na razão instrumental (individualismo, progresso ilimitado,

concorrência, consumismo, mercado sem regras) e tende também a recuperar

os distintos níveis de equilíbrio ecológico: o interior consigo mesmo, o

solidário com os outros, o natural com todos os seres vivos, o espiritual com

Deus” (LS 210).

Diálogo entre fé e política – É evidente a importância de um diálogo

entre as diversas formas de fé e a política, oferecendo uma compreensão da

realidade e do ser humano que transcenda interesses individualistas, ou a

defesa dos privilégios de poucos, e defenda e promova uma relação de

cuidado com a Casa Comum.

O mês de junho deste ano precede o tempo das campanhas eleitorais e

das eleições municipais: será um tempo propício para provocar debates

políticos aprofundados sobre os projetos de governo e a gestão dos

territórios, à luz da crise ambiental e das lições que a história recente está nos

dando.

A Igreja Católica coloca-se à disposição dos poderes executivo e

legislativo em âmbito municipal, estadual e federal, sugerindo possibilidades

de colaboração e visibilidade das boas práticas e solicitando a estes poderes

compromisso e ações efetivas na defesa e promoção da Ecologia Integral. 

Uma oportunidade interessante seria a realização de audiências públicas

nos municípios, sobre as políticas ambientais de preservação, prevenção e

mitigação dos impactos ambientais, inspirando assim o processo eleitoral e os

planos de governo de quem será eleito.

Exatamente porque nos encontramos numa situação crítica, precisamos

buscar com criatividade e ousadia novas formas de relação na Casa Comum,

novos modelos de sociedade, economia e Bem Viver.

Que o Junho Verde proporcione uma escuta atenta e consciente da

realidade e das experiências inspiradoras que já existem em diversos contextos

e precisam ser multiplicadas e apoiadas!

“Nem tudo está perdido, porque os seres humanos, capazes de tocar o

fundo da degradação, podem também superar-se, voltar a escolher o bem e

regenerar-se, para além de qualquer condicionalismo psicológico e social que

lhes seja imposto” (Papa Francisco, LS 205).

Fonte: CNBB

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 O Papa Francisco confirma e reafirma o processo amazônico e anima a CEAMA e REPAM a seguir na caminhada sinodal

Durante uma audiência na manhã de segunda-feira, 3 de junho, no Vaticano, Roma, o Papa Francisco recebeu as presidências, secretarias executivas e assessores da Conferência Eclesial da Amazônia (CEAMA) e Rede Eclesial Pan-Amazônica (REPAM) em um encontro histórico e significativo, sendo a primeira reunião oficial entre o pontífice e essas organizações irmãs que atuam no território amazônico.

Agradecendo o trabalho realizado pela CEAMA e REPAM, o Papa Francisco lembrou o drama vivido pelas comunidades no território e valorizou o processo amazônico e o caminho sinodal da Igreja na Amazônia. “Agradeço-lhes por esta caminhada juntos. É preciso continuar cuidando das pessoas, da casa comum, das culturas. É preciso continuar cuidando da Amazônia”, ressaltou o Santo Padre, com uma mensagem de ânimo e esperança para a Igreja que caminha na Amazônia.

10 anos de êxitos e desafios

No ano em que se celebram os 10 anos da REPAM, os cinco anos do Sínodo para a Amazônia e os quatro anos da CEAMA, a delegação pôde percorrer os principais êxitos e desafios desse caminho eclesial. O cardeal Pedro Barreto e o monsenhor Rafael Cob saudaram o Papa Francisco em nome do grupo, destacando a missão da CEAMA e REPAM em avançar para a construção de uma igreja sinodal com rosto amazônico.

O cardeal Pedro Barreto lembrou a grata experiência da celebração do Sínodo para a Amazônia, em outubro de 2019, cuja preparação foi coordenada pela REPAM, e destacou que, embora continuemos enfrentando graves desafios internos e externos à Igreja no bioma amazônico, a REPAM e a CEAMA representam esperança como ação articulada da Igreja pela defesa da casa comum.

    “Com suas obras, Sua Santidade colocou a Igreja na dinâmica sinodal, inspirada pelo Espírito Santo e impulsionada por Francisco de Roma e Francisco da Amazônia, como chamamos dom Cláudio. Agora somos frutos de um caminho que a Igreja tem construído na Amazônia há muitos anos”, afirmou o presidente da CEAMA.

O Monsenhor Rafael Cob deu uma mensagem de agradecimento ao Papa Francisco por todos os anos da REPAM, lembrando do sínodo amazônico como “um Kairós do Espírito que vai movendo e guiando a caminhada eclesial, para nos fazer sonhar com alegria e esperança, com os 4 sonhos: social, cultural, ecológico e eclesial”, disse o presidente da REPAM.

No informe sobre a conjuntura amazônica, o padre Fernando Roca compartilhou o cenário atual do Bioma Amazônico, de mais de 7 milhões de km², compartilhado por 9 países, com o rio mais longo do planeta. Apontou as formas de conectividade que, durante milênios, permitiram a evolução do bioma seguindo os processos naturais na evolução do planeta.

“Em todas essas ‘formas de conectividade’, a CEAMA tem o desafio aberto: um papel articulador em chave de Sínodo Amazônico com governos, autoridades políticas, empresas, organismos multilaterais, povos indígenas, para proteger, ajudar a restaurar e mitigar ações que atentem contra o bioma e a vida de seus habitantes, ou intervir em situações que são ameaças para os seres que o habitam e sua biodiversidade”, destacou Roca.

O Papa Francisco ouviu atentamente o grupo e agradeceu pelo trabalho que está sendo feito na Amazônia. O pontífice insistiu que “é preciso seguir em frente” e destacou a importância do cuidado como uma prioridade na missão da Igreja no território amazônico.

A delegação de CEAMA e REPAM continuam com uma série de atividades no Vaticano, com reuniões nos departamentos que compõem a Cúria Romana e encontros com organismos eclesiásticos sobre a missão da Igreja na Amazônia.

Fonte: CNBB

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Junho: tempo de modelar o coração humano no Coração Divino

A dignidade da vida humana encontra refúgio e amparo nos Corações de Jesus e de Maria

Escrito por Luciana Gianesini

O mês de junho deste ano — Ano Litúrgico B — com destaque para a Solenidade do Sagrado Coração de Jesus, celebrada em 7 de junho, e a Festa do Imaculado Coração de Maria, em 8 de junho, nos oferece uma oportunidade única de refletir sobre a profunda espiritualidade litúrgica centrada no respeito e valorização da dignidade da vida humana. 

Cada celebração deste mês nos guia a entender como o amor divino pode transformar nossos corações e, consequentemente, o mundo ao nosso redor.

A dignidade da vida humana é um valor fundamental que Deus nos ensina ao se fazer homem em Jesus Cristo. Moldar nossos corações no Sagrado Coração de Jesus significa viver essa verdade diariamente, promovendo o amor e o respeito que Ele exemplificou.

Caminhada espiritual neste mês:

A liturgia do 9º Domingo do Tempo Comum nos lembra que a vida humana é mais valiosa do que qualquer regra religiosa. Jesus nos ensina que “o homem foi feito para o sábado, e não o sábado para o homem”, convidando-nos a colocar a dignidade das pessoas em primeiro lugar.

Na Solenidade do Sagrado Coração de Jesus, somos chamados a modelar nosso coração no Divino Coração de Jesus. O lado aberto de Jesus simboliza a humanização divina, convidando-nos a aproximar de Deus através de atitudes fraternas e promotoras de fraternidade. Ter um coração semelhante ao de Jesus é essencial para garantir a dignidade de todas as pessoas.

A Festa do Imaculado Coração de Maria, celebrada no dia 8 de junho, segue a Solenidade do Sagrado Coração de Jesus, destacando o amor puro e maternal de Maria. Seu coração imaculado é um exemplo perfeito de entrega total a Deus e de cuidado com a humanidade. Maria nos ensina a viver com um coração aberto e cheio de amor, promovendo também a dignidade da vida humana através de nossas ações diárias.

No 10º Domingo do Tempo Comum, a liturgia destaca a mentira como uma das principais causas de agressão à dignidade humana. Jesus nos mostra que combater a mentira é essencial para proteger a verdade e a justiça. Nossas ações devem refletir o compromisso com a verdade do Evangelho.

O 11º Domingo do Tempo Comum nos ensina a importância de semear a Palavra de Deus continuamente. Esse processo silencioso e contínuo nos ajuda a fortalecer a dignidade humana, combatendo as forças que buscam destruí-la.

No 12º Domingo do Tempo Comum, a Palavra de Deus é vista como uma força que acalma as tempestades da vida. Quando enfrentamos desafios e crises, podemos confiar na presença de Deus, que está sempre conosco. Essa confiança nos dá força para continuar promovendo a dignidade humana, mesmo em tempos difíceis.

Finalmente, celebramos os apóstolos São Pedro e São Paulo como modelos de vida cristã. Eles enfrentaram desafios, mas nunca desistiram de sua missão evangelizadora. Suas vidas nos mostram que, com fé e perseverança, podemos defender a dignidade das pessoas e espalhar a mensagem do Evangelho.

Durante o Tempo Pascal, refletimos sobre o dom da vida nova e o envio missionário. Em junho, somos chamados a continuar essa missão, valorizando a dignidade da vida humana. Cada celebração litúrgica deste mês nos guia a moldar nossos corações no Sagrado Coração de Jesus e no Imaculado Coração de Maria, promovendo amor, verdade e justiça.

Que a espiritualidade litúrgica deste mês nos inspire a agir com compaixão e respeito. Que possamos ser testemunhas do amor de Deus, transformando o mundo à nossa volta através do exemplo do Sagrado Coração de Jesus e do Imaculado Coração de Maria.

Fonte: A12.com

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Papa recebe focolarinos: "Diálogo inter-religioso é condição necessária para a paz"

Para Francisco, o testemunho dos focolarinos é motivo de alegria e consolação, especialmente neste tempo de conflitos, em que a religião com frequência é instrumentalizada para alimentar o confronto. O diálogo inter-religioso, ao contrário – recordou o Papa –, é condição necessária para a paz no mundo.

Vatican News

O Papa recebeu os participantes do Congresso inter-religioso do Movimento dos Focolares. Ao saudar os presentes, dirigiu palavras de consolação à presidente dos focolarinos, a palestina Margaret Karram. "Rezo muito pela sua pátria, que sofre neste momento", disse Francisco. Palavras que a presidente dos focolarinos interpretou da seguinte forma: “reza pela minha terra, onde vivem dois povos e ambos sofrem”.

O Pontífice agradeceu pela perseverança com a qual a Obra de Maria leva avante o caminho iniciado por Chiara Lubich com pessoas de outras religiões - "um caminho revolucionário, que tanto bem faz à Igreja": “É uma experiência animada pelo Espírito Santo, radicada no coração de Cristo, em sua sede de amor, de comunhão e de fraternidade”.

Um exemplo da ação do Espírito é uma comunidade inteiramente muçulmana que nasceu 50 anos atrás na Argélia e que aderiu ao  Movimento. O fundamento sobre o qual se apoia esta experiência é o Amor de Deus, afirmou o Pontífice. Com o tempo, cresceu a amizade e a colaboração em tentar responder juntos ao clamor dos pobres, ao cuidado da criação e no trabalho pela paz. “Com essas pessoas, se vai além do diálogo e é possível sentir-se irmãos e irmãs, compartilhando o sonho de um mundo mais unido, na harmonia das diversidades.”

O testemunho dos focolarinos, portanto, é motivo de alegria e consolação, especialmente neste tempo de conflitos, em que a religião com frequência é instrumentalizada para alimentar o confronto. O diálogo inter-religioso, ao contrário – recordou o Papa –, é condição necessária para a paz no mundo e um dever para os cristãos e para outras comunidades religiosas. “Por isso, eu os encorajo a ir avante, sempre abertos”, exortou Francisco.

Fonte: Vatican News

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O Papa: Jesus não tem medo de se aproximar do pecador, até mesmo do mais impassível

O novo livro do padre jesuíta estadunidense James Martin, intitulado “Lázaro, venha para fora!” (Livraria Editora Vaticana), com prefácio do Papa Francisco, será lançado neste dia 4 de junho. “Nestas páginas”, escreve o Pontífice, “vislumbramos uma verdade do cristianismo que é sempre relevante e frutífera... Jesus não apenas falou da vida eterna, ele a deu”.

Papa Francisco

Devemos ser muito gratos ao padre James Martin, cujos outros escritos eu também conheço e aprecio, por esse seu novo livro dedicado ao que ele chama de “o maior milagre de Jesus”: o episódio da ressurreição de Lázaro. Há vários motivos para sermos gratos a ele, intimamente relacionados à maneira como escreveu esse texto brilhante, empolgante e nunca previsível.

Em primeiro lugar, o padre James deixa o texto bíblico falar: ele o examina com o olhar e o estudo de diferentes autores que analisaram essa página bíblica em profundidade, colhendo seus vários aspectos, suas diferentes ênfases, suas diferentes interpretações. Mas esse estudo é sempre “amoroso”, nunca distanciado nem friamente científico: é o olhar de quem está apaixonado por aquilo que é a Palavra de Deus, o relato dos gestos do Filho de Deus, Jesus. Ler todos os argumentos e exames de estudiosos da Bíblia que o padre Martin relata me fez questionar até que ponto somos capazes de se aproximar das Escrituras com a “fome” de alguém que sabe que essa palavra é verdadeira e efetivamente a Palavra de Deus.

O fato de Deus “falar” deve nos fazer estremecer em nossas cadeiras todos os dias. Porque, na verdade, a Bíblia é o alimento de que precisamos para enfrentar nossas vidas, ela representa a “carta de amor” que Deus fez enviar, há séculos, a homens e mulheres de todos os tempos e lugares. Preservar a Palavra, amar a Bíblia, carregá-la conosco todos os dias com um pequeno Evangelho no bolso, talvez até mesmo procurá-la no celular quando tivermos um encontro importante, um compromisso delicado, um momento de desespero... tudo isso nos fará perceber o quanto a Escritura é um corpo vivo, um livro aberto, um testemunho pulsante de um Deus que não está morto e enterrado nas prateleiras empoeiradas da história, mas que caminha conosco sempre, até mesmo hoje. Também para você que agora abre este livro intrigado com a narração de uma história que muitos conhecem, mas que poucos entenderam o seu significado profundo e completo.

Além disso, nessas páginas, vemos uma verdade do cristianismo que é sempre atual e fecunda: o Evangelho é eterno e concreto, diz respeito à nossa vida interior, bem como à história e à vida cotidiana. Jesus não apenas falou sobre a vida eterna, ele a deu. Ele não apenas disse “Eu sou a ressurreição”, mas também ressuscitou Lázaro, que estava morto havia três dias. A fé cristã é a interpenetração sempre atual do eterno e do contingente, do céu e da terra, do divino e do humano. Nunca um sem o outro. Se ela fosse apenas “terrena”, o que a distinguiria de uma boa filosofia, de uma ideologia estruturada, de um pensamento articulado que permanece apenas como tal, de uma teoria que permanece separada do tempo e da história? E se o cristianismo fosse apenas sobre o “depois”, apenas sobre a eternidade, isso seria uma traição à escolha que Deus fez, de uma vez por todas, comprometendo-se com toda a humanidade. O Senhor não se encarnou como uma pretensão, mas escolheu entrar na história humana para que a história dos homens e das mulheres pudesse se configurar como o Reino de Deus, o tempo e o lugar em que a paz germina, a esperança se fundamenta e o amor faz viver.

Lázaro, enfim, somos todos nós. Padre Martin, nesse aspecto, aderindo à tradição inaciana, faz com que nos identifiquemos com a história desse amigo de Jesus. Nós também somos seus amigos, nós também estamos, às vezes, “mortos” por causa de nosso pecado, nossas falhas e infidelidades, o desânimo que nos abate e esmaga nossas almas. Mas Jesus não tem medo de se aproximar de nós, mesmo quando “cheiramos mal” como um homem morto enterrado há três dias. Não, Jesus não tem medo de nossa morte ou de nosso pecado. Ele apenas para diante da porta fechada de nosso coração, aquela porta que só se abre por dentro e que trancamos duas vezes quando achamos que Deus não pode mais nos perdoar. E, em vez disso, ao ler a análise detalhada de James Martin, é possível perceber o profundo significado do gesto de Jesus diante de um homem morto que está “morto”, que exala um mau cheiro, uma metáfora da putrefação interior que o pecado gera em nossa alma.

Jesus não tem medo de se aproximar do pecador, de qualquer pecador, mesmo o mais impassível e sem vergonha. Ele tem apenas uma preocupação: que ninguém se perca, que ninguém perca a chance de sentir o abraço amoroso de seu Pai. Um escritor estadunidense, que morreu em 2023, deixou uma descrição admirável do que é “o trabalho de Deus”. Cormac McCarthy, romancista, fez com que um de seus personagens falasse assim em um de seus livros: “Ele disse que acreditava em Deus, embora duvidasse da pretensão humana de conhecer os pensamentos de Deus. Mas um Deus incapaz de perdoar nem sequer seria Deus”. Sim, de fato é assim: o trabalho de Deus é perdoar.

Por fim, as páginas do padre James Martin me fizeram lembrar de uma frase de um estudioso italiano da Bíblia, Alberto Maggi, que, falando sobre o texto do milagre de Lázaro, comentou: “com esse milagre, Jesus nos ensinou não tanto que os mortos ressuscitam, mas que os vivos não morrem! Que bela definição cheia de paradoxos! É claro que os mortos ressuscitam, mas como é verdadeiro nos lembrar que nós, os vivos, não morremos! Certamente a morte vem, a morte nos afeta, não apenas a nossa, mas sobretudo a de nossos entes queridos e familiares, de todas as pessoas: quanta morte vemos ao nosso redor, injusta e dolorosa, porque é causada por guerras, pela violência e pela prevaricação de Caim sobre Abel. Mas o homem e a mulher estão destinados à eternidade.

Todos nós somos. Somos uma meia-reta, para usar uma imagem geométrica: temos um ponto de partida, nosso nascimento humano, mas nossa vida é dedicada ao infinito. Sim, de fato, ao infinito. E o que as Escrituras chamam de “vida eterna” é aquela vida que nos espera após a morte e que já podemos tocar aqui quando a vivemos não no egoísmo que nos entristece, mas no amor que expande nossos corações. Fomos feitos para a eternidade. Lázaro, graças a estas páginas do padre Martin, é nosso amigo. E sua ressurreição nos lembra e atesta isso.

Cidade do Vaticano, 11 de março de 2024

Fonte: Vatican News

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O Papa: dar ao mundo das finanças uma nova cultura e uma espiritualidade

O trabalho que vocês realizaram em Milão é encorajador, e talvez seja bom estendê-lo a outros centros financeiros, promovendo um modelo de Diálogo que se difunda e gere uma mudança de paradigma. De fato, o paradigma tecnocrático continua dominante; há necessidade de uma nova cultura, capaz de abrir espaço para uma ética adequadamente sólida, uma cultura e uma espiritualidade: disse o Papa aos participantes dos “Diálogos por uma finança integralmente sustentável”, ao recebê-los esta segunda-feira

Raimundo de Lima – Vatican News

 “Ajudar os pobres com dinheiro deve ser sempre um remédio temporário para lidar com emergências. O verdadeiro objetivo deve ser possibilitá-los a viver uma vida digna por meio do trabalho”. Foi o que disse Francisco aos participantes dos “Diálogos por uma finança integralmente sustentável”, promovidos pela Fundação Centesimus annus Pro Pontifice, ao recebê-los em audiência na manhã desta segunda-feira (03/06) na Sala do Consistório, no Vaticano.

Já no início de seu discurso, o Papa disse ter lido com interesse os resultados do trabalho que realizaram nestes dois anos, para iniciar um diálogo entre finanças, humanismo e religião: não é fácil - observou o Pontífice.

Recuperar a dignidade por meio do trabalho

Vocês optaram por iniciar esses “Diálogos” com expoentes do sistema financeiro italiano. Uma economista me disse uma vez: o diálogo entre economia e filosofia, religião e humanismo é possível. O diálogo entre finanças, teologia e humanismo é muito difícil, citou Francisco, observando ser curioso isso, acrescentando em seguida:

Um sistema, esse sistema financeiro italiano, que tem uma história antiga, na qual, por exemplo, os “Monti di Pietà” eram um grande estímulo para ajudar os mais pobres sem cair na lógica assistencialista, e favorecia empréstimos para permitir que as pessoas trabalhassem e, por meio de sua atividade, recuperassem sua dignidade.

Magistério social da Igreja como bússola

Também fiquei impressionado com o objetivo principal que vocês estabeleceram, ou seja, analisar junto com a alta administração do mundo das finanças sobre a possibilidade de que o compromisso de fazer-bem e o compromisso de fazer-o-bem possam andar de mãos dadas. Em outras palavras, vocês se propuseram a uma tarefa nobre: combinar eficácia e eficiência com sustentabilidade integral, inclusão e ética.

Vocês dizem, com razão, que acreditam que o magistério social da Igreja pode ser uma bússola. Para que isso realmente aconteça, é necessário não parar no momento exortativo, mas ser capaz de analisar como as finanças funcionam, expor os pontos fracos e imaginar medidas corretivas concretas, observou o Santo Padre.

O dinheiro deve servir e não governar

Vocês conhecem os processos financeiros, e esse o grande mérito de vocês, mas ao mesmo tempo é também uma grande responsabilidade. Cabe a vocês descobrir como fazer com que a iniquidade diminua: que a iniquidade diminua. Porque uma “reforma financeira que não ignore a ética exigiria uma vigorosa mudança de atitude por parte dos líderes políticos. O dinheiro deve servir e não governar!” Certa vez, ouvi um crítico político dizer: “Neste país, se governa a partir dos bolsos”: isso é feio...

Em seguida, o Santo Padre destacou que eles trabalharam em três níveis: pensamento, concretude e valorização do bem. Concordo que nunca se deve perder de vista a concretude, porque o que está em jogo é o destino dos mais pobres, das pessoas que lutam para encontrar os meios para uma vida digna.

O diálogo é sempre o melhor caminho

O trabalho que vocês realizaram em Milão é encorajador, e talvez seja bom estendê-lo a outros centros financeiros, promovendo um modelo de Diálogo que se difunda e gere uma mudança de paradigma. De fato, o paradigma tecnocrático continua dominante; há necessidade de uma nova cultura, capaz de abrir espaço para uma ética adequadamente sólida, uma cultura e uma espiritualidade.

Por fim, Francisco agradeceu pelo trabalho feito e que estão realizando e à Fundação Centesimus Annus pela iniciativa, e exortou-os a continuar e a difundir este método e estilo.

Fonte: Vatican News

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O Papa: migrantes provados pela sede e a fome. Deus caminha com eles

Na mensagem para o 110º Dia Mundial do Migrante e do Refugiado, que se celebra em 29 de setembro, Francisco nos convida a rezar por aqueles que, fugindo dos abusos e da opressão, abandonam as suas terras “em busca de condições de vida dignas”. Pessoas que vivem a "experiência de Deus como companheiro de viagem": "Quantas Bíblias, Evangelhos e Rosários acompanham as viagens através de desertos, rios, mares."

Vatican News

Foi divulgada, nesta segunda-feira (03/06), a mensagem do Papa Francisco para o 110º Dia Mundial do Migrante e do Refugiado que será celebrado em 29 de setembro próximo sobre o tema "Deus caminha com o seu povo".

O Pontífice recorda no texto que, em 29 de outubro de 2023, terminou a primeira Sessão da XVI Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos, na qual foi aprofundada a "sinodalidade vista como vocação originária da Igreja".

Dimensão sinodal

"A ênfase posta na sua dimensão sinodal permite à Igreja descobrir a sua natureza itinerante de povo de Deus em caminho na história, peregrinante – poderíamos dizer «migrante» – rumo ao Reino dos Céus", escreve o Papa, recordando "a narração bíblica do êxodo, que apresenta o povo de Israel a caminho da Terra Prometida: uma longa viagem da escravidão para a liberdade, que prefigura a da Igreja rumo ao encontro final com o Senhor. Da mesma forma, é possível ver nos migrantes do nosso tempo, como aliás nos de todas as épocas, uma imagem viva do povo de Deus em caminho rumo à Pátria eterna. As suas viagens de esperança lembram-nos que «a cidade a que pertencemos está nos céus, de onde certamente esperamos o Salvador, o Senhor Jesus Cristo»".

"As duas imagens – a do êxodo bíblico e a dos migrantes – apresentam diversas analogias. Como o povo de Israel no tempo de Moisés, frequentemente os migrantes fogem de situações de opressão e abuso, de insegurança e discriminação, de falta de perspetivas de progresso. Como os hebreus no deserto, os migrantes encontram muitos obstáculos no seu caminho: são provados pela sede e a fome; ficam exaustos pelo cansaço e as doenças; sentem-se tentados pelo desespero", ressalta o Papa.

