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a voz da diocese

Epifania: Manifestar ao mundo, a esperança que vem de Jesus

Epifania: Manifestar ao mundo, a esperança que vem de Jesus

Minha saudação a todos os irmãos e irmãs que acompanham a Voz da Diocese.  Celebramos neste domingo a Solenidade da Epifania do Senhor. Essa Festa nos revela Jesus Cristo, o “Filho de Deus” (Mc 1,1), “nascido de uma mulher” (Gl 4,4), Maria (Mc 6,3), em Belém (Lc 2,4-7), como o “Salvador, o Cristo-Senhor” (Lc 2,11).

Prezados irmãos e irmãs. A leitura do Livro do Profeta Isaías faz memória das peregrinações do povo à Cidade Santa, Jerusalém: “Teus filhos vêm chegando de longe…” (Is 60,4). O próprio Jesus, ao concluir seu ministério na Galileia, “tomou a firme decisão de partir para Jerusalém” (Lc 9,51). Ao saberem do nascimento de Jesus, “os magos do Oriente” dirigiram-se a sua procura em Jerusalém (Mt 2,1).

A visita dos magos a Belém lembra que a Epifania é a manifestação de Jesus como o Senhor da história e o Salvador de toda a humanidade. Por isso, a Carta aos Efésios nos lembra de que “os pagãos são admitidos à mesma herança, são membros do mesmo corpo, são associados à mesma promessa em Jesus Cristo, por meio do Evangelho” (Ef 3,5-6). Em Jesus, portanto, a salvação de Deus é dirigia a todos os povos.

O Evangelho de Mateus nos mostra que os magos vieram do Oriente à procura de Jesus. Eram pagãos. Não conheciam as Escrituras Sagradas de Israel, mas buscavam a verdade e se punham a caminho para descobri-la. Guiados por uma estrela, que exprime as intuições mais puras e os anseios mais profundos da humanidade sedenta de paz, justiça e fraternidade, chegaram a Jerusalém em busca do “rei dos judeus que acabara de nascer” (Mt 2,2). Essa notícia não agradou a Herodes (Mt 2,3), pois ele havia sido designado pelo imperador romano para ser o “rei dos judeus”. Ao buscar informações, os sumos sacerdotes e escribas, fundamentados na profecia de Miquéias (Mq 5,1), disseram-lhe que o Messias deveria nascer em Belém.

Caros irmãos e irmãs. O texto de Mateus deixa claro, com isso, que houve uma oposição a Jesus e seu projeto desde seu nascimento. Jesus, ao longo de sua vida e ministério, encontrou rejeição e hostilidade nos representantes do poder político e indiferença, resistência e oposição nos líderes religiosos. Somente os que buscavam e buscam o Reino de Deus e sua justiça, o acolhem e realmente o adoram. Informados de que o “rei dos judeus” nasceria em Belém, os magos prosseguiram guiados pela estrela. Ao chegarem a Belém, “entraram na casa, viram o Menino, com Maria, sua mãe. Ajoelharam-se diante dele e o adoraram” (Mt 2,11).

Herodes mentia quando dizia que queria também adorar o menino. Sua verdadeira intenção era eliminá-lo (Mt 2,13). Os magos apareceram, portanto, num contexto conflitivo, no qual Jesus, recém-nascido, corria perigo de vida. Eles “ajoelharam-se diante do menino e o adoraram”, ou seja, inclinaram-se respeitosamente diante de sua dignidade. Descobriram o divino no humano.

Os magos buscaram Jesus e o adoraram, entregando-lhe seus presentes, pois reconheceram que só Ele é capaz de salvar. Descobriram que a salvação não vem pela ação violenta e nem dos projetos dos poderosos. O gesto deles diante do Menino de Belém expressa uma atitude que deve ser tomada por todo aquele que crê. Para adorar a Deus é necessário sentir-se criatura infinitamente pequena diante dele e profundamente amada por Ele. Adoração é amor e entrega total. Por isso, só Deus é digno de adoração. Quem adora a Deus não compactua com nenhum projeto de morte, mas luta sempre contra tudo o que destrói o ser humano, que é sua imagem e semelhança. Os magos demonstraram isso quando não concordaram com o projeto de Herodes e retornaram para sua terra por outro caminho. Visitado e adorado pelos magos, Jesus é acolhido como o Salvador por todos aqueles que aderem à sua Palavra.

Caríssimos irmãos e irmãs. A Epifania é a revelação da bondade de Deus que deseja salvar todos os povos. Ela é a manifestação de um Deus que se fez homem, exceto no pecado, para salvar a todos. Nele se encontra a nossa esperança; uma “esperança que não decepciona” (Hb 5,5).  Por isso, vivendo o Jubileu neste Ano Santo, como “Peregrinos de Esperança”, somos chamados a depositar nossa esperança em Cristo, e “sermos no mundo e para o mundo”, homens e mulheres de esperança.

Desejo a todos um bom domingo e abençoado 2025.

Dom Adimir Antonio Mazali

Bispo Diocesano de Erexim – RS

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