Artigo

Santo Antonio e os namorados

Dom Carlos José - Bispo de Apucarana (PR)

 “Para tudo há uma ocasião, e há tempo para todo o propósito debaixo do céu” (Ecles 3:1)

O mês de junho tradicionalmente nos envolve com a alegria das festas juninas realizadas em muitas partes do país. Neste mês, a Igreja celebra Santo Antonio no dia 13, São João no dia 24 e São Pedro no dia 29.  Chamamos de ‘Festas Juninas’, a celebração desses três grandes e queridos Santos no mês de junho.   Três importantes testemunhos de fé e completa entrega de suas vidas em favor do Reino de Deus. Exemplos para nós que desejamos crescer na caminhada rumo à santidade.

No dia 13, lembramos de Santo Antonio. Frei Antonio, como era chamado, é popularmente conhecido pelos milagres que realizou ainda em vida, em favor dos mais pobres e sofridos da época. A tradicional bênção dos ‘pães de Santo Antonio’ nos remete ao milagre dos pães do convento partilhados pelo Frei com os pobres e famintos que moravam ao redor, e da providência Divina que repôs os pães doados com tanta fartura, a ponto de saciar a fome dos freis com sobra e abundância. Do milagre do pão, aprendemos que quem partilha o que sabe e o que tem, recebe em abundância da Providência Divina.

Em seu ministério sacerdotal, Frei Antonio levou multidões à conversão; exímio pregador, com profundo conhecimento teológico e íntimo relacionamento com as Escrituras Sagradas, suas palavras claras e concisas impressionavam a todos que o ouviam. Suas características fortes, sua bondade e docilidade, somadas à inteligência, fizeram com que tanto os grandes homens da época, quanto os pequenos, se convertessem à Fé católica, diante de suas pregações repletas das Graça do Alto.

Com o passar do tempo, Frei Antonio passou a ser conhecido devido aos milagres realizados em vida, eis um deles:  ao tentar pregar a Palavra para uma multidão de hereges à beira de um rio e vendo que estes lhe viraram as costas, sem querer ouvi-lo, o Frei instou os peixes dali a escutá-lo, já que os homens não o ouviam. Eis que uma multidão de peixes se aproxima e, com a cabeça fora da água, se põem em posição de escuta. Os homens, ao verem esta cena, se voltam ao Frei para ouvi-lo e uma grande parte se converte. Santo Antonio é especialmente reconhecido como ‘santo casamenteiro’, a quem recorrem os que têm dificuldade em encontrar alguém para iniciar um namoro santo, que leve ao matrimônio. Essa tradicional devoção ao ‘santo casamenteiro’ provém da profunda bondade do Frei Antonio para com os mais necessitados. Sua fama se espalhou rapidamente quando, diante de uma moça pobre que não possuía dotes para poder oferecer e casar-se, Frei Antonio, compadecido, deu a ela um bilhete que dizia: ‘dê a essa moça moedas de prata que equivalham ao peso desse papel’. A moça levou o bilhete a um comerciante, conforme orientação do Frei.

O comerciante, vendo que o papel não tinha peso algum, colocou-o na balança. Milagrosamente, foram necessárias 400 moedas de prata para que a balança ficasse equilibrada. Com o dote em mãos, a moça conseguiu casar-se. Ainda hoje atribui-se a Ele essa ‘popularidade casamenteira’, seja através de novenas, orações, e devoções sinceras. Intercessor dos devotos que pretendem formar uma família segundo o desejo de Deus, Santo Antonio é muito lembrado pelos casais de namorados que desejam viver um namoro santo, fortificado na fé, com a reta intenção de chegar ao Matrimônio, conforme os planos de Deus e por aqueles que ainda não vivem essa realidade e, com fé e confiança, sem superstição,  imploram a intercessão de Santo Antonio,  “o Santo Casamenteiro”.

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