Deus acompanha o caminho do seu povo

"Mas a realidade fundamental do êxodo, de qualquer êxodo, é que Deus precede e acompanha o caminho do seu povo, dos seus filhos de todo o tempo e lugar. A presença de Deus no meio do povo é uma certeza da história da salvação. Para o povo saído do Egito, tal presença manifesta-se de diversas formas: uma coluna de nuvem e de fogo indica e ilumina o caminho; a tenda da reunião, que guarda a arca da aliança, torna palpável a proximidade de Deus; a haste com a serpente de bronze assegura a proteção divina; o maná e a água são os dons de Deus para o povo faminto e sedento. A tenda é uma forma de presença particularmente querida ao Senhor. Durante o reinado de David, Deus recusa-se a ser encerrado num templo preferindo continuar a viver numa tenda e poder assim caminhar com o seu povo «de tenda em tenda, de morada em morada»".

Deus como companheiro de viagem

"Muitos migrantes fazem experiência de Deus companheiro de viagem, guia e âncora de salvação. Confiam-se a Ele antes de partir, e recorrem a Ele em situações de necessidade. N’Ele procuram consolação nos momentos de desânimo. Graças a Ele, há bons samaritanos ao longo da estrada. Na oração, confiam a Ele as suas esperanças. Quantas bíblias, evangelhos, livros de orações e terços acompanham os migrantes nas suas viagens através dos desertos, rios e mares e das fronteiras de cada continente", escreve ainda Francisco.

O Pontífice recorda na mensagem que "Deus caminha não só com o seu povo, mas também no seu povo, enquanto Se identifica com os homens e as mulheres que caminham na história – particularmente com os últimos, os pobres, os marginalizados –, prolongando de certo modo o mistério da Encarnação".

O encontro com o migrante é encontro com Cristo

Segundo o Papa, "o encontro com o migrante, bem como com cada irmão e irmã que passa necessidade, «é também encontro com Cristo. Foi o que Ele mesmo disse. É Ele –faminto, sedento, estrangeiro, nu, doente, preso – que bate à nossa porta, pedindo para ser acolhido e assistido». Então cada encontro ao longo do caminho constitui uma oportunidade para encontrar o Senhor, revelando-se uma ocasião rica de salvação, porque na irmã ou irmão necessitado da nossa ajuda está presente Jesus. Neste sentido, os pobres nos salvam, porque nos permitem encontrar o rosto do Senhor".

"Queridos irmãos e irmãs, neste Dia dedicado aos migrantes e refugiados, unamo-nos em oração por todos aqueles que tiveram de abandonar a sua terra à procura de condições de vida dignas. Sintamo-nos em caminho juntamente com eles, façamos «sínodo» juntos e os confiemos todos, bem como a próxima Assembleia Sinodal, «à intercessão da Bem-Aventurada Virgem Maria, sinal de segura esperança e de consolação no caminho do Povo fiel de Deus»".

A mensagem do Papa conclui-se com a seguinte oração:

Deus, Pai omnipotente,

somos a vossa Igreja peregrina

a caminho do Reino dos Céus.

Habitamos, cada qual, na própria pátria

mas como se fôssemos estrangeiros.

Cada região estrangeira é a nossa pátria

e contudo cada pátria é, para nós, terra estrangeira.

Vivemos na terra,

mas temos a nossa cidadania no Céu.

Não nos deixeis tornar patrões

da porção do mundo

que nos destes como habitação temporária.

Ajudai-nos a não cessar jamais de caminhar,

juntamente com os nossos irmãos e irmãs migrantes,

rumo à habitação eterna que Vós nos preparastes.

Abri os nossos olhos e o nosso coração

para que cada encontro com quem está necessitado,

se torne um encontro com Jesus, vosso Filho e nosso Senhor.

Amém

Fonte: Vatican News

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Francisco envia medicamentos de primeiros socorros para a Ucrânia

Uma doação importante que chegou no Vaticano possibilitou o envio de vários medicamentos de primeiros socorros para o país devastado pela guerra. É um novo gesto de atenção do Papa para aqueles que vivem as consequências do conflito.

Benedetta Capelli - Vatican News

No coração do Papa Francisco sempre esteve a “martirizada” Ucrânia, para a qual ele volta seus pensamentos constantemente, convidando as pessoas a rezar pela paz. Desde o início da guerra, houve muitos gestos de proximidade e solidariedade: desde a compra de geradores de energia até o envio de alimentos, camisetas térmicas e cobertores. Na esteira do que foi feito no passado, Francisco, no último sábado (01/05), enviou ao país medicamentos de primeiros socorros, destinados sobretudo aos feridos de guerra, no valor de 100 mil euros (quase 570 mil reais), fruto de uma importante doação que chegou à Esmolaria Apostólica através de uma embaixada junto à Santa Sé. Uma forma de estar ao lado de um povo em grande dificuldade, provado por mais de dois anos de conflito.

Cuidando da saúde nas ruas

Cuidar dos marginalizados é a missão que o Papa confiou ao Dicastério para o Serviço da Caridade e, por isso, durante esta semana, está sendo ativado no Vaticano um serviço de triagem de saúde para quem trabalha nas ruas. São cerca de 50 pessoas que não têm acesso ao sistema nacional de saúde e que, em muitos casos, não sabem que podem estar correndo riscos, tanto para si mesmas quanto para os outros.

Prevenção do câncer de mama

O foco também está na prevenção, especialmente para as mulheres que vivem marginalizadas, privadas de cuidados com a saúde e geralmente atendidas pelo ambulatório “Mãe de Misericórdia” e pelo Dispensário Santa Marta. No último dia 18 de abril, um veículo móvel da Komen Italia, uma associação que sempre esteve envolvida na prevenção e na luta contra o câncer de mama, em sinergia com a Fundação Policlínico Universitário Agostino Gemelli IRCCS e Gemelli Isola, deu a cerca de 40 mulheres pobres a oportunidade de se beneficiarem de exames de diagnóstico para a prevenção do câncer de mama, como mamografia e ultrassom da mama. A experiência bimestral deve ser repetida neste mês de junho. Para o cardeal Konrad Krajewski, o esmoleiro do Papa, as iniciativas implementadas são um sinal de um Evangelho que se torna próximo, que olha para aqueles que sofrem sem nunca olhar para o outro lado.

Fonte: Vatican News

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Czerny: se vivêssemos as pressões de quem precisa migrar, nós também fugiríamos

Na apresentação, na Sala de Imprensa da Santa Sé, da Mensagem do Papa para o Dia Mundial do Migrante e do Refugiado, o prefeito do Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral exorta a lembrar as raízes migratórias sobre as quais a Europa foi fundada e a não relegar a questão a um plano de abstração. A nigeriana Okoedion, ex-vítima de tráfico humano, presidente da Weavers of Hope: reinserção das mulheres na sociedade, é preciso muita ajuda para superar o trauma.

Antonella Palermo – Vatican News

A migração não é um problema. Sofremos com a distância entre os valores migratórios sobre os quais a Europa foi fundada e os valores contidos no discurso político atual: este é o problema. Foi o que disse o cardeal Michael Czerny, prefeito do Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral, numa das respostas dadas aos jornalistas por ocasião da apresentação, nesta segunda-feira, 3 de junho, na Sala de Imprensa da Santa Sé, da Mensagem do Papa Francisco para o 110º Mundo Dia do Migrante e do Refugiado, que será celebado no domingo, 29 de setembro próximo, sob o tema “Deus caminha com o seu povo”.

Dizer que a migração é uma crise global é falso

"Um migrante forçado não foge por prazer", disse o cardeal em diálogo com os jornalistas, depois de seu discurso que abriu a série de testemunhos ao lado dos migrantes. “Muitas vezes a propaganda ou a ideologia dá a impressão de que o migrante forçado e deslocado o faz por prazer, por aventura. Isso é falso, falso e falso”. Instado a analisar a votação europeia, o cardeal pediu para não reduzir a questão à abstração. Por exemplo, disse ele, não dizer “migração”, mas dizer “migrantes”: “Isso já ajuda. Dizer que a migração é uma crise global é falso”. Ele também pediu que se reconheça o migrante como irmão e irmã. Com um pouco de fraternidade, tudo seria diferente, ressaltou: “Seria útil lembrar as raízes migratórias da Europa. É uma pena que, depois de algumas gerações, tenhamos nos esquecido delas”.

Prestar atenção aos fatores de pressão e atração

“Hoje, em vez de rejeitar e reprimir as pessoas que estão se deslocando, devemos prestar atenção aos fatores de pressão e atração por trás da migração forçada. Nós também fugiríamos se sofrêssemos tais pressões. Portanto, tentemos ver os migrantes como irmãos e irmãs, sejam eles obrigados a fugir ou retidos na fronteira, ou ambos. Suas viagens de desespero e esperança poderiam ser as nossas", disse Czerny, convidando a reler o Livro do Êxodo, citado pelo Papa em sua Mensagem: para o povo de Israel, tanto as pressões (trabalho forçado, escravidão, repressão) quanto a atração da Terra Prometida, disse ele, eram fatores irresistíveis. “Nada poderia tê-los dissuadido de planejar aquela viagem perigosa”. O jesuíta destacou, por exemplo, que, à beira do desespero, muitos migrantes levam consigo a Bíblia e outros objetos religiosos, porque depositam sua confiança na única âncora real de salvação. Por isso, ele convidou a acolher porque, citando o Papa, os encontros com os migrantes são momentos de revelação divina. A própria Igreja, Czerny destacou ainda, “está agora em um caminho sinodal, uma espécie de migração”. E concluiu: “Acolher os muitos viajantes na terra é a maneira de prosseguirmos juntos em peregrinação para a pátria celestial”.

Blessing, de vítima a trabalhadora de resgate

Foi a voz de Blessing Okoedion, presidente da Weavers of Hope (Tecelãs de esperança), que ressoou com força na coletiva de imprensa. O seu testemunho é de um resgate autêntico do tráfico graças à coragem e à proximidade de “bons samaritanos”. Ela não se envergonha de ser chamada de sobrevivente da exploração sexual, ela mostra a sua face. Ela conseguiu fundar essa associação com outras mulheres africanas que tiveram o mesmo problema e que, desde 2018, já ajudou cerca de 150 meninas e mulheres a sair dessa situação e a iniciar um caminho de reintegração social e profissional. Na Nigéria, país de origem de Blessing, a associação trabalha aumentando a conscientização e oferecendo capacitação, especialmente nas áreas rurais. Sua história é típica de alguém que caiu por engano nas malhas do tráfico e que, providencialmente, encontra uma maneira de recuperar a autoestima e a ternura. Ela vem do Estado de Edo, atualmente considerado o centro do tráfico humano na Nigéria, onde milhares de pessoas são recrutadas e forçadas a uma vida de abuso, dívidas, humilhação, violência e, acima de tudo, silêncio. Ela foi trazida para a Europa em 2013, sob coação, por uma suposta “dívida” de 65 mil euros. "Para os exploradores, você é uma mercadoria à venda para especular e ganhar dinheiro", lamentou ela, "para os compradores de sexo, você é uma mercadoria à venda para ser comprada e usada para o prazer deles". Ele também observou que “o fenômeno é amplamente mal compreendido”. Ela conseguiu fugir e denunciar.

Muito precisa ser feito para reintegrar as mulheres de forma independente e sem riscos

O encontro com irmã Rita Giaretta na Casa Rute em Caserta (a religiosa é atualmente responsável pela Casa Magnificat em Roma, ndr.) mudou a sua vida. “Devíamos conhecer melhor e compreender a situação das vítimas, de onde vêm, qual pobreza, degradação, falta de oportunidades as leva a abandonar os seus países. Mas também deveríamos ouvir mais os sobreviventes do tráfico humano”, observou ela. O seu renascimento é contado no livro “A coragem da Liberdade” que escreveu a convite da irmã Rita. Mais uma vez graças ao seu apoio, Blessing tornou-se mediadora cultural e intérprete, graduando-se na Orientale de Nápoles. Com o tempo, surgiu a oportunidade de redescobrir aqueles valores cristãos que a sua família de origem lhe tinha transmitido e que tinham sido contaminados “por uma mulher que se dizia cristã e que frequentava uma das muitas igrejas que proliferam na Nigéria”. A mulher, ao contar a sua história, sublinhou a importância do apoio psicológico e das relações interpessoais para as vítimas forçadas a sofrer durante muito tempo o trauma do tráfico. A sua tese sobre a reintegração das mulheres nigerianas vítimas de tráfico de pessoas na Itália documenta essa realidade através de entrevistas a 70 mulheres que seguiram este caminho de 2004 a 2022. “As histórias são semelhantes - explicou ela - e revelam que ainda há muito o que fazer para que elas possam realmente levar uma vida independente e sem riscos".

UISG: ouvir o grito dos migrantes e ficar ao lado deles

A irmã Patricia Murray, I.B.V.M., secretária executiva da União Internacional das Superioras Gerais (UISG), lembrou os obstáculos geográficos e os muros de rejeição que se interpõem nas viagens das pessoas obrigadas a migrar por causa da guerra e da pobreza. "Elas merecem nosso respeito, aceitação e reconhecimento. Mas isso", ressaltou a religiosa, "só acontecerá quando nos aproximarmos e os conhecermos". A irmã Patrícia relembrou alguns pontos do caminho sinodal em que é explícita a exortação a ouvir seus gritos e permitir que elas “determinem seus próprios meios de crescimento”. Ela então enfatizou que se trata de seres humanos que geralmente têm muito a nos ensinar e “nós temos muito a aprender: isso só acontecerá se realmente caminharmos juntos”.

Scalabrinianos: trabalhar não apenas “para”, mas “com” migrantes e comunidades

A mensagem do Papa é um grande incentivo, comentou Emanuele Selleri, diretor executivo da Agência Scalabriniana de Cooperação para o Desenvolvimento (ASCS), uma organização voluntária criada há 20 anos como braço social, operacional e cultural da Região Europa-África dos Missionários de São Carlos - Scalabrinianos. Trabalhando nas fronteiras europeias de Ventimiglia, Oulx, Calais e Ceuta ou nas “fronteiras internas italianas”, como a área do Gran Ghetto di Rignano, na zona rural entre Foggia e San Severo; e terminando com projetos de desenvolvimento na Guatemala, Bolívia e Brasil, essa realidade trabalha em três áreas principais: acolhimento integral, animação intercultural, especialmente com jovens, e cooperação para o desenvolvimento. Selleri lembrou na coletiva de imprensa o que Scalabrini costumava dizer: “A emigração é... uma lei da natureza”. À luz dessa evidência e do fato de que se é um servo dessa missão, não protagonista, “a questão da migração não pode ser administrada na sociedade e na Igreja trabalhando apenas com os migrantes, mas também incluindo as comunidades nativas em um trabalho constante e incessante de criação de espaços e tempos para que as pessoas se encontrem”, concluiu, “um encontro que gera conhecimento, convívio, amizade e harmonia”.

Fonte: Vatican News

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Allamano santo, padre Lengarin: uma graça, muitas vocações na África

O Superior dos Missionários da Consolata expressa a alegria do Instituto pela próxima canonização do fundador. Os 900 religiosos espalhados nas fronteiras da nova evangelização estão empenhados prioritariamente na educação e na promoção humana de grupos étnicos ainda não totalmente integrados nas sociedades.

Antonella Palermo – Vatican News

“É um momento de graça”. Assim comenta o padre queniano James Lengarin IMC, Superior Geral dos Missionários da Consolata, sobre a notícia da iminente canonização do fundador, o beato Giuseppe Allamano. Com 900 religiosos espalhados pelo mundo, com uma idade média de 53 anos, a congregação nascida há pouco mais de um século pode contar com muitos idosos que, no entanto, “ainda podem fazer muito”, levando adiante o carisma de ir às fronteiras, com entusiasmo, dedicação e criatividade.

Ir “ad gentes

O Superior nos responde da Argentina: “eu estava na Colômbia para a XIII Conferência Regional com cerca de sessenta padres quando chegou a notícia: é uma alegria imensa, porque estamos esperando por isso há tantos anos. É um momento de graça”. Padre Lengarin relembra a origem da constituição dessa família de homens consagrados: “fomos fundados acima de tudo para os não cristãos. Nosso fundador foi muito inspirado pela atividade missionária dos padres de Dom Bosco. Para ele, a maior preocupação sempre foi ir e levar o Evangelho àqueles que não conhecem Deus. Além disso, a promoção humana era um aspecto muito importante que ele sempre enfatizava”.

Crescido entre os salesianos, Allamano se tornou padre aos 22 anos e alimentava o sonho de partir em missão, mas a saúde debilitada não lhe permitiu fazer isso. Aos 29 anos foi enviado para dirigir o maior santuário mariano de Turim, dedicado a Nossa Senhora da Consolata, que com o seu trabalho traz de volta o esplendor do passado. Ele transmite o fogo da missão aos jovens sacerdotes que, treinados na escola de seu reitor, se preparam para partir para terras distantes. Assim, foram lançadas as bases para o Instituto Missionário da Consolata (IMC), que ele fundou em 1901, estabelecendo também, a pedido de Pio X, um ramo feminino com as Irmãs Missionárias da Consolata (MC) em 1910.

O milagre que o levará à canonização nos leva ao Brasil, ao Estado de Roraima, no meio da floresta amazônica, que continua sendo um dos destinos do compromisso missionário desde 1948.

Como muda a geografia da missão

Padre James conta como a evangelização mudou muito ao longo do tempo, especialmente desde o final da década de 1990. E ele se lembra de quando, após a primeira parte de sua formação na Inglaterra, veio para a Itália: “foram tempos difíceis porque tínhamos sido treinados para a missão ‘ad gentes’ e a época exigia que ficássemos em missão na Europa, o que não esperávamos. Porque, diziam-nos, a missão agora está em toda parte”. Afinal, é evidente que seja a África que hoje tem tantas vocações, e que os próprios reservatórios de vocações se inverteram quase completamente em comparação com os séculos passados. “Lembro-me de que, quando entrei para a congregação, eu queria ir para a Amazônia, pois o que mais me atraía era trabalhar com os índios. Em vez disso, me disseram que eu deveria ficar na Itália. O então Superior me disse que a Itália era terra de missão e que eu deveria ficar aqui. Não dormi a noite inteira. Fui enviado para o sul, perto de Lecce, para Galatina”. Ele conta que, no início, os habitantes locais o olhavam com desconfiança, alegando que eles não eram como pessoas “que não conheciam Deus”. Ele ficou lá por cinco anos e depois descobriu que a experiência foi inesperadamente bela e transformadora.

Aumento das vocações na África

Qual é a importância dos números? Eles contam, explica o padre Lengarin, porque quando se pode contar com um grande número de energias jovens, é possível planejar “abrir novos lugares de desafio”. Ele menciona, por exemplo, a condição dos afrodescendentes, entre os quais, observa ele, há muito a ser feito porque, em geral, “ainda estamos inclinados a não reconhecer seus valores”. Ele ressalta que em várias regiões eles ainda não foram totalmente integrados: esse é o caso, por exemplo, do Brasil, Colômbia, Venezuela e Nicarágua. Na África, os pigmeus da floresta tropical do Congo despertam muita atenção por parte dos Missionários da Consolata, que gostariam de trabalhar mais a seu favor, também para promover uma ativação saudável e não traumática dos vínculos entre seus grupos fechados e o resto da sociedade. Precisamente da África, além disso, “prevemos que nascerão mais vocações, se a tendência atual for seguida, cerca de dez ou vinte por ano”. As prioridades apostólicas do Instituto continuam sendo os povos indígenas da América, os habitantes da vasta região amazônica, os centros urbanos com paróquias e, uma atividade considerada fundamental, os centros educativos. Fonte: Vatican News

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Portugal. Cardeal Tolentino: “abre-se aqui uma estação de renovação e de caminho”

O prefeito do Dicastério para a Educação e Cultura, enviado especial do Papa Francisco ao V Congresso Eucarístico Nacional, apontou a uma Igreja de portas abertas que coloque Cristo no centro, praticando a compaixão e a proximidade.

Rui Saraiva – Portugal

De 31 de maio a 2 de junho de 2024, realizou-se em Braga, o V Congresso Eucarístico Nacional (CEN) por ocasião dos 100 anos da sua primeira edição.

“Com o tema “Partilhar o Pão, alimentar a Esperança. «Reconheceram-n’O ao partir o Pão»”, o congresso reuniu cerca de 1400 participantes, 4 cardeais e 30 bispos, estando representadas todas as dioceses portuguesas”, informa a Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) através de comunicado.

“Ao longo de três dias, além de conferências, painéis com testemunhos e workshops, tiveram lugar relevantes momentos celebrativos e culturais: Eucaristia, adoração, laudes, vésperas, oração do terço, cantata eucarística, exposição e uma peregrinação a pé ao Santuário do Sameiro”, refere a nota.

A Eucaristia de encerramento teve lugar no Santuário de Nossa Senhora do Sameiro no domingo dia 2 de junho e foi presidida pelo cardeal José Tolentino de Mendonça, delegado do Papa Francisco ao V Congresso Eucarístico Nacional.

Portas abertas e no centro colocar Cristo

Na sua homilia, o cardeal Tolentino apontou a um novo tempo, “uma estação de renovação e de caminho”.

“Para a Igreja em Portugal, motivada pelo caminho sinodal, reforçada pela experiência da Jornada Mundial da Juventude, mobilizada pelas grandes linhas do magistério do Papa Francisco, abre-se aqui uma estação de renovação e de caminho”, declarou.

O cardeal português exortou os fiéis a viverem uma Igreja de “portas abertas” que “não se coloca a si mesmo como prioridade, mas no centro coloca Cristo”.

“A Igreja é chamada a ser uma Igreja Eucarística. Isto é, uma Igreja que não se coloca a si mesma como prioridade, mas no centro coloca Cristo e retoma Dele as Palavras e os gestos, o modo de olhar cada pessoa e a visão global sobre a vida. Uma Igreja eucarística é o contrário de uma Igreja clericalista: é uma Igreja configurada sinodalmente, que valoriza a participação de todos os baptizados, que reconhece o papel do ministério ordenado, que cuida dos seus pastores e os acarinha, que investe nos ministérios laicais, que promove uma cultura eclesial de corresponsabilidade, que lê com profecia o lugar da mulher na Igreja. A Igreja Eucarística é uma Igreja de ‘portas abertas’, que se apresenta como experiência de serviço amoroso à vida”, afirmou.

Compaixão e proximidade

O purpurado enfatizou a necessidade da Igreja em Portugal viver a compaixão e a proximidade. Uma Igreja “Samaritana”.

“A Igreja em Portugal é chamada a ser uma Igreja Samaritana. Uma Igreja que atualiza a linguagem da compaixão. Uma Igreja de proximidade, não indiferente nem esquiva, mas capaz de fazer suas, como exorta o proémio da Gaudium et Spes, «as alegrias e as esperanças, as tristezas e as angústias do homem de hoje, sobretudo dos pobres e todos aqueles que sofrem». Uma Igreja especialista em humanidade, como insiste o Papa Francisco, que «não aponta o dedo, mas abre os braços». Uma Igreja enamorada pelo Evangelho e mobilizada pelo Seu anúncio. Recordo as palavras que não longe daqui escreveu o monge-poeta Daniel Faria: «escrevo para os que morrem sem nunca terem provado o pão/ Grito-lhes: imaginai o que nunca tivestes nas mãos!». A Igreja samaritana adota uma atitude de escuta, capaz de ser artesã de encontros para lá da sua zona de conforto ou do seu perímetro habitual, capaz de diálogos e de abraços que testemunham a maternidade e a paternidade incondicionais de Deus”, salientou.

No final da sua homilia, D. José Tolentino referiu ainda o chamamento fundamental da Igreja em Portugal a ser uma Igreja “mariana”, que em Maria possa redescobrir a “gentileza”, a “contemplação” e a “beleza”.

No seu comunicado conclusivo do V Congresso Eucarístico Nacional a CEP sublinha que nos dias do Congresso “a Igreja em Portugal se reuniu para refletir e rezar a centralidade da Eucaristia na vida dos crentes e a missão confiada a cada um que comunga o Corpo de Jesus, de ser esperança no mundo e para o mundo, numa época desafiante e de vertiginosas transformações”.

Linhas orientadoras da Conferência Episcopal

A CEP publica algumas linhas orientadoras para a Igreja em Portugal que passamos a citar:

1.    Redescobrir que a centralidade eucarística vai para além do Domingo. A Eucaristia deve ser preparada e celebrada como verdadeiro encontro com Cristo Ressuscitado, evitando que seja apenas o cumprimento de um preceito. Para uma presença alegre, consciente, ativa e frutuosa da celebração urge uma mais cuidada formação litúrgica.

2.    Manter as igrejas abertas e revalorizar a adoração eucarística. Os horários de abertura das igrejas devem ser adequados ao ritmo do mundo de hoje, procurando estimular os momentos de oração pessoal e envolver os leigos, confrarias do Santíssimo Sacramento, catequistas e demais agentes pastorais na dinamização dos momentos de adoração eucarística comunitária.

3.    Procurar o equilíbrio entre a Tradição e a necessidade de introduzir novas linguagens na liturgia, integrando os jovens nesse processo de renovação e adequando a espiritualidade cristã aos ambientes digitais e ao mundo secularizado.

4.    Reforçar a Eucaristia como escola de fraternidade e sacramento de unidade. O encontro comunitário na celebração do Domingo ultrapassa todas as fronteiras. Ao partilhar o pão, na mesa do altar, tornamo-nos companheiros de caminho e somos chamados a criar comunhão. A Eucaristia convoca todos, está aberta a todos e não afasta ninguém.

5.    Garantir a autenticidade e coerência entre o que se vive e anuncia. Quem participa, celebra e comunga tem de se sentir comprometido e impelido à missão. A Eucaristia celebrada na igreja tem de ser expressa para além das suas portas, através das respostas reais às necessidades concretas das pessoas, estendendo o seu abraço a todos, especialmente aos mais pobres, indefesos e os que estão afastados.

6.    Assumir a sinodalidade a partir da Eucaristia como lugar onde a Igreja se renova na comunhão, na participação e na missão.

7.    Ser sinal de Esperança. O amor dos crentes à Eucaristia acreditada, celebrada, adorada e vivida consolida a fraternidade, promove o perdão e a paz, tornando-se fonte inesgotável de esperança para o mundo.

“Confiamos a Maria, Mãe da Esperança, os bons frutos deste Congresso para que a Igreja em Portugal seja cada vez mais eucarística, samaritana e mariana”, refere a CEP no seu comunicado.

Laudetur Iesus Christus

Fonte: Vatican News

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Concluiu-se em Manaus a 42ª Assembleia Geral do Laicato do Brasil

“O laicato, na sua forma organizativa, adquiriu a maturidade eclesial”: de 30 de maio a 02 de junho, 200 representantes dos 19 regionais da CNBB estiveram reunidos em Manaus.

Padre Modino – Regional Norte 1 da CNBB

A 42ª Assembleia Geral do Laicato do Brasil, que reuniu em Manaus (AM), de 30 de maio a 02 de junho, 200 representantes dos 19 regionais da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, foi encerrada com uma celebração eucarística, presidida pelo bispo de Araguaína (TO) e presidente da Comissão Episcopal para o Laicato da CNBB, dom Giovane Pereira de Melo.

No contexto do Jubileu dos 50 anos do Conselho Nacional do Laicato (CNLB), o presidente da Comissão Episcopal para o Laicato destacou que “são 50 anos de presença, de organização, de mobilização. Segundo o bispo, “o laicato, na sua forma organizativa, adquiriu a maturidade eclesial”, afirmando que são 50 anos de compromisso com a missão evangelizadora da Igreja, de compromisso social com as lutas em momentos importantes da vida nacional, e uma tomada de consciência cada vez mais ampla da vocação batismal”.

“Quando o laicato realiza uma assembleia como esta que nós fizemos agora, de revisão estatutária, mostra esta maturidade, esta tomada de consciência da identidade, da missão, da vocação, da importância da organização do laicato na Igreja do Brasil”, ressaltou dom Giovane Pereira de Melo. O bispo disse que “é preciso crescer, não só o laicato, também os ministros ordenados. Ainda está muito presente nos ambientes eclesiais o clericalismo, ainda há resistência e pouca compreensão em alguns ministros ordenados da importância da organização do laicato através dos conselhos de leigos”.

Na 42ª Assembleia Geral do Laicato do Brasil foi aberta uma pauta para o Ano da Missão, que será realizado em 2025, depois de viver em 2023 o Ano da Profecia e em 2024 o Ano do Testemunho, “de pensar não mais um Conselho, mas pensar uma Conferência Nacional dos Cristãos Leigos e Leigas”, disse o bispo. Segundo ele, “uma das missões que o laicato sai desta assembleia é trabalhar não só com os leigos, mas também no diálogo com os bispos, com os presbíteros, com as outras conferências dos religiosos, dos consagrados, a importância de o Conselho de Leigos ser reconhecido como uma Conferência Nacional, a exemplo das outras vocações na vida da Igreja”.

O fato de ter realizado na 42ª Assembleia Geral do Laicato é Manaus, leva a presidente do CNLB, Sônia Gomes de Oliveira, a dizer que “de forma assertiva, quando nós pensamos o tema, testemunhas da Igreja do Reino, e trazer a 42ª Assembleia para a Amazônia, para Manaus, marcou muito como é ser testemunho do Reino numa Igreja como esta”. Ela disse que “nós saímos daqui com nosso lema, anunciar aquilo que vimos e ouvimos, e nós vimos testemunho de uma Igreja encarnada com a vida, uma Igreja que é comprometida”, insistindo em que é marcante “a experiência que esta Igreja tem e que nos mostrou”.

Na celebração final, Sônia Gomes de Oliveira, que é membro do Sínodo sobre a Sinodalidade, foi enviada para a segunda sessão da assembleia, algo que ele vê como “mais uma vez abrir para esse jeito de Igreja sinodal, dar essa abertura para mulheres, leiga, também ser vista, representada, nessa corresponsabilidade na missão da Igreja”.

Uma assembleia que no Regional Norte1 pode ajudar, segundo o coordenador regional do laicato, Francisco Meireles, “a motivar mais os nossos cristãos leigos e leigas e assim fazer com que o trabalho do laicato do nosso Regional possa crescer nas nossas dioceses e prelazias e ser multiplicadores dentro das nossas paróquias, áreas missionárias e comunidades”. Para isso, serão preparados multiplicadores a partir daqueles que participaram da Assembleia, buscando implementar o conselho do laicato nas igrejas locais onde não tem e que possa continuar caminhando onde tem, e assim aumentar cada vez mais o trabalho do laicato.

Francisco Meireles insistiu na importância e necessidade da formação, “formar nossos cristãos leigos e leigas na dimensão espiritual, na vocação do cristão leigo e leiga, na missão do cristão leigo e leiga, e também na espiritualidade do cristão leigo e leiga, formando-o tanto para a comunidade como também para a sociedade, no campo da dimensão sociopolítica transformadora”.

Participar da Assembleia tem sido uma experiência muito rica para Vanda Carvalho, vice-presidente do CNLB. Ela disse ter percebido “nos gestos de cada pessoa, que eles vão vivendo essa Igreja sinodal”, algo que ela vê como consequência do Sínodo para a Amazônia, que “ajudou muito nesse processo de caminhada deles”. Ela destacou a celebração de Corpus Christi no centro de Manaus com todo o povo de Deus da arquidiocese, que “estão imbuídos dessa caminhada, dessa alegria, dessa contemplação do corpo e sangue de Cristo no irmão que está precisando”.

A vice-presidente do CNLB destacou a fala de dom Zenildo Lima, “que nos ajudou muito a entender essa realidade aqui dentro desta Igreja sinodal”. Ela, que disse ter sido a primeira vez em Manaus, tem vivido esse momento como uma experiência única e gratificante. Nessa perspectiva, Vanda Carvalho espera que “esses dias tenham trazido muita esperança para nós, e que nós possamos, a partir dessa experiência crescer com nossa espiritualidade, com nosso testemunho, onde estamos, sempre à luz dessa Amazônia, que é o próprio Evangelho de Cristo que está vivo aqui no nosso meio.  

Fonte: Vatican News

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4ª Caminhada Ecológica Franciscana: sinal de esperança e compromisso!

No sábado, 1° de junho mais de 50 participantes estiveram presentes na 4ª Caminhada Ecológica Franciscana da Paróquia Santa Clara de Assis de Colatina (ES). Os Documentos e Encíclicas do Papa Francisco sobre Ecologia estiveram presentes na reflexão dos participantes que em um trajeto de 12 km contemplaram diferentes realidades da natureza, castigada pela ação humana, como a seca, por exemplo

Frei Augusto Luiz Gabriel, ofm

Mais de 50 participantes estiveram presentes na 4ª Caminhada Ecológica Franciscana da Paróquia Santa Clara de Assis de Colatina (ES), neste sábado, 1º de junho. Anualmente a Pastoral da Ecologia promove o evento e neste ano desafiou os participantes a conhecerem um novo percurso que contemplou três comunidades pertencentes a paróquia franciscana: Comunidade Santa Cruz de Córrego Bom Jesus, Comunidade Arcanjo Gabriel de Alto São Gabriel e São João Batista de São Gabriel de Baunilha, todas do Setor Rural.

Inspirados no Papa Francisco

Temáticas a partir dos Documentos e Encíclicas do Papa Francisco como a “Alegria do Evangelho”, “Casa Comum”, “Laudato Si’”, “Fratelli Tutti”, “Laudato Deum”, estiveram presentes na reflexão dos participantes que em um trajeto de 12 km contemplaram diferentes realidades da natureza, castigada pela ação humana, como a seca, por exemplo. A situação climática na cidade é de calor extremo mesmo em tempos de inverno. Os mais experientes relatam que anualmente Colatina vive tempos mais quentes do que os normais. Quem vem de fora percebe na pele tal realidade.

A caminhada teve início às 6h15 da manhã na entrada do Córrego Santa Lúcia. No entanto, grande parte dos participantes saíram da cidade de Colatina às 5h da manhã com um ônibus da Prefeitura de Colatina, que apoiou a realização do evento. Além dos presentes, todos os freis da Fraternidade Franciscana Frei Galvão e Paróquia Santa Clara marcaram também presença.

São Francisco, padroeiro da ecologia

O Vigário Paroquial, Frei Augusto Luiz Gabriel acolheu a todos e explicou como seria o trajeto do dia. Depois, manifestou alegria pelo grande número de participantes. O pároco, Frei Pedro de Oliveira Rodrigues, lembrou que São Francisco é o padroeiro da ecologia. “E nós como paróquia franciscana não poderíamos deixar de lembrar e de nos desafiar a cuidarmos e preservarmos a ‘Mãe Natureza’. Por isso, a caminhada tem o significado de louvar a Deus, interagir, contemplar. Tenhamos a certeza de que São Francisco caminha conosco. Ele é o grande incentivador”, disse. Assim, após a oração inicial teve início o percurso.

A primeira parada se deu na Comunidade Santa Cruz. A senhora Rose Goldner, explicou aos peregrinos um pouco da história do local. “Estou aqui há 25 anos. Quando a Igreja foi fundada não era aqui ainda, mas em um lugar próximo e era uma capela menor ainda que essa. Então, os antigos contam que aqui não havia água, nem para os animais beber e nem para o povo. Por isso, eles trouxeram a imagem e a devoção de Santa Cruz na esperança de que aqui nesse lugar existisse água. E assim, desde quando colocaram Santa Cruz aqui, nunca mais faltou água. Nossa fé aqui em nossa comunidade é muito forte graças a Santa Cruz”, explicou. 

Segundo Rose, esse relato tem muito a ver com o momento de hoje, com a Caminhada Ecológica e com a caminhada de anos daqui da comunidade. “Conscientização e cuidado é o que mais a gente está precisando no nosso planeta. Todos se conscientizarem pela ecologia e pelo que está acontecendo hoje em nosso mundo. E o futuro, só Deus sabe o que pode acontecer. Então vamos lutar por essa causa. Nossa fé move montanhas, que a gente nunca perca a nossa fé, que Deus sempre esteja com a gente, talvez Ele não traga o que a gente peça nesse momento, mas ele vai atender nossos pedidos. E esse é o meu agradecimento a todos que aqui hoje se fazem presentes. Boa caminhada”, desejou!

Seguindo o trajeto, os participantes chegaram até a Comunidade Arcanjo Gabriel, que surgiu há mais de 102 anos com a reza do terço. Frei Pedro explicou que a Festa de Arcanjo Gabriel sempre é bem frequentada, pois muitos que neste local moravam nos dias festivos voltam para as origens. “Jamais podemos esquecer de onde viemos, de onde nascemos, quem tem vergonha de falar de onde veio, nega sua origem, sua raiz”, refletiu. “Queremos agradecer a comunidade de Arcanjo Gabriel por ter nos atendido e se disponibilizado por colaborar na acolhida e na partilha dos alimentos”. No local os participantes partilharam o café da manhã regado de frutos da terra.

De Arcanjo os caminheiros seguiram em peregrinação rumo ao ponto final do trajeto: Comunidade São João Batista, no local uma capela foi construída em 1925 pelos irmãos Bortolott. Neste local realizaram o gesto concreto com a plantação de 12 mudas de palmeira no caminho de subida à Igreja e se comprometeram com o cuidados das mesmas.

Há meses não chove em Colatina, no entanto, em um dos períodos do dia uma garoa acompanhou os presentes, e não somente, assim como a presença de um arco-íris. “Ao olhares para o céu e veres o arco-íris lembre-se da aliança de Deus para com seu povo e para com todos nós”, disse Frei Pedro.” E hoje apareceu para nós e Ele nos diz: tenham a certeza de que caminho com vocês, em meio a garoa, poeira e a seca. Este é o sinal de minha aliança. Sinal visível de Deus em nosso meio”, refletiu o frade. “Vamos rezar pela nossa comunidade, por todos que colaboraram. Em tudo devemos dar graças a Deus, diz São Paulo. Agradecimentos também à equipe da Pastoral da Ecologia”.

Tatiane Visintini, coordenadora da Pastoral da Ecologia paroquial explicou que essa é também uma pastoral diocesana e lembrou dos próximos compromissos, como a formação no dia 8 de junho sobre “Espiritualidade, Comunidade e Sustentabilidade” e pediu novos participantes para compor a Pastoral da Ecologia da Paróquia.

Fonte: Vatican News

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Togo - Uma WEB TV para comunicar com os fiéis togoleses

“...Não percam nenhuma oportunidade de pregar a Boa Nova”. Foi precisamente nestas palavras do fundador da Sociedade das Missões Africanas, SMA, Melchior de Marion Brésillac, que os missionários dessa Congregação, mais conhecidos por “Padres Brancos” (devido à batina branca que traziam) se inspiraram para a criação em 2022 da “SMA Togo TV”, uma Web TV, que tem obtido um sucesso considerável, mesmo para lá das fronteiras do Togo.

Vatican News

“É um canal multimedial com visão internacional, uma novidade no panorama mediático para responder aos pedidos de muitos fiéis e para divulgar as mensagens e o trabalho dos padres da SMA - lê-se numa nota do Padre Eric Koami Kpotor, responsável pelos media da província SMA-Togo, citado pela agência noticiosa, FIDES.

O projeto Web TV nasceu com o intuito de ampliar e potencializar o fluxo de comunicação nas redes digitais, no Togo e na África em geral. Tudo começou durante os meses dramáticos da pandemia."

Durante a emergência sanitária, de fato, os padres da SMA começaram a enviar, diariamente, gravações das leituras bíblicas do dia, às quais juntavam homilias que eram enviadas por WhatsApp. “Estas iniciativas suscitaram grande entusiasmo entre os fiéis, num período difícil, não só do ponto de vista sanitário, mas também humano e social – continua padre Érico. As pessoas tinham necessidade de alimentar a sua fé e de sentir algum conforto nesse contexto de caos.  Por isso, as iniciativas empreendidas pelos padres da SMA tiveram sucesso, tanto é que aumentou o número de pessoas que acompanhavam as homilias através do telemóvel e do computador”.

Graças a esta resposta positiva, a equipa de comunicação social dos Padres SMA da província do Togo iniciou o projeto Web TV, para responder às crescentes expectativas dos fiéis. A iniciativa insere-se no processo de evangelização, que vê nos meios digitais uma das ferramentas mais acessíveis para comunicar com os fiéis togoleses e demais africanos.

Inaugurado em junho de 2022 pelo Arcebispo de Lomé, Nicodème Barrigah-Benissan, por ocasião da festa do Santíssimo Sacramento do Corpo e Sangue de Cristo, esta Web TV está em funcionamento há quase dois anos. A sua sede é na casa provincial da SMA em Bè-Klikamé.

Fonte: Vatican News

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Real Madrid dedica troféu da Champions League à Virgem de AlmudenaPor Walter Sánchez Silva 

O Real Madrid foi dia 2 à catedral de Almudena, em Madri, Espanha, para oferecer a vitória e a taça da Champions League a Nossa Senhora de Almudena, padroeira da capital espanhola.

 O time espanhol venceu a equipe alemã Borussia Dortmund por 2 a 0 na final da Champions League, em Londres, Inglaterra, no sábado (1º).

Segundo a arquidiocese de Madri, a equipe foi recebida na catedral pelo arcebispo, o cardeal José Cobo.

Entre os integrantes do Real Madrid estavam o brasileiro Vinicius Jr., que fez o segundo gol da final; o goleiro Courtuois, Luka Modric, Toni Kroos, Tchouaméni, Kamavinga e Carvajal.

Não é a primeira vez que o Real Madrid oferece a taça da Liga dos Campeões à Virgem de Almudena. A equipe fez esse gesto em 2018, depois de vencer o Liverpool, e em 2022, quando venceu o mesmo time.

Na catedral da Almudena, que estava cheia de gente, o cardeal disse que toda a Igreja “que caminha por Madri quer felicitá-los do fundo do coração por esta taça (a 15ª do Real Madrid) e pelo que ela significa para vocês e para nossa cidade".

 “Parabéns pelo esforço e pelo trabalho de toda a equipe e dos treinadores e de todo o clube. O esporte é um meio de expressar os talentos, mas também de construir a sociedade”, disse o cardeal.

“Agora colocamos vocês com muito carinho sob o manto e o olhar da Virgem de Almudena, padroeira desta Madri que vocês carregam no coração. Ela se preocupa e, como uma boa mãe, intercede pelos seus filhos, crentes e não crentes”, disse o arcebispo.

O cardeal também disse que não saberia “de qual equipe seria Jesus, o Filho de Maria, aquele que ela nos mostra nos braços”, mas “com certeza Jesus também quer estar presente e agradecer por esta taça. Ele nos ajuda a reconhecer o que é verdadeiramente importante na vida e nas coisas”.

“Maria acolhe esta taça e faz dela uma bênção para vós, para as vossas famílias, para os adeptos do Real Madrid e para todos os que valorizam o bom esporte que ajuda a fazer um mundo melhor, sem guerras e sem violência”, disse o cardeal.

Ao concluir seu discurso, o cardeal Cobo pediu a todos no Real Madrid que continuem “a jogar bom futebol para todos, que a Virgem os proteja, abençoe e cuide para que sejam uma bênção de esperança e de amor para todos. Obrigado por jogarem assim”.

Fonte: ACIDigital

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Do dia 02/06/2024

Secretário-Geral da CNBB preside missa de encerramento do Congresso dos 70 anos da Conferência dos Religiosos do Brasil

Os 70 anos da Conferência dos Religiosos do Brasil (CRB) Nacional, comemorados em Fortaleza, que teve início no dia 30 de maio e se encerra hoje, 02 de junho de 2024, foram um marco histórico de profunda relevância e reflexão para a Vida Religiosa. Desde sua fundação, em 1954, a CRB tem sido um pilar de apoio, orientação e inspiração para milhares de religiosos e religiosas que dedicam suas vidas ao serviço do Evangelho e ao cuidado da vida em todas as suas dimensões.

Ao longo dessas sete décadas, a CRB não apenas acompanhou, mas também influenciou as transformações sociais, políticas e religiosas do Brasil. Sua atuação tem sido vital na promoção da justiça social, na defesa dos direitos humanos e na construção de uma sociedade mais justa e solidária. A celebração final do Congresso dos 70 anos em Fortaleza/CE simboliza não apenas a história rica e diversificada da CRB, mas também sua capacidade de renovação e adaptação aos desafios contemporâneos com novas linguagens e novas formas de servir ao Reino de Deus.

Este jubileu dos 70 anos da Conferência é uma oportunidade de celebrar as conquistas e refletir sobre os desafios futuros com os olhos fixos em Jesus de Nazaré. A CRB tem se mostrado resiliente e inovadora, encontrando novas formas de evangelização e serviço em um mundo em constante mudança. A cerimônia de encerramento se deu com uma missa de Ação de Graças, presidida pelo secretário-geral da CNBB, Dom Ricardo Hoepers, e concelebrada por Dom Edmilson Tadeu, bispo auxiliar da Arquidiocese de Manaus. Vários sacerdotes reforçaram o compromisso contínuo da CRB com a formação integral dos religiosos, a promoção da espiritualidade profunda e a ação transformadora na sociedade.

Irmã Eliane Cordeiro, presidente da CRB Nacional, dirige-se aos participantes agradecendo as parcerias, a colaboração e o sucesso do evento, com as palavras: “Chegamos ao final deste congresso. Gratidão! “Em tudo dai graças”, nos diz São Paulo. Agradecemos ao Pai e a cada um de vocês que tanto trabalhou para a realização deste Congresso dos 70 anos. Somos todos e todas CRB. Obrigada, Senhor. Que a Mãe Aparecida nos ajude na caminhada. Avante, CRB! Continuem sendo sinal de Deus entre nós”. disse, Irmã Eliane.

Concluímos esta celebração com um profundo sentimento de gratidão e esperança. Gratidão a todos os religiosos e religiosas que, com sua dedicação e sacrifício, construíram e continuam a construir a história da CRB. Esperança de que, inspirados pelo Espírito Santo, possamos continuar a missão de ser luz e sal na Terra, promovendo o Reino de Deus com renovado vigor e criatividade.

Que os próximos anos sejam igualmente fecundos, fortalecendo ainda mais a presença e a missão dos religiosos no Brasil e no mundo.

Fonte: CRB

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Festas Juninas: A tradição e a devoção brasileira aos santos juninos

As festividades do mês de junho carregam a tradição e a devoção aos santos da Igreja Católica

Escrito por Laís Silva

No Brasil, o mês de junho é conhecido como o mês das festas juninas, uma tradicional manifestação cultural que, além de alegrar as famílias e as comunidades com as danças e comidas típicas, celebram também a memória de quatro santos católicos: Santo Antônio, São João Batista, São Pedro e São Paulo.

Essas festas reúnem a cultura popular e a devoção aos santos protetores. Cada região do país tem suas tradições e suas particularidades, mas com certeza todas elas são animadas e com muita música e alegria.  

As festas juninas seguem o Calendário Litúrgico da Igreja Católica. Acredita-se que as festas aos santos juninos foram inspiradas nos rituais de comemoração da fertilidade da terra, no período pré-gregoriano, durante o solstício de verão na Europa. A Igreja Católica fez a substituição dos antigos rituais dedicados a outros deuses por festas dedicadas aos santos.

Santo Antônio

Entre as festas celebradas neste mês, a primeira é de Santo Antônio, dia 13 de junho, doutor da Igreja. Ele, que é conhecido como um santo familiar, protetor do lar e que ganhou a fama de “santo casamenteiro”.

A partir daí, veio tradição de fazer simpatias e orações aos pés do santo para que a pessoa consiga se casar.

São João Batista

No dia 24 de junho celebramos o dia de São João Batista. Foi ele quem anunciou a vinda de Jesus e a Salvação que Cristo iria trazer para todos. Essa tradição substitui o culto a Adônis, um dos deuses da mitologia grega que coincide com as mudanças das estações onde naquela região se encerrava o inverno e renascia a primavera. Na antiga cultura, eles entendiam que nessa mudança era Adônis quem trazia a “boa-nova”.

O cristianismo assimilou essa ideia substituindo o culto a Adônis pela festa de São João Batista, já que ele trouxe a “boa-nova” da vinda de Jesus Cristo, a promessa na Salvação, que renovaria todas as coisas.

A festa de São João é a mais característica desta época do ano. A região Nordeste do Brasil, por exemplo, realiza a festa que ganhou o título de “Maior São João do Mundo”, na Paraíba. Entre os elementos culturais desta festa está a fogueira, que não é por acaso. A fogueira faz referência ao sinal de Santa Isabel, mãe de São João, para Maria, mãe de Jesus.

São Pedro e São Paulo

Esta é a última data das festas de Santos no mês de junho. Dia 29 é lembrado o dia do martírio desses dois Apóstolos de Cristo. 

São Pedro, após a morte e ressurreição de Jesus Cristo, liderou os discípulos, organizando e criando a Igreja. Por este motivo ele também é lembrado como o primeiro Papa da Igreja Católica. Ele foi crucificado de cabeça para baixo por não se achar digno de morrer como seu mestre. Ficou conhecido como o guardião das portas do céu, responsável por permitir ou não as chuvas, além de ser protetor das viúvas e dos pescadores. 

São Paulo também foi um dos apóstolos de Cristo, apesar de não ter convivido diretamente com Jesus. Ele tornou-se um dos grandes evangelizadores da Igreja primitiva e um dos grandes responsáveis pela expansão da igreja. Paulo morreu decapitado, no mesmo dia em que São Pedro foi crucificado.

São Pedro e São Paulo são os dois pilares da Igreja Católica, e sua festa tem como objetivo manter as origens da Igreja, pois estavam unidos com o mesmo propósito.

A data que celebramos o dia de São Pedro e São Paulo, nas festividades juninas, é também o dia em que ocorre a “tomada do mastro de São João”, marcando o fim das festividades. Como forma de comemoração, algumas festas fazem a fogueira triangular.

Tradição junina

A tradição das festas juninas conquistou o coração das pessoas. E a paixão foi tanta que a festa, que era junina, hoje também é “julina” e em algumas regiões até “agostina”.

Apesar da existência das festas juninas em diversas regiões do país, essas manifestações culturais ganham mais força nas áreas rurais e nos sertões do Brasil.

Em 2019, frei Mário Sérgio dos Santos Souza, da arquidiocese de Feira de Santana (BA), concedeu uma entrevista a revista Bote Fé, da Edições CNBB, e nela ele contou que mesmo com o passar dos anos, a expressão cultural das festas juninas tem se preservado, sobretudo no Nordeste do Brasil.

“Por isso, o sertão é tão cantado, o grande flagelo da seca, os namoros ingênuos e apaixonados, os santos também, as letras com certas denúncias da fome e da miséria em que vivia esse povo, mas nunca perdeu a fé a capacidade de se divertir. São João é esperado com toda a expectativa pelos nordestinos. É a festa que marca a identidade desse povo”.

Fonte: A12.com

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Francisco: com o “pão do amor”, reconstruir o que o ódio destrói

Na Basílica de São João de Latrão, Francisco presidiu neste domingo (02/06) a celebração eucarística na solenidade de Corpus Christi. A Eucaristia, explicou o Papa, “nos ensina a oferecer o pouco que temos e a render graças; a nos doar aos outros porque o egoísmo não traz liberdade, mas escravidão”. Ao término da Santa Missa, a procissão eucarística seguiu até a Basílica de Santa Maria Maior e foi finalizada com a bênção do Santíssimo Sacramento.

Thulio Fonseca – Vatican News

O Papa Francisco presidiu na tarde deste domingo, 2 de junho, a Santa Missa da solenidade do Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo na Basílica de São João de Latrão, em Roma. Na Itália e em outros países, a Igreja celebra a festa de Corpus Christi no domingo seguinte à quinta-feira em que a solenidade é tradicionalmente comemorada.

Este ano, ao retornar a São João de Latrão, o Pontífice também retomou uma tradição iniciada pelo Papa João Paulo II, na qual, ao final da missa, teve início a procissão com o Santíssimo Sacramento em direção à Basílica de Santa Maria Maior, seguida da bênção eucarística, concedida pelo Santo Padre à multidão.

Durante a celebração, Francisco proferiu a homilia e recordou o gesto de Jesus presente no Evangelho de São Marcos, que narra a instituição da Eucaristia: “Tomou o pão e pronunciou a bênção” (Mc 14, 22). O Papa convidou os fiéis a refletir sobre as três dimensões do Mistério Eucarístico: o agradecimento, a memória e a presença.

A simplicidade agrada a Deus

Ao falar sobre o agradecimento, o Santo Padre sublinhou que “a palavra Eucaristia quer precisamente dizer obrigado”. Agradecer a Deus pelos seus dons, e nesse sentido o sinal do pão é importante.

É o alimento de cada dia, com o qual levamos ao Altar quanto somos e temos: “vida, obras, sucessos e também fracassos, como simboliza o gracioso costume existente em algumas culturas de apanhar o pão quando cai por terra e beijá-lo”. Segundo o Pontífice, essa atitude quer lembrar que o pão é precioso demais para ser lançado fora, mesmo depois de ter caído, e completou:

“Assim, a Eucaristia ensina-nos a abençoar, recolher e beijar, sempre em ação de graças, os dons de Deus, através do nosso trabalho realizado com amor, perfeição e cuidado, vivendo-o como um dom e uma missão.”

Presença real do Senhor

A segunda dimensão: “abençoar o pão”, significa fazer memória, destacou Francisco, “é reviver a Páscoa de Cristo, a sua Paixão e Ressurreição, com que nos libertou do pecado e da morte”:

“Fazer memória da nossa vida, fazer memória dos nossos sucessos, fazer memória dos nossos erros, fazer memória daquela mão estendida do Senhor que sempre nos ajuda a nos levantar; fazer memória da presença do Senhor na nossa vida.”

Jesus, fonte da verdadeira liberdade 

O Papa, ao se deter sobre o atual conceito de liberdade, disse que “há quem diga que é livre quem pensa apenas em si mesmo, quem aproveita a vida e quem, com indiferença e talvez com arrogância, faz tudo o que lhe apetece sem respeitar os outros”, mas isto não é liberdade, é uma escravidão escondida:

“A liberdade não se encontra nos cofres de quem acumula para si, nem nos sofás de quem se acomoda preguiçosamente no desinteresse e individualismo: a liberdade encontra-se no Cenáculo, onde uma pessoa, sem outro motivo para além do amor, se ajoelha diante dos irmãos oferecendo-lhes os próprios serviços, a própria vida como ‘salvados’.”

Devolver ao mundo o “pão do amor"

Francisco, ao abordar a terceira dimensão, sublinhou que o Pão Eucarístico é presença real de Cristo, “de um Deus que não está distante nem é ciumento, mas próximo e solidário com o homem”. E esta sua presença convida, também a nós, a aproximar-nos dos nossos irmãos nas situações onde o amor nos chama; e como é grande a necessidade, que há no nosso mundo, deste pão, da sua fragrância e do seu aroma, que sabe de gratidão, liberdade e proximidade:

“Dia a dia vemos cada vez mais estradas que outrora cheiravam a pão fresco, e hoje estão reduzidas a montões de escombros por causa da guerra, do egoísmo e da indiferença. É urgente devolver ao mundo o aroma bom e fresco do pão do amor, para continuar a esperar, sem nunca se cansar, e a reconstruir o que o ódio destrói.”

A procissão com o Santíssimo Sacramento

Ao término da celebração, houve a procissão eucarística pela rua Merulana até a Basílica de Santa Maria Maior, onde foi concedida a bênção. Francisco, na conclusão de sua homilia, explicou o significado desse gesto:

“Partindo do Altar, levaremos o Senhor por entre as casas da nossa cidade. Não o fazemos para nos exibir, nem para ostentar a nossa fé, mas para convidar a todos a participarem no Pão da Eucaristia, da vida nova que Jesus nos deu.”

Desde 2017, a tradicional celebração na Basílica de Latrão seguida pela procissão até Santa Maria Maior não acontecia. Em 2018, Francisco escolheu celebrar por dois anos consecutivos a solenidade do Corpus Christi na periferia de Roma. Posteriormente, primeiro a emergência pandêmica e depois problemas de saúde do Papa impediram a realização regular da liturgia com a participação dos fiéis.

Fonte: Vatican News

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Papa no Angelus: contra a lógica do egoísmo, tornemo-nos cristãos "eucarísticos"

“Graças à Eucaristia, nos tornamos profetas e construtores de um mundo novo. Quando superamos o egoísmo e nos abrimos ao amor, estamos partindo o pão de nossas vidas como Jesus”, disse o Papa Francisco no Angelus, referindo-se à festa de Corpus Christi, cuja solenidade a Igreja no Brasil celebrou na última quinta-feira.

Thulio Fonseca - Vatican News

Neste domingo, 2 de junho, diante de milhares de fiéis e peregrinos reunidos na Praça São Pedro, o Papa Francisco dedicou a meditação que precede a oração do Angelus à solenidade do Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo, celebrada hoje na Itália e em outros países. O Pontífice, em sua alocução, refletiu sobre o Evangelho da liturgia, que nos apresenta a Última Ceia de Jesus (Mc 14,12-26), durante a qual Ele realiza um gesto de entrega:

“No pão partido e no cálice oferecido aos discípulos, é Ele mesmo que se doa por toda a humanidade e se oferece pela vida do mundo.”

Tornar-se "pão partido" para o próximo

Francisco sublinhou que, no gesto de partir o pão, há um aspecto importante presente nas palavras de Jesus: "e lhes deu", e completou: "A Eucaristia, de fato, remete antes de tudo à dimensão do dom. O Senhor toma o pão não para consumi-lo sozinho, mas para parti-lo e dá-lo aos discípulos, revelando assim sua identidade e sua missão", pois, de toda a sua vida, Jesus fez um dom.

"Compreendemos, assim, que celebrar a Eucaristia e alimentar-se desse Pão, como fazemos especialmente aos domingos, não é um ato de culto desvinculado da vida ou um simples momento de consolação pessoal. Sempre devemos nos lembrar que Jesus tomou o pão, partiu-o e lhes deu e, portanto, a comunhão com Ele nos torna capazes de também nos tornarmos pão partido para os outros, de compartilhar o que somos e o que temos."

Cristãos “eucarísticos”

Segundo o Papa, este é o chamado de todo cristão: tornarmo-nos "eucarísticos", ou seja, pessoas que não vivem mais para si mesmas, na lógica da posse e do consumo, mas que sabem fazer de suas vidas um dom para os outros. Assim, graças à Eucaristia, nos tornamos profetas e construtores de um mundo novo:

"Quando superamos o egoísmo e nos abrimos ao amor, quando cultivamos laços de fraternidade, quando compartilhamos os sofrimentos de nossos irmãos e dividimos nosso pão e nossos recursos com os necessitados, quando colocamos à disposição de todos os nossos talentos, então estamos partindo o pão de nossas vidas como Jesus."

Dom de amor

Por fim, o Santo Padre convidou os fiéis a uma reflexão interior:

"Perguntemo-nos então: guardo minha vida somente para mim ou a dou como Jesus? Eu me gasto pelos outros ou estou fechado em meu pequeno eu? E, nas situações do dia a dia, sei como compartilhar ou busco sempre o meu próprio interesse?"

"Que a Virgem Maria, que acolheu Jesus, o Pão descido do Céu, e se doou inteiramente junto com Ele, ajude também a nós a nos tornarmos um dom de amor, unidos a Jesus na Eucaristia", concluiu Francisco. Fonte: Vatican News

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Sudão, o apelo do Papa: silenciem as armas e levem ajuda à população

Francisco, em suas saudações após o Angelus, dirigiu seus pensamentos ao país africano dilacerado por um conflito que já dura mais um ano e que está passando por uma crise humanitária devastadora. O Pontífice lembrou da Ucrânia, de Israel, da Palestina e de Mianmar, e fez um apelo à sabedoria dos governantes para que a escalada cesse e todos os esforços sejam feitos através do diálogo e da negociação.

Vatican News

Francisco, em suas saudações após o Angelus deste domingo, 2 de junho, mais uma vez, fez um pedido de oração pelos países que vivem em guerra. O Papa voltou seu olhar para o Sudão e para todos os lugares onde ainda se escuta o barulho das armas:

"Peço-lhes que rezem pelo Sudão, onde a guerra que dura há mais de um ano ainda não encontrou uma solução de paz. Silenciem as armas e, com o empenho das autoridades locais e da comunidade internacional, levem ajuda à população e aos muitos deslocados; que os refugiados sudaneses encontrem acolhida e proteção nos países vizinhos."

O apelo aos governantes

O Santo Padre também se dirigiu diretamente aos líderes políticos de todo o mundo, para que se esforcem em alcançar a paz, especialmente nos países que o Papa frequentemente menciona:

"E não nos esqueçamos da martirizada Ucrânia, da Palestina, de Israel e de Mianmar. Faço um apelo à sabedoria dos governantes para que a escalada cesse e se empenhem no diálogo e na negociação."

A tragédia no Sudão

O Sudão, mencionado por Francisco, está passando por uma crise humanitária dramática desde abril de 2023 como resultado da guerra. De acordo com organizações internacionais, isso está causando “um cenário de pesadelo” no qual a fome se espalhará por grande parte do país. Cada vez mais pessoas fugirão para os países vizinhos em busca de meios de subsistência e segurança, explica o Comitê Permanente Interagências da ONU (IASC), e muitas crianças sofrerão com doenças e desnutrição. O apelo do fórum de coordenação humanitária, para o país onde 18 milhões de pessoas passam fome e 3,6 milhões de crianças sofrem de desnutrição, é por um cessar-fogo imediato, pela proteção dos civis e pelo fim das violações dos direitos humanos, bem como pelo “acesso desimpedido por todas as rotas de fronteira” para a chegada de ajuda humanitária.

A principal causa do conflito no país, que já ceifou milhares de vidas e deslocou milhões de pessoas e refugiados, é a oposição entre o exército do general Abdel Fattah al-Burhane e as forças paramilitares de Suporte Rápido (RSF), sob o comando do general Mohamed Hamdane Daglo.

Fonte: Vatican News

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Religiosas em diálogo para um compromisso a serviço do bem comum

Irmãs de mais de 15 países se reuniram em Lusaca, Zâmbia, de 29 a 31 de maio, em um congresso organizado pela Catholic Sisters Initiative da Conrad N. Hilton Foundation, para aprofundar a compreensão e a prática da sinodalidade.

Irmã Michelle Njeri - Lusaca

Mais de cem religiosas de mais de 15 países se reuniram em Lusaca, Zâmbia, de 29 a 31 de maio, para um congresso organizado pela "Catholic Sisters Initiative" da Conrad N. Hilton Foundation. O objetivo: proporcionar oportunidades para aprofundar e compartilhar a compreensão e a prática da sinodalidade e promover um impacto estratégico e prolongado a serviço do bem comum. “Encontrar-se é uma oportunidade para criar novos laços e aprofundar os já existentes, e assim fortalecer a qualidade e a sustentabilidade de nossos esforços coletivos”, declarou a irmã Jane Wakahiu, responsável pela "Catholic Sisters Initiative". Durante o congresso, as religiosas discutiram como dar voz àqueles que vivem em condições desfavorecidas, adotando abordagens baseadas em evidências para fazer crescer comunidades religiosas florescentes e transformando práticas culturais profundamente enraizadas a serviço de todos.

As religiosas como protagonistas da comunicação na Igreja

Durante o encontro sobre sinodalidade - guiado pela irmã Mumbi Kigutha, presidente da Friends in Solidarity - a delegação vaticana ilustrou a missão e as responsabilidades pastorais dos dicastérios de pertencimento, bem como o compromisso com as Igrejas locais. A religiosa destacou o encorajamento do Papa Francisco à escuta, colaboração e comunhão. Paolo Ruffini, prefeito do Dicastério para a Comunicação, ressaltou a importância de trabalhar juntos para dar visibilidade ao trabalho das irmãs católicas no mundo. “As irmãs comunicadoras devem ser protagonistas da comunicação na Igreja, oferecendo uma perspectiva cristã”, afirmou. Ele acrescentou que deveriam estar abertas a contar histórias do ponto de vista redentor, “criando uma nova forma de comunicar que se concentre no bem da sociedade”. O prefeito sublinhou a necessidade de que a comunicação flua da base até o Vaticano, justamente porque o Dicastério está a serviço da Igreja local. “Trata-se de colaborar e fazer redes para o bem comum, no espírito da sinodalidade”, disse Ruffini, ilustrando o Projeto Pentecostes do mesmo Dicastério, apoiado pela Fundação Hilton, como exemplo de sinodalidade na construção de sinergias e colaborações com as irmãs católicas comunicadoras.

O Projeto Pentecostes busca construir uma rede global de vozes de religiosas nos Meios de Comunicação Vaticanos. Ruffini afirma que o projeto oferece diversas oportunidades às irmãs: cursos de formação online e webinars para aprimorar as competências comunicativas, estágios na sede da Rádio Vaticana - Vatican News. São experiências que, segundo Ruffini, poderiam levar a novas possibilidades de colaboração. Treze irmãs de 12 países já realizaram um estágio no dicastério e, atualmente, um grupo de irmãs está participando de um curso de 12 semanas via Zoom (de abril a junho), com o objetivo de obter uma formação de alto nível de forma interativa.

A necessidade de ouvir e colaborar

Falando sobre sinodalidade, a irmã Carmen Ros Nortes, subsecretária do Dicastério para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica, declarou: “O Dicastério pode ser visto como um laboratório onde se entrelaçam as relações entre os vários carismas e ministérios - disse - e pode mostrar a beleza da Igreja”. A irmã Nathalie Becquart, subsecretária da Secretaria do Sínodo, destacou a necessidade de ouvir e trabalhar juntos, valorizando as pessoas e seu contributo para o bem comum: “As irmãs têm um papel muito importante a desempenhar no processo sinodal, pois estão envolvidas desde o início, e devem ajudar o povo de Deus a abraçar o estilo sinodal, que é o estilo de Jesus”.

As Igrejas locais devem se empenhar no tema das migrações

O tema das migrações foi introduzido pela irmã Alessandra Smerilli, secretária do Dicastério para a Promoção do Desenvolvimento Humano Integral. Ela explicou que um dos papéis do Dicastério é ajudar as Igrejas locais a remover os obstáculos que constituem terreno fértil para as migrações. “A migração forçada é um desafio em que estamos trabalhando com os bispos e as Igrejas locais; estamos pedindo aos bispos que trabalhem com seus governos para enfrentar esse problema”, disse. A irmã Smerilli também ressaltou que, independentemente da sua jornada, os migrantes ainda pertencem a uma Igreja e devem ser assistidos onde quer que se encontrem, e as Igrejas locais devem acompanhá-los com um cuidado pastoral adequado. Ela também mencionou o tema do Dia Mundial do Migrante e do Refugiado deste ano (“Deus caminha com o seu povo”) e sublinhou que cada pessoa é chamada a reconhecer o rosto de Deus naqueles que são forçados a migrar.

Fonte: Vatican News – na imagem, religiosas na conferência Catholic Sisters' Initiative 2024 em Lusaka, Zâmbia

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Conclusões do 5º Congresso Eucarístico Nacional de Portugal

Igrejas abertas, com horários mais adequados e novas linguagens, incluindo atenção aos ambientes digitais, são algumas das propostas dos congressistas

 As conclusões do 5º Congresso Eucarístico Nacional (CEN), que se concluiu hoje em Braga, apontou sete “linhas orientadoras” para a Igreja Católica em Portugal, apresentando a celebração da Eucaristia como “escola de fraternidade e sacramento de unidade”.

“A Eucaristia celebrada na igreja tem de ser expressa para além das suas portas, através das respostas reais às necessidades concretas das pessoas, estendendo o seu abraço a todos, especialmente aos mais pobres, indefesos e os que estão afastados”, refere o documento, enviado à Agência ECCLESIA e divulgado online.

O 5º CEN, que se iniciou esta sexta-feira, decorreu 100 anos depois da sua primeira edição, também na arquidiocese minhota, com o tema ‘Partilhar o Pão, alimentar a Esperança. «Reconheceram-n’O ao partir o Pão»’.

“O encontro comunitário na celebração do Domingo ultrapassa todas as fronteiras. Ao partilhar o pão, na mesa do altar, tornamo-nos companheiros de caminho e somos chamados a criar comunhão. A Eucaristia convoca todos, está aberta a todos e não afasta ninguém”, aponta o texto conclusivo.

Após três dias de encontro, os cerca de 1.400 participantes de todas as dioceses portuguesas, apontam à celebração da Missa como mais do que um “preceito”, a cumprir nos domingos, pedindo “uma mais cuidada formação litúrgica.”

Outra linha apontada é a necessidade de “manter as igrejas abertas e revalorizar a adoração eucarística”.

“Os horários de abertura das igrejas devem ser adequados ao ritmo do mundo de hoje, procurando estimular os momentos de oração pessoal e envolver os leigos, confrarias do Santíssimo Sacramento, catequistas e demais agentes pastorais na dinamização dos momentos de adoração eucarística comunitária”.

O 5º CEN assume a importância de “procurar o equilíbrio entre a Tradição e a necessidade de introduzir novas linguagens na liturgia”, convidando a integrar os jovens nesse processo de renovação e adequando a espiritualidade cristã “aos ambientes digitais e ao mundo secularizado”.

Os católicos são chamados a “garantir a autenticidade e coerência entre o que se vive e anuncia” e a “assumir a sinodalidade”.

“O amor dos crentes à Eucaristia acreditada, celebrada, adorada e vivida consolida a fraternidade, promove o perdão e a paz, tornando-se fonte inesgotável de esperança para o mundo”, acrescentam as conclusões.

O programa do 5º CEN incluiu conferências, painéis com testemunhos e workshops, momentos celebrativos e culturais; a Eucaristia de encerramento foi presidida pelo cardeal português D. José Tolentino de Mendonça, enviado especial do Papa, no Santuário do Sameiro.

O documento conclusivo propõe uma periodicidade mais regular na realização destes congressos, “esperando que seja um contributo para a construção da paz, da esperança e um veemente apelo à promoção de uma ecologia integral”.

Fonte: Agência  Ecclesia

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Renovação da Consagração da Igreja e do mundo ao Sagrado Coração de Jesus 

O Santuário do Sagrado Coração em Paray-le-Monial está celebrando o 350º aniversário das aparições de Jesus a Santa Margarida Maria Alacoque.

O reitor do santuário de Paray le Monial, Pe. Etienne Kern, divulgou o texto da carta que ele enviou ao Papa em 25 de abril, solicitando a renovação da consagração da Igreja e do mundo ao Sagrado Coração de Jesus em 2025.

“O santuário deseja propor a toda a Igreja e ao mundo inteiro um caminho de renovação espiritual e missionária a fim de reviver a mensagem de amor, reparação e esperança que o Sagrado Coração de Jesus ofereceu ao mundo por meio de Santa Margarida Maria Alacoque”.

O santuário de Paray-le-Monial promove, em todo o mundo, “uma campanha de consagração pessoal, familiar e eclesial ao Coração de Jesus por meio do Imaculado Coração de Maria”. Essa consagração ao Coração de Jesus será solene no dia de sua festa, 27 de junho de 2025, aniversário da aparição em Paray-le-Monial, na qual Jesus disse a Santa Margarida Maria: “Este é o Coração que tanto amou os homens”.

E reitor pede ao papa, como o primeiro pastor da Igreja, que apresente a Deus todas essas consagrações pessoais, familiares, paroquiais e eclesiais, renovando a consagração da Igreja e do mundo ao Coração de Jesus, “Cor Iesu, Spes Mundi”, por meio do Imaculado Coração de Maria.

Esta carta destaca 4 jubileus que serão celebrados em 2025:

– o Jubileu dos Peregrinos da Esperança

– a celebração do 1700º aniversário do fim do primeiro concílio ecumênico realizado em Nicéia

– o 100º aniversário da encíclica Quas Primas, de Pio XI, na qual ele estabeleceu a festa de Cristo Rei, por meio da qual “todo o gênero humano foi consagrado a esse Coração Divino”.

– o 350º aniversário da “grande aparição” em Paray-le-Monial, na oitava da Festa de Corpus Christi em junho de 1675.

Fonte: Gaudium Press

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De onde vem a devoção ao Sagrado Coração de Jesus

Por Redação central 

Faltam poucos dias para a festa do Sagrado Coração de Jesus e muitos fiéis se perguntam como e onde se originou esta tradição.

História da devoção ao Sagrado Coração de Jesus

A devoção ao coração ferido de Jesus se origina no século XI, quando cristãos piedosos meditavam sobre as cinco feridas de Jesus na cruz.

Naquela época, as orações ao Sagrado Coração, à ferida no ombro de Jesus, entre outras devoções privadas, cresciam entre os fiéis. Todas elas ajudaram os cristãos a meditar sobre a paixão, aumentando assim o amor ao Senhor Jesus.

Foi somente em 1670 que o padre francês Jean Eudes celebrou a primeira festa do Sagrado Coração de Jesus.

Na mesma época, uma religiosa conhecida por sua piedade, Irmã Margarita Maria Alacoque, começou a relatar suas visões de Jesus, que lhe apareceu com frequência. Em dezembro de 1673, o Senhor permitiu-lhe, como já havia permitido a Santa Gertrudes, descansar sua cabeça sobre o seu coração.

Enquanto ela experimentava o conforto da sua presença, Jesus falou-lhe do seu grande amor e lhe explicou que a tinha escolhido para fazer conhecer o seu amor e a sua bondade à humanidade.

No ano seguinte, em junho ou julho de 1674, Margarida Maria relatou que Jesus queria ser homenageado com a imagem de Seu coração de carne. Ele pediu aos fiéis que O recebessem com frequência na Eucaristia, especialmente na primeira sexta-feira de cada mês, e que praticassem uma hora sagrada de devoção.

Em 1675, durante a oitava de Corpus Christi, Margarita Maria teve uma visão que, mais tarde, ficou conhecida como a “grande aparição”.

Nela, o Senhor Jesus pediu que a festa do Sagrado Coração fosse celebrada todos os anos na sexta-feira seguinte ao Corpus Christi, em reparação pela ingratidão dos homens para com o Seu sacrifício redentor na cruz.

A devoção tornou-se popular após a morte de Santa Margarida Maria, em 1690. No entanto, como a Igreja sempre tem o cuidado de aprovar uma aparição ou devoção particular, o feriado só foi estabelecido oficialmente na França em 1765.

Em 8 de maio de 1873, a devoção ao Sagrado Coração foi formalmente aprovada pelo papa Pio IX.

26 anos depois, em 21 de julho de 1899, o papa Leão XIII recomendou, com urgência, que todos os bispos do mundo celebrassem a festa em suas dioceses.

O papa Leão aprovou as seguintes indulgências para a devoção:

• Pelo cumprimento da devoção pública ou privada, sete anos e sete quarentenas (a remissão da pena temporária equivalente ao que seria concedido por quarenta dias de penitência) a cada dia.

• Se a devoção for praticada diariamente em privado, ou se uma pessoa comparecer a uma função pública pelo menos dez vezes, uma indulgência plenária (remissão de todas as penas temporárias pelos pecados) em qualquer dia de junho ou entre 1º e 8 de julho (de acordo com o decreto Urbis et Orbis, de 30 de maio de 1992).

• A indulgência 'toties quoties' (para as almas do purgatório) pode ser conquistada no dia 30 de junho ou no último domingo de junho nas igrejas onde se celebra o mês de junho solenemente.

• Aos sacerdotes que pregam os sermões nas solenes celebrações do mês de junho em homenagem ao Sagrado Coração, e aos reitores das igrejas onde se realizam estas cerimônias, o privilégio do Altar Gregoriano no dia 30 de junho.

• Uma indulgência plenária para cada comunhão do mês de junho e para aqueles que promovem a celebração solene do mês de junho.

Fonte: ACIDigital

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Do dia 1º/06/2024

Celebração festiva e cultural marca o final do terceiro dia do Congresso de 70 Anos da Conferência dos Religiosos do Brasil

No final do terceiro dia de celebrações dos 70 anos da Conferência dos Religiosos do Brasil (CRB), o ambiente estava repleto de alegria e cultura. A festividade foi marcada pela presença especial de Zé Vicente, cantor e compositor que trouxe sua música e poesia para o evento, proporcionando um momento de reflexão e emoção para todos os presentes.

A noite cultural não apenas celebrou as sete décadas de existência da CRB, mas também reforçou o espírito de união e intercongregacionalidade que caracteriza a organização. Os participantes tiveram a oportunidade de confraternizar, relembrar a história da conferência e celebrar suas conquistas ao longo dos anos com um grande brinde a vida.

O ponto alto da noite foi o brinde festivo, simbolizando tanto a comemoração do passado quanto a esperança no futuro. Este brinde foi uma homenagem a todos os religiosos que, com dedicação e compromisso, contribuíram para a missão da CRB de promover a vida religiosa no Brasil.

A presença de Zé Vicente, com sua voz e suas canções, trouxe uma energia especial à celebração, transformando o evento em um momento inesquecível de comunhão e gratidão.

Fonte: CRB

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Oficinas Temáticas Enriquecem Congresso dos 70 Anos da CRB Nacional

Na tarde do terceiro dia do Congresso de 70 anos da CRB Nacional, as atividades foram dedicadas às oficinas das salas temáticas. Com um total de quinze oficinas, os participantes tiveram a oportunidade de se envolver em momentos de reflexão, prática e interação.

Paralelamente às oficinas, foi realizada uma coletiva de imprensa. Moderada por Thiago Ribeiro, a coletiva contou com a participação de Irmã Eliane Cordeiro, Presidente da CRB Nacional, Irmã Daniela Cannavina, secretária-executiva da CLAR, e Dom Ângelo Mezzari, presidente da Comissão Episcopal para os Ministérios Ordenados e a Vida Consagrada da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). Fonte: CRB

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Terceiro dia do Congresso destaca o Profetismo da Vida Religiosa Consagrada

 terceiro dia do Congresso dos 70 anos da Conferência dos Religiosos e Religiosas do Brasil iniciou com a moderadora do dia, Ir. Eliane Cordeiro de Souza, Presidente da CRB Nacional, dando um bom dia caloroso e convidando todos os presentes para a Celebração Eucarística. Esta foi presidida por Dom Ângelo Ademir Mezzari, RCJ, Presidente da Comissão Episcopal para os Ministérios Ordenados e a Vida Consagrada da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e concelebrada por vários sacerdotes advindos de várias partes do Brasil. A partir do tema “Profecia”, o momento celebrativo trouxe à memória os mártires: Irmã Dorothy, Irmã Genoveva, Dom Pedro Casaldáliga, Dom Tomás Balduíno, Ezequiel Ramin, Chico Mendes, Josimo Morales, Oscar Romero, entre outros.

Na homilia, Dom Ângelo Mezzari destacou a autoridade de Jesus, que foi questionada em sua época. Ele trouxe para os dias atuais a profecia como ponto de partida da Vida Religiosa Consagrada, dizendo: “Hoje, todos nós vivendo esta experiência tão bela e comemorativa, tenhamos sempre presente Jesus e nos perguntemos: de onde vem nossa autoridade? A autoridade da Vida Religiosa está na fidelidade ao projeto de Jesus. É em nome de Jesus Cristo que vivemos, planejamos, sofremos e damos a vida. Esse é o fundamento da nossa autoridade”.

Após a Celebração Eucarística, tivemos o Painel das Presenças Proféticas com os seguintes temas e palestrantes: “Casa Betânia: Centro de Acolhida para mulheres vítimas de violência doméstica” – Ir. Raquel Pena Pinto (Regional Porto Alegre); “Vida Religiosa Consagrada e a missão junto aos povos indígenas de Roraima” – Ir. Rita Lopes (Regional Manaus); “Ecologia Integral: Muçum, RS – a força das águas e a solidariedade” – Ir. Maria Lourdes Urban.

Após o intervalo, houve o aprofundamento dos temas abordados pelo Pe. Aloir Pacini e Ir. Sueli Bellato. Em seguida, a palavra foi aberta aos congressistas para que pudessem dar suas contribuições. Foi um momento de muita riqueza e profundidade a partir dos temas e conteúdos apresentados. Em seguida, foram dadas as orientações para as salas temáticas, trabalho que seria realizado na parte da tarde. Assim, concluiu-se a parte da manhã do terceiro dia de celebração, vivências, partilha e muita alegria. Fonte: CRB

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O Papa: fraternidade e amizade social que não se limitem às palavras

Ao destacar cinco características das Associações Cristãs de Trabalhadores Italianos, o Papa convidou todos “a cultivar um novo sonho de fraternidade e amizade social que não se limitem às palavras”. O encontro se realizou na manhã deste sábado (01/06) no Vaticano

Vatican News

Na manhã deste sábado, 1° de junho, o Papa Francisco recebeu as Associações Cristãs de Trabalhadores Italianos (ACLI) por ocasião do 80° aniversário de fundação. Na saudação inicial recordou que esse aniversário é uma boa oportunidade para rever a sua história, com suas alegrias e momentos difíceis, e para expressar gratidão. Recordando que as Associações são um lugar onde é possível conhecer os “santos da porta ao lado”, que não aparecem nas primeiras páginas dos jornais, mas que, às vezes, realmente mudam as coisas para melhor!

Presença na sociedade

Francisco prosseguiu afirmando que essa história é um patrimônio do qual pode-se extrair energia vital para olhar para frente com esperança e determinação. “Nela, encontramos os valores que inspiraram seus fundadores e gerações de aclistas que ao longo dos anos marcaram uma presença importante na sociedade”. Em seguida disse que iria destacar cinco características desse estilo, fundamentais para o caminho dos presentes.

Estilo popular

Sobre a primeira característica, o estilo popular, enfatizou que “não se trata apenas de estar perto das pessoas, mas de ser e se sentir parte do povo”. “A verdadeira essência das pessoas está na solidariedade e no sentido de pertença. Explicando em seguida:

“No contexto de uma sociedade que é fragmentada e de uma cultura individualista temos uma grande necessidade de lugares onde as pessoas possam experimentar esse sentido criativo e dinâmico de pertença, que ajuda a passar do 'eu' para o 'nós', a desenvolver projetos para o bem comum em conjunto e a encontrar formas e meios de realizá-los”

Associações multiformes e inquietas

No que se refere à segunda característica, o estilo sinodal, Francisco recordou: “Trabalhar em conjunto e colaborar para o bem comum é fundamental”. E que este estilo “é testemunhado pela presença de pessoas que pertencem a diferentes horizontes culturais, sociais, políticos e até mesmo eclesiais".

“Vocês são um conjunto de associações ‘multiformes e inquietas’. Isso é bonito: a variedade e a inquietação - em sentido positivo - que ajudam a caminhar juntos e também a se misturar com outras forças da sociedade, criando redes e promovendo projetos compartilhados”

Democracia nos fatos, não apenas nas palavras

Refletindo sobre o estilo democrático o Papa recordou que a sociedade democrática é aquela “onde há realmente lugar para todos, na realidade e não apenas nas declarações e no papel”. Por isso, continuou, “é importante, apoiar os que correm o risco de marginalização”, desde os jovens, as mulheres, os trabalhadores e migrantes mais frágeis. Todos esses encontram nas ACLI “alguém capaz de ajudá-los a obter o respeito por seus direitos”; citando também os idosos e aposentados, que muito facilmente se veem “descartados” pela sociedade.

Que as ACLI sejam a voz de uma cultura de paz

Falando sobre o estilo pacífico, ou seja, como construtores da paz o Papa disse:

“Que as ACLI sejam a voz de uma cultura de paz, um espaço para afirmar que a guerra nunca é ‘inevitável’, enquanto a paz é sempre possível; e que isso é verdade tanto nas relações entre os Estados quanto na vida das famílias, comunidades e locais de trabalho”

Recordando ainda aos presentes: “Interceder pela paz é algo que vai muito além de um mero compromisso político, pois requer que se coloque em risco e corra riscos”. Concluindo em seguida “o nosso mundo é marcado por conflitos e divisões, e seu testemunho como construtores da paz, como intercessores pela paz, é mais necessário e valioso do que nunca”.

Estilo cristão: síntese e raiz dos outros aspectos

“Por fim, um estilo cristão”, disse Francisco, “menciono isso por último, não como um apêndice, mas porque é a síntese e a raiz dos outros aspectos”. “Assumir um estilo cristão” afirmou, “significa crescer na familiaridade com o Senhor e no espírito do Evangelho, para que ele permeie tudo o que fazemos e nossa ação tenha o estilo de Cristo e o torne presente no mundo”.

Concluindo o Papa convidou “a cultivar ‘um novo sonho de fraternidade e amizade social que não se limite às palavras’. É o sonho de São Francisco de Assis e de tantos outros santos, de tantos cristãos, de tantos fiéis de todas as religiões: irmãos e irmãs que esse seja também o seu sonho!”.

Fonte: Vatican News

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Papa recebe em audiência a Presidente da Eslováquia

Zuzana Caputová foi recebida pelo Papa Francisco na manhã deste sábado (01/06) no Vaticano. A presidente da Eslováquia chegou ao Vaticano acompanhada por três mães que perderam suas filhas em um acidente de carro a caminho de um encontro diocesano

Vatican News

Na manhã deste sábado (01/09) o Papa Francisco recebeu em audiência a Sra. Zuzana Caputová, Presidente da República da Eslováquia. Após o encontro com o Papa, a Presidente se reuniu com o cardeal Pietro Parolin, secretário de Estado acompanhado por mons. Miroslaw Wachowski, subsecretário para as Relações com os Estados.

A presidente da Eslováquia, Zuzana Caputová, chegou ao Vaticano para a audiência com o Papa, acompanhada por três mães que perderam suas filhas em um acidente de carro a caminho de um encontro diocesano. A presidente então presenteou o pontífice com três rosas de ferro, em memória das três meninas. O encontro durou cerca de 25 minutos. Segundo a Sala de Imprensa da Santa Sé entre o Papa Francisco e a presidente da Eslováquia existe uma “relação de estima mútua”.

No encontro da Presidente na Secretaria de Estado falou-se sobre as perspectivas do país à luz do triste evento da tentativa de assassinato do Primeiro-Ministro, da próxima mudança de presidência e da aproximação das eleições europeias, expressando a esperança de que a concórdia e a paz no país sejam fortalecidas. Na continuação da conversa, foi dada atenção especial à guerra na Ucrânia.

Fonte: Vatican News

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Papa envia telegrama de pesar pela morte do cardeal Kelvin Edward Felix

Francisco expressa condolências pela morte do cardeal Kelvin Edward Felix, arcebispo emérito de Castries, Antilhas. O Pontífice destaca o dedicado ministério exercido pelo cardeal e suas contribuições para a Igreja no Caribe, "especialmente seus esforços em promover a educação dos jovens".

Thulio Fonseca - Vatican News

Neste sábado, 1º de junho, Francisco enviou um telegrama de pesar a dom Gabriel Malzaire, arcebispo de Castries (Antilhas), ao tomar conhecimento da morte do cardeal Kelvin Edward Felix, 91 anos, arcebispo emérito da mesma arquidiocese. No texto, o Papa expressa condolências e orações ao clero, aos religiosos e aos fiéis leigos da igreja local.

O Pontífice recorda com profunda gratidão os muitos anos de dedicado ministério episcopal do cardeal Felix em Santa Lúcia, "especialmente seus esforços em promover a educação dos jovens e sua contribuição para a Igreja em todo o Caribe".

O Papa Francisco se une de bom grado aos presentes na missa de sepultamento e a todos que lamentam a partida do cardeal, elevando suas preces para que sua alma seja acolhida no amor e na misericórdia do Pai Celestial. Por fim, como sinal de consolação e paz no Senhor ressuscitado, o Santo Padre concede sua bênção a todos os afetados por esta perda.

Fonte: Vatican News

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Corais do mundo inteiro em audiência com o Papa no Vaticano

Roma irá acolher, de 7 a 9 de junho, o IV Encontro Internacional de Corais, por ocasião do 40º aniversário do Coro da Diocese de Roma, que contará com a presença de grandes especialistas em música sacra e litúrgica do mundo inteiro. Na manhã de sábado, dia 8, os participantes serão recebidos pelo Papa Francisco e, na parte da tarde, haverá o grande concerto, na Sala Paulo VI.

Vatican News

De 7 a 9 de junho, Corais de todo o mundo se encontrarão, novamente, no Vaticano, para celebrar o 40º aniversário de fundação do Coro da Diocese de Roma, promovido pela Orquestra Nova Ópera e patrocinado pelo Dicastério para a Cultura e a Educação e pelo Pontifício Instituto de Música Sacra (PIMS). Como nas edições anteriores, o evento terá lugar na Sala Paulo VI, no Vaticano, e na Basílica de São Pedro.

Este IV Encontro Internacional, moderado pelo padre Marco Frisina, compositor e fundador do Coro da Diocese de Roma, será inaugurado na sexta-feira, dia 7, e contará com a presença de grandes especialistas em música sacra e litúrgica do mundo inteiro.

Programa

O evento começará com a intervenção do professor Robert Mehlhart, diretor do PIMS, que falará sobre a educação musical; o tema das aplicações da música sacra nas liturgias papais será apresentado pelo brasileiro, mons. Marco Pavan, maestro da Capela Musical “Sistina”; Franz Karl Praßl, ex-presidente da Comissão Austríaca de Música Sacra, falará sobre o canto gregoriano, do ponto de vista histórico e litúrgico; a seguir, o maestro padre Fábio Massimillo, compositor e liturgista, e o maestro H. J. Botor, compositor, diretor de coral e organista, tratarão da animação litúrgico-musical. Haverá também alguns workshops, que envolverão, diretamente, músicos e coristas presentes, graças às intervenções do maestro Fabrizio Barchi, professor e diretor de Coro, e do maestro Emanuele Faiola, vice-diretor do Coro da Diocese de Roma.

Audiência com o Papa e Concerto na Sala Paulo VI

O ponto alto do IV Encontro Internacional de Corais será a audiência que o Papa Francisco concederá, na manhã de sábado, dia 8, a todos os participantes, na Sala Paulo VI. Ali, na parte da tarde, se realizará o grande Concerto de Corais: todos os cantores presentes se dividirão, em quatro vozes, para cantar com os 300 membros do Coro da Diocese de Roma, formando um único grande coro polifônico. Todos os coristas serão acompanhados por mais de 80 músicos da Orquestra Nova Ópera, dirigidos pelo padre Marco Frisina.

O programa prevê a apresentação de trechos musicais mais representativos da tradição da música sacra clássica e contemporânea. Para a ocasião, foi composta uma música inédita, intitulada “Christ is my hope” (“Cristo é a minha esperança”), interpretada, pela primeira vez, no Concerto; será apresentado também um “Pot-pourri”, com trechos mais significativos dos primeiros 40 anos do Coro fundado pelo sacerdote Marco Frisina, precisamente, em junho de 1984.

Enfim, os três dias de encontro musical se concluirão no próximo domingo, 9 de junho, às 10h30, na Basílica Vaticana, diante do Altar da Confissão, com uma solene celebração Eucarística, presidida pelo cardeal Mauro Gambetti, Vigário geral da Cidade do Vaticano, e abrilhantada por todos os cantores. Ao término da celebração, todos os coristas participarão, na Praça São Pedro, da oração do Angelus do Papa Francisco.

Fonte: Vatican News

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Dom Gallagher: em um mundo envolto em trevas, sejamos construtores de paz

A visita do Secretário para Relações com os Estados à Croácia, iniciada em 30 de maio, continua. À noite, ele celebrou a missa na festa de Nossa Senhora da Porta de Pedra, padroeira de Zagreb. O arcebispo convidou a aprender com o encontro entre Maria e Isabel, no centro da liturgia, a capacidade de ver a presença de Deus ainda hoje: “Toda vez que uma tragédia nos abala, a solidariedade sempre se espalha. Não olhemos apenas para as bombas que caem”

Adriana Masotti – Vatican News

Como parte de sua visita de três dias à Croácia, o secretário do Vaticano para as Relações com os Estados e Organizações Internacionais, Dom Paul Richard Gallagher, presidiu uma celebração eucarística em Zagreb na noite de 31 de maio, para marcar a festa de Nossa Senhora da Porta de Pedra, padroeira da capital croata. Em sua homilia, o apelo para que sejamos capazes de ver a obra de Deus mesmo em meio às muitas dificuldades e “destruições” de hoje, assim como a Virgem Maria e sua prima Isabel foram capazes de fazer, que acreditaram e esperaram antes de ver o cumprimento das promessas de Deus.

A imagem de Nossa Senhora, fonte de esperança

O Arcebispo Gallagher lembrou que a imagem de Nossa Senhora da Porta de Pedra que emergiu intacta das ruínas dessa grande Porta, entrada oriental da cidade antiga, após um incêndio, foi uma fonte de admiração e esperança para seus habitantes “aflitos e desnorteados”. “Hoje, no mundo, não faltam cenas de trágica destruição”, disse o arcebispo, causadas por fenômenos naturais, mas também “pela insensatez humana a que o Papa Francisco há muito se refere como a ‘terceira guerra mundial em pedaços’ que está se transformando em um ‘verdadeiro conflito global’”. É por isso que é importante olhar para essa imagem novamente.

Vida, o dom de Deus

No centro da liturgia de hoje está o encontro entre Maria e Isabel, ambas inesperadamente futuras mães. Uma maternidade que perturba seus planos, enfatizou Dom Gallagher, mas que é recebida com alegria. Seus pensamentos se voltam para as mães de hoje: “Que Nossa Senhora da Porta de Pedra”, disse, “acompanhe todas as mulheres que recebem em seu ventre a semente de uma nova vida, mesmo quando ela chega inesperadamente” e saibam vê-la como “um dom de Deus”. Isso nem sempre acontece em nossas sociedades, observou o arcebispo, mas para os crentes, a vida deve ser sempre promovida e defendida.

Levantemo-nos, apressadamente, como fez Maria

O Evangelho diz que Maria “levantou-se e foi apressadamente” visitar sua prima Isabel. Maria é, portanto, uma imagem da “Igreja em saída” tão desejada pelo Papa. “Que ela também seja um modelo para nós”, reiterou Dom Gallagher. Que o Senhor nos dê a força para nos levantarmos, para irmos ao encontro daqueles que sofrem, daqueles que sofrem as consequências do destino adverso ou da maldade humana. Vamos nos levantar, rapidamente. Não podemos ficar de braços cruzados. Há uma necessidade urgente de consolar os aflitos, de encorajar os desesperados, de sermos construtores de paz”. 

A passagem da morte para a vida

Isabel e seu marido Zacarias esperaram durante anos pela dádiva de um filho: “talvez tivessem descansado seus corações” quando o Senhor ouviu suas orações e realizou sua esperança. No “sim” de Maria à vontade de Deus e na transformação da resignação em alegria de Isabel, a lógica da Páscoa. “Quando sabemos renunciar aos nossos próprios planos para nos abandonarmos à vontade do Criador, seja ela alegre ou triste, é o Mistério Pascal que atua em nós e se revela em todo o seu poder”, enfatizou o arcebispo.

Não apenas bombas no mundo, mas também solidariedade

Maria e Isabel louvam o Senhor não quando tudo acontece de acordo com seus desejos, mas na certeza de que Deus cumprirá suas promessas. Um convite para que “vejamos a obra de Deus já presente no mundo, embora em embrião”. Dom Gallagher nos convidou, então, a abrir os olhos, por exemplo, para a solidariedade que surge toda vez que nos deparamos com a tragédia ou com a “ferocidade humana”. “Não olhemos apenas para as bombas que caem e para a destruição que elas trazem”, disse. “O Senhor, como preservou Nossa Senhora da Porta de Pedra, sempre salva o bem, um pequeno rebanho, que às vezes se torna grande, como o exército daqueles que arriscam suas vidas para aliviar a dor das vítimas ou para evitar novas tragédias”.

Testemunhas da ressurreição, construtores de paz

Precisamos do olhar das duas protagonistas da liturgia de hoje, disse o arcebispo, “para ver a obra de Deus já em andamento, em meio à ‘maldade do mundo’”. Para Nossa Senhora da Porta de Pedra, invocada na Croácia como o “Início de um mundo melhor”, como São João Paulo II havia lembrado em uma visita ao país há 30 anos, Gallagher pediu para todos, o dom da paciência. Concluindo: “Assim como Ela se revelou um sinal de esperança em meio à uma tragédia, nos torne também testemunhas da ressurreição, apesar de tudo, para louvar a Deus com a nossa vida, para que em um mundo envolto em trevas sejamos faróis de luz e construtores de paz”.

Fonte: Vatican News

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Dom Gallagher na Croácia: o indivíduo não pode ser visto apenas como um átomo

Lectio magistralis do Secretário para as Relações com os Estados, arcebispo Paul Richard Gallagher, em Zagreb: “No mundo atual, parece que há uma tendência de transformar “patriotismo saudável em nacionalismo perigoso”.

Gabriele Nicolò

Há uma questão bem conhecida por cada um de nós, mas, ao mesmo tempo, está cada vez mais mal compreendida no mundo de hoje. Esta questão diz respeito à realidade da pessoa humana, ou seja, afeta cada um de nós como seres sociais, na interrelação pessoal.

 “Embora estejamos ligados uns aos outros, de modo congênito, somos tentados a isolar-nos, a excluir o outro e tudo o que é diferente de nós”: este aspecto foi destacado, com vigor, por dom Paul Richard Gallagher, Secretário para as Relações com os Estados e as Organizações Internacionais, por ocasião da sua Lectio magistralis, que se realizou na última sexta-feira, 31 de maio, na Universidade Católica da Croácia. O tema da sua Lectio magistralis é: “A pessoa humana: uma comunhão de relações”.

Ainda que as relações interpessoais possam parecer um conceito abstrato, estão no centro de todas as interações sociais, afirmou, em particular, o arcebispo Gallagher, que levou em conta o efeito da nossa compreensão sobre o zoon politikon em relação à nossa abordagem sobre a sociedade e ao sentido da nossa identidade. Infelizmente, no mundo de hoje, há uma tendência de transformar “um patriotismo saudável em nacionalismo perigoso”. Isto se deve, em grande parte, à nossa compreensão sobre a pessoa humana.

De fato, observou o arcebispo, “no contexto das interações sociais há uma forte tendência de recorrer ao indivíduo como ponto de referência. Assim, a sociedade é concebida como uma composição de indivíduos autônomos, que interagem entre si como uma espécie de atomismo social. No entanto, este enfoque direto para compreender a sociedade é relativamente novo. No sentido tradicional de como a sociedade é entendida, a atenção não está concentrada sobre o “eu” do indivíduo, mas sobre o “nós” da pessoa humana.

Para os antigos gregos, recordou dom Richard Gallagher, uma pessoa era definida pelas suas relações onde vivia. Na língua latina, a essência do “ser” humano é “inter-esse”. Ser significa existir entre os outros, junto com outros. É precisamente este sentido de ligação entre duas ou mais pessoas que está à raiz etimológica da palavra “interesse”, e o “interesse” fundamental da pessoa humana é “viver junto com os outros, conviver”.

Daí, o arcebispo britânico observou que o conceito tradicional da pessoa humana foi, gradualmente, substituído pelo conceito “moderno” da sociedade e dos indivíduos que a constituem. Esta passagem, geralmente, é associada ao filósofo francês René Descartes e ao seu famoso ditado “Cogito ergo sum”. Em contraste com a compreensão relacional da realidade humana, que dominou a filosofia antiga, com Descartes a identidade humana começou a ser considerada como expressão da vontade e do intelecto individuais. Desta forma, a realidade tornou-se autorreferencial. Com efeito, a identidade é proveniente da capacidade autônoma de se considerar independente de qualquer coisa ou qualquer pessoa. Esta perspectiva, segundo dom Gallagher, marcou “uma revolução significativa no pensamento”: Descartes afirmava que o sujeito se descobre por primeiro; depois de desenvolver esta autoconsciência, ele passa, gradualmente, a conhecer o que o circunda, a sociedade e o mundo.

Hoje, o individualismo cartesiano foi substituído por uma espécie de “hiperindividualismo”. Nas primeiras sociedades modernas, até ao século XX, o sujeito ainda era definido em relação com o todo: a comunidade, sobretudo, a sociedade. Embora houvesse uma relação competitiva, as pessoas ainda eram vistas como parte de um todo bem maior.

Nas sociedades hipermodernas, onde prevalecem as chamadas relações virtuais, tem-se a impressão – disse o arcebispo Gallagher – de sermos testemunhas de “uma guerra de todos contra todos”. Até parece que nos dirigimos, infelizmente, para uma sociedade descrita no século XVII, por Thomas Hobbes, ou seja, uma sociedade que se identifica com um estado de natureza, em que o homem é um lobo para seu semelhante, o “homo homini lupus”.

De acordo com esta perspectiva, o “outro” já não é mais aquela “pessoa” com a qual podemos criar uma relação; nem o “outro” se configura como um indivíduo, cujos interesses podem alinhar-se com os seus. Enfim, disse o arcebispo, seria necessário um espírito saudável e construtivo de colaboração, que possa garantir ganhos mútuos. Ao invés, o outro acaba sendo identificando como um concorrente.

Sempre em relação ao indivíduo, o arcebispo Gallagher abordou o tema da liberdade, que não é dada uma vez por todas: na verdade, ela consiste num processo dinâmico, que exige constantes esforços para obtê-la e mantê-la. Aqui, dom Gallagher fez três distinções no processo, que visa alcançar a liberdade: liberdade “de”, liberdade “para” e liberdade “com”. A primeira fase contempla a presença ameaçadora da coerção, enquanto a segunda envolve o critério de uma escolha; a terceira abrange os valores da amizade e do amor. Assim sendo, se abre para um contexto em que o indivíduo não diz ao outro: “você é meu!”, mas, exatamente o contrário: “eu sou seu”!

Ao analisar o conceito de nacionalismo, o arcebispo Gallagher o descreveu um nacionalismo como “exclusivo” e outro como “inclusivo”. O primeiro, contribui para perpetuar regimes autocráticos e é uma ameaça à democracia; o segundo, tem implicações que visam estabelecer uma democracia e um sistema político, que conjugue eleições baseadas na competição de liberdades civis e políticas válidas para todos. Este enfoque leva a não ver o outro como ameaça. Ao mesmo tempo, o arcebispo ressaltou a importância de distinguir o patriotismo do nacionalismo: o patriotismo só pode ser considerado uma “virtude”, quando persegue objetivos nobres e se limita a utilizar meios moralmente legítimos para alcançá-los.

Ao concluir sua Lectio magistralis, dom Paul Richard Gallagher recordou o discurso do Papa Francisco ao Corpo diplomático junto à Santa Sé, no dia 8 de janeiro, no qual ressaltou: “A política não deve ser entendida como apropriação de poder, mas como a forma mais elevada de caridade”. É nesta direção que o político cristão deve caminhar, referindo-se sempre aos princípios fundamentais que estão ao serviço da dignidade da pessoa humana, em nome da promoção do bem comum.

Fonte: Vatican News

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Guerra na Ucrânia: projeção no Vaticano do documentário "20 Days in Mariupol"

As Embaixadas do Reino Unido e da Ucrânia realizaram, no último dia 29 de maio, na Sala Nova do Sínodo, no Vaticano, a projeção exclusiva do filme de Mstyslav Chernov, vencedor do prêmio Oscar, para os membros do Corpo Diplomático junto à Santa Sé.

Vatican News

 “É preciso coragem para dizer a verdade, mas a coragem é impossível sem caridade”, disse dom Pavlo Honcharuk, bispo da Diocese de Kharkiv e Zaporizhzhia, na Ucrânia, ao introduzir a projeção do documentário “20 Days in Mariupol” (“20 Dias em Mariupol”), de Mstyslav Chernov, que recebeu os mais prestigiosos prêmios, inclusive o Oscar.

A projeção exclusiva para o Corpo Diplomático junto à Santa Sé, que se deu na última quarta-feira, 29 de maio, na Sala Nova do Sínodo, Vaticano, foi uma iniciativa das Embaixadas do Reino Unido e da Ucrânia. Antes da projeção, que contou com a presença de diplomatas, chefes e colaboradores de vários Dicastérios da Cúria Romana, o embaixador britânico, Christopher Trott, deu as boas-vindas aos convidados. A seguir, o embaixador da Ucrânia, Andriy Yurash, ao agradecer a ajuda da comunidade internacional, passou a palavra a dom Pavlo, bispo de Mariupol, cidade localizada na sua diocese.

Após os discursos, começou a projeção do filme, que levou o público às primeiras três semanas da invasão, em grande escala, da Ucrânia pela Rússia. O filme narra a experiência, em primeira pessoa, do correspondente na guerra, Mstyslav Chernov, que documentou o início da grande guerra e os primeiros dias do assédio de Mariupol. Após a projeção do filme, o autor se dirigiu ao público presente, dizendo que, os horrores que assistiram, faz parte do que ainda está acontecendo, especialmente em sua cidade natal, Kharkiv. Os convidados deixaram a Sala do Vaticano em profundo silêncio.

Esta iniciativa foi mais uma oportunidade para recordar o sofrimento que a guerra causa, em primeiro lugar, entre os civis comuns, cujas primeiras vítimas são crianças e idosos.

Fonte: Vatican News

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Roma: celebrações pelos 80 anos do voto a Maria Salus Populi Romani

As celebrações na Diocese de Roma em memória do voto expresso em 1944 recordam a oração do povo romano diante do quadro de Nossa Senhora, quando o exército alemão estava prestes a invadir a cidade. “Com inefável gratidão, veneramos a Santíssima Mãe de Deus e nossa Mãe, Maria, que sob o título e louvor de Salus Populi Romani, deu mais uma nova prova de sua bondade materna, que permanecerá na perene memória da Cidade”, disse o Papa Pio XII na ocasião.

Vatican News

Roma, 1944. Enquanto a guerra avança, os romanos reúnem-se, em oração, diante de imagens sagradas, entre as quais a mais querida era a do Divino Amor, sobre a Torre em ruínas. Temendo que pudesse ser destruída pelas bombas e, para preservá-la, o Papa Pio XII pediu para que fosse transferida do Santuário de Castel de Leva para o centro de Roma. No início, foi colocada na igrejinha homônima da praça Fontanella Borghese; depois, no mês de maio, devido ao enorme afluxo de fiéis, decidiu-se transferi-la para São Lourenço em Lucina e, a seguir, para Santo Inácio de Loyola, em Campo Marzio. Ali, no dia 4 de junho, milhares de pessoas, entre fiéis e sacerdotes, fizeram um voto, como cidadãos, a Nossa Senhora, para que a cidade fosse poupada. E assim aconteceu: por volta das 19h00, as tropas aliadas entraram em Roma, sem se deparar com a menor resistência dos alemães, que deixaram a cidade pelo norte da Cidade. No dia seguinte, 5 de junho, a multidão superlotou a Praça São Pedro, onde Pio XII lhe disse: “Com inefável gratidão, veneramos a Santíssima Mãe de Deus e nossa Mãe, Maria, que sob o título e louvor de Salus Populi Romani, deu mais uma nova prova da sua bondade materna, que permanecerá na perene memória da Cidade”.

Comemorações em quatro lugares da capital italiana

Oitenta anos depois, a diocese de Roma comemora tais acontecimentos, com uma série de celebrações, em quatro lugares diferentes, que foram protagonistas da história do voto solene de 1944. As comemorações começam neste sábado, 1º de junho, no Centro Dom Orione, na Via della Camilluccia: a comemoração histórica tem início às 17h00, na paróquia de Santa Maria Mater Dei, presidida pelo padre Flávio Peloso, postulador geral da Congregação; às 18h00, procissão até à pequena imagem de Nossa Senhora (Madonnina), com a oração do Terço; às 19h00, solene concelebração Eucarística, abrilhantada pelo Coro da Diocese de Roma, presidida pelo cardeal Enrico Feroci, reitor do Santuário do Divino Amor; no fim da Missa será feita uma homenagem floral à pequena imagem de Nossa Senhora, chamada Madonnina, criada em 1953, em memória dos acontecimentos de 1944, para que fosse visível por toda a cidade. No dia 4, terça-feira, o voto será comemorado na igreja de Santo Inácio, em Campo Marzio: às 18h00, o bispo vice regente da diocese de Roma, dom Baldo Reina, presidirá à oração do Terço com a Comunidade do Divino Amor, ao término da qual celebrará a Santa Missa.

No próximo sábado, 8 de junho, às 18h00, está prevista uma celebração Eucarística, na Basílica de Santa Maria Maior, presidida pelo cardeal Stanislaw Rylko, arcipreste da Basílica; a seguir, às 19h30, o arcebispo Rolandas Makrickas, arcipreste coadjutor da basílica, presidirá à oração do Terço. A conclusão das solenes celebrações será no próximo domingo, 9 de junho, no Santuário mariano do Divino Amor, em Castel de Leva, onde, às 11h00, o reitor do Santuário, cardeal Enrico Feroci, presidirá à Santa Missa, concelebrada, entre outros, pelo bispo auxiliar do setor Sul de Roma, dom Dario Gervasi. Enfim, haverá a procissão e a homenagem floral a Nossa Senhora, na Torre do Primeiro Milagre, acompanhada pela banda musical do Divino Amor.

Fonte: Vatican News

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RCA - Evolução da situação após os anos de guerra

Depois de anos de guerra, a República Centro-africana está a viver agora em melhores condições de segurança, embora as sequelas do conflito se façam sentir - afirma o Cardeal Nzapalainga neste artigo da FIDES em que se fala também dos refugiados do Sudão no país e das dificuldades de os assistir devidamente. Não ficam de fora as relações com a Rússia e a França, assim como o açambarcamento dos recursos do país por uma pequena elite, enquanto que a Igreja se faz voz dos que não têm voz.

Vatican News

Nas várias áreas da República Centro-africana, as percentagens dos católicos oscilam entre 75% e 85% da população total. Percentagens que fazem do país uma das nações africanas onde a presença de cristãos é mais significativa.

Os católicos representam 40% da totalidade dos cristãos. Uma realidade comunitária germinada em tempos modernos a partir da obra dos missionários da Congregação do Espírito Santo, presentes no país desde 1894 há, portanto, 130 anos. Nesse grande país que tem, todavia, apenas cinco milhões e meio de habitantes, existem nove dioceses católicas.

Vítima de guerra

A República Centro-africana foi vítima de uma feroz guerra civil desencadeada na sequência da destituição do Presidente François Bozizé, em março de 2013. Um conflito, cujos rastos ainda se notam. As duas fações em luta - só aparentemente contrapostas por motivos religiosos numa guerra que, pelo contrário, tinha fortes conotações económicas e ligadas ao controlo do território e dos seus recursos - eram as milícias anti-Balaka (em grande parte cristãs) e os grupos filo-islâmicos que compunham a formação Seleka (agora dissolvida e desmembrada em outros grupos).

Melhorias significativas

Nos últimos anos, a situação no que toca à segurança melhorou significativamente. Mas uma década de duros recontros deixou ao país numerosos problemas e questões para resolver.

“Podemos finalmente dizer que a situação do nosso país tenha melhorado significativamente - refere o Cardeal Dieudonné Nzapalainga, Arcebispo de Bangui, numa conversa com a agência católica de notícias, FIDES. “O sinal mais claro” disso - continua o Cardeal, ele também membro da Congregação Espiritana, “nos vem do facto de no pior período do conflito, praticamente 95% do território era controlado pelos rebeldes. Agora é exatamente o contrário. As deslocações no país são possíveis e eu próprio posso ir até a áreas, onde há algum tempo atrás, era impensável poder chegar. As atividades comerciais, o trabalho agrícola e em todos os outros setores, já retomaram. As escolas agora estão abertas e tanto alunos como professores podem deslocar-se a elas sem grandes perigos.”

Efeitos do conflito se fazem sentir

Não obstante estes dados confortantes, os efeitos do conflito se fazem sentir de forma significativa a todos os níveis. “Do meu ponto de vista” - refere ainda o Arcebispo de Bangui, “o problema maior diz respeito precisamente à educação. As escolas funcionam continuamente, não apenas alguns meses no ano, pode-se deslocar a elas sem perigo, mas o peso dos anos de bloqueio do sistema escolar faz-se agora sentir. O nível educativo dos estudantes, assim como dos professores, é bastante escasso. Nalguns casos, quem desempenha o papel de professores são simples empregados do Estado que não têm necessariamente vocação para o ensino. E muitos pais optam por orientar os filhos para o trabalho em vez de os mandar para a escola, pois que há propinas a pagar, mas também porque a escola não garante uma boa formação. A condição das infraestruturas deixa também muito a desejar: as estradas, por exemplo, nalgumas áreas, estão em condições desastrosas e para percorrer alguns troços é preciso semanas.”

Rússia e França

A República Centro-aficana é um dos países da África em que a presença russa tem crescido - escreve a agência FIDES. Entre conselheiros militares, tropas do exército e, sobretudo milícias Wagner, o carimbo russo no território é bastante visível.

“Os russos” - explica o Cardeal Nzapalainga “foram chamados para garantir a segurança e é preciso dizer que desde que eles aqui estão, a segurança aumentou. É claro que não estão aqui por filantropia, aproveitam para controlar as minas de ouro, diamante, exploram os nossos recursos e substituíram-se aos rebeldes no controlo dos lugares mais estratégicos, também porque eram os únicos que podiam chegar até aos lugares mais remotos e enfrentar as milícias antigovernamentais para os afastar. Os rebeldes sentiam-se aterrorizados pelos Wagner. A violência, desde que o governo fez entrar os russos, diminuiu drasticamente.”

Se por um lado chegam os russos, por outro saem os europeus, em particular os franceses. As relações com Paris passaram por um claro declínio, desde que Moscovo pôs os pés na República Centro-africana - escreve a FIDES. Só recentemente se notou uma retomada das relações com a França presidida por Emmanuel Macron.

“Paris” refere o Cardeal centro-africano “tinha substancialmente decido romper as relações financeiras e políticas. Depois, em meados de abril, o Presidente Faustin-Archange Touadera foi convidado ao Eliseu e aproveitou a ocasião para relançar as relações entre os dois países. O encontro não foi casual, veio depois da última modificação da Constituição centro-africana que o autoriza a candidatar-se para um terceiro mandato em 2025. O Presidente quis, portanto, reabrir o diálogo com a França e com Macron para relançar a presença francesa no país.”

Oposição da Igreja à modificação da Constituição

Representantes da Igreja local opuseram-se à modificação da Constituição. Com a emenda introduzida através de referendo, realizado em julho de 2023, Touadera pode garantir-se a presidência vitalícia. “As relações entre a Igreja e o Estado, desde que nos opusemos à modificação da Constituição, mudaram” - refere o Cardeal Nzapalainga. “Nós católicos” acrescenta “não somos uma força política de oposição, mas sentimos a urgência de ser uma voz profética que procura dizer o que os outros não podem dizer. Temos de chamar todos ao respeito da palavra dada e convidar à partilha dos bens, segundo uma justiça social: há uma pequena elite que procura açambarcar todos os bens e um povo que sofre na pobreza. A Igreja fala em defesa do povo”.

Deslocados internos e refugiados do Sudão

Segundo as últimas estimativas são cerca de 500 mil os deslocados internos, o que corresponde a 10% da população, isto para além dos que deixaram o país durante a guerra. Entretanto, de Nação “exportadora” de refugiados, a República Centro-africana transformou-se nos últimos anos em país de acolhimento para tanta gente que foge das terríveis guerras do fronteiriço Sudão. São cerca de 30 mil os refugiados sudaneses que, segundo o African Center for Strategic Studies, se encontram na República Centro-africana - refere a FIDES.

“Os nossos deslocados internos e externos estão a regressar” - explica o Cardeal Nzapalainga “mas o problema é que encontram as casas destruídas ou ocupadas por outras pessoas. A plataforma dos líderes religiosos está a trabalhar muito sobre esta emergência, e pediu aos ocupantes para entregarem as casas aos legítimos proprietários. É um problema realmente grave que cria tristeza e tensões.

“A guerra no Sudão”, acrescenta o purpurado, “é uma verdadeira e própria emergência que cria problemas em toda a região. Muitas pessoas refugiam-se no nosso país, mas para nós é muito complicado chegar a eles porque vão para zonas remotas, às quais é quase impossível aceder. Infelizmente, vão para ali poucos aviões e as ajudas que chegam aos sudaneses são realmente escassos. A comunidade eclesial de Birao (no norte do país, na fronteira entre o Suão e o Chade) age através da Caritas. Mas há também um trabalho quotidiano que fazemos através da Igreja local para estimular as pessoas a ajudarem como podem. Há ainda a ação que a Igreja desempenha ao pedir apoio externo para esta dramática situação, apelando os cristãos no mundo a partilhar e a enviar ajudas.” 

Fonte: Vatican News

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Do dia 31/05/2024

Congresso com 800 religiosos e religiosas de todo o Brasil celebra os 70 anos da CRB

Em clima de festa e alegria, 800 religiosos e religiosas de todo o Brasil estão reunidos, de quinta-feira, 30 de maio, a este domingo, 02 de junho, no Congresso dos 70 anos, em Fortaleza/CE. O evento foi preparado com muito carinho e criatividade e tem como temática: “Memória, Mística, Profecia e Esperança”.

Para celebrar este momento tão significativo, a CRB Nacional realizou várias ações preparatórias, como lives reflexivas sobre o tema, uma revista contando a história das Regionais e a criação de um site especial para o Congresso, entre outras iniciativas.

O Congresso começou com uma Celebração Eucarística, presidida pelo arcebispo de Fortaleza e presidente da Comissão Episcopal para a Cultura e Educação da CNBB, dom Gregório Paixão, e concelebrada por 21 sacerdotes de diferentes estados do país.

Em sua homilia, Dom Gregório destacou a importância de celebrar a festa de Corpus Christi durante o Congresso. “O Senhor deseja ser consumido pelo seu povo por meio da Eucaristia. Ele deseja ser verdadeiramente tudo em todos. Neste espírito, celebramos os 70 anos da CRB. É através da partilha dos carismas que a Vida Religiosa se concretiza. A mão da Esperança, que tocou o solo brasileiro por meio dos carismas, torna Jesus conhecido e glorificado a partir do Evangelho vivido e partilhado entre os povos”, afirmou.

Abertura oficial

O bispo auxiliar de Brasília e secretário-geral da CNBB, dom Ricardo Hoepers, expressou uma mensagem de gratidão à Conferência neste momento significativo de sua história, com destaque para o importante papel que religiosos e religiosas testemunham no anúncio do Evangelho no Brasil.

Na abertura oficial do evento foi lida uma mensagem especial de bênção à vida religiosa enviada pelo Papa Francisco à Conferência dos Religiosos do Brasil (CRB Nacional) por ocasião do 70º aniversário da instituição. Na mensagem, o Papa Francisco expressa sua gratidão pelo serviço incansável e pelo testemunho de vida dos religiosos e religiosas do Brasil, destacando o importante papel que desempenham na evangelização, na promoção da justiça social e no cuidado dos mais necessitados.

Todo o congresso será transmitido ao vivo pelas redes sociais da CRB Nacional, proporcionando assim a comunhão de todos os religiosos e religiosas que ficaram em suas residências, bem como a todos que quiserem fazer parte desta bonita festa.

Fonte: CNBB

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Músicos Católicos do Rio Grande do Sul organizam ação solidária através da música 

"Seja um mensageiro da caridade no Rio Grande do Sul"

 Os músicos católicos do Rio Grande do Sul organizam uma ação solidária diante da tragédia climática que atinge o estado gaúcho. Unidos com ações que o Mensageiro da Caridade (Caritas) já realiza em Porto Alegre e na Região Metropolitana, a missão é ajudar as pessoas atingidas pelas enchentes com o envio de doações para abrigos e entidades cadastradas. 

Além disso, também como ajuda com aqueles que perderam tudo, principalmente no que se refere à volta para casa, proporcionando móveis e eletrodomésticos para que possam remobilhar suas casas. A ação dos músicos gaúchos é usar a música e os dons recebidos a serviço dos Irmãos, unidos a artistas de renome no cenário Nacional.

No dia 16 de junho será lançada esta campanha de caridade com o vídeo da canção "Filho não temas", de Vini Elias, com uma única intenção: unir os dons e a arte em favor de Cristo, que está nos irmãos que sofrem. O convite é que todos compartilhem a ação, gerando engajamento e união fraterna.

O arcebispo de Porto Alegre e presidente da CNBB, Dom Jaime Spengler, reflete sobre a importância da música e da arte como expressões da alma humana: “Certamente no mundo da arte a música tem um lugar de destaque, a alma canta, e quando a alma canta a esperança de alguma forma floresce. Então, a todos aqueles que estão dispostos a colaborar com a reconstrução do estado, não é só de um bairro, de uma cidade, nós temos que reconstruir primeiro pessoas, nós temos que reconstruir famílias, nós temos que reconstruir comunidades, nós temos que reconstruir cidades, nós temos que reconstruir o estado, nós temos que reconstruir a alma, o íntimo, a cultura, por assim dizer, dessas pessoas e dessa sociedade. Por isso, tu podes colaborar. Se todos de alguma forma colaborarem, um pouquinho que seja, o pouco de cada um colocado em comum faz a diferença em prol de tantos.”

Os recursos arrecadados entrarão na conta do Mensageiro da Caridade e serão destinados para paróquias, entidades cadastradas e conveniadas, e para as famílias atendidas por essas instituições cadastradas junto à arquidiocese, que tenham sido fortemente atingidas pela enchente.

Músicos gaúchos participantes: Cátia Kist, Cassiano Menke, Eduardo Kayser, Fabio Garcia, Fabrício Figueira, Felipe Colvara, Fernando Vinhote, Geraldo Vandre, Giovanni Fraga, Isabela Dias, Jean Hava, Jesus de Alvorada, João Victor, Jonas Ferreira, Juno Garcia, Kadu Roesler, Leandro Ávila, Marcelle Robaina, Mateuzinho, Mauricio Santana, Nathana Fouchy, Pedro Tiago, Ricardo Ferreira, Ricardo Sá, Rodrigo Grecco, Samuel H. Leopardo, Thiago Fontoura, Vini Elias, Vini Simões.

Músicos convidados de outros estados e de fora do Brasil: Adriana Arydes, Aline Brasil, Aline Venturi, Cassiano Meireles, Cosme, Davidson Silva, Diácono Nelsinho Corrêa, Emanuel Stênio, Fello Toro (Colombiano), Laércio Oliveira, Nando Mendes, Pe. Cleidimar, Pe. Marcelo Rossi, Ricardo Sá, Thiago Tomé.

Para saber mais do Mensageiro da Caridade.

 Site: www.mensageirodacaridade.org

 Contato e doações: (51) 3223 2555

 Email: mensageirodacaridade@mensageirodacaridade.org


Ajude o Rio Grande do Sul:

 Chave Pix: 92.679.935/0001-64

 Banco Banrisul

 Agência: 0834

 Conta Corrente: 1826-4

 Caixa Econômica Federal

 Operação: 003 - Conta Corrente

Fonte: Site da Arquidiocese de Porto Alegre

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Papa: união entre escola e família é essencial para uma educação integral

Francisco, por meio de uma mensagem enviada aos participantes do Congresso da APEL, a maior associação francesa de pais, destacou a importância da aliança entre escolas e famílias na educação dos filhos em vista de um futuro melhor. No texto, o Papa aborda os desafios atuais, incluindo a inteligência artificial, e enfatiza a necessidade de um acompanhamento atento e humanizado.

Thulio Fonseca - Vatican News

O Papa Francisco enviou nesta sexta-feira, 31 de maio, uma mensagem aos participantes do Congresso da APEL (Associação de pais de alunos do ensino livre), reunidos até o dia 2 de junho, em Valence, França, para trabalhar, refletir e trocar opiniões sobre sua missão a serviço da comunidade educacional.

Com mais de 1 milhão de membros, a APEL é a maior associação francesa de pais e a única reconhecida no Estatuto da Educação Católica. A primeira APEL foi fundada em Marselha em 1930 por pais que queriam se envolver na vida escolar de seus filhos. Por este motivo, todos os dias, milhares de voluntários estão ativamente envolvidos nos projetos educacionais das escolas, comprometidos com o futuro de 2 milhões de crianças cujos pais escolheram livremente uma escola e seu projeto educacional.

Aliança entre escola e família  

Na introdução do texto, o Papa afirma unir-se às reflexões do Congresso, pois os jovens e as famílias, ou seja, o presente e o futuro de nossas sociedades, estão no centro de sua atenção, e completa:

"Caros pais, vocês são de fato os protagonistas e os primeiros arquitetos da educação de seus filhos, mas essa tarefa requer a ajuda de toda a sociedade, a começar pela escola. Uma forte aliança entre escolas e famílias permite a transmissão de conhecimento e, ao mesmo tempo, a transmissão de valores humanos e espirituais. Essa aliança educacional é, portanto, uma oportunidade de promover a educação integral do homem, a fim de garantir a construção de um mundo mais humano e assegurar sua dimensão espiritual. Em essência, trata-se de fazer com que os jovens descubram o plano de Deus para cada um deles."

Os frutos da educação em vista de um futuro melhor

Segundo Francisco, "a comunidade escolar é um verdadeiro microcosmo aberto para o futuro", que inclui aqueles que estão diretamente envolvidos no processo educacional, desde a gerência e a equipe administrativa até os professores e os pais. "Isso dá vida a uma comunidade que, com uma diversidade de papéis, mas com uma convergência de objetivos, tem as características de uma comunidade cristã e humana cimentada pela caridade", continua o Pontífice, encorajando os pais a não se esquecerem da função pedagógica do tempo e a enfrentarem com coragem os desafios atuais:

"Vocês sabem, por experiência própria, que a educação não termina com o fim da escola: seus efeitos se manifestam ao longo da vida, permitindo que cada pessoa abrace as alegrias e as provações que a pontuam. Assim como na parábola do grão de mostarda (cf. Mc 4:26-29), o trabalho dos pais e professores, difícil por ser delicado, se desenvolve ao longo das estações e tem a intenção de dar frutos inesperados no futuro."

Discernimento e apoio da Igreja perante os desafios atuais

Na conclusão da mensagem, o Santo Padre recorda "o desafio imposto pela inteligência artificial" e como isso muda profundamente, além dos métodos de aprendizagem, a maneira como pensamos, e sublinha:

"Para enfrentar esse desafio, que diz respeito não apenas à ética, mas também à formação da inteligência e do discernimento de seus filhos, de toda a juventude, asseguro-lhes que a Igreja está ao seu lado. Há aqui todo um trabalho de discernimento que eu os convido a fazer com toda a comunidade educativa e com a ajuda da Igreja, porque esse tipo de desafio não pode ser enfrentado sozinho!"

Por fim, o Papa expressa seu desejo de que estes dias de reflexão dedicados à “Educação para a Vida” levem os participantes da APEL a fazer da comunidade-escola uma verdadeira oficina de vida, "capacitando seus filhos a enfrentar um mundo difícil, mas iluminado pela esperança fundada nas promessas de Cristo que não decepciona".

Fonte: Vatican News

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Papa voltará ao local que testemunhou encontro pela paz com Peres e Abbas

Há exatos dez anos, em sinal de paz para o Oriente Médio, o Pontífice rezou e plantou uma oliveira nos Jardins Vaticanos ao lado dos presidentes israelenses e palestino e na presença do Patriarca Bartolomeu I. Para recordar o histórico evento, Francisco retorna ao mesmo local para realizar um novo gesto simbólico pela paz, em meio à guerra entre Israelitas e Palestinianos

Salvatore Cernuzio – Cidade do Vaticano

Mesmo lugar, mesma data, porém em um cenário totalmente devastado e devastador, se comparado com dez anos atrás. No próximo dia 8 de junho, um sábado, às 9h30 (horário italiano), o Papa Francisco irá aos Jardins Vaticanos para recordar aquele que muitos consideram como um dos gestos de paz mais significativos do seu pontificado. Tratou-se do encontro com o falecido presidente de Israel, Shimon Peres, e Mahmoud Abbas, presidente do Estado da Palestina, para invocar conjuntamente a paz para o Médio Oriente. Também estiveram presentes o Patriarca Bartolomeu I e uma representação de cristãos, judeus e muçulmanos da Terra Santa (visitada pouco antes pelo Pontífice) que acompanharam os momentos de oração inter-religiosa e também a cerimônia de plantio de uma oliveira.

O diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, Matteo Bruni, confirmou a realização desta recordação - neste momento difícil e preocupante em função da guerra entre isaraelenses e palestinos - precisamente no espaço onde foi plantada a oliveira, não muito distante da sede da Pontifícia Academia de Ciências.

A coragem de fazer a paz 

Um momento que revela a profética atualidade das palavras pronunciadas por Francisco há dez anos: "Para fazer a paz é preciso coragem (...). Sim às negociações e não às hostilidades; sim ao respeito dos pactos e não às provocações".

Precisamente a palavra “coragem” foi aquela pronunciada com maior frequência no seu discurso perante os dois líderes israelense e palestino, juntamente com os quais o Sucessor de Pedro dirigiu um apelo a Deus: "Senhor, ajudai-nos Vós! Dai-nos Vós a paz, ensinai-nos Vós a paz, guiai-nos Vós para a paz. Abri os nossos olhos e os nossos corações e dai-nos a coragem de dizer: «nunca mais a guerra»".

Seguiu-se a troca de abraços entre o Papa e Peres, que afirmou que "a paz requer sacrifícios e compromissos" e Abu Mazen, que apelou vigorosamente à "liberdade para o Estado da Palestina".

As orações de judeus, cristãos e muçulmanos 

O encontro, fortemente desejado pelo Papa Francisco, realizou-se em três etapas, cada um dedicado à oração de uma das três comunidades religiosas, nesta ordem cronológica: judaica, recitada por um rabino; cristã, com o então Patriarca Latino de Jerusalém, Fouad Twal, que leu as palavras de São João Paulo II; muçulmana, com uma invocação a Alá em árabe. Seguiram-se apertos de mão, gestos de paz, os discursos do Papa, de Bartolomeu, dos dois presidentes, recebidos por Jorge Mario Bergoglio na Santa Marta antes do evento público.

Invocação pela paz 

Tantas esperanças foram acesas naquele dia, extintas poucas semanas depois com a explosão de um novo conflito, com ataques e explosões, que entre outras coisas causaram 100 mil deslocados. Depois, em 2015, houve o temor de uma nova Intifada devido a outra série de confrontos, que se intensificaram devido ao fracasso de novas conversações de paz e causaram mais vítimas. E assim ao longo dos anos, com momentos alternados de tensão e de trégua, até 7 de outubro de 2023, dia em que o abismo se reabriu, diante do qual se torna urgente uma oração coral para que a paz regresse à terra de Jesus.

Fonte: Vatican News

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Parolin: com as armas da OTAN na Rússia, a guerra será incontrolável 

O secretário de Estado, em Milão para a apresentação de um livro, responde aos repórteres sobre a possibilidade de armas ocidentais serem usadas em território russo: “Uma perspectiva perturbadora que deve preocupar todas as pessoas que se importam com o destino do mundo”. O cardeal confirma o compromisso humanitário da Santa Sé com o resgate das crianças ucranianas, e sobre as finanças do Vaticano afirma: “Tantos exageros, o importante é o esforço do Papa para colocar as coisas coisas em ordem”.

Salvatore Cernuzio - Cidade do Vaticano

Enquanto na Europa cresce a lista de países que retiram a proibição do uso de armas da OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte) em território russo, o cardeal Pietro Parolin fala de uma “perspectiva preocupante”. Autorizar o exército ucraniano a atacar a Rússia com armas fornecidas pelos países ocidentais - hipótese que está no centro da cúpula informal dos ministros das Relações Exteriores programada em Praga nos dias 30 e 31 de maio - levaria, segundo o secretário de Estado, a “uma escalada da guerra que ninguém será capaz de controlar”.

 “É uma perspectiva realmente inquietante”, diz o cardeal que se encontra Milão, onde na tarde de quinta-feira, 30 de maio, na Biblioteca Ambrosiana, apresentou um livro sobre Bernardino Nogara, o banqueiro italiano que fundou o Ior (Instituto para as Obras de Religião), mais conhecido como Banco do Vaticano, intitulado “A serviço da Itália e do Papa”, editado por Angelo Caleca. O cardeal Parolin não esconde sua preocupação com esses possíveis cenários; deveria ser a mesma preocupação, diz ele, de “cada pessoa que tem no coração o destino do nosso mundo”. O risco é real.

Compromisso humanitário com as crianças ucranianas

Quanto à Santa Sé, no contexto do conflito ucraniano, prossegue o seu compromisso “em nível humanitário”, especialmente - explicou Parolin aos jornalistas - na questão do retorno das crianças ucranianas forçadas a sair do país. Um mecanismo que começou com a visita do cardeal Matteo Maria Zuppi, presidente da Conferência Episcopal Italiana (CEI), no ano passado, a Kyiv e Moscou e “que continua, não muito rapidamente, dando frutos”. “Estamos trabalhando nessas áreas, outros espaços não existem”, enfatizou o cardeal.

Eleições europeias, um exercício de democracia

Em seguida, respondendo a perguntas sobre as próximas eleições europeias, Parolin enfatizou que a posição da Igreja “nunca é partidária” e que “não podemos nos manifestar a favor ou contra um ou outro”. No entanto, reiterou a importância de “participar, expressar seu voto, porque isso significa implementar e exercer a democracia”. Ao mesmo tempo, é preciso “levar em conta os valores dos candidatos que estão próximos, semelhantes às sensibilidades católicas. Eu diria que esses são os princípios aos quais devemos aderir no que nos diz respeito”.

Sobre as finanças do Vaticano, muitos exageros

Por fim, olhando para a figura e o trabalho de Nogara, “um homem de Igreja fiel ao Papa, ao Vaticano, que promoveu uma nova maneira de administrar as finanças da Igreja”, o cardeal Parolin ilustra quais qualidades são exigidas daqueles que trabalham na esfera financeira: “Ser competente, honesto e transparente”. O secretário de Estado também comenta, solicitado pelos jornalistas, sobre o estado das finanças do Vaticano. E se lembra que “por parte do Papa houve um grande esforço para colocar as finanças em ordem”, também é verdade que “houve muitos exageros sobre as finanças do Vaticano, não digo fake news, mas certamente exageros”.

Ofertas à Igreja para o bem do povo

“Acredito”, acrescenta, “que o trabalho realizado pelo Papa pode ser benéfico e permite que a Santa Sé siga em frente com serenidade, mesmo que a situação geral não seja evidentemente particularmente favorável, especialmente no que diz respeito às ofertas dos fiéis”. Ofertas que “tendem a diminuir”, como acontece em todos os lugares, “mesmo em nível diocesano”.

Para o cardeal, “a receita” é a de “maior credibilidade por parte da Igreja, para ser confiável e ser considerada confiável”. Por outro lado, “a Igreja faz muita coisa boa, não podemos nos esquecer disso. E ter confiança de que muito do que é doado vai para o bem das pessoas”.

Fonte: Vatican News

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Arcebispo Gallagher visita a Croácia

De 30 de maio, a 1º de junho, o secretário do Vaticano para as Relações com os Estados está no país por ocasião da festa de Nossa Senhora do Portão de Pedra, padroeira de Zagreb. Na agenda estão um encontro com o primeiro-ministro Plenković e o ministro das Relações Exteriores Grlić-Radman e uma palestra na Universidade Católica Croata, cuja biblioteca será inaugurada.

Vatican News

A viagem à Croácia de dom Paul Richard Gallagher, Secretário do Vaticano para as Relações com os Estados e as Organizações Internacionais, convidado por dom Dražen Kutleša, Arcebispo de Zagreb, por ocasião da festa de Nossa Senhora da Porta de Pedra, padroeira da capital, começou nesta quinta-feira, 30 de maio, e se estenderá até 1º de junho.

O programa da viagem

O programa, publicado pela conta X @TerzaLoggia, inclui o encontro de Gallagher com o primeiro-ministro, Andrej Plenković, e com o ministro das Relações Exteriores e Europeias, Gordan Grlić-Radman. O arcebispo também participará da inauguração solene da Biblioteca da Universidade Católica Croata, onde também está programada uma lectio magistralis e uma recepção pela Festa do Dia do Papa. Finalmente, o arcebispo Gallagher celebrará a Eucaristia na Catedral de Zagreb na festa de Nossa Senhora da Porta de Pedra, na presença dos bispos croatas.

Missa pelo Dia Nacional

Em 28 de maio, o Secretário para Relações com os Estados presidiu a missa do Dia Nacional da Croácia na Igreja de São Girolamo, em Roma. Durante a celebração, ele lembrou que os contatos entre o país e a Santa Sé “nunca desapareceram, apesar de não poucas batalhas ao longo da história”. Em sua homilia, o prelado também convidou os fiéis a rezarem por todas as nações afligidas por guerras e conflitos e agradeceu a Deus pelo “dom da liberdade e da paz” na Croácia.

Fonte: Vatican News

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As pessoas têm necessidade de religiosas instruídas, diz freira libanesa

A irmã é uma das numerosas religiosas que lecionam em universidades católicas no Líbano. Ela ensina filosofia em quatro universidades e entre seus alunos há pessoas de diferentes religiões, inclusive muçulmanos. Ela é especialista no âmbito do pensamento antropológico e filosófico de Bento XVI. Seu trabalho sobre o assunto é o primeiro texto sobre o Papa Ratzinger em árabe.

Padre Paweł Rytel-Andrianik e Tomasz Zielenkiewicz

Quando questionada sobre a reação dos alunos às aulas por ela ministradas, irmã Wakim conta que depois de uma de suas primeiras lições eles disseram: “Graças à senhora, irmã, entendemos filosofia pela primeira vez”.

“Alguns alunos de outros grupos – conta a religiosa à Rádio Vaticano–Vatican News – se aproximam das janelas da sala para ouvir as minhas aulas, como é o caso da aula sobre Cristo na filosofia”. E acrescenta que, naturalmente, permite a eles entrarem na sala para as lições.

A Irmã Wakim começou a lecionar em 2021. Tem o senso da missão - reconhece - e quer fazer algo de bom pela Igreja. E afirma: “Quero também contribuir para a formação dos futuros sacerdotes, visto que tive a oportunidade de ensinar seminaristas da Igreja Maronita”.

Ela está sempre muito ocupada, pois atualmente está envolvida em dois trabalhos em tempo integral. Nos últimos três anos escreveu quatro publicações acadêmicas que, entre outras coisas, abordam a questão do ensino da ética nas universidades.

A importância de ampliar os próprios horizontes 

Como sublinha a religiosa, hoje é importante ler e estudar, educar a si mesma. “Encorajo também as irmãs mais novas a desenvolverem os seus interesses e a ampliarem os seus horizontes, as pessoas têm necessidade de freiras instruídas” - diz a entrevistada, acrescentando: “Não podemos concentrar-nos apenas nos nossos deveres religiosos, hoje estamos em contato com muitas pessoas instruídas, motivo pelo qual é importante crescer também no campo da nossa instrução." Isto também muda a imagem da congregação. Ela lembra que, ao enviar um de seus artigos para publicação, uma pessoa perguntou quem o leria e observa: “Hoje lemos muito pouco e nos instruímos muito pouco, muitas vezes por simples preguiça”.

A religiosa fala árabe, inglês e está aprendendo italiano. Em função do trabalho, também aprendeu grego e sírio. O aramaico também é falado por sua família. “O maior desafio é encontrar um equilíbrio entre todas as minhas responsabilidades”, confessa.

Irmã Suzanne Wakim pertence às Irmãs Salvatorianas Basilianas de Nossa Senhora da Anunciação. Ele leciona na Universidade do Espírito Santo em Kaslik, na Universidade São José de Beirute, na Universidade Antonina de Baabda e no Instituto São Paulo de Filosofia e Teologia em Harissa, Líbano. Além disso, ela leciona em uma escola administrada por sua própria congregação: o Departamento da Escola Superior Nossa Senhora da Libertação, em Hadat.

Fonte: Vatican News

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Bispo de Kharkiv: queremos viver em um país livre e independente, não como escravos

"A situação é muito difícil, também há muito cansaço, mas tentamos resistir, ninguém pretende desistir, até porque sabemos que se levantarmos a mão seremos destruídos. Basta ver o que está acontecendo nos territórios ocupados pelos russos (...). Queremos viver em um país livre e independente, não como escravos. Defendemos a nossa pátria com muita perseverança e estamos muito gratos a todos os que nos apoiam nisso."

Svitlana Dukhovych - Cidade do Vaticano

Kharkiv vive uma situação dramática. As notícias de ataques russos são ouvidas todos os dias e drones, foguetes e bombas destroem a cidade, causando mortes e feridos também entre os civis. No ataque contra o supermercado “Epitsentr”, às 16h00 do passado sábado, 25 de maio, num horário e dia habitualmente mais movimentado, 19 pessoas morreram e 54 ficaram feridas. Na noite de 31 de maio, um foguete russo atingiu um prédio de apartamentos de cinco andares, matando três pessoas e ferindo 23, incluindo um paramédico, porque os russos mais uma vez usaram uma "tática de golpe duplo": atacaram pela segunda vez, enquanto médicos, equipes de resgate e policiais já trabalhavam no local do primeiro ataque.

Na cidade, que antes da invasão russa tinha dois milhões de habitantes, agora resta metade deles, contando as cerca de 500 mil pessoas que fugiram para Kharkiv provenientes das cidades e povoados mais próximos do front.

Mas como é viver em Kharkiv nesse contexto dramático? Os habitantes estão indo embora? Como se consegue viver a própria fé em meio a esta terrível situação? Estas perguntas são respondidas na entrevista à Rádio Vaticano-Vaticano por dom Pavlo Honcharuk, bispo de Kharkiv-Zaporizhzhia dos Latinos. Na última quarta-feira, durante a Audiência Geral, o prelado teve a oportunidade de saudar o Papa Francisco, agradecendo-lhe as suas orações e o apoio ao povo ucraniano.

Como responsável pelos capelães militares da Igreja Católica Romana na Ucrânia, ele presenteou o Pontífice com a insígnia de capelão. “Houve um momento de grande calor. O rosto do Papa mostrou uma expressão de envolvimento. Ficou claro que a Ucrânia está no seu coração”, confidencia o bispo.

“Em Kharkiv a situação está se tornando muito crítica”, conta ele, “porque no início da invasão russa, os habitantes não pensaram muito em deixar ou não a cidade, muitos simplesmente partiram porque viram o perigo que certamente, então, era muito maior do que agora: as tropas russas já estavam no anel viário de Kharkiv e havia um grande risco de que em algumas horas a cidade pudesse ser cercada. É por isso que as pessoas estavam indo embora. Quando o exército ucraniano expulsou os russos de Kharkiv, as pessoas começaram a regressar dos locais para onde tinham fugido e a vida começou a fluir novamente. Lojas, restaurantes, cafés, pizzarias, cabeleireiros, salões de beleza voltaram a funcionar e as pessoas regressavam, porque na realidade o mais difícil não é a saída, mas é o estar longe de casa, não ter perspectivas, não entender o que espera, depender de alguém e morando no apartamento de outra pessoa. Também aqueles que estiveram no exterior tiveram dificuldade em se habituar a uma realidade diferente, quando regressaram disseram: ‘Aconteça o que acontecer, vamos ficar aqui’, ou seja, apesar de tudo, ‘a casa continua a ser a casa’.

"Queremos viver em um país livre e independente, não como escravos" 

É por isso que, como explica dom Honcharuk, a decisão de partir novamente é tão dolorosa para os habitantes. Há mulheres que não querem sair da cidade porque os seus maridos estão combatendo no front perto de Kharkhiv. “Mais uma vez a família sofre e me parece que este é um dos momentos mais dolorosos desta guerra – observa o bispo – a situação é muito crítica, porque a nossa cidade está sendo bombardeada com bombas teleguiadas. Algumas pesam duzentos e cinquenta quilos, outras quinhentos, outras ainda uma tonelada e meia. Quando cai uma bomba de uma tonelada e meia, deixa uma cratera com oito metros de profundidade e trinta metros de diâmetro, dependendo se se trata de uma área construída ou de terra. É por isso que as ruínas são assustadoras. E a última tragédia é muito forte: foi um grande supermercado, onde muitas pessoas morreram. Muitos deles provavelmente não serão encontrados, porque houve um grande incêndio, tudo queimou. Assim, Kharkiv vive todos os dias esses terríveis momentos de choque. A situação é muito difícil, também há muito cansaço, mas tentamos resistir, ninguém pretende desistir, até porque sabemos que se levantarmos a mão seremos destruídos. Basta ver o que está acontecendo nos territórios ocupados pelos russos. Por isso resistimos e agradecemos a todas as pessoas que continuam a apoiar a Ucrânia, que se lembram de nós. Naturalmente, existem indivíduos, grupos ou políticos que tentam nos convencer a ceder, a nos render. Não queremos a guerra e isso é inequívoco. Até os nossos militares dizem: não queremos matar ninguém, queremos proteger o nosso povo e queremos viver, porque é nosso direito viver. Queremos viver em um país livre e independente, não como escravos. Defendemos a nossa pátria com muita perseverança e estamos muito gratos a todos os que nos apoiam nisso. Porque isto demonstra que é compreendido o significado da liberdade, que se compreende o que é a dignidade humana, o que é a justiça, o que é a verdade. E de fato a verdadeira liberdade está apenas na verdade."

Em Kharkiv, como afirma o jovem bispo, não restam muitos católicos, mesmo assim decidiu permanecer na cidade. “No que diz respeito aos nossos paroquianos, se tiverem a oportunidade de ir a algum lugar, encorajo-os a partir caso se tornar muito perigoso. Os sacerdotes também foram informados de que cada um deve tomar a decisão por si próprio, dependendo da situação. Ficarei em Kharkiv enquanto nossa gente estiver por lá, porque a minha presença também é necessária para ajudá-los a resistir. A nossa presença também é útil para os voluntários, para quem ajuda. Se eu tiver que sair da cidade, sairei com o último grupo.”

A realidade interior revelada pela guerra 

É o terceiro ano da guerra. Na cidade que parece uma ferida aberta, no meio da dor e da tristeza, a fé, que nos ajuda a sobreviver, muda e torna mais sólida. “Desde o início da guerra - conta dom Pavlo - compreendi claramente que tudo o que existe tem um fim e que a minha vida aqui na terra também tem um fim. Só no amor uma pessoa sabe quem realmente é, encontra a sua dignidade, encontra a si mesma. O amor tem sua força e seu significado exclusivamente em Deus, no relacionamento com Ele e no relacionamento íntimo com Ele. Sei quem sou, e é por isso que não preciso ir atrás de algum título, alguma afirmação de fora. Por outro lado, vejo quanta tragédia trazem os corações ímpios, os corações vazios que não conseguem se tranquilizar: são infelizes, querem sentir-se importantes. Esses corações são movidos pelo medo, são manipulados, fogem da verdade. Aqui, a guerra revela esta realidade".

"Desejo que todos experimentem Deus e se encontrem Nele, porque isso os fortalece"

 Ao concluir, dom Pavlo Honcharuk agradece pelo dom da fé:

"E neste momento agradeço a Deus por ter me dado o dom da fé, porque a Sua presença, ou seja, a experiência de Deus, me dá forças para resistir, para entender quem sou, para onde vou e qual é o meu objetivo, dá-me forças para seguir em frente, para não ficar calado. E assim, mesmo quando às vezes é difícil conversar com pessoas que vivem tanta dor, quando surge o sentimento de impotência, de fraqueza, de não poder fazer nada, a fé me dá força, um alicerce. Por isso, desejo que todos experimentem Deus e se encontrem Nele, porque isso os fortalece. Porque se quisermos que o nosso mundo seja humano, devemos ter certeza de que nossos corações são humanos, e o serão, somente quando houver o amor de Deus neles”.

Fonte: Vatican News

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A África e o Concílio Vaticano II

Em 2025 completam-se 60 anos sobre o Concílio Vaticano II. Mas, ainda pouco ou nada se estudou sobre a relação entre esse grande evento da Igreja Católica e a África. O teólogo e historiador cabo-verdiano, Jairzinho Lopes Pereira, está a investigar sobre isso e revela, em entrevista à Rádio Vaticano, alguns aspetos deste seu trabalho. Ele considera que perceber essa relação é fundamental também para entender o que poderá representar para a África o processo de sinodalidade em curso.

Dulce Araújo - Vatican News

Ao lado das suas pesquisas sobre a violência colonial, o teólogo e historiador, Jairzinho Lopes Pereira, está agora a investigar sobre a participação de bispos das então colónias portuguesas em África no Concílio Vaticano II, para identificar os temas que apresentaram e como tentaram influenciar a agenda do Concílio.

Alguns resultados

Ainda é cedo para revelar os resultados deste desbravamento de arquivos que o investigador está a levar a cabo e que ainda recentemente o trouxe ao Vaticano, mas adianta já, na entrevista, alguns nomes de participantes, países, e posturas em relação ao regime político então em vigor na Metrópole portuguesa. Não deixa também de sublinhar os “ventos de mudança” que sopravam e a preocupação que havia em preparar também a Igreja para uma eventual era pós-colonial. A audiência do Papa Paulo VI, em 1970, aos líderes dos movimentos de libertação das então colónias portuguesas é também abordada na entrevista.

Conferência sobre o Concílio Vaticano II e a África

Jairzinho Lopes Pereira conta ter resultados palpáveis para a conferência “Concílio Vaticano II e a África” prevista para finais de 2025 em Cabo Verde. Será no âmbito dos 60 anos do Concílio Vaticano II e da Década Jubilar da Igreja em Cabo Verde. Essa Década que vai de 2023 a 2033 deve-se aos 500 anos da criação da Diocese de Santiago (1533) e 30 da de Mindelo. A Conferência reunirá especialistas internacionais para debater temas relacionados com a perceção do Concílio Vaticano II em África. 

 Fonte: Vatican News

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Cabo Verde - Primeiro Conselho Nacional dos Bispos

O Bispo da Diocese de Santiago, Cardeal Dom Arlindo Furtado, e o Bispo da Diocese de Mindelo, Dom Ildo Fortes, estiveram reunidos nos dias 28 e 29 de maio, na cidade de Mindelo, num Conselho dos Bispos de Cabo Verde. Foi o primeiro encontro desta natureza e foi marcado pela unidade e testemunho.

Rádio Nova de Maria - Cabo Verde

Este encontro de cariz nacional é previsto acontecer em cada país dos Bispos da Conferência já que a Sessão plenária comprende os países como Senegal, Mauritânia, Guiné-Bissau e Cabo Verde que têm lugar anualmente e rotativamente numa das sedes das doze dioceses.

Para o Bispo de Mindelo, Dom Ildo Fortes, trata-se de um complemento à Conferência Episcopal.

Este foi o primeiro encontro daqueles que deverão acontecer anualmente no país para tratar de assuntos pastorais específicos das duas dioceses.

Este Conselho se reuniu nas instalações do Seminário Diocesano de Cristo Bom Pastor, no Mindelo. Foram vários os assuntos abordados, entre os quais: o andamento da Escola Universitária Católica, a situação do Acordo Jurídico entre a Santa Sé e Governo de Cabo Verde, o impulso, a implementação da Escola de Moral e Religião Católica (EMRC) e ainda algumas áreas da Pastoral que serão planificadas em conjunto (catequese, família, movimentos).

Questões como a organização da Pastoral na Diáspora (América e Europa), a formação contínua e acompanhamento dos sacerdotes, a “Ratio Nationalis” para os seminários, a publicação da recente Carta Pastoral dos Bispos da Conferência sobre o “Compromisso dos Leigos na Igreja e na Sociedade”, o Novo Missal Romano, criação da Comissão Nacional Justiça e Paz e o Decénio Jubilar, também fizeram parte da pauta deste encontro.

Participaram dois sacerdotes de cada Diocese, nomeadamente, os Padres José Eduardo Afonso e Odair Varela, da Diocese de Santiago e, para a Diocese de Mindelo, os Padres Lino Paulino e Adriano Baptista.

Os trabalhos decorreram num ambiente muito cordial - refere o Cardeal Dom Arlindo Furtado. Um encontro marcado pela unidade e testemunho.

O primeiro Conselho Nacional dos Bispos de Cabo Verde encerrou-se na quarta-feira, 29 de maio, com uma celebração eucarística na Igreja Pró-Catedral de Nossa Senhora da Luz, no Mindelo. Foi presidida pelo Cardeal Dom Arlindo Furtado e concelebrada pelo Prelado local e vários sacerdotes. Eucaristia também em sufrágio à alma do Padre Boaventura Lopes, da Diocese de Santiago que partiu para a casa do Pai no passado dia 29 de fevereiro. -  Fonte: Vatican News

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África do Sul - Observadores da SACBC e IMBISA nas eleições

Mais de um milhar de católicos da SACBC e da IMBISA participaram como observadores nas actuais eleições gerais na África do Sul. Dom João Rodrigues, Bispo da Diocese de Tzaneen, agradece.

Sheila Pires - Joanesburgo

Cerca de 28 milhões de sul-africanos foram às urnas na quarta-feira, 29 de maio, para eleger os novos membros nacionais e provinciais do Parlamento: ao todo 400 deputados.

Na vigia das eleições participaram 1200 observadores católicos da Comissão Justiça e Paz da Conferência dos Bispos Católicos da África Austral (SACBC) e da Associação Inter-regional dos Bispos da África Austral (IMBISA).

Em conversa com o Vatican News, o responsável pela Comissão de Justiça e Paz da SACBC, Dom João Rodrigues, Bispo da Diocese de Tzaneen, agradece a participação e o compromisso desses observadores eleitorais.

Esta é setima vez que os sul-africanos vão às urnas para eleições gerais desde o fim do Apartheid em 1994. As longas filas fizeram lembrar a muita gente essas históricas eleições de há 30 anos atrás, quando os negros puderam votar pela primeira vez e Nelson Mandela passou a ser o Presidente da República da África do Sul.

Às 21 horas, horário em que as urnas deviam oficialmente encerrar-se, milhares de pessoas ainda estavam na fila, facto que levou a Comissão eleitoral a autorizá-las a permanecer por forma a poderem votar. Segundo alguns reporters, algumas assembleias de voto só fecharam por volta das 2 horas da madrugada de quinta-feira.

Entre os mais de 27 milhões de eleitores registados, há uma elevada percentagem de jovens. A luso-descendente Michelle Joaquina, que votou pela primeira vez, disse ao Vatican News que votou pela mudança, por melhores oportunidades e por uma África do Sul mais segura.

O ANC, Congresso Nacional Africano, no poder desde há 30 anos, corre, pela primeira vez, o risco de perder a maioria parlamentar. De acordo com a Comissão Eleitoral, até agora já foram contados mais de 54% dos votos a nível nacional e o ANC mantem-se, como previsto das sondagens, com menos de 50% dos votos nacionais; segue-se-lhe a Aliança Democrática (DA) em segundo lugar, e o partido uMkhonto weSizwe (MK) em terceiro lugar.

Não se prevê a publicação dos resultados finais das sétimas eleições gerais da África do Sul antes de domingo, 2 de junho. -  Fonte: Vatican News

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Itália envia ajuda para as vítimas das enchentes no Rio Grande do Sul

Um avião de carga proveniente da Itália chegou a Porto Alegre, capital do Rio Grande do Sul, com 25 toneladas de produtos de primeira necessidade para as populações atingidas pelas enchentes. O embaixador italiano, Alessandro Cortese, afirmou: graças ao empenho do nosso Ministério das Relações Exteriores, é possível colaborar na esperança de uma reconstrução. 

Giancarlo La Vella - Rádio Vaticano

Uma operação extraordinária realizada em tempo recorde, que significa uma proximidade concreta com os brasileiros, que estão sofrendo com as recentes enchentes que causaram morte e destruição no estado do Rio Grande do Sul. É dramático o número de dias e dias de chuva torrencial, com enchentes e inundações associadas. Quase 200 pessoas perderam suas vidas, 80 continuam desaparecidas e milhares estão desabrigadas. O orçamento dos danos é muito sério. A capital Porto Alegre e muitas outras áreas da região ainda estão sob um metro de água, que está sendo drenada muito lentamente.

Da Itália, um gesto de proximidade

A Itália, entre outros países, respondeu ao pedido de ajuda das populações afetadas pelo fenômeno climático excepcional. Nos últimos dias, chegou um avião com 25 toneladas de produtos de primeira necessidade. A aeronave teve que aterrissar no aeroporto da base militar de Canoas, devido à inviabilidade, ainda por muito tempo, do aeroporto civil de Porto Alegre, devastado pelas recentes enchentes. O embaixador italiano no Brasil, Alessandro Cortese, falou à Rádio Vaticano-Vatican News sobre a grande emoção que sentiu ao ver a ajuda chegar de Roma.

Ajuda concreta

Da Itália chegaram maquinários para purificar a água, bombas d'água para trazer as áreas inundadas de volta à normalidade, mas também medicamentos - diz o representante diplomático italiano em Brasília - para lidar com eventuais epidemias. “Respondemos o máximo possível às solicitações feitas pelas autoridades locais”, enfatiza Cortese, “por isso, por exemplo, trouxemos muitas barracas com o objetivo de devolver um pouco de privacidade a muitas famílias, que até agora estavam abrigadas, mas em locais muito grandes, junto com muitos outros desalojados. Em breve, tudo será entregue às autoridades, que o disponibilizarão às comunidades locais mais necessitadas.

Solidariedade com o povo brasileiro

O embaixador Alessandro Cortese e toda a representação diplomática italiana no Brasil receberam elogios do ministro das Relações Exteriores, Antonio Tajani, pelo sucesso de uma operação tão complexa. É uma “ajuda concreta em uma situação dramática”, comentou o chefe do departamento, também dirigida à “grande e profundamente enraizada comunidade de cidadãos italianos e brasileiros descendentes de italianos que vivem naquela região”. Um gesto, portanto, que reitera a proximidade de Roma com todas as populações que foram vítimas do terrível desastre natural.

 Fonte: Vatican News

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Bispos da Inglaterra e Gales pedem a nomeação de um novo doutor da Igreja 

Este pedido conta com o apoio de outras Conferências Episcopais, instituições acadêmicas, ordens religiosas e comunidades eclesiais de todo o mundo.

A Conferência Episcopal da Inglaterra e Gales enviou ao Papa Francisco uma petição para que São John Henry Newman seja nomeado doutor da Igreja. Este pedido conta com o apoio de outras Conferências Episcopais, instituições acadêmicas, ordens religiosas e comunidades eclesiais de todo o mundo.

Uma luz para a escuridão deste tempo

Alguns membros do alto clero acreditam que já é possível abrir um procedimento para que os Dicastérios romanos para as Causas dos Santos e para a Doutrina da Fé examinem se os ensinamentos de Newman são significativos o suficiente para serem considerados eminentes e, neste caso, o Santo poderia ser elevado à categoria de Doutor da Igreja.

Em entrevista à Rome Reports, o Padre George Bowen CO, do Oratório em Londres, assegurou que “pouco antes de sua morte, Bento XVI se inteirou dos esforços para elevar Newman à categoria de Doutor da Igreja. Estava radiante e disse: ‘Newman – Doutor da Igreja, seria uma luz para a escuridão deste tempo!’”.

Escritos eminentes e de grande relevância para a Igreja

Em novembro de 2023, a Comissão de Doutrina dos Bispos dos EUA perguntou aos prelados do país se eles concordavam que fosse enviada uma carta ao Papa Francisco apoiando a proposta apresentada pelos Bispos Católicos da Inglaterra e País de Gales. Os prelados norte-americanos, em sua maioria, votaram a favor.

“Os escritos de São John Henry Newman são verdadeiramente eminentes e de grande relevância para a Igreja hoje, especialmente nas áreas do desenvolvimento da doutrina, da moral, fundamentos da educação, o primado da consciência, o papel dos leigos e a busca da verdade, entre muitos outros”, afirmou Dom Daniel Ernesto Flores, chefe da Comissão de Doutrina da USCCB.

Quem foi São John Henry Newman?

Nascido em 21 de fevereiro de 1801, John Henry Newman se converteu à Fé Católica vindo do anglicanismo, tendo, para isso, enfrentado a hostilidade e discriminação por parte de sua família e da comunidade. No ano de 1825 foi ordenado sacerdote anglicano e mais tarde fundou o Movimento Oxford.

Em 1847 foi ordenado sacerdote católico e fundou o Oratório de São Filipe Neri na Inglaterra. Seu comprometimento com a educação o fez fundar a Universidade Católica da Irlanda e duas escolas para meninos. O Santo, considerado um dos convertidos mais famosos do nosso tempo, faleceu em 1890 em Birmingham. No ano de 2010 o Papa Bento XVI o beatificou e no ano de 2019 o Papa Francisco o canonizou. (EPC)

Fonte: Gaudium Press

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Por que junho é o mês do Sagrado Coração de Jesus?

REDAÇÃO CENTRAL, 1º de jun de 2023 

A Igreja Católica dedica o mês de junho ao Sagrado Coração de Jesus, para que os fiéis venerem, honrem e imitem mais intensamente o amor generoso e fiel de Cristo por todas as pessoas.

É um mês um qual se demonstra a Jesus, através das obras, o quanto o amam; correspondendo a seu grande amor demonstrado ao se entregar à morte por seus filhos, permanecendo na Eucaristia e ensinando o caminho para a vida eterna.

Sobre esta festa, o papa Bento XVI afirmou que, “a contemplação do ‘lado transpassado pela lança’, na qual resplandece a vontade infinita de salvação por parte de Deus, não pode ser considerada, portanto, como uma forma passageira de culto ou de devoção: a adoração do amor de Deus, que encontrou no símbolo do ‘coração transpassado’ sua expressão histórico-devocional, continua sendo imprescindível para uma relação viva com Deus”.

A devoção ao Coração de Jesus existe desde o início da Igreja, desde que se meditava no lado e no coração aberto do Senhor.

Conta a história que, em 16 de junho de 1675, o Filho de Deus apareceu a santa Margarida Maria Alacoque e lhe mostrou seu Coração rodeado por chamas de amor, coroado por espinhos, com uma ferida aberta da qual brotava sague e, do interior do mesmo, saia uma cruz.

Santa Margarida escutou o Senhor dizer: “Eis o Coração que tanto amou os homens, que não poupou nada até esgotar-Se e consumir-Se, para manifestar-lhes seu amor. E como reconhecimento, não recebo da maior parte deles senão ingratidões, desprezos, irreverências, sacrilégios, friezas que têm para comigo neste Sacramento de amor”.

Fonte: ACIDigital

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Católicos são mortos por se recusar a virar muçulmanos na República Democrática do Congo

Por Peter Pinedo 

 “Gostaria de parar um pouco para agradecer a Deus pelo testemunho de martírio que deu, nestes últimos dias, um grupo de católicos do Congo, do Kivu do Norte", disse o papa Francisco aos participantes da assembleia geral das Pontifícias Obras Missionárias no Vaticano em 25 de maio.

Segundo o jornal L'Osservatore Romano, da Santa Sé, os 14 católicos foram mortos em Kivu do Norte por membros da milícia Forças Democráticas Aliadas, afiliada ao grupo terrorista Estado Islâmico.

“Foram degolados, simplesmente porque eram cristãos e não queriam se converter ao Islã”, acrescentou Francisco.

Segundo um relatório da organização de defesa da liberdade religiosa International Christian Concern (ICC, na sigla em inglês), as Forças Democráticas Aliadas também atacaram a aldeia cristã de Ndimo, no Estado de Ituri. O ICC disse que 11 cristãos foram executados com facões e rifles em 13 de maio, vários outros foram sequestrados e algumas casas foram incendiadas.

Segundo a ICC, o bispo de Butembo-Beni, dom Melchisedec Paluku, condenou os assassinatos e elogiou a resiliência dos cristãos.

“A resiliência e a coragem demonstradas pelos aldeões face a tal adversidade são uma prova do seu espírito inabalável e determinação para reconstruir as suas vidas no meio de uma tragédia inimaginável”, disse dom Paluku.

“O descarado desrespeito pela vida e dignidade humana demonstrado por esses extremistas sublinha a necessidade urgente de medidas de segurança reforçadas e esforços robustos de contraterrorismo para salvaguardar civis inocentes de tais atos brutais de violência”, disse o bispo.

A diocese de Butembo-Beni enfrenta o aumento do terrorismo islâmico há vários anos. Depois de um atentado à bomba na Igreja Católica Emmanuel-Butsili na cidade de Beni em 2021, dom Paluku disse que “está em curso um projeto de grande escala para islamizar ou expulsar as populações nativas” da região.

“Qualquer pessoa que tenha sido sequestrada por esses grupos terroristas e conseguido escapar deles com vida contou a mesma história. Eles tiveram que escolher entre a morte e a conversão ao islã”, disse ele, ao acrescentar que “não se passa um dia sem que pessoas sejam mortas”.

Fonte: ACIDigital

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Presidente da Conferência Episcopal de Portugal evoca «falta de pão» e crianças vítimas da fome ou da guerra 

Abertura do V Congresso Eucarístico Nacional destacou «exigência» deste sacramento, com consequências sociais

D. José Ornelas, presidente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), recordou hoje na abertura do V Congresso Eucarístico Nacional (CEN) os que sofrem com a “falta de pão”, em Gaza e nas várias guerras, e a as crianças que morrem de fome no mundo”.

“A Eucaristia é exigente, não é apenas um rito”, assinalou o bispo de Leiria-Fátima, na abertura dos trabalhos que decorrem no Fórum Braga, convidando à reflexão sobre “o pão da vida, o pão da cultura, o pão da dignidade e da justiça”

Para o presidente da CEP, este congresso acontecer “num mundo em “vertiginosa transformação”, destacando que a Igreja “despertou para uma nova compreensão da sua essência e missão”, em particular após o Concílio Vaticano II (1962-1965).

“Celebrar a Eucaristia tem a ver com todo este ser Igreja no meio do mundo”, observou.

Para D. José Ornelas, a mudança na conceção da Igreja tem “reflexo direto na forma de celebrar a fé”.

“A Eucaristia é o local do serviço”, declarou, aludindo ao processo sinodal em curso, por iniciativa do Papa Francisco.

O presidente da CEP considerou que os três dias do congresso são uma oportunidade para “interrogar-se sobre estes temas que estão diretamente ligados ao significado e papel transformador da Eucaristia”.

D. José Cordeiro, arcebispo de Braga e presidente da Comissão Episcopal da Liturgia e Espiritualidade, falou nesta sessão de abertura, saudando um “marcante congresso eclesial”.

“A Eucaristia é para todos, depende de nós que seja cada vez mais de todos”, desafiou o responsável católico.

O especialista aludiu ao desenvolvimento das devoções eucarísticas, no século XII, que se aprofundaram no século XIX, em volta da “presença real” de Jesus.

Para o arcebispo primaz, este congresso no ano da oração, convocado pelo Papa, entre a JMJ Lisboa 2023 e o Jubileu de 2025, deve ajudar a “melhorar a qualidade das celebrações” e a “caridade com os necessitados, que parte da Eucaristia”.

D. José Cordeiro deixou a proposta de repetir o CEN, com uma periodicidade de 10 em 10 anos, nas várias dioceses portuguesas, agradecendo a todos os que “sonharam e acreditaram nesta aventura eucarística”.

A iniciativa acontece na arquidiocese minhota, 100 anos depois da sua primeira edição, com o tema ‘Partilhar o Pão, alimentar a Esperança. «Reconheceram-n’O ao partir o Pão»’.

De acordo com a organização estão inscritas cerca de 1400 pessoas, com representação de todas as dioceses de Portugal, quatro cardeais e 30 bispos, sendo esperado “um elevado número de pessoas” na Eucaristia de Encerramento no Santuário do Sameiro.

D. Ivo Scapolo, núncio apostólico em Portugal, destacou a “estreita comunhão” do país com o Papa, visível na recente visita ‘Ad Limina’ dos bispos ou na JMJ Lisboa 2023.

“Que este Congresso seja uma momento de graça para reavivar a nossa fé”, desejou, apelando a ações de “proximidade” com as pessoas mais necessitadas.

Olga Pereira, vereadora da Câmara Municipal de Braga, destacou, por sua vez, a “forte presença da Igreja Católica” na cidade.

“A história de Braga confunde-se com a cristianização da Península Ibérica”, declarou.

D. Delfim Gomes, bispo auxiliar de Braga, presidiu ao momento de oração inaugural, convidando os participantes a empenhar-se por um mundo “mais justo e fraterno”, inspirados pela celebração da Eucaristia.

Fonte: Agência Ecclesia

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Lisboa 2023: Fundação JMJ apresenta saldo positivo de 35 milhões de euros, destinados a «projetos de apoio a jovens»

Estudo aponta impacto económico de, pelo menos, 370 milhões de euros na economia portuguesa

A Fundação JMJ Lisboa 2023 apresentou hoje, em conferência de imprensa, as contas relativas à organização do evento, com um saldo positivo de 35,37 milhões de euros no final do último ano.

“O valor angariado com o encontro será, posteriormente, aplicado no desenvolvimento de projetos de apoio a jovens, a implementar nos concelhos de Lisboa e Loures”, refere a Fundação, em comunicado enviado à Agência ECCLESIA.

O relatório da auditoria, elaborado pela Deloitte, identifica um total de 74 milhões de euros em contribuições, inscrições e doações; 58% desse valor foi aplicado em pagamentos a fornecedores, serviços externos e pessoal.

O balanço em 31 de dezembro de 2023 evidencia um ativo total superior a 36 milhões de Euros e fundos patrimoniais de 35,9 milhões de euros.

O resultado positivo de 31,357 milhões de euros no final de 2023 soma-se aos 4,39 milhões de euros em caixa e bancos, com que se iniciou esse ano.

“Este valor acima do previsto tem em conta a forte afluência do número de peregrinos que participou no maior encontro de jovens com o Papa em Lisboa, entre 1 e 6 de agosto de 2023, e que atingiu mais de 1,5 milhões de pessoas”, indica o comunicado da Fundação JMJ.

A JMJ Lisboa 2023 ultrapassou os 400 mil peregrinos inscritos, incluindo voluntários e clero, provenientes da quase totalidade dos países do mundo – aúnica ausência foram as Maldivas.

“Este resultado é fruto, também, do grande esforço de contenção de gastos que norteou toda a organização da JMJ e do extraordinário trabalho e empenho dos voluntários ao longo de quatro anos”, acrescenta o comunicado.

“O sucesso da JMJ Lisboa 2023 e o retorno obtido é o resultado do empenho de Portugal e de todos os portugueses, bem como dos peregrinos que participaram, ultrapassando as expectativas da organização. Foi também importante o apoio do público e do sector privado, indispensáveis para ajudar a construir este grande encontro de jovens de todo o mundo com o Papa”.

Durante 2023 foram obtidos rendimentos de 74,266 milhões de euros, mais 13,7% que o orçamentado e foram realizados gastos no valor de 43,075 milhões de euros.

Em 2023, os rendimentos operacionais da Fundação JMJ Lisboa 2023 somaram 74,552 milhões euros resultantes de contribuições/inscrições de peregrinos.

Na conferência de imprensa, que decorreu no Pavilhão Carlos Lopes, foi também apresentado o estudo de impacto económico da JMJ 2023, realizado pelo ISEG – Instituto Superior de Economia e Gestão.

O documento destaca um aumento, a curto prazo, do nível da atividade económica, “avaliado em pelo menos 370 milhões de euros”, um concentrado no ano de 2023 (310 milhões de euros) e na região de Lisboa (290 milhões de euros).

Segundo o ISEG, a JMJ 2023 permitiu ainda um aumento do nível de emprego, “o qual pode ter atingido num máximo de mais de 10 mil postos de trabalho no terceiro trimestre de 2023”, também concentrado na região de Lisboa.

O documento, enviado à Agência ECCLESIA, destaca a “contribuição para a travagem, em agosto, do processo de redução da taxa de inflação em curso durante o ano de 2023”, e um aumento do rendimento líquido, na ordem dos 216 milhões de euros.

Quanto ao aumento das infraestruturas e equipamentos disponíveis, este pode ser avaliado em cerca de 48 milhões de euros, de “formação bruta de capital fixo”.

O ISEG alude também a “um efeito positivo de longo prazo, não avaliável quantitativamente, em termos de reputação e intenções de procura futura, nomeadamente turística”.

O patriarca de Lisboa, D. Rui Valério, nomeou hoje o padre Alexandre Palma como novo presidente da Fundação JMJ 2023; o sacerdote, de 45 anos, vai iniciar funções a partir do próximo mês de julho.

Lisboa acolheu o maior encontro mundial de jovens com o Papa, entre 1 e 6 de agosto de 2023, com mais de 1,5 milhões de participantes nas celebrações conclusivas, presididas por Francisco no Parque Tejo.

A próxima edição da JMJ realiza-se em Seul, na Coreia do Sul, em 2027.

Fonte: Agência Ecclesia

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